Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot
O fato de já termos combinado que teríamos outro filho dali a uns dois ou três anos só me fez ter certeza de que Anahí estava tentando buscar algum papo para se desconcentrar. O que significava que sua dor estava longe de ser uma das comuns que costumava ter.
Levantei imediatamente e peguei a bagagem, que nada mais era do que uma bolsa infantil enorme – e pesada pra caramba – cheia de roupas e demais artigos, tanto para ela quanto para a criança.
– Fique aqui, vou descer a bolsa primeiro! – avisei ferozmente, indicando que a levaria de todo jeito e que não me importava se seria um alarme falso. Olhei-a tão intensamente que ela se calou e simplesmente aquiesceu.
Anahí prendeu os lábios logo em seguida, segurando o topo do ventre. Quase morri. Procurei a chave do carro pela sala e pelo quarto, para só depois descobrir que estava no bolso da minha calça. Saí voando com a bolsa enquanto deixava a Anahí perigosamente sozinha, contorcendo-se um pouco no sofá. Tinha piorado.
Teimosa do cacete!
Tive pequenas paradas cardíacas mescladas com ataques epilépticos enquanto descia pelo elevador de serviço – Deus me livre esperar o social ficar livre, era sábado e tinha gente recebendo visitas – e alcançava o carro. Tirei-o da vaga e o estacionei rente ao elevador. Ato louco, mas não faria Anahí dar uma caminhada sem sentido estando naquele estado.
Foi rápido pegar o elevador para voltar, visto que ele ainda não tinha saído da garagem. Assim que entrei em casa novamente, achei que realmente fosse morrer. Anahí estava gritando. Suor lhe escapava das pestanas.
Nas últimas vezes ela não estava daquele jeito, por isso tive certeza de que aquele era o nosso dia de sermos pais. Só consegui ligar para o hospital e para a obstetra quando consegui depositá-la dentro do veículo. Mesmo assim, a ligação foi tão patética que nem sei como conseguiram entender o que acontecia. As palavras saíam embaralhadas da minha boca.
O trânsito estava ótimo, e acabei correndo muito além do comum. Anahí gemia alto e tentava controlar a respiração, como foi ensinada. Entrei na área de emergência e, para o meu alívio, já tinha uma equipe esperando a nossa chegada. Ajudei a colocar a Anahí numa cadeira de rodas. Quase tive um troço quando vi que ela estava manchada por um líquido que achei ser transparente.
Fui informado de que ela já estava em trabalho de parto e seguiria imediatamente para ter o bebê.
– Não vai ser hoje, não é, sua teimosa? – foi a última coisa que consegui sussurrar em seu ouvido antes que fosse embora. A coitada me respondeu com um grito. Eu gritei também, mas foi por dentro. Nem sei dizer como consegui deixar o carro na área de estacionamento da maternidade.
Também não faço ideia de como encontrei o telefone da Júlia para lhe avisar do acontecido. Pedi para que ligasse para todo mundo, pois mal podia focar a tela do meu celular.
Dei entrada nos documentos da Anahí no maior nervosismo. Senti certo alívio quando fui avisado de que a obstetra estava de plantão naquele dia e já tinha se encaminhado para fazer o parto da Anahí – por incrível que pareça, não havia entendido nada disso quando falei com ela pelo celular. Nem pensei na possibilidade de assistir ao parto, pois se já estava desesperado só com a ideia de ter a minha mulher e a minha filha numa condição tão angustiante, imagina assistindo àquilo acontecer?
Fiquei andando de um lado para o outro, atravessando corredores e perguntando a um monte de enfermeira se a Anahí estava bem. A maioria não fazia ideia de quem era a tal Anahí, é claro. A maternidade era enorme. Uma enfermeira mais atenciosa me colocou numa sala de espera, localizada ao lado de uma sala maior, que recebia os bebês para o primeiro banho. Havia vários leitos, mais da metade ocupados por lindas criaturinhas recém-chegadas. Famílias e mais famílias olhavam através de uma parede de vidro. Pais tão desesperados quanto eu esvaziavam as garrafas de cafés dispostas numa mesinha, bem no canto.
