Fanfic: Drunk In Love | Tema: Harry Potter; Marauders Age; Sirius Black;
"Walk away."
Ela esquecera as janelas abertas naquela noite. Uma rajada de sol iluminava seus cabelos espalhados pelo travesseiro. Seus olhos estavam fixos em um ponto qualquer do teto de seu quarto há horas, no mínimo três. Não fazia a mínimia ideia do que estava acontecendo, do que estava fazendo consigo mesma, quebrando suas próprias promessas e se entregando a uma armadilha que, desta vez, ela mesmo criara. “Eu não devia estar aqui pra te dar bom dia, Paul.” Ele era encantador dormindo, tão sereno, tão vulnerável. Nora já não sabia a quem estava enganando. Um passo a frente, e estaria completamente perdida de novo, e ela não daria este passo.
Virou-se na cama, colocando uma das pernas em meio as dele, era confortável dessa forma. Ele sim, estava perdido dos pés à cabeça em seus próprios sentimentos e ela sabia disso, perfeitamente. Com muito cuidado pra não acordá-lo, tirou uma mecha de cabelos que lhe caía sobre os olhos, acariciando seu rosto. Paul ainda amava sua ex mulher, e não sabia o que fazer com Nora, não esperava se envolver com ela, não podia imaginar que ela se mostraria exatamente a mulher que ele nunca procurou, a surpresa que nunca esperara ter. E ela sabia disso. Sabia como toda essa história terminaria, e seria com ela sozinha naquela casa, com muitas garrafas vazias e o cinzeiro cheio.
Pegou sua carteira de cigarros, o roupão, e sentou-se na varanda, acendendo um cigarro e se encolhendo no sofá. O vento ainda era frio, mas já estavam em maio, as ruas estavam floridas do início ao fim. Lily e Paul trabalhavam no mesmo setor de aurores no Ministério, e a amiga lhe enviara uma coruja na semana anterior lhe dando algumas informações cruciais a respeito do relacionamento dele com a ex mulher, e que não eram nada interessantes. Apesar de tudo que lhe dizia quando estavam juntos, tudo que viviam juntos, ele não estava pronto pra desistir dela. Não agora.
- Por Merlin, eu não nasci pra isso... – Enterrou o primeiro no cinzeiro, já acendendo o segundo cigarro.
Simplismente odiava cada segundo daquilo. Quantas vezes tivera que ouvi-lo dizer coisas que Sirius nunca a dissera e permanecer calada, fria, não demonstrar um terço do que sentia ao ver seus olhos confirmarem cada palavra. “Você é a mulher mais espetacular e intrigante que eu já conheci, Nora Carter.” Ela nunca lhe respondera nada.
- Não entendo como você consegue dormir tão pouco e ainda continuar sendo essa peça impecável de porcelana, Nora.
Nem sequer olhou para trás, sabia que ele estaria recostado na porta de vidro que separava seu quarto da varanda. Seus olhos estavam marejados, ela já terminava o segundo cigarro e, com muita calma, acendeu o terceiro. Ele não se aproximara.
- Aconteceu alguma coisa, Nora?
Respirou fundo, não queria respondê-lo. Seria muito mais fácil se ele apenas fosse embora e a procurasse depois. Tinha uma péssima mania de resolver grandes problemas em momentos em que não tinha condição de alguma de fazê-lo, assim, sabia que sofreria demais por algum tempo mais que, com certeza, não duraria para sempre. Não queria ter que olha-lo nos olhos para isso.
- Você tem que ir embora, Paul.
- Eu, o que? Pensei que o combinado fosse passar o domingo trancados nessas quatro paredes. O que aconteceu? – Ela estava de olhos fechados quando ele se sentou a frente. Quando finalmente os abriu, não havia rastro algum de lágrimas, apenas um olhar frio e fixo no rosto dele.
- De vez, Paul. Você tem que ir embora. Agora.
Nem sequer piscava. Se demonstrasse por alguns segundos a fraqueza em sua decisão, ele a faria mudar de ideia com apenas um beijo, e não seria capaz de resistir a isso e a tudo que viria depois.
- Juro que não estou te entendendo. O que eu fiz? Invadi demais seu espaço? Levei demais pro lado pessoal? Me responde alguma coisa, Nora!
Se levantou jogando o cigarro pela sacada e ficando de costas para ele. Sabia que não seria fácil assim, apenas dizer e ele acatar. Caso não conseguisse continuar a discussão, estava prontíssima para aparatar para a casa de Olivia e só voltar no dia seguinte. Merlin, por que as coisas tinham que ser tão difíceis? Não é como se ela tivesse passado os últimos três meses lhe fazendo juras de amor, muito pelo contrário.
- Não me peça justificativas, Paul. Eu não quero mais, e isso é simples. A única coisa que eu quero é que você saia da minha casa. Agora. E por favor, não encoste em mim.
(CONTINUA)
Autor(a): Lily
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