Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot
Reabri meus olhos, fitando, de perto, os dois olhos esverdeados de Alfonso.
- Eu sou uma infeliz – murmurei, no impulso. Não sei o que deu em mim, mas cheguei àquela
conclusão e acabei pensando alto demais.
- Por quê? – Alfonso sussurrou.
Afastei-me rapidamente, mantendo uma distância segura. Refleti um pouco, tentando fazer a
minha respiração voltar ao normal.
- Eu... Eu nunca tinha feito o que fizemos hoje à tarde – admiti, corando. – Nunca permiti.
Alfonso ergueu uma sobrancelha.
- Seu noivo... Nunca... Nunca te... – Ele estava incrédulo.
- Não. – Balancei a cabeça. – Jamais. A culpa foi minha... Nunca me senti à vontade o bastante,
entende? Mas hoje, eu... Quando você estava lá... Não pensei que fosse assim.
- Bom, foi uma experiência, Anahí. – Sorriu, chamando-me apenas de Anahí pela segunda
vez. - Agora você sabe que gosta, e seu noivo poderá te agradar melhor. Uma algema sua foi solta.
Suspirei.
- Sim... Talvez.
- Está triste por causa disso? Não deveria. É assim que funciona, agora você é livre para
deixar seu noivo explorar melhor o seu corpo.
- É mais complicado, Alfonso – murmurei.
- Conte-me, o que é tão complicado? Estou aqui para ajudá-la.
- Eu... Eu... Nunca... – comecei, mas sinceramente não soube como ia dizer aquilo. Tive muita
vergonha. Desviei meus olhos, pois não pude continuar o encarando. – Jamais senti o que senti hoje,
Alfonso. A verdade é que... Eu nunca tinha... Nunca tinha experimentado um orgasmo na frente de
alguém – confessei.
- O quê? – Alfonso pareceu realmente admirado. Seus olhos se abriram bastante e ficaram iguais
a duas bolas de gude.
- Nunca gostei de nada relacionado a sexo. Tenho algumas vontades, mas, quando chega na
hora... Não consigo me concentrar... Não relaxo, fico pensando sem parar... Acho que não nasci para
isso – completei, sentindo alguma coisa corroendo o meu estômago. Era algo surreal, parecia que
aquelas palavras não me pertenciam, porém, era tudo o que tinha de mais verdadeiro. E o que, de
fato, fazia com que eu tivesse tanto medo de me casar. Uma verdade que não queria admitir nem a
mim mesma.
- Anahí, isso é mais comum do que você imagina, mas... Seu... Seu noivo sabe disso? – ele
perguntou, ainda impressionado.
Balancei a cabeça.
- Finjo orgasmo todas as vezes que transamos – falei. – Alfonso, eu não tenho excitação com o
Manuel. Nunca o desejei como desejo vo... – Parei. Aquilo sim seria demais, caso fosse
confessado. Ultrapassaria todos os meus limites.
- Como o quê? – perguntou, interessado.
- Nada. É só isso o que tenho a dizer, mas quero mudar de assunto. – Suspirei profundamente,
tomando coragem para encará-lo. – Vamos falar sobre você.
- Sobre mim? – Alfonso ainda não tinha tirado a expressão impressionada de sua face.
- Sim, por favor. Já me abri demais para você, de todas as formas, literais ou não. – Corei. –
Quero saber alguma coisa sobre a sua vida.
- Meu nome é Alfonso, tenho trinta e um anos. Pronto. – Ele riu um pouco, mas sem graça.
- Não é o bastante. Diga-me, trabalha com isso desde quando?
- Não sei, faz muito tempo.
Virei-me um pouco de lado, queria vê-lo de frente.
- Como começou? Quando? Estou curiosa.
Alfonso desviou os olhos, coisa muito rara. Mirou em algum ponto além do sofá.
- Sempre trabalhei como modelo, desde os meus dezessete anos. Trabalhava muito, o dia todo,
arduamente, e fazia dietas malucas. Era uma vida difícil, e eu ganhava pouco. Certo dia, descobri que
podia ganhar muito mais, de um jeito mais fácil.
