Fanfics Brasil - 45º Capítulo – Confissões entre Amigas Despedida de Solteira - AyA

Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot


Capítulo: 45º Capítulo – Confissões entre Amigas

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Paloma decidiu ficar comigo um pouco mais. Segundo ela, não era bom que eu permanecesse


muito tempo sozinha, pois isso podia dar vazão a pensamentos errôneos, movidos pelo desespero da


solidão. Ela estava certa, e agradeci a sua presença.


Fizemos brigadeiro de panela – comida típica de mulheres com dor de cotovelo – e sentamos


confortavelmente no meu sofá. Paloma tentava falar sobre outras coisas, mas percebi que alguma


coisa a incomodava.


- Lomita, estou sentindo que quer me dizer algo – falei, colocando uma colher cheia de


brigadeiro na minha boca. Uma delícia! – Até agora só falamos de mim... Aconteceu alguma coisa?


Minha amiga curvou um pouco a boca, pensativa. Parecia travar uma batalha interna.


- Bom, é que... Acho que cheguei a uma conclusão sobre a minha vida. E isso é um dos motivos


por ainda não ter matado a Jéssica por nos levar naquela louca despedida de solteira.


Franzi o cenho, curiosa. Paloma deu mais uma colherada no doce. Parecia nervosa com o que


estava prestes a dizer. Como se fosse doença contagiosa, comecei a ficar também. Tudo o que estava


relacionado ao fim-de-semana passado me deixava tensa.


- Desembucha – incitei.


Ela fez uma careta. Ergueu-se um pouco no sofá, colocando para trás seus grossos fios de


cabelo liso. Os olhinhos puxados vacilaram, e sua pele corou de imediato.


- Eu acho que sou lésbica – murmurou.


Ahn?


Absolutamente surpresa, voltei a me sentar no sofá. Paloma havia desviado os olhos de mim,


encarando o horizonte da minha sala.


- Como assim “acha”? – consegui questionar.


- Eu... Sabe... Acho os rapazes bonitos e muito interessantes... O Marcelo é um deles. Só que...


Não tenho desejos... Ele me ajudou a perceber isso.


- Mas, você sente alguma coisa por mulheres?


- Sim, sempre senti. Só nunca tive coragem de aceitar. Acho que minha sensatez não me


permitia enxergar a verdade – explicou, largando o brigadeiro de lado. – Não queria admitir isso a


mim mesma, portanto colecionei relacionamentos ruins a minha vida inteira! Neste fim-de-semana


consegui finalmente notar... Que não vou conseguir ser feliz me relacionando com homens.


Eu estava chocada, claro.


- Não sei o que dizer, Lomita...


- Não precisa, só queria que alguém soubesse. Sabe, Anahí, acho que às vezes você e eu


pensamos demais nas coisas. Somos tão iguais, não é? Vivemos a vida fazendo sempre o que nossa


razão nos manda.


- Isso não devia ser um problema, Paloma. Não mesmo...


- Você não sabe o quanto é difícil... – Os olhinhos dela marejaram. – Não faz ideia das coisas


que já suportei.


Paloma estava sentada em um sofá individual, por isso me levantei e a puxei pelos braços. Fiz


ela se juntar a mim no sofá maior, dando-lhe um forte abraço.


Era impressão minha ou todas as minhas amigas tinham algo chocante a revelar?


- Queria que me contasse tudo – sussurrei. – Quem sabe possa te ajudar? É só o que quero,


amiga.


Paloma suspirou profundamente.


- Bom, eu... Sempre senti coisas estranhas, sabe? Mas nada foi mais forte do que aquilo que


senti quando... – parou, parecendo bastante envergonhada. Mais lágrimas verteram de seus olhos, e


eu tratei de enxugar uma a uma, bem como ela havia feito comigo há apenas alguns minutos atrás.


- Quando o quê? – perguntei, começando a ter medo da gravidade da situação.


- Anahí... Sempre fui louca, apaixonada pela Jéssica – confessou, entre murmúrios e lágrimas


doloridas.


Meus olhos se abriram ao máximo, absolutamente surpresa, estarrecida. Porém, de repente,


aquilo tudo começou a fazer sentido.


