Fanfics Brasil - 32º Capítulo – À Espera de um e-mail (Ou de um Milagre) Despedida de Solteira - AyA

Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot


Capítulo: 32º Capítulo – À Espera de um e-mail (Ou de um Milagre)

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Assim que fechei a porta com força, tenho até vergonha de dizer que me sentei no chão da
sala e chorei por muito tempo. Estava me sentindo traída pelas minhas amigas, e por mim mesma.
Parecia que nada era como eu achava que fosse.
Só tive coragem de me levantar quando ouvi o telefone tocando. Era o Manuel.
- Amor, você já chegou?
Ele estava ligando para o número fixo, então supus que a pergunta era retórica. Simplesmente
não respondi.
- Amor?
- Sim, estou em casa.
- Você está bem?
- Sim – menti.
- Como foi a despedida? Vou passar aí, quero te dar um beijo. Senti saudade o tempo todo.
Céus... Eu mal tinha me lembrado dele.
- Não, querido. Estou tão cansada! Vou tomar um banho e capotar. É sério, mal consigo ficar
de pé. – Aquilo era verdade, porém, não estava sentindo sono. Era tristeza mesmo.
- Tudo bem. Amanhã a gente se vê então?
- Combinado.
- Daí você me conta cada detalhe do que aconteceu lá.
- Está bem. Tchau.
“Acredite, Manuel, você não vai querer saber dos detalhes”, pensei.
Desliguei o telefone antes mesmo de ele se despedir. Não estava com paciência, e começava
a encontrar sentido nas coisas que Jéssica havia me dito. Tinha pensado coisas tão diferentes... Já
estava com todas as decisões tomadas! Por que tudo tinha que mudar tão depressa?
A noite foi longa e solitária. Não conseguia pregar o olho. Tentei dormir em todas as
posições, até coloquei vários travesseiros e me apoiei neles, imaginando o Alfonso. Nada funcionava.
Minha última saída foi tomar um calmante.
Meus pensamentos estavam cada vez mais confusos, guiando-me para direções que pareciam
opostas. Todos os caminhos eram certos e errados ao mesmo tempo. Não era uma solução
matemática, em que um cálculo podia ser feito e sempre gerava um resultado fixo. A complexidade
da minha vida e de todas as baboseiras que andei fazendo estava me deixando louca.
Acordei com fortes dores de cabeça, mas tive que ir trabalhar. Cheguei à minha loja mais
cedo e fui dando uma limpada, mesmo sabendo que havia funcionárias para isso. Não me importei; o
que é meu limpo na hora que quiser.
Quando Lara chegou, falei algumas coisas sobre a loja e me tranquei na minha sala. Não
queria ouvir sermões sobre o que aconteceu na despedida de solteira. Estava com vergonha de todas
as minhas amigas.
Liguei o computador e abri a minha bolsa, pegando o meu celular e a carteira. Havia saído de
casa sem comer nada, estava faminta. Decidi tomar alguma coisa na cafeteria que tinha na galeria
perto de onde a minha loja se encontrava.
Assim que saí, deparei-me com a grande placa de “vende-se” na frente da sapataria ao lado.
Lembrei-me imediatamente do Alfonso. Ele estava precisando de um bom espaço para o seu estúdio e,
apesar de não querê-lo por perto, não podia ser tão egoísta a ponto de atrasar o seu sonho de parar
de se prostituir. Peguei um papelzinho e anotei o número do telefone de contato que tinha na mesma
placa. Só então fui fazer o meu desjejum.
Voltei à minha loja, e as primeiras clientes já haviam chegado. Não me pergunte como alguém
pode acordar cedo para comprar cosméticos, mas tenha certeza de que isso é mais comum do que
você imagina. Resolvi algumas coisinhas com a funcionária que ficava no caixa e voltei para minha
sala. Ignorei a Lara novamente.
No impulso, mexi na minha carteira e peguei o cartão de visitas do Alfonso. Precisava lhe dar o
número da sapataria. Juro, passei meia hora olhando para o cartãozinho preto com detalhes
prateados. Era bem elegante e tinha o nome “Alfonso Herrera” escrito com letras cursivas bem
charmosas. Logo abaixo, tinha o telefone e o seu e-mail*: Alherrera@gmail.com.
- É isso! – murmurei para mim mesma. – Vou mandar um e-mail. Será melhor do que ligar!
Peguei o computador, abri na minha caixa de entrada e cliquei em “escrever”. Sério, eu não
sabia por onde começar. Queria falar tantas coisas para ele... Mas nada era útil o bastante. Decidi
ser sucinta. Só queria dar uma informação, nada mais.
Sendo assim, escrevi as seguintes palavras:
“Bom dia, Alfonso.
Aqui está o número da loja de sapatos que te falei. Eles estão mesmo vendendo o espaço.
Espero que consiga realizar o seu maior desejo.
Anahí Puente.”
Depois coloquei o número e o endereço. Achei que tinha soado bem profissional e longe de
intenções. Cliquei em enviar, e já era.
Confesso que deixei o meu e-mail aberto durante todo o dia. Esperava algum tipo de resposta,
qualquer coisa, mas não veio nada. Talvez Alfonso não conferisse sua caixa de entrada diariamente. Ou
talvez estivesse ocupado.
Trabalhando.
Balancei a cabeça, tentando tirar aquele pensamento de mim. Não sei por que, mas pensar nisso
me causava um mal horrendo. Tanto que fiquei de mau humor durante quase todo o dia. Resolvi mais
alguns problemas relacionados à loja, coisas bobas. Estava tudo em ordem.
À tarde, recebi uma ligação. Era da costureira.
- Anahí? Aqui é Célia, querida.
- Oi, Célia! O que houve, algum problema?
- Você combinou comigo para pegar o seu vestido hoje, às quatro horas. Esqueceu?
Olhei para o relógio em cima da minha mesa. Eram quatro e trinta e seis. Céus... Outro atraso.
Aliás, aquilo foi muito além de um atraso. Foi um esquecimento. Sendo que nunca me esqueço das
minhas responsabilidades. E quando digo nunca, é nunquinha.
- Célia! – quase gritei. – Estou chegando aí, me desculpa!
Ela riu ao telefone,
- Não se preocupe, estou aqui até as seis.
- Vou agorinha mesmo, já estou saindo!
- Tudo bem, querida. Até mais!
Cheguei ao Célia’s Noivas às cinco e meia. O trânsito estava horrível, mais parado do que de
costume. Quase não conseguia estacionar o meu carro. Enfim, entrei no estabelecimento. Peguei o
embrulho enorme e pesado que continha o meu vestido de noiva. Não ia precisar experimentar, pois
já tinha feito a última prova. Estava perfeito.
Pedi mil perdões a Célia, depois liguei para a Lara. Não ia conseguir voltar ao trabalho, por
isso pedi que organizasse as coisas e fechasse a loja. Quarenta minutos depois, estacionei o carro na
garagem do meu apartamento. Foi quando meu celular tocou.
Era o Manuel.
- Meu amor, estou chegando aí daqui a vinte minutos. Vou só colocar gasolina.
Meu coração congelou. Não sei por que, mas queria ficar sozinha. Precisava pensar um pouco,
sei lá. Não estava a fim de encarar o Manuel. Entretanto, eu me vi sem saídas.
- Tudo bem. Estou esperando – murmurei, e desliguei o telefone.
Suspirei profundamente. O que estava acontecendo comigo? Alguma coisa não estava normal.
Não mesmo!
Tomei um banho rápido e fiquei esperando o meu noivo. Ele não demorou muito. Estava
preparando uma salada e assando fatias de frango quando ouvi a campanhia. Fui atender a porta.
- Oi, linda! – Manuel sorria, e segurava um buquê de rosas brancas. Estava bonito, usando uma
calça jeans e uma camisa com desenhos alternativos na frente. Ele mesmo havia criado os desenhos.
Meu noivo era um homem alto e magrinho. Usava óculos, tinha os olhos claros e o
cabelo meio aloirado. Era um rapaz lindo. Pelo menos eu sempre achei.
Manuel me deu um selinho e entrou. Peguei o buquê e fui buscar um vaso.
- E então, foi pegar o vestido hoje? – ele perguntou da sala, enquanto eu colocava água no vaso
e o depositava em cima da bancada da cozinha.
- Fui. Está aí no sofá. Não abra!
- Ele parece ser grande.
- Você vai ver quando chegar a hora – falei, agora voltando a minha atenção para as fatias de
frango, que tinham queimado um pouquinho de um lado.
- E o sábado que não chega! – Manuel disse, animado.
- Pois é – murmurei para mim mesma.
- Quer alguma ajuda?
- Pega o suco aqui na geladeira. Está com fome?
Manuel apareceu na cozinha e fez o que pedi.
- Estou.
Ele pegou dois copos, dois pratos e os talheres. Já sabia onde eu guardava tudo. Como sempre
fiz questão de me sentar à mesa - embora Manuel prefira comer no sofá, assistindo a TV - ele também
pegou dois kits de jogo americano e os depositou lado a lado na minha mesa redonda de mármore
branco.
Em dez minutos, já estávamos comendo.
- Você não me falou como foi a despedida de solteira.
- Foi boa – me limitei a dizer.
- Não vale só dizer isso. Quero saber o que fizeram.
Suspirei. Eu não sabia mentir, mas tinha que tentar. Meu futuro dependia daquilo.
- A casa era linda, tinha piscina... O quarto que fiquei tinha vista para o mar. Fomos à praia,
enfim, curtimos muito. Até bebi um pouco. Foi divertido.
- Você bebeu? – Manuel franziu o cenho, incrédulo.
- Bebi. Não queria dar uma de chata.
Ele riu um pouco.
- Jéssica me disse que ia contratar um serviço de buffet para vocês não se preocuparem com a
cozinha.
Meu sangue congelou. Deus... Por que é tão ruim mentir? É difícil acreditar que muita gente o
