Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot
Reli a carta da Anahí pelo menos umas mil vezes. Chorei a cada palavra descrita, por
motivos diferentes: amor, ódio, raiva, esperança, medo, carinho... O alívio que senti foi imenso, mas
era difícil espantar as recordações daquele adeus. Mesmo tomando consciência de que aquilo tudo
havia sido necessário, foi traumatizante. Ainda estava assombrado, assustado como um garotinho
amuado no canto, tremendo de pavor.
Eu não queria, podia ou conseguia perdê-la nem de mentira. A ideia era insuportável, mesmo
eu tendo a certeza de que só havia lhe trazido problemas atrás de problemas. Anahí não merecia
aquela confusão, a culpa era apenas minha. Sentia-me ainda mais culpado pelo fato de ter ignorado
os meus instintos que haviam me dito que Fernanda aprontaria alguma coisa séria contra nós. Devia
imaginar que ela não descansaria depois de sua aparição na inauguração.
A falta que Anahí me fazia tirou o meu sono. Não preguei o olho nem por um segundo,
permaneci imerso em pensamentos malucos que tentavam solucionar nosso mais novo problema. Uma
situação horrível, embaraçosa e dolorida. Fernanda Pires precisava pagar cada centavo do que
estava fazendo conosco.
Perguntei-me se Anahí estava sofrendo tanto quanto eu. Provavelmente sim. Ela me ama. Não
tenho dúvidas disso, só alguém que ama muito passaria por tudo aquilo por uma pessoa e ainda
manteria a ideia de se casar com ela.
Sorri.
Prometi a mim mesmo que seria dela para sempre quando aquilo acabasse. Queria pertencê-la,
juntar nossas vidas, almas e nomes. Seríamos apenas um. Teríamos filhos... Eu queria uma menina.
Uma menina linda com olhos azuis iguais aos dela. Seria meu xodozinho, meu docinho, meu
tesourinho precioso. Eu seria o cara mais feliz do mundo, o pai mais carinhoso e atencioso do
Universo. Daria a ela tudo o que não tive.
Continuei bebendo o whisky, mesmo que numa velocidade amena. O calor que fazia estava
insuportável, por isso retirei todas as minhas roupas e deitei usando apenas cueca no sofá. Deixei a
porta da varanda aberta, e uma brisa fresca tomou conta da sala, porém o calor continuou intenso. Eu
sabia que aquilo tudo era o ódio que queimava dentro de mim como a chama de uma fogueira.
Fernanda Pires havia se comportado de modo incontrolado. Seu desespero ao ameaçar a
Anahí não negava, ela se encontrava instável e até mesmo vulnerável. Alguém como ela se expor
daquele jeito era muito perigoso. Do mesmo modo em que ela nos deixou a sua mercê, uma parcela
sua ficou exposta. E era exatamente esta parcela que nos faria virar o jogo.
Eu não podia enfiar processos na cara dela sem provas. A mulher é importante demais para ser
processada sem fundamento, tudo acabaria sobrando para nós. Precisava de algo concreto, alguma
coisa que a desmascarasse. Eu podia procurar a polícia, mas, por se tratar de alguém importante, o
tiro poderia sair pela culatra. Quem estava, de fato, trabalhando para ela? Claro que precisava de
uma equipe para nos espionar, ela não estava sozinha naquilo. Se essa equipe fosse composta por
policiais corruptos, então eu estaria cavando minha própria cova.
Cheguei a procurar algumas escutas no apartamento, mas não achei nada. Eu precisava fazer
uma varredura completa, mas o desânimo me atingiu e acabei deixando para lá. Ninguém havia
entrado ali sem a minha permissão. Sei que o porteiro é de confiança... Ou não. Vai saber. As
pessoas fazem tudo por dinheiro.
Precisava estar à frente, ser mais inteligente e usar os pontos fracos daquela louca. Sei que
Fernanda preza pelo seu alto cargo político. Três anos de encontros extremamente discretos e
cuidadosos fora suficientes para me fazer entender que, apesar de doida, ela não é tão idiota assim.
Talvez um escândalo surtisse mais efeito do que um processo. Para isso, a mídia podia ser uma ótima
aliada. Eu só precisava do material, e, por ironia do destino, a vadia havia nos presenteado com ele.
