Fanfics Brasil - Capitulo 1 Segunda Chance Para o Amor

Fanfic: Segunda Chance Para o Amor | Tema: Portinõn


Capítulo: Capitulo 1

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Capitulo 01: Dulce


 


- Oi meu amor – falei entrando em casa dando de cara com Anahi sentada em um pufe com um violão na mão – você não ia tocar hoje?


- Vou ainda. Daqui a pouco os meninos vão chegar – me respondeu colocando o violão de lado – porque chegou tão tarde?


- Não é tarde meu amor – respondi dando um beijo em seus lábios – o último cliente me deu trabalho. Pedia para parar a toda hora. Um fracote.


- Você vai comigo hoje?


- Acho que não. Estou cansada e a Raquel pediu para eu chegar cedo amanhã. Ela me passou um cliente do Júlio e o desenho é bem grande. Vai me dar trabalho para riscar – falei me dirigindo para as escadas que levava aos quartos.


- Eu sabia que você não ia mesmo. Já faz um bom tempo que você não me acompanha mais.


- Não seja injusta Any– falei parando no meio das escadas – eu sempre te acompanhei, mas estou cansada. Não to a fim de ficar sentada em uma mesa vendo o tempo passar escutando MPB.


- Já faz um bom tempo que você não está mais a fim de nada do que eu faço.


- Na boa Any eu estou cansada. Não vou discutir com você agora. Tenho que fazer um desenho para um cliente que vai fazer a aprovação amanhã e ainda tenho que estudar o que fazer.


- Está certo. Faça o que você achar melhor – finalizou se afastando pegando o violão novamente.


Fiquei por um momento na escada e dei ombros, terminando a subida. Sabia que estava em dívida com Anahi, mas não estava mais com paciência para acompanha-la em seus shows. Não que eu não gostasse do seu som. Era bom, muito bom, mas não tinha mais aquele entusiasmo de ficar sentada em algum barzinho, bebericando um Martini escutando o tipo de musica que ela tocava. Sinceramente, toda aquela dor de cotovelo me irritava.


Entrei no quarto e tirei a regata jogando em um cesto no canto. Me sentei na ponta da cama para tirar o coturno e em seguida as meias. Peguei uma toalha e sai para o banheiro encontrando-a na porta. Anahi estava distraída olhando alguma coisa no celular. Estava linda para sair, usando uma blusinha preta com calça jeans e um casaco por cima. Seus cabelos loiros e estavam perfeitamente arrumados. Seus olhos azuis encontraram os meus quando me aproximei chamando sua atenção.


- Vai tocar até de manhã? – perguntei abrindo o fecho da calça.


- Provavelmente – respondeu somente voltando sua atenção para o celular.


- Você vai usar? – perguntei apontando o banheiro – vou tomar um banho.


- Não. Eu estou indo nessa. Te amo.


- Também te amo – falei correspondendo o beijo – se cuida viu?!


- Meus olhos são seus amor...


- Sei...


E naquele dia esse fora todo o nosso dialogo.


Fiquei observando Anahi se afastar e sumir escada abaixo. Logo em seguida ouvi o som de uma buzina indicando que seus amigos tinham chegado. Fui até a janela do quarto e a vi entrando no carro junto com seu violão. Meu coração estava apertado. Não que eu sentisse que alguma coisa ia acontecer. Já estava acontecendo, mas eu me recusava a ver.


Já fazia cinco anos que estávamos casadas. No começo a paixão tinha pegado fogo, incendiando todas as nossas loucuras juvenis. Eu a amava, não podia negar isso, mas alguma coisa havia se perdido no caminho.


Voltei para o banheiro e me joguei em um banho demorado enquanto pensava no que iria fazer no dia seguinte. Trabalhava como tatuadora em um bom estúdio no centro de São Paulo e meus desenhos sempre foram muito solicitados. Não havia magica para que eu me destacasse no que fazia; apenas adorava a arte e mais ainda o fato de poder me sustentar com ela. Às vezes não me sentia indo para o trabalho, estava indo me divertir, conhecer pessoas interessantes e deixar minha marca em suas vidas para sempre.


Desci para a cozinha atrás de alguma coisa para comer e encontrei o jantar que Anahi havia preparado. “Ela me esperou para jantar” conclui ao ver que o balcão para café estava posto com dois pratos e talheres. Com um aperto nascendo no peito fui até o fogão ver o que estava preparado. Macarrão al pesto. Tampei a panela novamente e optei por salame fatiado e uma lata de cerveja. Voltei para a sala e abri minha mochila pegando o notebook. Escolhi um bom rock e espalhei meus papeis sobre a mesa de centro para começar a rabiscar o desenho de uma caveira com ossos cruzados atrás. Também existia muita gente sem o pingo de bom gosto.


No dia seguinte acordei cedo para chegar ao estúdio no horário marcado com o primeiro cliente. Não tinha visto a hora que Anahi  tinha chegado. Apenas senti meio sonolenta, o peso do seu corpo afundando no colchão. Dei um beijo de leve para não acorda-la e sai nas pontas dos pés.