faça com tamanha facilidade.
- Sim, ele era ótimo... Digo, a equipe era muito boa.
“Se mata, Anahí!”, pensei.
- Fico feliz que tenha se divertido. A minha despedida será na quinta-feira. Os garotos não
querem me dizer aonde vão... Ficaram de me pegar em casa, e disseram que só me devolveriam pela
manhã.
- Ah. Legal.
Manuel fez uma careta.
- Você está tão esquisita, amor! Pensei que ia reclamar comigo por causa disso.
- Não estou esquisita, só acho que você tem o direito de se divertir. Deixa os meninos te
levarem para onde quiserem, afinal, as meninas fizeram o mesmo comigo.
Ele riu e se inclinou para me beijar. Deu-me outro selinho casto.
Depois do jantar, Manuel lavou os pratos e eu terminei de organizar a cozinha. Deixamos tudo
limpo e nos sentamos no sofá.
- Nem acredito que nos casaremos – ele murmurou, puxando-me para perto dele. – É um sonho,
sabia?
- Manuel... – Tentei me erguer. – Você... Preciso fazer uma pergunta.
- Pode fazer, amor.
- É que... Você é feliz comigo?
Ele riu de leve, mostrando seus dentes enfileirados. Seu sorriso era bonito. Ponto final. Não
irei acrescentar esta frase com um “mas...”, pois não estou e nem quero comparar ninguém.
- Claro que sou! Que ideia é essa?
- Não, é que... Você se satisfaz comigo? – perguntei, meio inibida. Não sabia onde queria
chegar, mas pelo menos eu podia chegar a qualquer canto com ele.
- Como assim, amor? – Manuel estava achando tudo muito esquisito. Pudera, jamais havia falado
sobre aquilo.
- Deixa pra lá – murmurei.
- Não, linda... Conta.
- É sério, não é nada. – Forcei um sorriso.
- Tem certeza?
- Tenho – menti.
- Então vem cá, quero te beijar direito.
Manuel me tomou em seus braços, e eu me deixei levar. Seus lábios eram conhecidos para mim,
doces, singelos. O seu beijo era sempre calmo, sem pressa. Ele me alisava os cabelos com mãos
leves.
Senti o seu cheiro; era super reconhecível para mim. Estava mais do que acostumada, e me
senti em casa. Não vou fazer comparações, esqueça. Só estou descrevendo, e não comparando.
Comparar a lua e o sol é crueldade. Ambos têm sua beleza, seus encantos. São capazes de afetar
meus sentidos. Porém, não posso me enganar. Fiquei decepcionada.
Senti-me como uma cadela. No termo literal da palavra. Se bem que, também me senti no não
literal. Mas, imaginem só a seguinte historinha; eu era uma cadela acostumada a sempre comer a
minha ração saudável e tranquila. Até que um belo dia alguém me serve um pedaço farto de carne, e
me delicio. Então, do nada, a carne me é tirada e devo voltar a comer ração.
Parece horrível dizer isso, e é. Até eu me choco, mas foi como me senti quando Manuel me
empurrou no sofá e prendeu seu corpo em cima do meu. Sabia onde ele queria chegar. O problema
era que eu não queria chegar lá. Não era o meu desejo.
- Manuel... – Suspirei, tentando me afastar. – Vamos... Vamos esperar o casamento.
- Anahí, deixe de besteira. Já fizemos isso tantas vezes.
- Mas... Assim dará mais vontade. Nossa lua-de-mel será mais... Enfim, intensa – enrolei.
Estava um poço de falsidade. Coisa feia. Lamentável.
- Hum. Tudo bem, então. – Manuel se afastou, mas me puxou para cima dele. Sentei em seu colo,
tendo os pés apoiados no sofá. Meu noivo me segurou como se eu fosse um bebê.
Sorri um pouco. Manuel era especial. Sim, sem dúvidas. Eu podia ser feliz com ele, facinho.
Aliás, nós íamos ser felizes. Deus abençoaria nosso amor perante uma igreja lotada de convidados.



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Autor(a): Nana

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26

    Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3

  • jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57

    Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.

  • anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59

    Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo &quot;1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica&quot;, mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35

    to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16

    O.o

  • debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46

    Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16

    :)

  • debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49

    Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais

  • franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk


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