Fanfic: **Candidato a Marido** - AyA

Alfonso olhou para o filho, sentado ao lado de Fernanda, e estudou-lhe as reações. Era estranho, mas a presença da mãe, Aaron se mostrava acanhado, de uma timidez que não era própria de sua idade.

Aquela constatação não o surpreendia. A mãe, para Aaron não passava de cartões-postais vindos de todo o mundo, alguns telefonemas ou presentes enviados pelo correio no aniversario o no natal.

Por alguns segundos, ele lembrou da expressão do filho em companhia de Anne. Ela sim parecia a mãe de verdade: doce, terna, paciente. O tempo todo. Em companhia de Anne, Aaron se mostrava a vontade, feliz, protegido, sob olhos amigos. Perto de Fernanda, era uma criança quieta, que media as palavras e os gestos.

Com Caroline era a mesma coisa. Decididamente, ele não gostava de Caroline e não tinha intimidade com Fernanda.

- Fuzz, você está chegando da Guatemala, não é?

- Oh, não. A viagem à Guatemala foi rápida. Três dias apenas. Cheguei da Holanda ontem.

- Sei...

- Desculpe se nem liguei para você, mas é que, entre uma viagem e outra, fiquei pouco tempo aqui. Sabe como é muitas coisas a organizar, o pessoal da revista me pressionando.  – Virou-se para Aaron – Agora, me bem, pode abrir seus presentes. Eu lhe trouxe muitas coisas da Holanda.

Alfonso precisou conter o impulso de sair do quarto. Fernanda, como sempre, procurava compensar a ausência constante com presentes caros e exagerados. Como o perfume que ela usava.

Momentos depois, ele e a ex-mulher chegavam ao estacionamento onde Fuzz deixara o carro. Ela abriu o porta-mala e entrego um dos pacotes a Aaron, que apresou-se em abrir.

- O que veio fazer aqui Fuzz?

Ela parou de retirar os embrulhos do carro e lançou-lhe um olhar intenso.

- Você nunca foi tão direto, Alfonso Herrera. Vim ver meu filho.

- Seu filho?

Ela chegou mais perto e segurou-lhe o braço com mãos frias.

- Relaxe. É uma visita. Só isso. – Apertou-lhe uma das mãos. – Precisamos conversar um pouco.

- Nós?

- Sim, por favor. Eu queria ver meu filho. Deixe-me visitá-lo. Desde que nos separamos...

A mão de Fernanda continuava no braço forte, incomodando mais que as palavras. Ela poderia implorar jurar mudar que ele não acreditaria. Conhecia-a muito bem.

- Você não precisa pedir para ver Aaron, Fuzz. Eu jamais quis separá-lo de você. Quando vai embora?

- Mas e acabei de chegar! – Ela deu uma risada alta. – Você me odeia não é?

- Não. Odiar pessoas não faz bem ao espírito, alem de ser um desperdício de energia. O fato é que não confio em você.