De casa até o estúdio gastei quarenta minutos. Peguei o metrô na Penha e segui direto até a Anhangabaú. Mesmo que fosse sábado, naquele horário de pico estava lotado. Através dos óculos escuros olhava a cara das pessoas ao passarem por mim. Sabia que não era do tipo comum. Certa vez uma senhora até mesmo chegou a se benzer, crente que estava diante do capeta. Eu apenas os olhava com divertimento. Poucas pessoas entendia o que era dominar o corpo e não ser dominada por ele, com loucuras de dieta, horas em salão de cabelereiro e academia para se sentir feia no fim de uma maratona em busca da falsa beleza. Poucas pessoas entendiam que a maior beleza da pessoa está em sua personalidade, em mostrar quem você realmente é. Não em se esconder atrás de estereótipos moldados pelas indústrias de cosméticos interessadas de faturar milhões com a insatisfação feminina.


Subi as escadas do metro e sai na Avenida em poucos segundos alcancei o Viaduto do Chá. Dei a volta pelo Teatro Municipal e alcancei a Vinte três de maio e a Galeria do Rock. Subi para o segundo andar encontrando o estúdio que tinha passado ser minha segunda casa há mais de dois anos. O lugar era uma referencia em questão de tatuagens. Raquel, esposa do dono da loja e uma grande amiga, já estava lá com seus cabelos longos raspados do lado e alargadores de três centímetros nas duas orelhas.


- Oi delicia – falei entrando em sua minúscula sala – está gata hoje, hein?!


- Fala minha ruiva! Gostosa como sempre... – respondeu a morena dando um beijo em meu rosto – trouxe o desenho?


- Tá aqui – falei tirando a folha da mochila – o que você achou?


- Muito bom. Old school. Sempre funciona.


- Vai ficar legal no tom de pele do cara.


- Bacana – respondeu me devolvendo a folha – A lá. O cliente das nove chegou.


- Vou nessa. Tenho que preparar os materiais ainda – falei me dirigindo para a porta – Quero te fazer um pedido também. Quero fazer uma tatoo na panturrilha esquerda. Quero que você faça. Topa?


- Você vai se separar da Any pra ficar comigo? – perguntou a morena se sentando encima da mesa.


- Só se você se separar do Júlio...


- Demorou gata. Me trás o desenho na segunda e na terça ou quarta eu faço.


- Fechou – concordei rindo saindo da sala.


Passei pela sala de espera e cumprimentei o cliente pedindo que ele me esperasse por cinco minutos. Arrumei todos os apetrechos que precisaria e o chamei em seguida. Demorou duas horas para que eu fizesse todo o risco de uma fênix detalhada nas costas do garoto. Minha sorte é que ele não era um frangote como o do dia anterior e o trabalho fluiu bem. Dali a duas semanas começaria a fazer a pintura. O cliente seguinte foi a ultima sessão de um dragão oriental em uma garota. Fiquei triste por ter terminado o desenho. Tinha ficado ótimo, nunca me subestimei, mas não iria mais tocar aquela pele branquinha e macia. Melhor assim. Antes do almoço o cliente da caveira chegou e aceitou o desenho que havia feito na noite anterior. Marcamos a primeira sessão para dali a seis dias.


Na parte da tarde atendi mais um desenho pequeno. Uma tatuagem no pé em uma mulher. Em primeiro momento achei que seria fácil, mas quando a criatura começou a gemer de dor, tive que ir parando. Demorei uma hora e meia para um desenho que normalmente gastaria meia hora. Depois de um dia maçante, sai para tomar uma cerveja com Raquel. Estávamos sentadas em um barzinho na sete de abril conversando sobre trabalho quando lembrei que não tinha falado com Anahi ainda. Peguei o celular e ela também não havia me ligado. Desliguei o aparelho e me concentrei no que Raquel me dizia sobre novos equipamentos para o estúdio. O jeito como ela falava animada, como se estivesse escolhendo uma roupa me deixava encantada sempre. Era incrível como uma mulher como aquela pudesse ser hetero. Muita falta de bom gosto do destino.



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 83



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  • tryciarg89 Postado em 02/08/2022 - 17:52:09

    Amei,muito linda

  • anahivida Postado em 09/06/2014 - 19:31:28

    parabensss pela web, e ja estou acompanhando sua nova web.

  • dyas Postado em 05/06/2014 - 19:48:49

    Web maravilhosa,daquelas que agente lê várias vezes. Parabéns Flor! :)

  • angelr Postado em 04/06/2014 - 02:32:30

    Nossa que lindo , achei tudo perfeito mais uma bela web que acabou e irei ler essa proxima <3

  • angelr Postado em 31/05/2014 - 01:14:19

    Como elas sao fofas aiaiaia <3

  • angelr Postado em 28/05/2014 - 00:46:39

    aiii que fofinhas <3

  • lunaticas Postado em 27/05/2014 - 23:55:18

    Que isso juliajulia sou má não. Quer dizer só um pouquinho rsrsrsrs

  • juliajulia Postado em 26/05/2014 - 23:31:08

    Nova leitora, eu sou nova aqui mas percebi que o lance é te chamar de maá! rsrs... Então vou dar minha contribuição: Deixa de ser má e posta mais poxa!! Eu estou adorando a historia! ^^

  • dyas Postado em 26/05/2014 - 20:05:06

    COMO ASSIM A MARISA ESTÁ COM SAUDADES E QUER VER A DULCE? COMO ASSIM? AAAAH NÃO A DULCE NÃO PODE DEIXAR A ANNIE IR EMBORA DE NOVO. CONTINUA FLOR.

  • milanay Postado em 25/05/2014 - 23:42:37

    uhul..agra q Any e Dul fizeram as pazes espero que a Marisa nao atrapalhe


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