Fanfic: **Candidato a Marido** - AyA

 - Anahi, sou eu!

- Eu quem? – Ela sentou-se rapidamente, buscando o robe como olhar. – Já vou.

Pulou da cama, vestiu a peça de tecido felpudo e amarrou o cinto com nó seguro, enumerano mentalmente os homens que a poderiam procurar numa sexta-feira, ao anoitecer.

Curiosa, aproximou-se da porta e espiou pelo olho mágico.

- Quem é? – indagou sem poder acreditar no que via.

- Ainda bem que voce está ai. Sou eu, Alfonso Herrera. Abra a porta.

Alfonso Herrera, pensou. Entao aquele era o sobrenome dele, Herrera.

- Espere um pouco Alfonso. Nao estou vestida, eu...

- Anahi, por favor abra a porta – ele pediu, apavorado. – Aaron saiu de casa e nao consigo encontrá-lo em parte alguma.

Sem mais uma palavra, Annie abriu a porta.

- O que aconteceu?

- Acho que ele saiu quando eu estav no banho – Alfonso tinha o cabelo molhado e os labios tremulos. – Ele nao veio aqui?

- Não, eu nao o vi. Entre voce vai congelar.

Alfonso usava apenas calça jeans e camiseta. Os cabelos em desalinho mostrava que ele havia saido do banho direto para a rua.

- Preciso encontrar Aaron, nao posso entrar. Nao entendo porque ele fez isso comigo.

- Entre um minuto apenas. E, espere eu trocar de roupa. Vou ajudá-lo a procurar Aaron. Conte-me o que houve.

- Está bem. – Ele concordou e, Annie teve a certeza que somente naquele instante ele teve ideia de onde estava. – Mas, nao demore.

- Dez minutos, ou menos. – Ela disse enquanto fechava a porta. – Conte-me tudo enquanto eu troco de roupa.

Annie nao pode esperar pela resposta. Apressou-se até o quarto e abriu o robe ainda no corredor.

- Acabei de chegar do trabalho e trocava de roupa no banheiro. – Alfonso esclareceu em voz alta no corredor. – Deixei Aaron sentado à mesa para um lanche antes de irmos ao aeroporto. Avisei que sairíamos dentro de meia hora.

- Estou ouvindo – Annie avisou ao perceber que ele se calara – Continue.

- Ele havia me dito que gostaria de ver a vovó novamente.

- Vovó? – Annie não pode acreditar.

- Sim, pediu que eu o levasse ao apartamento da filha de dona Marichelo.

- Minha mãe! – ela exclamou em pânico. – Então a culpa é minha.

Vestiu-se apressadamente, calçou meias grossas e um par de tênis de couro.

- É claro que não – Alfonso protestou com ênfase. – Durante toda a semana, ele me pediu para trazê-lo aqui, e eu não o fiz.

“E porque você não o trouxe, Alfonso? Teria sido muito bom recebê-los outra vez”. Julia pensou numa fração de segundos.

- Vamos estou pronta.

- Deixei meu filho vendo desenho animado pela televisão enquanto tomava banho. Tive a impressão de ter ouvido o barulho de porta se abrindo, mas não dei importância. Quando saí do chuveiro, antes mesmo de me enxugar, fui a sala e entrei em pânico. Não me conformo de não ter colocado uma corrente de segurança na porta da frente.

- Fique calmo nós vamos encontrá-lo.

Annie parou na frente dele, no corredor, observando, pela primeira vez, que seus olhos eram negros e grandes.

- Tomara que você esteja certa.

-  Estou, você vai ver. – Ela não entendia o motivo, mas a presença daquele homem lhe causava uma sensação estranha, que nunca havia sentido. – Só não podemos perder tempo.

Apanhou a bolsa e caminhou na direção da porta. Olhou para trás, para confirmar se ele a seguia. Alfonso parecia abalado.

Na frente do prédio, os dois pararam e olharam em todas as direções, incertos do caminho a seguir. O trânsito era pesado àquela hora, quando as pessoas retornavam do trabalho. As avenidas representavam sério perigo a uma criança sozinha.

Nenhum dos dois teve coragem de expor os pensamentos e temores. Raramente uma criança sairia viva dali. Annie segurou-lhe o braço, chamando-lhe atenção. Alfonso retesou os músculos e a fitou com expressão de angustia.

continua...