- É por isso que... Que você sempre foi meio implicante com ela – falei, alisando-lhe os


cabelos.


- Jéssica é tão... Tão linda, sabe? Tão... Ah, Anahí, não sei explicar. Só sei que sempre fui


louca por ela, desde o ensino médio. – Paloma parecia desesperada, falando tudo muito depressa. -


As coisas pioraram muito depois que ela me arrastou para uma festa na casa de uma colega no ano


passado... Vocês não foram, pois tinham compromisso. Naquela festa... Ela... Ela me beijou,


Anahí.


Meu coração só faltou sair pela boca. Estava muito surpresa. Mesmo. De verdade. Não fazia


ideia de que aquilo tudo podia ser possível. Era irreal demais para que eu acreditasse.


- Vocês já ficaram? – quase gritei.


Paloma soltou um soluço.


- Sim... Ela estava bêbada, sabe? Mas... Eu não estava, Anhaí. Beijei a Jéssica porque quis,


porque sempre foi o meu desejo mais profundo... Não sei o que deu nela... Não sei o que pensou no


momento... Só sei que a atitude partiu dela, e eu devolvi o beijo com a mesma intensidade. Não foi


algo simples, banal... Foi um momento bem demorado e intenso, Anny. Difícil de assimilar... –


Paloma falava e chorava, como se aquilo fosse um absurdo sem tamanho, como se realmente não


acreditasse que estava me confessando. – Depois que terminou, Jéssica simplesmente não tocou no


assunto. E nem eu... Foi como se nem tivesse acontecido. Não consigo entender até hoje... Fico


mantendo a esperança de que faça de novo. Anahí, isso é horrível.


- Paloma... Acho melhor você não esperar nada da Jéssica – falei, lembrando-me das


confissões que nossa amiga havia me feito no domingo.


- Por quê?


Comecei a lhe narrar toda a história que a Jéssica havia me contado, cada detalhe sórdido.


Desde o padrasto que a abusava, até a verdadeira “carreira” que seguia. Contei sobre o absurdo que


tinha sido a nossa completa ignorância sobre o assunto, visto que poderíamos ter ajudado desde o


começo. Paloma parecia cada vez mais nervosa com a situação, e isso, de alguma forma, deixava-me


triste.


- Não acredito nisso... – resfolegou, tomada por lágrimas. Sua dor havia aumentado bastante. –


Como ela teve a coragem de fazer isso consigo mesma... Anahí, o que eu faço? Pensava que ela era


uma modelo... Quando na verdade é uma... Não... Não posso acreditar! Preciso falar com ela,


Anny... Preciso!


Afaguei os cabelos de Paloma, tocada pela compaixão.


- Paloma... Jéssica não vai deixar de ser o que é. Eu te conheço, sei as coisas que gosta...


Assim como a conheço. Posso dizer com convicção que ambas são como água e óleo. Você também


sabe disso, só está cega pela paixão. Sabe que, mesmo se tivesse algo a mais com a Jéssica, não iria


acabar bem. Precisa manter os pés no chão, essa foi a vida que ela escolheu... E que nada tem a ver


com você – expliquei.


Paloma balançou a cabeça, concordando comigo.


- Eu sei... Você tem toda razão. Acho que o que me resta é esquecê-la de vez. É uma pena, pois


também sou amiga dela e a quero muito bem. Não vou deixar de manter contato nunca... Até porque


não quero me distanciar de vocês. São tudo o que tenho de melhor.


- Nem deve se distanciar... Odiaria se fizesse isso.


- Não vou, prometo – jurou. – E também direi toda a verdade na próxima reunião que tivermos.


Claro, sem falar nada sobre a Jéssica. Só preciso ser sincera com todas... Não quero mais me


esconder, Anahí.


- Tenho certeza de que ninguém vai sair te julgando ou te tratando diferente por causa disso.


Confiamos em você, amiga. O importante é se sentir bem consigo mesma... – falei. Apesar de ainda


estar muito surpresa, tentei manter a minha cabeça no lugar. Paloma estava precisando do nosso


apoio, e eu realmente duvidava que alguma das meninas o negasse.


- Tenho muito medo, Anny. De pensarem que estou dando em cima de vocês... De não


quererem mais a minha presença, de não se sentirem confortáveis. – Paloma voltou a chorar, mas se


afastou um pouco e pegou mais uma colher de brigadeiro. – Eu sou a mesma pessoa... Vocês me


conhecem há muitos anos. A única diferença é que não vou mais ir atrás de namorados. Quero


encontrar alguém para mim, e será uma mulher. Uma namorada.


- Sim... Você vai ver, tudo vai se resolver. Conte comigo, Lomita, estou do seu lado.


Paloma sorriu, enxugando as lágrimas na gola de sua blusinha azul.


- Estamos em situações tão complicadas, não é?


Suspirei.


- Sim... Às vezes culpo essa maldita despedida de solteira – admiti. - Mas acho que, se não


fosse ela, eu continuaria no escuro com relação a muitas coisas. Coisas sobre mim, sobre vocês... Foi


uma descoberta para todo mundo.


- É verdade, já desisti de praguejar mentalmente aquela despedida. – Paloma se inclinou no


sofá e conferiu o relógio de parede que estava na cozinha. – Está muito tarde, acho que já vou indo.


- Ah, não, Paloma... Por favor, dorme aqui comigo. Não quero ficar sozinha. Não posso ficar


pensando no Alfonso, é sério – confessei, sentindo meu coração partido começar a latejar. Os milhões


de caquinhos em que ele se dividiu começaram a se remexer dentro de mim, provocando uma dor


absurda.


De imediato, lágrimas doloridas invadiram o meu rosto. Comecei a soluçar como uma criança,


imaginando Alfonso dormindo com outra mulher naquele exato momento. O pensamento era assustador,


e me deixava com uma infelicidade fora do comum. Sentia-me perdida, abandonada e completamente


envergonhada pelo que fiz.


A única coisa que queria era que ele me ligasse. Queria muito ouvir sua voz dizendo que as


coisas terminariam bem. Mas... Não podia esperar que isso acontecesse, pois não ia. A verdade era


uma só; nada ficaria bem até que eu finalmente o esquecesse. Com o casamento, seria obrigada a


fazê-lo, e então ficaria pronta para ser feliz com o Manuel.


- Amiga... Estou nervosa com tudo isso – disse Paloma, voltando a me abraçar forte. - Tenho


certeza de que o casamento é a melhor opção, mas estou com medo.


- Também estou, mas vou superar. Juro que vou – respondi, porém sem nenhuma convicção. A


verdade era que estava perdida, sentia-me cega no meio de um tiroteio. Contudo, só existia uma


direção a ser seguida. Não podia olhar para trás, pois recuar não iria fazer sentido. Minha única


escolha era seguir em frente e me conformar. Rezar para que nenhuma pedra no caminho me fizesse


cair.


Organizei o sofá-cama na minha sala, e Paloma acabou dormindo comigo. Sério, nem me


importei por ter descoberto que era lésbica, isso não mudaria em nada a nossa amizade. Já havíamos


dormido juntas muitas vezes, e ela sempre me respeitou e nunca me olhou de forma diferente, mesmo


quando trocava de roupa na sua frente. Por que isso mudaria agora?


Assistimos a alguns filmes e pegamos no sono naturalmente. Nada de comédias românticas ou


dramas, optamos por filmes de ação com muitos tiros e cenas eletrizantes. Tudo para que não nos


lembrássemos de nossas dores. Tentávamos espantar cada um dos medos, deixando-os de lado.


Ignorando-os.


Juntas, vencemos mais uma noite.



Versão Alfonso meninas ....



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Autor(a): Nana

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Paloma tomou o desjejum comigo e seguiu para casa. Ia trocar de roupa e retornar ao seu ateliê, pois tinha algumas encomendas pendentes. Fiquei muito agradecida pela força que me deu, pois muito provavelmente não conseguiria suportar sozinha. Tinha medo de cometer uma loucura, como por exemplo, procurar pelo Alfonso. Como ia me casar no dia seguinte, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26

    Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3

  • jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57

    Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.

  • anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59

    Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo &quot;1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica&quot;, mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35

    to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16

    O.o

  • debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46

    Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16

    :)

  • debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49

    Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais

  • franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk


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