Fanfic: **Candidato a Marido** - AyA

Alfonso passou uma das mãos nos cabelos negros, como se quisesse clarear as idéias. Girou a cadeira e levantou-se para tirar o paletó. Anne arregalou os olhos.

- Nunca pensei que fosse vê-lo carregando um revolver. – declarou ao ver a arma que ele trazia junto ao corpo, em uma espécie de cinturão.

- Ando sempre armado no horário de trabalho. Mas não se preocupe, não está carregada.

- Tem certeza?

- Estou brincando. – ele declarou sorrindo. – Andamos sempre armados e, claro, com os tambores dos revolveres repletos de balas.

- Alfonso eu... Eu me excedi na noite passada. Agi impulsivamente. Alias, não sei porque isso aconteceu comigo. Sinto muito.

- Você não precisa se desculpar. – ele afirmou, ouvindo o grito que vinha dentro do peito. Tinha vontade de abraçá-la ali mesmo, mas se conteve. – Disse o que sentia, só isso.

- não é bem assim. Eu não devia ter dito tudo aquilo, porque quero lutar por você e não contra você. Mas não posso. Nunca sei como você se sente em relação as pessoas, em relação a mim. Pouco sei a seu respeito e, na noite passada eu...

- Não diga mais nada – ele pediu ao se aproximar. Acariciou-lhe os cabelos. – O que vou fazer com você, minha menina?

- Oh, me perdoe. Eu não deveria ter vindo aqui. – ela tentou se afastar, mas Alfonso a enlaçou pela cintura. – Não tenho o direito de colocá-lo contra a parede deste jeito. Vou deixá-lo em paz.

- Não. Não vá embora. Espere um minuto. – Alfonso deixou-a livre e caminhou até a ampla janela do escritório. Sabia o deveria fazer. Sabia o que precisava dizer. – Meu pai foi militar da Marinha, ocupou alto posto no comando naval e isso fazia com que ele viajasse muito, de um ponto a outro do oceano. Mudamos de cidade tantas vezes que não sei contar com precisão. Lar, para minha mãe e para mim não tinha o mesmo sentido que tem para você ou para qualquer outro. Havia o lado bom, claro, porque conhecemos muitos lugares e pessoas.

- Devia ser interessante. Lugares diferentes. Culturas diferentes. Onde seus pais vivem agora?

- Em Oklahoma. Sou filho único e, conseqüentemente, Aaron é o único neto que eles têm.

- Aaron é uma criança tão terna. Seus pais devem sentir saudade.

Anne sentou-se outra vez. Alfonso quis voltar para perto dela, mas agarrou a janela para não ceder a tentação de agarrá-la.

- Os avôs o adoram. Eu o levo a Oklahoma duas, três vezes por ano. E sempre que meus pais podem, vêm visitá-lo. Mas tudo vai mudar quando ele começar a freqüentar a escola. Meu pai me ensinou a ser honesto, patriota, justo. Ele era assim, e fez de mim um homem integro, incapaz de um único ato que fugisse dos meus princípios. O FBI, de certa forma, me deu oportunidade de lutar pelo que acredito ser o caminho certo: a honestidade.

- Você é um homem honesto.

- Eu costumava ser – Alfonso corrigiu com um riso sem graça.

- O que você quer dizer com isso?