Fanfic: **Candidato a Marido** - AyA

Brigada amores!

- Estou admirada por você achar engraçado, Maite. Fiquei tão embaraçada que poderia ter morrido de vergonha. – Annie exclamou ao telefone. – Você está a salvo, casado, do outro lado do continente e se esquece de como a mamãe pode ser imprevisível nessas questões de casamento... – Pôs o aparelho entre o ombro e o queixo e desabotoou a jaqueta.

- Interrompi algo? – Maite indagou do outro lado da linha.

- Não maninha. É que o telefone tocou quando entrei no apartamento. Espere um pouco. – Annie acabou de tirar a jaqueta, o sutiã e a calça. Que alivio. Usando apenas calcinha de renda e camiseta, retornou ao aparelho. – Estou de volta. Sim, vou buscá-la no aeroporto amanha...

- Não vá se esquecer viu? Você anda sempre muito ocupada e só tem olhos para a carreira. Não vá me deixar no aeroporto o resto da vida.

- Fique tranqüila e não seja tão exagerada. Lembre-se que sou uma mulher adulta, que carrega a responsabilidade de administrar o departamento de empréstimos do maior banco da Flórida. É claro que sou capaz de buscá-la no aeroporto.

- Por isso mesmo. E, por falar nisso, quando sai a sua promoção?

- Breve, muito em breve. Logo serei vice-presidenta, você vai ver.

- Pense mais na sua vida, esqueça um pouco o banco e sua carreira.

- Sabe que você fala como a mamãe? Será que um dia vai ficar assim?

- Não vejo a hora de chegar na Flórida. Sinto muito a falta de vocês, e parece um sonho que estaremos todos juntos amanha. - Maite deu uma sonora risada. - Ou um pesadelo, já que mamãe convidou toda a família.

- Vovó faz oitenta anos e mamãe é muito animada para deixar passar essa data sem comemorar a altura.

Maite se despediu, e Annie esticou as pernas sobre a cama. Será que família tinha razão? Seria errado valorizar a carreira a ponto de abrir mão de alguns prazeres da vida, inclusive marido e filhos?

Em silencio, fez uma retrospectiva de sua vida. Apesar da solidão que às vezes sentia, considerava-se uma mulher feliz. E merecia a promoção, que certamente o banco lhe daria em pouco tempo.

Admitia que a natureza lhe fora generosa. Era uma mulher bonita e inteligente. Gerenciava a carteira de empréstimos do maior e mais importante banco da Flórida, o Southern Bank. Pela primeira vez na historia da instituição, uma mulher era a principal candidata ao segundo maior cargo administrativo e ela se orgulhava daquilo.

As demais funcionárias indagavam-lhe como conseguira subir tanto em tão pouco tempo. Annie simplesmente sorria. Não sabia o motivo. Talvez fosse muito dedicada, ou inteligente, ou tivesse vocação para executiva, ou fosse um pouco de cada coisa.

Sentiu um ligeiro desconforto no ventre. O fato de ser uma mulher liberada e independente não a deixava livre do ciclo menstrual, que chegava ao fim. Massageou a área dolorida com movimentos circulares e contínuos.

E se engravidasse? Se constituísse família? Muitas mulheres eram altas funcionarias de grandes empresas e tinham marido e filhos. Ela poderia fazer o mesmo, desde que encontrasse o homem certo.

Lembrou-se do belo estranho que a mãe lhe trouxera à porta. Não era propriamente um estranho, pois sabia o nome dele: Alfonso.

Mas a idéia de chegar a casa e encontrar marido e filhos tinha um inconveniente que não poderia esquecer: precisaria cuidar deles. Cozinhar, administrar a limpeza do apartamento, ir ao supermercado e a feira... Não. Decididamente, não seria capaz. Em especial sentindo cólicas e dores nas pernas.

Além daquilo tudo, mal conhecia o candidato a marido. Sabia apenas o primeiro nome dele, nada mais, como poderia estar pensando num homem que Marichelo Portillo, numa de suas crises, levara à sua porta junto de um garoto de três anos de idade?

Lutando contra a imagem de Alfonso, continuou esticada na cama, desejando que o desconforto passasse logo. De repente, ouviu que alguém a chamava na porta da frente. Porque não usavam a campanhia, afinal?

- Anahi, sou eu!

Gatinhas, a noite posto mais, depois das 21:00, ok?

Bjs e comentem!!!