Fiquei revirando os papéis para encontrar um modo de localizar onde o meu bebê ficaria. Uns três tiveram que chegar para que eu me desse conta de que o meu ainda não tinha nome, por isso havia sido identificado com o nome da Anahí e o número 26. Eu realmente estava precisando me acalmar, pois pirava toda vez que alguma enfermeira mostrava uma criança às suas famílias.
Senti uma mão tocar os meus ombros e pulei de susto. Era a Júlia. Abracei-a tão forte que devo ter lhe causado algum problema crônico na coluna.
– Eu vou enlouquecer, Ju – murmurei quase chorando. – Preciso saber se elas estão bem.
– É uma menina mesmo? Alguém já veio dizer alguma coisa?
– Não... Não sei, não sei de nada. Esqueci até do meu nome!
Júlia apenas sorriu. Que maldita!
– Calma, Poncho, vai ficar tudo bem, ok? Vou ver se consigo alguma informação. Fica aqui.
Ela saiu calmamente da sala de espera. Perguntei-me pela milésima vez se não estava exagerando. Sei lá, eu ia ser pai! Pai! Há quase três anos isso era um fato impossível de acontecer.
Na minha vida inteira nunca imaginei que pudesse ser um homem normal, com esposa e filhos. Um cara correto, com um emprego digno e um futuro inteiro pela frente.
Pois é... Como disse a minha mãe, sempre muito religiosa, um dia: Deus não estava demorando a me dar uma oportunidade. Estava caprichando.
E que capricho, hein? Aprendi a amar cada detalhe da minha vida, a respeitar a minha trajetória e a compreender que eu sou um testemunho de que o amor existe. Bem como acontece com os heróis, minha história veio para servir de lição. Hoje, tenho certeza de que tudo o que me aconteceu pode inspirar as pessoas, mostrando-as que podemos ser muito mais do que somos. Que as coincidências não existem e somos muito burros por desconfiar disso, por deixarmos a nossa fé fraquejar. O mundo conspira ao nosso favor, basta que façamos as escolhas certas. Essas escolhas podem ser absolutamente loucas. Podem não ser justas. Podem trazer mil consequências desfavoráveis e se tornarem muito difíceis de suportar. Não tenho dúvidas de que o amor me escolheu, mas, antes de tudo, eu sei que escolhi o amor.
Escolhi mudar a minha vida por ele.
Mais uma criança chegou enquanto eu olhava pela parede de vidro. Esperei ansioso. Uma enfermeira a colocou numa balança apropriada e anotou o seu peso. O bebê chorava, mas dali eu não podia escutar. Era uma menina. Constatei assim que a funcionária inclinou-a para lavá-la. Estava toda sujinha, tinha acabado de nascer. Dã. Óbvio, Alfonso.
Não foi fácil passar pelo que passei. Não mesmo... Seria muito mais fácil se eu soubesse que tantas alegrias iriam acontecer. É só uma questão de fé, que na época não tive. Apenas por isso que foi tão difícil. Se eu tivesse cultivado um pouquinho de fé, teria certeza de que aquilo que era meu estava guardado.
Eu já estava chorando. Não apenas por pensar em tudo o que passei, mas por saber que aquele bebê, que agora estava sendo vestido com tanto cuidado, era o meu. Conhecia aquela roupinha, pois tinha entregado a bolsa do bebê a uma enfermeira e lhe mostrado onde estava tudo.
Gesticulei para a funcionária quando ela se virou na direção dos leitos. Assim que chegou bem perto, com a minha filha nos braços, apontou para uma pulseirinha, que indicava "Anahí 26".
Balancei a cabeça, confirmando. E chorando ainda mais forte.
– Sofia... – murmurei, admirando a coisa mais linda que eu podia ter feito naquele mundo.
Admirando a minha escolha, o meu maior desejo. O fruto do melhor que tenho em mim.
Ela tinha parado de chorar e estava tranquila, com os olhinhos fechados e a carinha toda encolhida. Todo neném tem cara de joelho assim que nasce, e a Sofia não podia ser diferente.
Coloquei a mão no vidro, louco para segurá-la em meus braços. Nem me importei de estar soluçando como um retardado.