Aquiesci, interessada de verdade, apesar de ser triste ver um rapaz tão lindo entrando nessas
coisas. Chegava a ser desumano. Alfonso devia ser tratado como um objeto constantemente.
- Como descobriu? Pode me dizer?
- A dona da agência. Ela... Estava meio carente. Ofereceu muito dinheiro em troca de...
Favores sexuais. Eu aceitei. Anahí, ela me pagou o valor que ganharia em seis meses de trabalho.
- Não tente se justificar, Alfonso. Para mim, nada te justifica. Só quero mesmo saber.
- Por que quer saber tanto? – Ele pareceu um pouco chateado. – Sou o que sou. Não preciso de
sermões, sou homem e faço a minha vida do jeito que quero.
- Esse é o seu maior desejo? – perguntei, devolvendo a pergunta que ele já tinha me feito.
Alfonso me encarou fixamente. Meu coração deu um sobressalto.
- Não – admitiu.
- Eu sabia! – quase gritei, sorridente. – Sabia! SA-BI-A!
- Como você mesma disse, nem sempre fazemos o que queremos. Eu não desejo isso, mas foi a
melhor saída. Não faria de novo, mas não me arrependo. É simples.
- Por que foi sua melhor saída? Podia fazer uma faculdade e ir trabalhar como uma pessoa
normal – soltei. – Desculpe-me, você é normal, não quis dizer isso...
- Não disse que não tive escolhas, disse que foi a melhor saída. – Ele foi taxativo.
- Não acha que essa saída é feita para pessoas que tem preguiça de correr atrás do que querem?
Uma vida fácil, confortável e cheia de riquezas... Isso não é nada se tiver que abdicar ao caráter e ao
valor moral. Nossos valores são as únicas coisas que temos de verdade.
- Não abdiquei a valor moral algum, além daquele que a sua sociedade tem a hipocrisia de
dizer que deve ser mantido. Liberdade sexual não significa desvio de caráter. Só porque transo por
dinheiro não quer dizer que eu seja uma pessoa ruim. Sou um cidadão, tenho os mesmos direitos e
deveres que você – ele falava com uma eloquência impressionante. Parecia estar irritado, mas
tentava manter a voz firme. – Além do mais, Anahí, você não faz ideia do quanto é difícil fazer o
que faço. Não chame a minha vida de “fácil, confortável e cheia de riquezas”, isso será ignorância de
sua parte.
- Tudo bem, Alfonso, não quero discutir contigo – falei. – Cada um faz o que quer, eu te respeito
muito. É sério.
- Obrigado – murmurou, voltando a me encarar. Sua expressão estava mais tranquila.
Permanecemos em silêncio durante algum tempo, quando ele resolveu falar: – Anahí, fiquei
preocupado com você.
- Comigo? – Franzi o cenho.
- Sim. Tudo isso que me falou... Sobre o seu noivo. Eu... Estou preocupado com o seu
casamento.
Suspirei mais uma vez.
- Não quero falar nisso. Conte-me, Alfonso, você disse que seu maior desejo não é viver assim.
Então, qual é o seu maior desejo? – mudei de assunto rapidamente. Quanto menos raciocinasse sobre
Manuel e o casamento iminente, melhor.
Ele fez a caretinha. Senhor... Dai-me forças. Amém.
- Gosto muito de fotografia. Já fiz vários cursos e estou montando um estúdio.
- Pretende largar essa... Vida? – perguntei.
- Pretendo, Anahí. Beleza não dura para sempre. Os anos vão passando e não tenho mais a
mesma paciência que tinha.
- Não parece. Foi tão paciente comigo.
- Não falei de você, prometo. Você não me irritou em momento algum, exceto, talvez, quando
disse que sou um mau caráter. Mas não te julgo, é sério.
- Me desculpa – falei. De repente, senti uma vontade louca de abraçá-lo. Achando que não
seria nada demais, acabei fazendo. Puxei-o para mim e coloquei meus braços ao redor de seu
pescoço. Alfonso envolveu a minha cintura.