Fui até o escritório levando a garrafa comigo. Liguei o notebook e logo abri o vídeo que ainda
estava no meu e-mail. Assisti-o completamente. Uma onda de repulsa, nojo, culpa e arrependimento
me fez chorar enquanto assistia a cena medíocre diante de mim. Ver meu rosto modificado como se
fosse um animal selvagem enquanto fodia aquela mulher e lhe chicoteava severamente foi mais do
que um choque. Envergonhei-me ainda mais pelo fato da Anahí ter presenciado aquilo.
Por um instante, percebi que Anahí não merecia se relacionar com um cara perturbado como
eu. Eu estava sendo egoísta demais. Que tipo de cara sente prazer em fazer aquela barbaridade? A
quem estava tentando enganar? Claro que eu sentia prazer, eu tinha orgasmos intensos com aquela
louca, por mais que fantasiasse e pensasse em outra coisa/pessoa. Pela primeira vez na vida, admiti a
mim mesmo que não era só o dinheiro que me movia naquele caso, eu gostava de dominá-la, adorava
ver o quanto se submetia a mim, fazendo tudo exatamente do jeito que eu queria sem pestanejar.
Minhas palavras eram ordens, meus comandos eram leis.
Eu a fodia com ódio, descarregava tudo de negativo que existia em mim. Batia nela como se
fosse culpada por toda a desgraça da minha vida. Quando acabava eu me sentia um lixo, ficava
exausto e arrasado, prometia a mim mesmo que jamais voltaria, mas na outra semana lá estava eu de
novo, sentindo um misto de nojo e antipatia, fingindo para mim mesmo que só fazia aquilo pelos
malditos três mil reais. Chamava-a de louca como se não estivesse sendo tão louco quanto ela.
Eu a odiava. Sempre a odiei desde o início, mas era o ódio por ela que me permitia sentir
prazer com aquela foda. Era loucura... Muita loucura. Fernanda sempre me pagava e nunca
demonstrava qualquer interesse além daquilo que fazíamos no quarto vermelho. Não somente ali, mas
em todos lugares ela me tratava de forma respeitosa, sempre me chamando de senhor como se fosse
minha empregada. Só passei a entender seu comportamento quando li “Cinquenta tons de cinza” e
resolvi pesquisar mais sobre o relacionamento dominador x submissa. Eu entendia muito pouco
desde então, apesar de já ter chicoteado outras masoquistas como ela.
Depois de verificar minuciosamente aquele vídeo, percebi que Fernanda havia sido esperta o
suficiente para editar o conteúdo de modo que não mostrasse seu rosto nem um pouquinho. Aqueles
quatro minutos só mostravam a maneira brutal como eu fodia uma mulher loira. Nada mais. Ele não
serviria para o escândalo que eu tinha pensado. Estava disposto a colocar minha cara à tapa e
divulgar aquele vídeo, mas de nada adiantaria se não tivesse como provar que era ela ali comigo.
Chorei desesperadamente quando percebi o quanto a situação machucava meu relacionamento
com a Anahí. Teríamos que ser espertos para sair daquela. Eu precisava fazer alguma coisa, era
um fato, e as ideias que me circundaram depois que percebi que precisaria de um material envolvia
um grande esforço da minha parte. Mesmo assim, achei cada uma plausível. Podia dar certo.
Anahí valia todo o esforço, todo o sacrifício.
Pensei mais um pouco nas possibilidades e articulei um plano. O começo seria a partir do
momento em que Fernanda me procurasse. Sabia que ela o faria em breve, pois eu era seu objetivo
maior. Depois que já tinha amanhecido foi que percebi que meu celular ainda estava espatifado no
chão, e talvez por isso não tivesse recebido nenhuma ligação da ministra.
Recolhi os cacos e peguei o chip, colocando-o em um aparelho antigo que eu usava antes de ter
comprado o novo. Não havia mensagens pendentes, apenas uma ligação anônima perdida. Era dela,
certeza. Havia sido às duas horas da manhã. Olhei o relógio da cozinha e percebi que já eram sete.
Tomei um banho, coloquei uma roupa leve, peguei uma máquina digital – a menor que eu tinha
– e fui ao trabalho. Minha vontade real era de ficar em casa até que a morte me levasse, mas isso não
faria as coisas mudarem. Havia trabalhos importantes pendentes no estúdio, ficar se lamentando entre
quatro paredes não traria a Anahí de volta nem resolveria nosso problema. Eu esperaria pela
ligação da Fernanda com paciência e fazendo a única coisa do mundo capaz de me distrair:
fotografias.
E, claro, rezaria com fervor, imploraria aos céus e a tudo que existisse de mais sagrado para
que a Anahí ficasse bem. Aquele inferno ia acabar depressa se dependesse de mim. Assim que
cheguei ao estúdio não contive o ímpeto de ligar para a loja da Anahí. Quem atendeu foi a Lara,
dizendo que ela não tinha aparecido ainda.
Fiquei imediatamente preocupado.
Uma hora depois, assim que terminei uma tomada de fotos com alguns modelos, olhei pela
janela e o carro da Anahí ainda não estava no estacionamento. Liguei para a loja de novo, e Lara
me avisou que Anahí estava em casa e tinha pegado uma gripe. Perguntou também o que aconteceu
entre nós, já que ela também informou que havíamos brigado. Respondi-lhe que foi um desentendido.
Lara não fez mais perguntas.
De certa forma, fiquei bem mais aliviado. Claro que Anahí estava triste e magoada – ela não
falta trabalho nem se estiver prestes a morrer –, mas pelo menos estava em casa, segura. Era tudo de
que eu precisava saber naquele instante.
Fernando percebeu a minha agitação. Eu estava nervoso e esperando uma ligação que custava a
chegar. Se ainda tivesse minha antiga agenda de clientes já teria resolvido aquilo, mas havia dado
fim a tudo que pertencia à minha vida de prostituição. Sabia onde a ministra morava, mas aparecer
por lá sem mais nem menos levantaria muitas suspeitas. Teria que ser algo mais espontâneo,
convincente. Meu plano não podia dar errado.
– Você quer que eu traga seu almoço, Alfonso? – Fernando me perguntou, abrindo a porta do meu
escritório depois de duas batidinhas. – Vi que Anahí não está na loja.
Olhei meu relógio, eram meio-dia e meia. Exatamente o horário em que eu devia ligar para a
Anahí para que almoçássemos juntos. Tentei não ficar triste com aquilo.
– Você já almoçou?
– Não... Estou terminando de separar uns arquivos.
– Vamos agora? Depois você termina.
– E a recepção?
– Vou pedir ao Kaio pra dar uma olhada – referia-me ao colega fotógrafo que contratei para me
ajudar nos serviços.
Eu não sentia a menor fome. Sinceramente não me lembrava de ter comido alguma coisa o dia
inteiro. Só sabia que não queria almoçar sozinho, e Fernando era sempre uma ótima companhia. Bom,
pelo menos ele era engraçado. Antes mesmo de sairmos ele já estava comentando sobre uma cliente
que tinha uns setenta anos de idade e resolvera fazer um book totalmente pelada. Ela tinha procurado
o estúdio naquela manhã e começou a fazer muitas perguntas. Fernando, claro, controlando-se para
não rachar de rir e respondê-la calmamente.
– Cê é louco, cara, a mulher era mais amassada que um maracujá. Tenho pena de você! Acho
que ela vai acabar fechando conosco. – Abrimos a porta de vidro do estúdio e saímos pela calçada.
Gargalhei instintivamente.
– São ócios do ofício. Tudo fica belo numa fotografia, é só saber fazer.
– Isso é um dom, mano. Não dá pra ver beleza naquela... – Fernando parou de imediato. Sua
expressão se modificou drasticamente, parecia que tinha visto um fantasma.
Olhei na direção em que ele encarava fixamente, agora mudando sua expressão para algo perto
do descontentamento.
bjuuuus quero coments muitos coments hein bjuuus
Autor(a): Nana
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Olhei na direção em que ele encarava fixamente, agora mudando sua expressão para algo perto do descontentamento. Quase não acreditei no que vi bem diante do meu nariz: ali, na frente das vitrines da loja da Anahí, lá estava ela aos beijos com um cara loiro enorme. Meu coração disparou e a minha vista escureceu. Abri ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 374
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queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26
Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3
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jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57
Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.
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anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59
Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo "1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica", mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35
to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16
O.o
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debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46
Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16
:)
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debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49
Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais
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franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15
ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk