Fanfics Brasil - Capitulo - 2 Por um encontro de amor - AyA - Adaptada - Finalizada

Fanfic: Por um encontro de amor - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: Capitulo - 2

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E assim, com a cabeça levantada, entrou no restaurante. A única mulher ali dentro era uma garçonete de meia-idade com cabelos ruivos tingidos, corpo matronal e olhar simpático. Todos os outros eram homens, que viraram a cabeça quando ela entrou. Alguns até assobiaram.
Mas Anahi não se incomodou. É que sua atenção estava voltada para o cheiro que predominava no local...
Era uma mistura do aroma de café forte — acredita-se que os restaurantes de caminhoneiros servem o melhor café do mundo —, tabaco, comida caseira e um inegável e embriagante odor de masculinidade. Um odor sensual e provocante de almíscar, brim, suor e gasolina...
Anahi sentiu-se subitamente excitada. Era uma pena que Howard Bartley não tivesse aquele cheiro. A bem-comportada água de colônia que ele usava conseguia deixá-la completamente fria.
— O que deseja, moça?
A voz da garçonete trouxe-a de volta à realidade.
— Só café, por favor. Será que posso usar o telefone?
— É claro que pode, meu bem.. Enquanto você liga, vou coar o seu café.
Anahi atravessou o restaurante em direção ao telefone no fim do balcão. E todos os presentes seguiram seus passos com os olhos.
— Ai, que beleza! — soou a voz de um deles.
Seguiu-se um coro de risadas. Sentindo-se um objeto raro exposto à visitação pública, ela tirou o fone do gancho e começou a discar.
Subitamente, o restaurante ficou em silêncio. Era óbvio que todos ali queriam ouvir a conversa.
Com o canto dos olhos, Anahi começou a observar aqueles homens. E um deles lhe chamou a atenção.
Ele estava sentado num banquinho perto do balcão, mas mesmo assim dava para ver que era muito alto. Não olhava diretamente para ela, mas sua cabeça estava ligeiramente virada em sua direção. Tinha os cabelos pretos como seu Fiat e cílios muito longos, talvez longos demais para um homem. Mas esse era o único traço delicado que possuía. O formato da cabeça era parecido com as estátuas dos Césares, no Museu Metropolitano, e mostrava a elegância de uma escultura de Donatello. Estava bronzeado e havia algo nele que dava idéia de comando, de superioridade. De uma maneira ou de outra, aquele homem se destacava dos outros.
Estranho. Anahi ficou pasma ao sentir a umidade entre suas pernas. De súbito, o restaurante ficou tão quente, tão abafado...
— Boa tarde. Garagem Puente — disse a voz do outro lado da linha.
Anahi procurou controlar-se e, quando falou, sua voz soou firme e decidida:
— Aqui é a srta. Puente, Sam. Meu carro está parado e quero que mande um dos mecânicos para dar uma olhada nele. — Fez uma pausa para ouvir o que o empregado tinha a dizer e continuou: — O quê? Todos estão ocupados? Ora, mande um deles parar, porque não posso ficar aqui a noite inteira! Estou no restaurante B. C, que fica entre...
Anahi olhou pela janela, tentando enxergar a placa na rua. Sentiu-se uma boba por não ter checado isso antes.
— Décima Primeira Avenida e Washington Street — soou a voz de alguém, perto dela.
Anahi virou-se naquela direção e viu que fora o gigante moreno que lhe dera a informação. No breve momento em que seus olhos se encontraram, ela sentiu um frio na espinha e seu coração começou a bater mais depressa. E uma palavra apareceu em sua mente, uma palavra que não usava há anos: "uau!"
Então, recompondo-se, agradeceu ao moreno com a cabeça e repetiu a localização para seu empregado. Depois de tudo resolvido, desligou o telefone e foi apanhar o café que a garçonete lhe deixara sobre o balcão.
— Com licença, minha pequena.
Ela levantou a cabeça e percebeu que o gigante estava ali, a seu lado.
"Se alguém me chamar de minha pequena de novo", pensou, "vou ter um colapso!"
— Será que posso ajudá-la?
"Ele deve ter apostado com os amigos que iria ter coragem de me abordar", disse a consciência de Anahi. "E eu não estou disposta a ser alvo de apostas!"
Então, de maneira fria e controlada, ela disse apenas:
— Não, obrigada. Fique sabendo que posso consertar um carburador com um grampo de cabelo.
Os outros homens estavam ouvindo com interesse e um deles deu uma risada.
— Um a zero pra ela, Alfonso.
O gigante moreno chamado Alfonso não ficou aborrecido e encarou a recusa com bom humor.
— Tudo bem — disse a Anahi. — Mas, como estava ligando para uma oficina, pensei que pudesse ajudá-la.
"Um a zero pra você, isso sim", pensou ela.
— Obrigada, mas realmente não preciso de sua ajuda. E, ignorando os olhares e os risinhos dos outros, foi sentar-se com sua xícara de café numa das mesinhas.
Meia hora depois, Anahi ainda estava sentada. Nem sinal do mecânico. Já havia tomado outras duas xícaras de café e agora distraía-se em ouvir os fragmentos da conversa dos motoristas de caminhão.
"Hora extra... reajustes... aumento de salário... diminuição das horas de trabalho..."
Conversa de sindicato, ela reconheceu imediatamente. E isso fez com que se lembrasse de algo que a deixava apavorada: as reuniões que teria em breve com seus membros.
Não que ela tivesse nada contra eles. Pelo contrário. Antes da fundação do Sindicato dos Caminhoneiros, seu avô e o pai dele haviam passado por grandes sofrimentos. Búfalo Bill tinha que dirigir horas e horas seguidas, até quase cair de sono sobre o volante. Isso sem contar as terríveis dores nas costas e o dano que o constante sacolejar do caminhão causava a seus rins.
Agora, era ela quem comandava a empresa. Lembrou-se dos últimos conselhos que seu pai Mike lhe dera, no leito de morte. "Cuide bem dos nossos homens. Respeite os direitos deles..."
Só que aquela não era a hora de reminiscências. Era hora de tomar uma atitude, se não quisesse passar a noite ali. 0 Fiat tinha que ser consertado de qualquer jeito.
Anahi olhou para o relógio. Quinze para as sete. "Adeus, Howard", pensou. "Não vamos nos ver hoje..."
Eles haviam marcado um encontro na porta de um teatro e agora era muito tarde para lhe telefonar desmarcando o compromisso. Ele já devia ter saído de casa há pelo menos uns quinze minutos.
A verdade é que Anahi sentia-se aliviada por ter perdido o programa. Howard Bartley era mesmo um homem monótono... Mas, agora, ele parecia ainda mais monótono do que antes. "Antes de quê?", perguntou-se a si mesma. Antes de ter conhecido o gigante moreno perto do balcão? Não, aquilo era muito absurdo. Mesmo assim, ela foi telefonar para a oficina de novo, sentindo-se leve como uma estudante que ganha férias inesperadas.
Agora, a linha estava ocupada. E continuou ocupada por ainda cinco minutos. Então desligou, desanimada.
— Senhorita...
Ela olhou para o lado. Era o César moreno de novo.
— Olhe — disse ele, com a voz séria. — Sinto muito se estou sendo insistente, mas por que não me deixa dar uma olhada no seu carro?
Ele pareceu tão bem-intencionado que não houve como recusar.
— Tudo bem. Vamos lá.
E ela resolveu acrescentar:
— Muito obrigada.
Então ele sorriu, e seu belo sorriso revelou dentes perfeitos e brancos como a neve.
— Vamos lá, senhorita.
Anahi colocou algumas moedas sobre o balcão e ambos deixaram juntos o restaurante, debaixo dos animados comentários dos outros homens.
— Deve ser um probleminha à-toa — disse ela, enquanto o gigante levantava o capo. — Mas o diabo é que eu não consigo alcançar o local do problema...
Ele sorriu.
— Deixe comigo. Seu carro vai ficar bom em dois minutos.
Começou a mexer em uns fios e, no que pareceu uma fração de segundo, fechou o capô com ar triunfante.
— Era um probleminha à-toa mesmo. Agora, o Fiat está perfeito. Não quer dar a partida para ver?
Anahi fez que sim com a cabeça, um tanto pensativa. Como é que aquele homem entendia tanto de carros esporte? Ela havia imaginado que seu forte fossem os caminhões. Mas no que estava mesmo pensando era no quanto ficara excitada ao se debruçar no capô, pertinho dele. O perfume natural que emanava de seus poros, os músculos dos braços e seu charme cativante estavam deixando Anahi meio maluca.
Ela entrou no carro e deu a partida. O ruído estranho do motor desaparecera. Tudo estava perfeito.
— Ótimo! — gritou, pondo a cabeça para fora. — Não podia estar melhor!
Então ela desceu do carro e fez o que lhe pareceu mais certo. Abriu a bolsa e começou a remexer lá dentro em busca de uma nota para recompensar o trabalho do gigante moreno. Mas ele tocou de leve no braço dela, impedindo-a.
— Por favor, moça... Deve estar brincando, não é?
— Mas...
Anahi não conseguiu terminar. Seu coração estava acelerado por causa do toque em seu braço e aquela situação toda era muito constrangedora.
— Não tem nada de "mas", moça.
Ele olhou para ela e, novamente, Anahi sentiu-se trêmula ao enfrentar aqueles olhos penetrantes, autoritários e suaves ao mesmo tempo, mais verdes e profundos.
— Sinceramente, eu não saberia estabelecer um preço por trinta segundos de trabalho. É muita matemática para mim...
Ela duvidava. O gigante à sua frente parecia ser tão afiado quanto uma navalha nova. Seus olhos verdes mostravam inteligência. Como é que aquele homem conseguia ser um simples caminhoneiro? Ela abandonou imediatamente aquele pensamento. Mike Puente também fora um "simples" caminhoneiro. E olhe o que a Companhia Puente era hoje.



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 19



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  • franmarmentini Postado em 18/05/2014 - 20:58:02

    essa história foi muito linda!!! amei ;)

  • franmarmentini Postado em 18/05/2014 - 20:03:53

    to super emocionada :( anda any vai atraz do poncho!!!!!!

  • franmarmentini Postado em 09/05/2014 - 06:49:23

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

  • steph_maria Postado em 07/05/2014 - 22:19:33

    Owwwww o Alfonso é tão romântico é quase um homem perfeito, adorando a web é tão linda, espero que Alfonso não mude pela pressão do sindicato =/

  • franmarmentini Postado em 05/05/2014 - 19:39:26

    mas pq any ta tão irredutível assim meu deus...ele não fez nada pra ela poxa!!!

  • steph_maria Postado em 02/05/2014 - 22:56:18

    Anahi se afastando dele poxa e eu pensei que ele que ia acabar magoando ela =/ quero mais posts!!

  • franmarmentini Postado em 29/04/2014 - 07:03:11

    ;( poxa não quero eles separados.

  • franmarmentini Postado em 24/04/2014 - 21:31:15

    continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • belle_doll Postado em 24/04/2014 - 20:29:24

    UP............. UP............. UP............. UP............. UP............. UP............. UP............. UP............. UP............. UP.............

  • franmarmentini Postado em 23/04/2014 - 16:20:29

    to amando a fic*


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