Fanfics Brasil - 53º Capítulo – Vozes do Além Despedida de Solteira - AyA

Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot


Capítulo: 53º Capítulo – Vozes do Além

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Manuel  ainda sorria. Ele me olhava dos pés a cabeça. Estava muito emocionado, muito mesmo.


Eu o conhecia, sabia suas reações como ninguém. Sua pele estava um pouco avermelhada no


pescoço, sinal de que também estava tenso.


Eu andava devagar, passo a passo, na sua direção, sendo apoiada pelo braço de papai. Meus


familiares sorriam. Alguns até choravam. Bom, pelo menos todas as minhas tias estavam com


lágrimas nos olhos. Também queria ter o direito de chorar e espernear, mas seguia meu trajeto como


uma dama muito bem-educada.


Olhei para as minhas amigas; elas já estavam no altar, observando-me com cautela. Prestavam


atenção em cada gesto que eu fazia. Paloma e Jéssica eram as únicas que riam. Elas estavam lado a


lado, e Jéssica segurava os braços de Paloma. Não fazia ideia do que aquilo significava, mas Paloma


devia estar quase pirando com tanta aproximação.


Finalmente chegamos ao altar. Foram só alguns passos, mas me sentia como se tivesse


percorrido a maratona São Silvestre. Em meio a trezentos mil flashes dos fotógrafos contratados, meu


pai cumprimentou o Manuel com um abraço bem caloroso. Meu noivo, e futuro marido, beijou a minha


testa logo em seguida.


- Você está linda – murmurou. Permaneci séria.


Ficamos diante do altar, lado a lado, enquanto o padre começava a dar as boas-vindas. Não me


pergunte o que ele disse. Não conseguia ouvir nada que fizesse parte da realidade. Tipo, mesmo. A


única coisa que conseguia ouvir claramente era a voz da minha própria consciência.


O demônio sexy, que havia me feito cair em tentação durante a semana, estava chorando. Ele


tinha perdido as forças - estava com as asas vermelhas cortadas, jorrando sangue. O anjinho também


chorava. Inexplicavelmente, ambos estavam juntos nas lamentações, como se sofressem da mesma


coisa.


Uma voz distante me chamou de vadia. Era a mesma, aquela que media meu poder de


discernimento. Ela repetia, sem parar, a mesma coisa: Vadia, vadia, vadia, vadia... Às vezes se


explicava: “Você dormiu com outro cara durante a semana, sua vadia. E agora está aí, fingindo que


nada aconteceu. Vadia, vadia, vadia, vadia...”.


Outra voz se juntou aos meus sentidos. Uniu-se ao muro de lamentações em que havia se


transformado a minha existência. Porém, aquela era a voz dele. Alfonso. Suas palavras soaram na


minha mente, martelando-me sem cessar.


“Anahí... Acorde. Raciocine.”


“Você não pode pagar pelo que eu te dei, Anahí.”


“Seja o que pensa, sente e quer.”


“Você não ama esse cara, Anahí! Vai casar com ele sem amá-lo! Acha isso certo?”


“Sei o que quero e sei o que posso fazer. Posso fazer tudo por você, Anahí.”


A última lembrança me fez iniciar um choro incessante:


“Se eu tiver significado alguma coisa para você, Anahí, por favor... Por favor, se puder... Eu


te imploro... Me surpreenda. É o meu maior desejo.”


As coisas pioraram quando as recordações - não das palavras do Alfonso, mas do que fizemos


juntos - começaram a invadir a minha mente como inúmeras rajadas que me acertavam em cheio o


coração. Todos os momentos que passamos surgiram como um filme; tudo o que foi falado, sentido,


experimentado, vivido, transformado... Cada detalhe, desde a primeira dança até suas lágrimas no


quarto do hotel.


Céus... Como eu o amava! Amava muito. Era forte, intenso. Longe de qualquer explicação


lógica. Amava o modo como ele se movia, amava seu toque, seu cheiro, o jeito sufocante como


erguia a boca sempre para o canto esquerdo... Amava sua voz, seu corpo, sua educação, inteligência,


charme... Amava seu sorriso e quando cantava, cozinhava, me observava e respirava... Tudo me


deixava louca. Tudo me levava para apenas um lugar que, definitivamente, não era em cima daquele


altar.


Não podia me casar. Não mesmo. Seria loucura demais, e cometeria um erro muito maior se


deixasse acontecer. Por incrível que possa parecer, não casar era a coisa mais certa e justa que eu


podia fazer por mim, pelo Manuel e pelo Alfonso.


- NÃO! – gritei, com todas as minhas forças.


Por um momento, nem sabia onde estava. Não sabia dizer se o padre já tinha me perguntado se


eu queria casar. Acho que não... Bom, deve ser por isso que as pessoas se assustaram tanto.


Manuel olhou para mim, espantado.


- Anahí... O quê...


- Não posso me casar! – continuei. Estava nervosa, querendo desabafar tudo de uma vez.


Queria sair gritando, berrando, implorando... Tudo, menos permanecer calada. – Não posso fazer


isso!


Olhei para as meninas. Lara já chorava, enquanto Cláudia e Fabiana apoiavam a cabeça nas


mãos. Jéssica ria alto e Paloma olhava para mim, tão chocada quanto o restante da igreja. Até o


padre tinha ficado sem reação.


Voltei a encarar o Manuel. Ele estava de queixo caído, extremamente confuso. Meu coração batia


forte, mas não podia voltar atrás.


- Você não pode mais me fazer feliz, Manuel – falei, baixinho. – Também não posso te fazer feliz


desse modo.


- Anahí... O que está dizendo? Nós... Nós... – O coitado estava muito nervoso. Acho que não


conseguia acreditar no que acontecia.


- Sinto muito... – murmurei, balançando a cabeça. – Não vamos ser felizes. É melhor acabar


com isso agora, antes que seja tarde.


- Anahí... – Manuel me segurou nos braços, mas eu me afastei depressa.


- Acabou, Manuel – sussurrei, de modo que ninguém além dele pudesse ouvir. Meu objetivo não


era humilhá-lo, mesmo sabendo que seria impossível ir embora sem fazê-lo. - Sinto muito, de


verdade.


Dito o que precisava, achei que aquela igreja estava pequena demais para mim. Todos estavam


tão espantados, que ainda não conseguiam demonstrar qualquer reação além do choque. Tomada pela


vergonha, culpa e alívio, simplesmente saí correndo a toda velocidade.


Se a Julia Roberts pudesse me ver, certamente teria me aplaudido.



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Autor(a): Nana

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 374



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  • queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26

    Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3

  • jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57

    Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.

  • anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59

    Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo &quot;1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica&quot;, mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35

    to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!

  • franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16

    O.o

  • debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46

    Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)

  • franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16

    :)

  • debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49

    Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais

  • franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk


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