Fanfic: **Candidato a Marido** - AyA

- Quer fazer um minuto de silencio, por favor? Eu gostaria de participar deste drama.

- Drama? Quem está fazendo drama? Então é isso que você pensa de mim? Que faço drama por pouca coisa? Devo despertar pena em você, não é? – Duas lagrimas rolaram dos olhos, e Anne nada podia fazer para evitá-las. – Olhe para mim. O que vê? Uma mulher comum demais e, para completar a mediocridade, mal vestida. Ainda não tenho trinta anos, mas sou independente, sabia? Com muito trabalho consegui comprar em BMW e um apartamento. Nunca fui vaidosa, por isso não tenho roupas elegantes como às de Caroline ou F. M. Herrera. Mas isso sempre foi suficiente para mim, ou eu pensava que era. Desde a época de colégio, não deixava que as pessoas se aproximassem demais, principalmente os rapazes. Nem amigos eu tinha. Conheci muita gente, claro, mas não conquistei grandes e leais amizades. Pessoas entravam e saiam das minhas relações com a velocidade de um relâmpago, mas eu não me importava. Sempre dei prioridade ao meu trabalho, minha vida profissional, à minha carreira. No meu trabalho eu dependia apenas da minha competência, entende?

- Anne...

- É Anahi para você, e deixe-me terminar. Desde a adolescência, julguei que seria feliz se investisse na carreira, e é isso que faço até hoje. Sou a mais nova da família e é por isso que, até hoje, todos continuam me paparicando como se eu fosse um bebê. Eles me vêem assim, como um bebê que precisa de proteção. Tem de ajudar Anne, ela não pode tomar decisões sozinha, é uma criança. Será que não percebem que cresci? Que posso e devo caminhar com minhas próprias pernas? Já provei que posso. E eles continuam achando que sou uma criança que não sabe o que quer...

- A mulher que tive em meus braços a noite passada sabia exatamente o que queria. – lembrou ele com a voz terna.

- Não diga nada. O drama é meu, lembra? – as lagrimas insistiam em descer pelas faces. – Então minha mãe apareceu com você. – sorriu amargamente. – Não sei o que eu trazia dentro do peito antes de conhecê-lo. Um vazio muito grande talvez. E preenchi o vazio... Não. Fiz mais que isso.

Alfonso arregalou os olhos, fixos no rosto molhado de Anne. Segurou-lhe o braço e forçou-a a encará-lo.

- Não vou ficar ouvindo você dizer que é uma mulher medíocre. Não é.

Anne puxou o braço e deu um passo atrás.

- Sei exatamente o que sou. E você não sabe o que estou sentindo. Não sabe sequer o que está sentindo. E, porque não? Porque há mulheres demais na sua vida. Não posso lutar contra isso. A parte mais hilária deste drama é que, apesar de tudo, eu o amo. – Suspirou, como se ao confessar seu amor, ficasse aliviada. – Não é ridículo? Eu o amo. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu me apaixono por alguém.