Permanecemos assim por algum tempo, mas não tanto. Achei melhor me afastar.
- Me conta mais... Você tem namorada, ou já teve? – perguntei. Estava realmente curiosa.
Alfonso fez uma careta.
- Não tenho namorada desde os vinte e dois anos. Não daria certo. A escolha que fiz para mim
exige muita solidão. Não acho ruim, gosto de ficar sozinho. Uma vez tentei ter uma namorada, mas
ela... Ah, esquece.
- Não, vai... Conta! – Ri um pouquinho. Meu interesse pela história dele só fazia aumentar.
- Bom, ela descobriu sobre o meu verdadeiro “emprego” e colocou fogo no estúdio que eu
estava montando antes. – Sorriu. – Ainda bem que eu não estava lá. Bom, isso foi pior para ela, pois
pretendia parar assim que ele estivesse pronto.
Abri bem a boca. Quase não acreditei no que me falou. Que coisa horrível!
- Faz quanto tempo isso? – perguntei, indignada.
- Uns quatro anos. Fiquei desanimado demais para construir outro estúdio, e acabei torrando
todo o dinheiro que tinha guardado. Passei algum tempo sem economizar, mas voltei este ano. Está na
hora de recomeçar. – Alfonso não parecia abalado com aquilo, mas eu estava chocada. Ele já podia ter
parado se não fosse a ex-namorada idiota. Como alguém podia fazer algo assim? Destruir um sonho
daquele jeito?
- Ela foi presa por causa disso?
- Não. Não abri processo algum contra ela. Fingi que havia sido um incêndio natural.
- Por que fez isso? – perguntei, franzindo o cenho.
- Não sei. Acho que me senti merecedor. – Suspirou.
- E falta muito? – Levei uma mão à boca. Estava arrasada. – Digo, para concluir seu novo
estúdio?
- Nem tanto. Ando trabalhando demais nos últimos meses. Basicamente, só falta o espaço para
colocar minhas coisas. É difícil arranjar um lugar bacana no centro, e não queria alugar.
- Tem razão, eu me virei em duas para conseguir um lugar bom. Tenho uma loja de cosmético
no centro – comentei, depois me lembrei. – Ei! Uma loja de calçados vai ser desocupada ao lado da
minha! Eles vão vender, tenho quase certeza! Posso pegar o contato para você!
- Sério? Eu adoraria, seria... Ótimo! – Ele ficou muito animado. Depois de um tempo, seu
semblante mudou completamente.
- O que foi?
- Nada. Relaxa.
Sorri, meio sem jeito.
- Seu portfólio é bom? Queria vê-lo depois. Ah! Tive uma ideia! Por que não aparece lá no
meu casamento e faz umas fotos? Eu já contratei um fotógrafo, mas queria ter umas fotos sua. Que tal?
- Não sei... A gente vê – respondeu, com a mesma expressão estranha.
- Você tem um cartão de visitas? – perguntei. Nem sabia o que estava falando. Ter Alfonso no
meu casamento seria, no mínimo, estranho. Apresentá-lo ao Manuel seria constrangedor, e cortar
o bolo sabendo que o rapaz que está tirando foto me fez uma massagem erótica ia ser... Tenso.
Porém, como você pode ver, eu estava ficando doida.
Doidinha mesmo.
Doidinha ficaremos no próximo post meninas *-*
Beijoooos até amahã...
Autor(a): Nana
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Alfonso foi pegar seu cartão de visitas, enquanto eu voltava a observar a animação do pessoal napiscina. Para minha surpresa, todos já haviam saído de lá. Paloma conversava com Marcelo em outrosofá, tendo uma toalha grande em volta de seu corpo. Cláudia estava diante do bar, ensopada,admirando os malabarismos que Henriq ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 374
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queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26
Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3
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jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57
Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.
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anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59
Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo "1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica", mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35
to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16
O.o
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debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46
Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16
:)
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debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49
Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais
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franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15
ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk