Fanfics Brasil - 1 ano, 3 meses e 3 dias depois... - Por Lara Despedida de Solteira - AyA

Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot


Capítulo: 1 ano, 3 meses e 3 dias depois... - Por Lara

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Sempre choro em casamentos. Não adianta, é mais forte do que eu. Tento engolir as lágrimas e ficar pelo menos com aquela cara de tapada característica de quem está louca para chorar, mas é fina demais para tal , só que não consigo! Fernando teve que me emprestar o lenço que estava no bolso do seu terno alugado, acabei o deixando ensopado de lágrimas. Chorei tanto que devo ter saído mais inchada do que já sou em todas as fotos. Mas tudo bem, pelo menos estava me sentindo ótima com aquele vestido.


Por quê?


Porque emagreci sete quilos. Palmas para mim! E olha que nem precisei deixar de comer nada.


Entrei nas aulas de step na academia que tem na esquina da minha casa e... só! Detesto qualquer tipo de exercício e nem sei até quando vou durar no step , mas estou gostando. Pelo menos é uma boa distração; cansei de chegar do trabalho e ficar remoendo o que o Fernando está fazendo na faculdade.


Vá por mim, é horrível imaginar que a maioria das garotas que passam por ele meio que piram. O step tem me ajudado pra caramba, sem contar que o professor tem uma bundinha bem redondinha.


Não que eu precise admirar uma bunda que não a do Fernando a dele já é delicinha o bastante , mas pelo menos tenho um assunto em comum com as outras alunas.


Falar da bunda do professor pode ser um bom incentivo a querer praticar um exercício.


Portanto, se deseja muito deixar de ser uma pessoa sedentária, matricule-se numa academia em que os professores tenham bundas maravilhosas.


Mas deixemos as bundas de lado... E voltemos ao casamento da Anahí e do Alfonso. Assim que a cerimônia belíssima acabou, todos os convidados seguiram para os toldos circulares; neles, seriam servidos os comes e bebes. A banda contratada já tinha iniciado o seu trabalho. Por falar em trabalho, fiquei muito orgulhosa com a decoração. Tudo estava simplesmente perfeito! Não tinha como colocar defeito nas mesas redondas todas revestidas com faixas brancas, amarelas e laranjas.


Os arranjos de mesa ficaram incríveis, sendo apoiados por vasos de vidro, e, ao lado, pequenos recipientes também de vidro mas com água faziam flutuar velas aromáticas, que seriam acesas quando escurecesse.


Os garçons começaram a servir magistralmente. Eu estava tão feliz pela minha amiga que me dei o direito de não sentir dó de comer tudo o que me serviam, sequer perguntei o que era. Também não me senti mal por estar bebendo cerveja. Fala sério, o sol brilhando daquele jeito pedia algo bem gelado e esperto.


Mal cheguei a sentar em uma mesa cumprimentei muita gente pelo caminho, inclusive o garçom, claro e o cerimonial nos chamou para tirar mais fotos com os noivos. Fernando estava gato pra caramba dentro de um terno azul-escuro. Achamos que o preto ficaria feio em um padrinho de casamento, principalmente numa cerimônia à tarde. Por isso que ele e o Ricardo, marido da Júlia, decidiram pelo azul-escuro.


Quanto à mim e a Ju, foi meio difícil. Fomos juntas ao shopping escolher os modelos dos nossos vestidos. Queríamos muito combinar com as cores do casamento: amarelo e laranja. Mas, como vestir algo laranja sem ficar parecendo com uma? Laranja, quero dizer... A fruta. Tentei explicar isso à irmã do Alfonso, mas ela é magra modelo, linda, gostosa, parece a Megan Fox e eu sou só uma gordinha que tirou fotos para uma coleção de roupas plus size. Grande merda!


Depois de rodopiarmos o shopping inteiro, nossa sorte foi eu ter me amigado com um vestido amarelo. Ele era bonito; na altura do joelho, sem estampas e com alças grossas. O decote era em "v", mas muito discreto. Na lateral, partindo da alça direita, saía um emaranhado de flores amarelas bordadas, que desciam até a barra. Gostei do modelo e, milagrosamente, coube nele como uma luva!


Decidimos bem depressa que eu seria a madrinha amarela, enquanto ela seria a laranja. Nem ligaríamos se ficássemos parecendo um par de jarros. Achar algo laranja para a Júlia foi fácil, ela até escolheu. Desculpa aí, mas não estou acostumada a chegar numa loja e escolher o que vestir. São as roupas que me escolhem, e pode ter certeza de que a grande maioria me rejeita bem feio.


Ver a felicidade nos olhos da Anahí e do Alfonso me deixava emocionada constantemente.


Eles se olhavam como se soubessem exatamente o que cada um estava pensando. O modo como se moviam era impressionante; havia uma sintonia, um equilíbrio que, após o casamento, ficou muito mais evidente.


Depois de tirarmos muitas fotos com eles, uma parte da equipe de fotografia chamou apenas Fernando e eu para posarmos. Eu estava querendo continuar a beber a cerveja, mas sentia que as fotos estavam ficando lindas, por isso fiz questão de encolher a barriga até ficar sem fôlego e sorrir amplamente.


O único problema era que o Fernando estava muito calado. Quase não tinha falado nada desde que chegamos. Na verdade não era algo recente, só que não quero pensar muito nisso...


Tá, é inevitável! Como não pensar? Meu namorado estava quieto demais, calado demais há mais de duas semanas. Quase não soltava suas piadinhas de sempre, nem engrenava um assunto que rendesse... Também não transamos nesse período. Achei que fosse cansaço sei que trabalhar e estudar não é fácil , mas pensei que no casamento ele estaria mais animado do que aquilo. Era brochante!


Sua cara de bocó me fazia ter vontade de socá-lo. Só não o fazia porque ele continuava lindo.


E também porque eu estava desconfiada. Sim... Não tinha como não desconfiar. Fernando entrou na faculdade a pouco mais de um mês. Daí do nada se modifica... O que uma namorada pode sugerir diante disso?


Não sou idiota.


Por mais que eu tenha tentado mudar por ele já não tínhamos as mesmas discussões, pois simplesmente tratei de engolir meu ciúme em seco , faltava muito para eu ser uma jovenzinha gostosa de faculdade. Era velha e gorda demais para encenar esse papel. Mas... Como disse antes, não quero pensar nisso. Dói. Dói tanto que, quando a bomba explodir, sei que ficarei infeliz por muito tempo.


Sinceramente, não sei o que vou fazer sem o Fernando. Ele tem se mostrado não apenas um bom companheiro, mas um amigo genial, um amante perfeito... Um homem de verdade, sabe? Uma figura que me traz conforto, que mexe comigo, que me faz querer ser alguém melhor. Temos saído bastante... Nossos passeios são os melhores! Conversamos em qualquer lugar do mundo, sob quaisquer circunstâncias. Falamos tanta besteira um para o outro... Inclusive, temos nossa própria maneira de se comunicar pelo telefone. Éramos mais um casal da turma do "desliga você", e isso hoje em dia é raro.


Pelo menos é o que eu acho. Não sei o que se passa na cabeça dele... E essa incerteza me corrói. Sinto que estou perdendo... Estou deixando alguém vencer. Não sei quem, mas é o que sinto.


E isso me deixa em um estado puro de desespero.


Depois daquele casamento, tudo o que eu mais queria era me casar também. Queria aquela troca de olhares cúmplices da Anahí e do Alfonso. Aquele amor que ultrapassa barreiras, a confidencialidade, o respeito, carinho... Eu quero isso para minha vida. Quero um amor. E quando falo de amor, não consigo pensar em outra pessoa sem ser no Fernando. Simplesmente não consigo.


Ele é o meu amor, e eu não quero que nada nem ninguém o tirem de mim.


A sessão de fotos teve fim e me afastei um pouco, voltando para os toldos circulares, onde já tinha gente dançando animadamente. Sentei-me em uma mesa com as garotas. Fernando me acompanhou e sentou ao meu lado, ainda muito quieto. Estava me irritando, mas preferia ficar na minha a dar piti e ser taxada como louca.


Jéssica virou uma taça de vinho e riu de alguma coisa que o Manuel lhe falava no ouvido. Fabiana conversava com a Paloma e fingia não estar paquerando o Edu, que estava de pé do outro lado do toldo, conversando com o Marcelo e o Henrique. Sendo assim, só me restou puxar papo com a Claudinha. O que não era uma boa ideia, pois a coitada veio sozinha com sua filha Gabriela, que àquela altura brincava de fazer castelos de areia com duas priminhas da Anahí.


Não podia falar com ela sobre o casamento. Nem perguntar do Renato. Sequer procurar saber o que significava o fato do Henrique estar dando belas olhadas nela de vez em quando. Falar sobre o clima é a coisa mais inútil do mundo. Também não podia falar de mim, pois começaria a narrar o quanto Fernando estava esquisito, e então ele ouviria tudo. A bunda do meu professor de step também não era algo sobre o que falar.


O bolo ficou lindo, não foi? comentei por fim, chamando a atenção dela. Cláudia meio que pulou de susto.


Ãh... Sim, está lindo mesmo...


Olhamos juntas para a grande mesa de doces e tortas. No centro, o bolo quadrado de três camadas. Era todo branco e tinha umas conchinhas e estrelas-do-mar pintadas de amarelo e laranja.


Também havia uma espécie de farinha por cima que, naquele caso, estava parecendo areia da praia.


No topo, bonequinhos de mãos dadas seguravam plaquinhas. Na placa do noivo havia escrito "O que você quer?". Na da noiva, "Me surpreenda". Era coisa daqueles dois loucos. Sei lá, só sei que ficou bonito. Cláudia soltou um longo suspiro. Puts... Era de cortar o coração vê-la daquele jeito. Não conseguia ver nenhuma amiga minha assim.


Você está bem? resolvi perguntar. Depois me liguei que havia sido idiota em fazer uma pergunta com resposta tão óbvia. Claro que não estava bem. Cláudia era falante, divertida, animadíssima. Aquele projeto de mulher amuada não era ela.


Claudinha me olhou e balançou a cabeça, negando.


Quer conversar em algum lugar?


Não... Deixa quieto, Larinha.


Deixa quieto uma pinoia! Vamos... Levantei rapidamente e me virei para o Fernando. Ele encarava o horizonte. Estava distante dali... Distante de mim.


Ia dizer que voltava logo, mas algo dentro de mim entendeu que ele pouco se importava com a minha ausência. A ideia me deu vontade de chorar, mas eu devia ajudar uma amiga que estava em pior situação. Meu problema seria resolvido depois. Ou não... Talvez aquilo ali não tivesse solução.


Puxei Cláudia para o toldo retangular, além de todas as cadeiras, quase perto da calçada.


Apoiamos nossos corpos na lateral de um carro, que provavelmente pertencia a algum convidado.


O que tá rolando, Claudinha? resolvi questionar, visto que ela ainda se mantinha aérea.


Murmurava uma música do Djavan que a banda tocava perfeitamente.


Tô fodida. Só isso.


Ela não riu, portanto levei aquilo bem a sério.


Por quê? tive até medo de perguntar.


Minha vida desandou. Pensei que estava em uma situação estável, mas me enganei.


Isso tem a ver com o Henrique?


Cláudia me encarou como se eu fosse doida.


Henrique não tem nada a ver com isso, Lara.


Renato?


Ela não respondeu. Desviou os olhos e ficou observando o mar à nossa frente.


Vocês se separaram, não foi? Digo... de vez? murmurei, sabendo que o assunto era delicadíssimo. Cláudia estava nos enrolando com relação ao Renato. Só dizia que estavam numa fase ruim e pronto.


Há três semanas... Cláudia mal terminou de falar e, de repente, já me abraçava aos prantos.


Devolvi-lhe o abraço prontamente, morrendo de pena. Só de pensar que muito em breve também estaria sofrendo por um rompimento... Não, não posso pensar nisso. Até porque não era igual. Eu só tinha um ano de namoro. Claudinha tinha uns dez de casamento.


Claro que a sua dor era bem maior.


Mandei Renato ir embora... Não dava mais, Lara! Não dava... choramingou em meus braços, enquanto eu tentava afagar seu cabelo sem desmanchar os cachos. Ele mentia para mim... Mentia feio! Não confio mais nele.


Amiga... Calma. Talvez vocês possam...


Não. Não posso perdoar traição. Não consigo e nem quero. Isso não se faz, é nojento!


E a Gabriela? lembrei. Cláudia se desvencilhou devagar, mas continuou chorando.


Procurou algo pela praia e encontrou; sua filhinha ainda brincava de areia do outro lado do toldo maior. Uma mocinha de sete anos.


Eu amo a minha filha, Lara... Mas não vou ficar com alguém sem confiar. Não vai ser bom pra ela desse jeito.


Entendo, amiga... Entendo perfeitamente. Você está certa. Não adianta prosseguir sem confiança falei, só que as palavras pareciam estar direcionadas a nós duas. Acabei ficando mais triste do que já estava.


Cláudia soltou um longo suspiro e retirou uma caixa de lencinhos de dentro de uma bolsa diminuta. Ofereceu-me um, e só então percebi que também me debulhava em lágrimas. Aceitei e agradeci. Ficamos feito duas idiotas enxugando lágrimas que demoraram séculos para secar.


Agora é bola pra frente... disse Cláudia por fim, forçando um sorriso. Acabei fazendo o mesmo.


É... bola pra frente, Lara. Não deu pra você dessa vez, mas não perca a fé. Nem tudo que reluz é ouro. O amor pode ser tão passageiro quanto uma brisa de verão. Ou talvez algumas pessoas não tenham nascido para o amor.


Observei a Anahí e o Alfonso, que tiravam fotos maravilhosas na beira da praia. Estavam felizes, sorridentes, apaixonados... Combinavam com a música que tocava:


"Vem me fazer feliz porque eu te amo...


Você desagua em mim e eu oceano..."


É, talvez o amor de verdade fosse para poucos. Ainda bem, pois se algo tão bom servisse para todo mundo, certamente perderia a graça. Tudo o que é comum perde a importância.


"Esqueço que amar é quase uma dor..."


Quase? Tá brincando, Djavan... Isso dói pra cacete.


Eu beijei o Henrique.


Se o carro não tivesse atrás de mim eu teria caído no chão numa boa. Minhas pernas falharam depois da confissão da Cláudia, de modo que precisei buscar equilíbrio.


Como? Quando? Onde? berrei, recuperando-me. Meus olhos deviam estar do tamanho de dois ovos de avestruz.


Sábado passado... Na despedida da Anahí. Ela nem se dignou a olhar para mim. Fitou a calçada e assim ficou.


Conta essa história direito, Claudinha! Não acredito nisso!


Nem eu.


Conta, mulher de Deus! Vocês transaram? gritei sem querer. Tapei minha boca com as duas mãos e olhamos ao redor. Não havia ninguém por perto.


Fala baixo, sua doida! Claudia finalmente saiu da posição de vítima e me encarou com severidade. Foi na hora do karaokê. Fui ao banheiro lá em cima... Quando saí o Henrique estava lá. Veio com o papo de que queria conversar comigo.


E... Puta merda! Não acredito que você transou com ele! Gargalhei. Puts!


Não transei com ele, Lara, tá maluca? Foi só um beijo, que nem devia ter acontecido.


Sobre o quê conversaram?


O que acha? Claro que não falamos merda alguma!


Credo!


Foi assim, pei-pum? "Precisamos conversar", daí vocês se beijaram como animais?


Mais ou menos isso. Teve uma encarada antes.


Comecei a rir sem pausas, mas Cláudia ainda estava séria. Aquilo a assustava, e eu não devia estar rindo, mas... Era inacreditável !  Simplesmente isso. Jamais imaginaria uma coisa daquelas.


E depois do beijo?


Nada. Saí correndo como se fosse B.V. e tivesse acabado de dar meu primeiro beijo.


Gargalhei.


Incrível!


Não ria, Larinha! Não tem graça! Cláudia me empurrou de leve, mas acabou rindo um pouco também.


Foi um beijo tipo selinho? Ou foi um beijão bem grandão? a curiosidade falava mais alto.


O meu lema é: detalhes sempre!


Pra quê quer saber?


Affe, amiga, desembucha!


Cláudia prendeu os lábios e fez uma careta.


Um beijo do tamanho do mundo...


Soltei nova gargalhada.


A gente saiu se imprensando nas paredes... Coisa de novela. Ele abriu a porta do meu quarto e me jogou na cama... Chegou até a tirar a camisa.


Levei uma mão à boca.


Meu Deus! parei de rir imediatamente. A coisa foi séria!


E então saí correndo.


Perdi a fala. Fiquei abismada, olhando para a Cláudia com olhos esbugalhados. Ela me também me observava, mas seus olhos verdes não mostraram surpresa. Apenas desespero.


E agora? sussurrei.


E agora nada. Acabou aí.


Ele ainda está na sua. Não finja que não está acontecendo nada. O cara fica te olhando o tempo todo!


Problema dele... Não posso fazer nada.


Não está nem um pouco a fim?


Lara... Acabei de me separar. Não estou nem um pouco a fim de ter nada com ninguém. Não quero saber de homem nem tão cedo!


Então por que o beijou?


Porque no momento eu quis! Olha, vamos voltar pra festa. Fernando está te procurando.


Olhei ao redor. Fernando estava mesmo nos observando de longe, perto do altar. Ainda mantinha a expressão séria, impassível. Sua indiferença me fez suspirar alto.


Pode ir, vou ficar aqui.


Cláudia deu de ombros e foi caminhando na direção da nossa mesa. Passou por vários convidados, inclusive pelo Henrique. Ele se afastou um pouco do Marcelo e segurou as mãos dela antes que passasse direto. Vi quando minha amiga parou e sorriu um pouco, totalmente envergonhada.


Iniciaram uma conversa.


Balancei a cabeça negativamente. Que vida louca!


O que você tem? Levei um susto quando o Fernando se materializou bem na minha frente.


Ai, como estava lindo! O charme em pessoa. Os cabelos longos pareciam destoantes diante do terno, mas na verdade se completaram de uma forma divina. Era como se fosse a cereja do bolo.


Seus olhos estavam totalmente cor-de-mel por causa do sol... Uma coisa linda, de tirar o fôlego. Mas não era só isso. Por trás daquele homem lindo existia o meu melhor amigo. Existia uma pessoa mais do que especial.


Suspirei, tomando coragem para ser enxotada. Contudo, a verdade é que nunca teria coragem o bastante. Eu o amo. Muito. Daria qualquer coisa para não perdê-lo. Faria qualquer coisa. Qualquer coisa...


Nada respondi debilmente.


Cláudia está bem? sua pergunta me deixou irritada. Por que não perguntou se eu estava bem? Cláudia era mais importante?


Vai ficar.


Simplesmente saí andando na direção dos toldos, deixando-o para trás. Fernando não me seguiu. Só isso foi o bastante para que o meu mundo desmoronasse. Acabei passando direto por todo mundo e seguindo pela praia.


Só queria ficar o mais longe possível.


Percorri longos metros, com lágrimas nos olhos, até perceber o quanto estava sendo idiota. Se eu não queria perdê-lo, por que raios estava me afastando? Por que não tentava conversar? Resolver a situação da melhor forma possível?


Eu estava me fazendo de vítima de novo. Lara, a gordinha coitadinha. Já dava o caso por encerrado como se fosse algo natural ser rejeitada. Como se não merecesse uma explicação. Mas eu mereço. Afinal, Fernando estava comigo. Era o meu namorado. Quase um ano de namoro.


O ano mais feliz da minha vida.


Parei de repente e me virei para trás, pronta para encará-lo de frente. E não é que acabei o encarando mesmo? Fernando estava bem atrás de mim, de modo que meu rosto bateu com força na altura do seu peito. Vou te dizer... doeu.


Ai! Fernando me afastou um pouco e se curvou para me olhar de perto. Segurou meu rosto entre suas mãos grandes.


O que você tem, Lara? Por que saiu correndo?


Não tenho nada, Fernando, mas quero saber o que você tem! Por que está agindo assim? Não consigo entender! Se quer acabar nosso namoro, por que não acaba logo?


Ele piscou os olhos umas trezentas vezes e fez uma cara de quem comeu e não gostou. Confesso que me irritou muito.


Fernando ficou tanto tempo calado que simplesmente explodi.


Por que está me ignorando tanto? Parece distante, em outro Planeta... Fica viajando na maionese e não me dá atenção. Saí da mesa e você nem notou! Fernando... Se não me quer mais, diga logo, por fa...


Ele balançou a cabeça e grudou seus lábios nos meus com força exagerada. Sua língua invadiu a minha boca como um furacão, arrancando qualquer pensamento ruim da minha cabeça. Nem tive tempo de raciocinar direito; o beijo acabou muito depressa.


Fernando ainda mantinha suas mãos nas laterais do meu rosto.


Cala a boca, Lara. Eu te quero tanto que vou morrer se não te ter hoje.


Meus olhos ficaram instantaneamente marejados. Fernando dizia a verdade. Podia reconhecê-la dentro do seu olhar, pois havia aprendido a identificar tudo o que sentia através deles.


O que está acontecendo contigo, meu amor? murmurei a pergunta, começando a chorar. -Puxei uma mexa do seu cabelo, fazendo seu rosto ficar mais próximo do meu. Faz... Sei lá... duas semanas que me evita!


Fernando se curvou para trás, distanciando-se. Do nada, começou a folgar a gravata e a abrir os botões da camisa.


O que...


Você vai ver. Preste atenção.


Ele foi, aos poucos, deixando seu peitoral definido à mostra. Suas tatuagens ressurgiram, uma a uma, até que terminou de abrir todos os botões. Puxou a lateral esquerda da camisa para o lado, exibindo-se. Fiquei olhando sem entender.


O que ele queria com aquilo?


Preste atenção... Você conhece todas.


Observei seu corpo, chegando mais perto. Foi então que eu vi. Havia uma tatuagem a mais.


Logo abaixo da rosa que eu amava, bem em cima de onde achei estar seu coração, havia um desenho surreal de um olho. Ele era lindo, todo trabalhado e rico em detalhes. Porém o que mais chamou a minha atenção foi o que tinha escrito dentro dele, bem na íris.


Era o meu nome.


O... Como... teve coragem de... é o meu nome aí... balbuciei pateticamente, achando que um buraco se abriria na areia e eu cairia com tudo. Acho que a gravidade decidiu funcionar de vez pra mim. Fernando precisou me segurar para que eu não caísse.


Essa tatuagem significa que eu só tenho olhos para você. Ouviu bem, Lara? Eu te amo. Nunca mais pense besteiras sobre mim.


De... Desculpa... Mas é que... Vo-você estava...


Fiz essa tatuagem como prova do meu amor por você. Seus olhos prendiam os meus como correntes grossas. Era impossível escapar. Ainda estava pasma, meu coração batia tão rápido que podia senti-lo vibrando dentro de mim. Precisava de que você tivesse certeza do que sinto, Lara. Sem dúvidas. Queria que você me respondesse sem medo.


Não entendi direito o que ele queria, mas aquiesci. Ainda não acreditava naquilo tudo.


Fernando tinha me marcado para sempre em seu peito? É isso mesmo, produção? Eu, a gordinha coitadinha, estava marcada no coração daquele homem lindo, maravilhoso, perfeito?


Comecei a chorar, soluçando e sacudindo os ombros. Fernando alisou o meu queixo e enfiou uma mão no bolso da calça. Retirou um objeto e me entregou; fiquei surpresa quando vi que tinha o formato de um botão de rosa. O tecido era bom de pegar. Parecia camurça. A cor também era interessante: vermelho vivo.


Abra... ele murmurou baixinho.


Utilizei as duas mãos para separar o botão de rosa em duas partes. Dentro dele, um anel prateado com uma pedrinha linda em formato de coração. Uma peça muito singela e meiga. Devia ter sido cara.


Lara... Fernando parou e fechou os olhos. Reabriu-os e concluiu: Casa comigo?


 


 


 


 


 


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O Amor reinaaaaaaaaaaaaa <3


Debaya: Sim maaaaaaaaaaaaais q pfts *-* Ain Deb ponny :/ Enquanto anny aki casando cm o poncho na vida real vai casar cm o testa nn aceito isso NUNCA pq a vida nn é uma fanfic  ???????? :`( #MomentoDeprê Postandooooooooo realmente essa fic. é peeeeeeeeeeerfect *-* Bjs Miga


 


 


 


Mila :3


 


 


 


 


 



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Autor(a): Nana

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26

    Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3

  • jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57

    Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.

  • anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59

    Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo &quot;1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica&quot;, mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35

    to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16

    O.o

  • debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46

    Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16

    :)

  • debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49

    Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais

  • franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk


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