Senti alguém se aproximando. Olhei no impulso: eram os meus pais. Mamãe se abraçou comigo e ficou observando o meu mais recente amor eterno.
– É uma menina – falei bem rouco. – Sofia.
– Ela é linda! Olha, é cabeludinha! – mamãe estava muito emocionada. – Você também nasceu assim, cheio de cabelo.
– E bem preto, desse mesmo jeito – disse papai. Ele estava mais tranquilo, porém sorria de um modo animado.
A enfermeira precisou se afastar, mas deixou a Sofia em um dos leitos especiais. Júlia apareceu dois minutos depois, avisando que a Anahí passava bem e estava sendo acomodada em um dos quartos para a sua recuperação. O parto havia sido relativamente rápido e sem nenhuma complicação.
Acho que nunca me senti tão aliviado.
Não consegui desviar os olhos do vidro. Quase não cumprimentei ninguém direito: os pais da Anahí haviam chegado, bem como a Paloma, a Jéssica e a Cláudia. Fabiana estava trabalhando, e Lara participava de mais uma tomada de estúdio para uma grife. Ela tinha gostado de ser freelancer como modelo aos fins de semana. Fernando acabou aparecendo sozinho depois.
Sofia dormia calmamente, mas a calma parecia se esvair do meu corpo, dando lugar à impaciência. Piorou quando a enfermeira precisou tirá-la de lá, e fui informado depois que era para ser amamentada. Anahí já estava no quarto, mas uma funcionária nos recomendou que não entrássemos todos juntos, pois era muita gente.
Acabei escolhendo a Dona Marichello a minha mãe e a Júlia para entrarem comigo primeiro. Nada como ter todas as mulheres da minha vida em um único ambiente.
De verdade, nem sei como descrever o que foi ver a Anahí deitada na cama, tendo a Sofia nos braços. Sua expressão de mãe era tão suave que devo ter me apaixonado de novo, pela milésima vez. Achei que já tinha alcançado o limite do amor, mas me surpreendi quando fui me aproximando aos poucos. Sorrindo e chorando.
Beijei os lábios da Anahí. Estavam um pouco pálidos, mas achei ser algo normal. Seus olhos escuros me falaram tudo do que eu precisava ouvir, embora meus ouvidos não tivessem escutado porcaria alguma. Olhamos juntos na direção da Sofia.
– Nossa princesinha... – Anahí sussurrou, e caiu no choro.
Marichello se aproximou e lhe beijou a testa, tecendo mil elogios à filha e à neta. Mamãe segurou a minha mão e não mais a largou; como sempre, estava chorando. Ju ficou nos olhando com aquela cara de "graças a mim" que eu achava hilária.
Eu amo as mulheres da minha vida. Sou um homem realizado.
Com muito medo, segurei os dedinhos da Sofia. Eram tão pequeninos! Sua pele era branca, mas não tanto quanto a minha. Será que, mais tarde, teria a coloração dourada da Anahí? Tive quase certeza de que sim.
Sua mãozinha se apertou ao redor do meu dedo indicador. Quase vomitei o meu coração em cima da coitadinha. Ela estava tão empolgada sugando o bico do peito da Anahí! Sorri, observando o quanto era gulosa. Alguns bebês têm dificuldade para amamentar no início, mas Sofia parecia ter nascido para tal.
– Oi, papai... – falei baixinho.
A reação dela a minha voz nos deixou calados por segundos eternos. Sofia simplesmente abriu os olhos pela primeira vez, mostrando um par de luzes verdes fortes e redondas. Meu cérebro congelou.
Anahí foi a primeira a se recuperar da morte súbita:
– Ai. Meu. Deus.
Fim
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Obg a tds q comentaram e favoritaram essa fic. :3
Debaya: Vdd sonhoooooo *-* Ai a resposta menina *-* KKKKKKKKKKK Ain q bom então vejo vc lá
Franmarmentini: KKKKKKK Vdd tadinho ficou nervoso *-* Eles ja combinaram um próx. baby *-*
Mila :3
Autor(a): Nana
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Comentários da Fanfic 374
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queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26
Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3
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jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57
Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.
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anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59
Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo "1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica", mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35
to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16
O.o
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debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46
Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16
:)
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debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49
Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais
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franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15
ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk