Fanfic: **Candidato a Marido** - AyA

Ignorando o sorriso de divertimento do amigo, recostou-se na cadeira. Admitia que sofresse se perdesse Caroline, a mulher com que noivara e com quem deveria se casar em dois meses.

Era bem diferente de Fernanda, sua ex-esposa. E a lembrança de Fernanda o enchia de pesar. A vida ao lado dela havia sido excitante no início, mas, com o tempo, a moça percebera que não nascera para ser esposa ou mãe. Tarde demais.

O casamento e o nascimento de Aaron foram apenas aventuras para a instável Fuzz, como gostava de ser chamada.

Bem, não guardava mágoas da ex- mulher. Desejava que a mesma estivesse bem, viajando de um país para outro, em busca de lugares exóticos para a revista de turismo em que trabalhava.

Por sorte, Caroline aparecera em sua vida. Era doce, quente, linda e gostava de Aaron. A mulher ideal.

- Sabe de uma coisa, Christian? Pela primeira vez na vida você está correto.

- É muito difícil admitir isso, não é? – Christian gracejou entre risos.

- Posso perder Caroline, mas não ficarei sozinho.

- Pensando na pequena de cabelos loiros e na mãe confusa?

- Isso mesmo, porque não?

- Cuidado, meu amigo. Não leve isso muito a serio.

- Você está com inveja.

- Nem pense nisso. Dizem que as garotas ficam como as mães ao atingirem as idades delas.

- Dona Marichelo é muito simpática.

- Lembre-se de que é um homem comprometido. E se insistir na linda mulher que mal conhece, vou ter que preparar um discurso para o seu funeral. Isso mesmo. Vão matar você.

Alfonso sorriu.

- Bem, enquanto estou vivo, vou lhe contar direito o que Anahi fez quando nos conhecemos: ela pôs a mãe para dentro do apartamento e fechou a porta na minha cara. Depois...

- Pare com isso meu amigo. – Christian franziu a testa, irônico. – Não quer me falar da mulher com quem vai se casar dentro de sessenta dias? Aquela a quem prometeu buscar no aeroporto ainda hoje, e que veio especialmente para passar o dia dos namorados ao seu lado? Falando nisso, já comprou o presente?

- Não o estou reconhecendo Chris. – Alfonso afrojou o nó na gravata (acho homens de terno e grava um escândalo de lindo). – Não era você que me censurava por querer me casar outra vez? Que diz que a vida de solteiro é bem melhor porque podemos ficar livres para namorar todas s garotas do planeta?

- Olhe aí, fez de novo.

- Fez o que?

- Afrouxou o nó da gravata e o colarinho da camisa.

- E em que isso lhe interessa? Estão me sufocando, ora.

- Sou muito observador. Todas as vezes em que falamos de sua noiva ou de seu casamento, você se sente sufocado e desabotoa o colarinho.

- Exagerado.

- Caroline. Casamento. Aliança. – Christian gritou. Alfonso, instintivamente, levou uma das mãos ao nó da grava italiana. – Viu como eu tenho razão? Pense nisso, agente.

- Você quer me confundir isso sim.

- Tudo bem. Sou seu melhor amigo e estou do seu lado para o que der e vier. Qualquer que seja sua opção vou ao casamento com prazer.

- Já que você tem tanta certeza, saiba que Anahi é como Fuzz no que diz respeito a carreira. O que espero de minha futura esposa é uma dedicação maior ao lar, meu filho e a mim, claro.

- Anahi é paranóica como Fernanda?

- Eu não usaria uma palavra tão forte, mas pelo pouco que conversei com a mãe e ela, é obcecada pelo trabalho.

- E quanto a Caroline?

- Caroline não. Ela dedicaria toda a sua vida ao meu filho. É disso que Aaron precisa.

- E você, precisa? É isso que deseja?

Alfonso encarou o companheiro e, com um suspiro, baixou os olhos.

- Sim, para mim isso é importante. Mas, vamos ao trabalho parceiro. Arranje algo para fazer em vez de ficar falando da minha vida.

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