Fanfics Brasil - Capitulo 73 Por Lara - 2 meses e 4 dias depois... Despedida de Solteira - AyA

Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot


Capítulo: Capitulo 73 Por Lara - 2 meses e 4 dias depois...

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Ele estava bem na minha frente e eu não podia acreditar. Não dava. O fato de estar tão


diferente da última vez que o vi me deixava tão perturbada que foi inevitável dar uma de imbecil:


fiquei parada o encarando enquanto sentia meu rosto ferver de vergonha. Eu devia ter me vestido


melhor. E me maquiado melhor. E emagrecido. Mas não... Lá estava eu, usando calça jeans escuras,


que me incomodavam na cintura porque minha barriga tinha ganhado vida própria depois que comi


uns sete canapés, e uma blusa que me deixava parecendo um balão de gás.


Gorda, gorda, gorda. Ridícula até dizer basta. Vai pra academia, Lara! Ou morre logo de uma


vez, é o melhor que você faz. Aliás, tudo era melhor do que encarar aqueles lindos olhos verdes,


sabendo que jamais – nunquinha mesmo – seria dona deles. Eles tinham muitas, muitas donas. Cada


uma pagava uma quantia grotesca por aqueles olhos, acho que meu salário podia tê-los por umas duas


ou três horas.


Deprimente. Senti toda aquela depressão invadir o meu corpo quando Alfonso sugeriu que eu lhe


mostrasse as fotografias da inauguração. Dava pra ser menos sutil, por favor? A vergonha que senti


só não foi maior do que minha vontade de matar o Alfonso bem devagarzinho, observando seu sangue


escorrer como pingos de chuva em janela de vidro.


Quando me vi sozinha, sem nem um apoio moral – todas as garotas sumiram no meio da


multidão -, achei que minha vida poderia ter um basta ali mesmo. Seria um ótimo momento, o ideal.


Mas, como nada para mim nunca dá certo, fiquei apenas encarando o Fernando como se ele fosse o


Matt Bomer ou sei lá, o Henry Cavill. Qualquer cara muito gostoso, tesudo e que incitasse nas


mulheres uma vontade de dar até a morte.


Ele sorriu. E foi como se o sol sorrisse para mim, visto que o Fernando era, basicamente,


dourado. Sua pele muito bronzeada estava do mesmo jeito de que me lembrava, combinando com os


cabelos castanho-claros – tristemente maiores e melhores do que o meu, mas já me vinguei quando os


puxei com vontade na despedida da Anahí – e os olhos verde-mel. Naquele instante, estavam


verdes. Bem verdinhos.


Podia ver o comecinho da tatuagem que tinha nas costas – e que eu conhecia muito bem –


aparecer em seu pescoço grosso, másculo. Fernando estava vestido socialmente; uma camisa azulclara


dobrada na altura do seu cotovelo – eita, dava para ver mais resquícios de tattoo ali –, calça


social e sapatos sociais pretos. Dei mesmo uma olhada geral no sujeito, e daí? Me prendam por isso.


– É bom te ver, Lara... – ele murmurou, parecendo meio constrangido. Ainda bem que era só


meio, porque já bastava eu estar totalmente.


– É... B-bom te v-ver ta... também – gaguejei idiotamente. Feia, gorda e tapada. Combinação


perfeita para espantar qualquer homem com um pinguinho de amor-próprio. Por isso que não havia


ligado para ele. Ficar gaguejando ao telefone? Fala sério, eu ainda não tinha perdido totalmente a


noção do ridículo.


O que a minha gloriosa pessoa ainda estava fazendo ali? Devia ter saído correndo, mas minhas


pernas nem se moveram quando tentei. Uma lembrança fez meu corpo esquentar ainda mais: as


palavras do Alfonso no dia da nossa tomada de fotografias. Ele havia me dito que o Fernando tinha


gostado de mim. Uma coisa inimaginável, rara e até sem sentido, visto que minhas amigas eram pelo


menos uns quinze quilos mais magras do que eu. Eu disse pelo menos. Isso me deixa em óbvia


desvantagem, pois o mundo atual é delas. Não me resta nada além de me conformar e me matricular


em uma academia nova a cada mês, tentar gostar de puxar peso e aguentar a monotonia que é ficar


correndo sem sair do lugar em cima de uma esteira.


Mas isso até dá pra fazer. O que não dá é fingir que doces não existem. Como a coisa mais


deliciosa do mundo pode ser ignorada? Só que eu trocava facinho uma barra de chocolate por mais


uma noite com o Fernando. Ele é mais gostoso do que qualquer doce que possa existir. Sei disso


porque provei de todas as formas que me foi permitida. Ainda podia sentir suas mãos me segurando


com firmeza.


– Lara? Você está bem?


Quando menos percebi, ele estava me sacudindo pelos ombros. Tomei um susto tão grande que


precisei dar alguns passos para trás, protegendo-me de seu toque. Feia, gorda, tapada e avoada.


– Ahn?


– Você ficou... Esquisita. – Fez uma careta engraçada.


Feia, gorda, tapada, avoada e esquisita. Ótimo.


– Er... Vou... mo-mostrar o... o... as fotografias. – Virei as costas e apontei para o primeiro


quadro que vi pendurado na parede. Uma paisagem maravilhosa foi fotografada pelo Alfonso de uma


expectativa interessantíssima. Mas é claro que eu não estava prestando atenção em nada, só queria


acabar com aquele sacrifício.


– Muito bonita. Não é que o filho da mãe é bom nisso? – Fernando murmurou baixinho, e então


percebi que estava logo atrás de mim. Ele era horrendamente maior do que eu, devia ter um e oitenta


e tantos de altura, contrastando com meus um e sessenta e dois. Isso não era de todo ruim. Meu


tamanho horizontal era todo encoberto pelo seu vertical, fazendo com que não ficássemos destoantes.


Ou não, sei lá.


– É.


Alguém me mate.


– Lara...


– Hum?


Senti suas mãos tocarem meus ombros. Elas estavam quentes até demais, por isso foi inevitável


deixar a minha pele arrepiar até me prender em um estado catatônico de paralisia.


As mesmas mãos foram escorrendo pelos meus braços de um jeito sensual. Continuei


observando a foto do Alfonso na minha frente, incapaz de me mover.


– Você está mesmo bem? – perguntou de um jeito sussurrante. Olhei para os lados, procurando


por uma corda ou qualquer outro objeto que me ajudasse a fugir. Só encontrei pessoas andando para


lá e para cá, falando sobre fotografias e rindo entre si.


– Estou – respondi baixinho.


Fernando se pôs na frente da paisagem. Tanto faz, aquela também era boa. Alfonso podia


fotografá-lo, certeza de sucesso absoluto. Senti-me uma idiota, uma estúpida. E essa sensação me fez


ter raiva. Queria chorar, mas sabia que me sentiria pior se o fizesse, principalmente na frente dele.


– Tem certeza? – Ele se inclinou para frente a fim de me encarar de perto. Seu rosto


maravilhoso de menino travesso me fez prender a respiração. Fernando tinha uma pele espetacular,


lisinha feito bunda de bebê. Na verdade, ele era mesmo um bebê. Só tinha vinte e quatro anos.


E eu, quase vinte e oito.


Feia, gorda, tapada, avoada, esquisita e velha.


Dei alguns passos para trás, começando a achar que eu podia fazer dança de salão. Tango, sei


lá. Passos para frente, passos para trás, pro lado, pro outro. Enfim, todo lugar estava seguro desde


que ficasse longe das mãos dele.


– Aquela também é legal – apontei para cima, no canto esquerdo. Mais uma paisagem


encantadora foi apreciada pelo Alfonso. Andei até ela, tendo a consciência de que Fernando havia me


seguido. Sem querer perder tempo, comecei a andar vagarosamente pelo salão, desvencilhando-me


das pessoas e apontando para os quadros e banners expostos.


As mesmas mãos quentes me obrigaram a parar depois que tinha percorrido grande parte do


local.


– Espera. Quero ver aquelas ali. – Encarei o Fernando e depois mirei na direção em que


apontava. Havia uma espécie de painel gigantesco expondo a seleção de algumas das fotos que as


meninas e eu tiramos.


Sem esperar respostas, Fernando me puxou até lá. Obviamente, encontrou minhas fotos


individuais e passou longos minutos as encarando como se eu não estivesse ali. Poxa, ele podia


encarar a original, para quê estava encarando a porcaria de uma foto? Ah, mas eu não queria ser


encarada. Tinha me esquecido desse detalhe. Pensando bem, melhor que olhasse as fotos. Pelo menos


eu estava bem vestida e maquiada nelas.


– Gostei dessa daqui. – Fernando apontou para uma fotografia em que eu estava de perfil.


Alfonso tinha batido de supetão enquanto conversávamos. – Parece pensativa.


– Pois é. Também gostei, ficou espontânea – completei, mas a verdade é que eu tinha gostado


porque não dava para ver o meu corpo, apenas o rosto. E ele não tinha ficado tão redondo quanto era.


– Estou curioso, no quê estava pensando?


– Em você – soltei. Claro que me arrependi.


Fernando deixou seus olhos lindos quase saírem das órbitas, virando-se para me encarar. Ele


ficou tão espantado que minha única reação foi permitir que meu rosto pegasse fogo de tanta


vergonha.


Feia, gorda, tapada, avoada, esquisita, velha e estúpida.


– Digo... Alfonso estava falando sobre você – falei cara-de-paumente.


– Sobre mim?


Aquiesci, sacudindo a cabeça.


– O que ele estava falando?


Pensei um pouco na resposta, mas obviamente de nada adiantou.


– Que você tinha gostado de mim... naquele fim de semana.


Alguém precisava me tirar dali. Seria um ótimo momento para um sequestro relâmpago, mas


eu não tinha dinheiro para o resgate, portanto nenhum bandido barra-pesada estaria disposto a fazêlo.


Fernando continuou me olhando. Ficou sério demais. Nunca o tinha visto tão sério, na


verdade. Um segundo se passou e, contra toda a lógica possível, ele se aproximou até seu corpo


saradão – o mais malhado que eu já tinha desfrutado na vida – me encobrir totalmente. Tive que virar


minha cabeça quase toda para cima a fim de continuar observando seus olhos.


– É verdade? – sussurrei a pergunta.


Ele apenas balançou a cabeça, confirmando. Aproximou-se até nossos corpos ficarem quase


colados. Apoiou as mãos na minha pseudo-cintura. Depois de eternos segundos de silêncio mortal,


tornou a balançar a cabeça, só que, desta vez, negando. Largou-me depressa. Fez uma careta


intraduzível e soltou a frase que eu estava mais do que acostumada a ouvir:


– Desculpe, Lara... Eu não sou bom o bastante para você.


E voltamos ao tango... Passos para trás. Muitos passos para trás. A decepção já não me


surpreendia, mas me sentia muito mais do que decepcionada. Sentia-me humilhada. De um jeito cruel


que foi capaz de tirar o meu fôlego.


Fernando não desviou os olhos nem se mexeu, mas suas expressões pesarosas não


combinavam com seu rosto. Realmente não conseguia entender como, depois de levar tantos foras,


podia ter feito papel de otária mais uma vez.


Uma lágrima escorreu, foi inevitável.


– Não é nada contigo, Lara – ele disse baixinho, mas aquilo era só mais uma frase feita que


me deixava exausta. – Só não quero te machucar.


– Já machucou.


Ele deu de ombros, apertando os lábios.


– Melhor agora do que depois – disse. – É o mais justo.


– Não precisa arranjar mil justificativas bonitinhas só para tentar me fazer entender que não


valho a pena para você – proferi baixinho, colocando toda a minha raiva na voz embargada.


– Não é nada disso. Apenas sei qual é o meu lugar. – Senti tristeza em sua voz, mas não me


deixei enganar.


– Também sei o meu – respondi, sentindo mais lágrimas escorrendo. Minha cara de pavor


devia estar totalmente deformada. – Bem longe de você.


Virei as costas e caminhei com pressa até o sanitário. Não fui seguida.


Feia, gorda, tapada, avoada, esquisita, velha, estúpida e... Ah, vai pro inferno.




Volto já



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Autor(a): Nana

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– Mãe... – murmurei tão baixo que, pela distância que nos separava, com certeza não me escutou. Se é que o que via era mesmo real. Ainda pensava que estava vendo coisas quando, de repente, percebi alguém passando um braço ao redor dos ombros dela. Era o meu pai. Eu acho. Ele estava diferente. Aliás, ambos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26

    Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3

  • jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57

    Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.

  • anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59

    Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo &quot;1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica&quot;, mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35

    to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16

    O.o

  • debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46

    Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16

    :)

  • debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49

    Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais

  • franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk


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