Fanfic: Despedida de Solteira - AyA | Tema: Ponny- Hot
Atravessei o tapete vermelho depressa, tentando ignorar as pessoas que me olhavam com muito
espanto. Desci as escadarias da igreja, segurando boa parte do tecido do meu vestido. Vozes
chamavam o meu nome, mas estavam distantes. Ignorei-as. Continuei correndo por um longo
estacionamento, percebendo que estava cheio. Os carros de todos os familiares estavam lá.
O sapato branco de salto alto começou a doer demais nos meus pés, porém não ousei diminuir
a velocidade. Parece fácil fugir de uma igreja, mas não é. Um grande pedaço seu fica para trás,
embora você sinta que a maior parte está seguindo adiante. Mesmo assim, é um processo doloroso.
Movido por muitas incertezas.
A voz de Alfonso soou, mais uma vez, na minha consciência:
“Eu te imploro... Me surpreenda”.
Oh, sim. Havia surpreendido não apenas a ele, mas a mim mesma e a todos aqueles que me
conheciam, de um modo geral. Claro, aquilo era uma boa lição. Eu experimentava o doce sabor do
aprendizado, digerido minuciosamente a cada passo que dava para longe da igreja. De quê adiantou
ser certinha a minha vida inteira, pensando e repensando em tudo, para no fim descobrir que a minha
felicidade estava em um lugar tão diferente do planejado?
Jamais teria conhecido o Alfonso se não me permitisse o novo, o surpreendente. E nunca teria
provado algo tão bom se não deixasse todo o meu raciocínio e sanidade de lado. Pode ser loucura
para muita gente... E é. Foi a maior loucura que já fiz, mas acredito que também foi a decisão mais
certa que tomei. Sentido? Nenhum.
Há coisas que, como diz a música, só os loucos sabem... E só eles podiam me justificar.
Não provei para as pessoas que eu podia, mesmo sendo tão sensata, agir de forma diferente.
Não provei para o Alfonso que tinha coragem o bastante para surpreendê-lo. Não havia provado para o
Manuel que nove anos podia se transformar em nada durante um curto espaço de tempo. Não provei
para as minhas amigas que não era uma pessoa perfeita, nem para os meus pais.
Depois de tudo o que fiz e passei... Simplesmente não provei nada a ninguém. Só provei a mim
mesma que posso, sou capaz, de ir atrás do que quero. Tenho a capacidade de não apenas pensar,
mas de sentir e agir de acordo com meus desejos. Nunca mais eu os deixaria de lado. Cada um dos
meus maiores desejos seria ouvido, e tenho certeza de que viveria loucamente feliz pelo resto da
minha vida. Talvez tudo o mais fugisse do meu controle. Bom, que assim seja. Se a felicidade não
pode ser controlada, quem sou eu para ditar suas regras?
Consegui tomar um táxi depois de cruzar a primeira avenida. As ruas não estavam
movimentadas, portanto foram poucas as pessoas que viram a noiva em fuga. O taxista não fez
perguntas, e eu lhe disse aonde ir sem hesitar. Usando as mesmas palavras do Alfonso, sabia
exatamente o que queria e o que podia fazer.
Do nada, comecei a gargalhar. Tipo, muito. Feito uma doida varrida. O taxista olhou para mim
e, incrivelmente, começou a rir também.
- O senhor deve estar achando que sou louca! – gritei, ainda rachando de rir.
- Só acho que você parece feliz por ter deixado o casório – ele respondeu. Seu semblante era
tranquilo e divertido. Parecia uma boa pessoa.
- Acredite, estou indo atrás da minha verdadeira felicidade!
- Isso é bom. Você tem coragem de ir atrás dela. Nem todos teriam, portanto você não é louca.
Apenas quer ser feliz. Loucos são aqueles que não querem.
Filosofia de taxista, que legal. Adoro encontrar pessoas assim, capazes de falar coisas
inteligentes. Entretanto, aquilo me fez calar. Eu estava longe de ser uma mulher corajosa.
Sinceramente, estava morrendo de medo. Meus braços tremiam... Tudo tremia. Pior que uma
batedeira elétrica.
- Estou com muito medo! – berrei. Sério, estava falando alto demais. Acho que tentava
desabafar o que havia se entalado na minha garganta.
- Claro que está. Mas, quem não tem medo, não tem coragem.
- Verdade.
Quando menos esperei, cheguei ao meu destino. Olhei ao redor, verificando se estava mesmo
no lugar certo. Sim, era ali. Exatamente ali. Desci do táxi depressa.
- Oh... Eu não trouxe dinheiro! – berrei, esquecendo-me completamente que estava sem
documentos, dinheiro, cartões e o diabo a quatro. – Espere aqui, irei arranjar.
- Não, moça... Fica por minha conta. É sério. Só resolva o que tem de resolver – disse o
taxista, sorrindo para mim.
Ainda bem que ainda existem almas caridosas no mundo.
- Obrigada! Valeu! Deus lhe pague e te dê o dobro! Obrigada pelas palavras também! –
Gargalhei, sentindo-me um pouco tonta de excitação. O taxista riu e foi embora, deixando-me diante
de um prédio muito luxuoso.
Subi uma pequena escadaria, chegando à portaria.
- Boa noite – disse o porteiro, olhando-me de cima a baixo. – Posso ajudá-la?
- Sim! Você me ajudou na quinta-feira, lembra? Precisei sair do prédio pela manhã, mas não
tinha a chave eletrônica! Lembra de mim? Hem? Hem? – Não ria. Eu estava mesmo muito eufórica e
falante. Acho que tinha perdido todo o juízo.
- Lembro sim... – O porteiro franziu o cenho. Devia estar assustadíssimo com a cauda do meu
vestido e o véu, que ocupava quase toda a escadaria atrás de mim.
- Então! Preciso ir ao apartamento dezessete! É meio urgente, senhor. Por favor, deixe-me
entrar!
- Preciso interfonar antes, dona. Apartamento dezessete... É do senhor Alfonso, não é isso?
- Sim, mas não interfone! Por favor, é sério! Não quero assustá-lo!
O porteiro me observou.
- Acho que ele vai se assustar se eu não interfonar – falou, sorrindo de leve.
- Por favor! Se você tiver problemas, coloco a culpa inteira em mim! Só me deixe passar! –
choraminguei, ficando um pouco chateada. - Olha, eu não fugi da igreja para ser contrariada agora!
Pelo amor de Deus, ajude-me a resolver os meus problemas! Não vê que estou desesperada?
O funcionário pareceu refletir um pouco mais. De repente, balançou a cabeça e, apertando
apenas um botão, destrancou uma enorme porta de vidro e metal.
- Obrigada! – gritei, mas sem perder tempo. Corri direto para o elevador.
- Vou ficar de olho em você pelas câmeras, mocinha! – ouvi-o dizer, mas não tive a chance de
respondê-lo.
Segui rumo ao apartamento do Alfonso. Sério, tive a impressão de que o elevador chegaria ao
dezoito, mas não ao dezessete. A demora me causava uma angústia imensa. O sabor da antecipação
era amargo, queimava as minhas entranhas.
Depois de finalmente alcançar o décimo sétimo andar, voei pelo pequeno hall de entrada e
toquei a campanhia centenas de vezes seguidas, sem pausas.
Meu coração congelou de vez quando ouvi um barulho na porta. Alfonso girava a chave e a
maçaneta.
Quando ele me viu, plantada rente a porta, tive a sensação de que o mundo inteiro podia se
explodir ao meu redor. Não daria a mínima. O que mais importava, se tudo de que eu precisava
estava diante de mim?
Alfonso colocou seus lindos olhos sobre os meus, e não os desviou por nada. Sua boca abriu um
pouquinho, só um pouquinho. A expressão era perplexa, mas tão linda quanto só ele conseguia ficar.
Oh, ele estava tão perfeito! Vestia uma bermuda cinza bem simples e uma camiseta branca.
Parecia super à vontade, mas seus olhos, depois de melhor observados, estavam diferentes. Consegui
identificar logo; Alfonso os tinha um pouco avermelhados na parte que devia ser branca. Sim, ele
andou chorando.
- Não vai me convidar a entrar? – murmurei, um pouco temerosa. Não sabia qual era o nível da
raiva que ele estava sentindo de mim.
Mais do que depressa, Alfonso me puxou pelos braços, fazendo-me entrar no apartamento. Uma
tonelada de vestido me acompanhou. Com um movimento brusco, ele fechou a porta atrás de si e me
empurrou contra a primeira parede que encontrou, sem desgrudar os olhos dos meus.
Derreti imediatamente. Estava entregue, ele podia fazer o que quisesse comigo.
- Nunca pensei que te diria isso – Alfonso murmurou com uma voz rouca maravilhosa, fazendo
minha pele inteira arrepiar. Uma lágrima saiu de seus olhos incríveis. -, mas você é louca, Anahí.
Não acredito que... Achei que já estivesse casada.
- Só se eu fosse muito burra – respondi, enlaçando meus braços no seu pescoço.
Autor(a): Nana
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Alfonso me tomou pela cintura, ainda com lágrimas nos olhos. Não sei por que, mas tinha parado de chorar desde que entrei no táxi. Sendo assim, apenas enxuguei as lágrimas daquele homem lindo, que agora era meu. Meu homem lindo, maravilhoso e gostoso. Difícil acreditar, mas sei que me acostumaria facinho. Ia beijá-lo com vontade, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 374
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queren_fortunato Postado em 08/05/2016 - 09:02:26
Não me canso de ler essa fanfic, é a melhor de todas,e esse final que PERFEITO <3
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jessAyA Postado em 20/02/2016 - 18:57:57
Melhor fanfic que já li na minha vida. Obrigada Nana.
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anniepuente Postado em 26/10/2014 - 02:16:59
Acho que vou... Chorei! Puts, estive sumida e ainda to no capitulo "1 ano, 3 meses e 3 dias depois... -Por Jéssica", mais tinha que comentar pra não pensar que se livrou de mim kkk, mds, casamento perfeito... <3
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:23:35
to chorrando aki pq acabou...e agora como vou ficar sem ler essa fic* que eu amooooooooooooooooooooooooo tanto....amei amei amei amei simplesmente tudo tudooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo SAUDADES!!!!!!!!
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franmarmentini Postado em 22/10/2014 - 10:09:16
O.o
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debaya Postado em 22/10/2014 - 06:39:46
Own q final mais lindoooooo!!!!! Me enrolei, atrasei, mas tinha q comentar o ultimo cap. Perfeeeeeeeito ser uma garotinha de lindos olhos verdes como o do papai babão lindo!!!! Meu sonho baby ponny na vida real...Vou sentir mta falta dessa web, sou xonada nela...nos vemos na sua Mila...bjus Ah! Nana...foi maravilhosa
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:49:02
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk poncho tá pior que a any ta mais ansioso que ela kkkkkkkkkk isso fazem mais um baby :)
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franmarmentini Postado em 20/10/2014 - 14:40:16
:)
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debaya Postado em 17/10/2014 - 02:21:49
Tô boba aqui imaginando Any com barrigão esperando baby ponny e Poncho todo babão cuidando....ai que sonhooooo!!!!! Tomara q seja a menininha q ele tanto quer...rs Mila, tô lendo a sua fic e já tô na parte q ela espia ele no banho...safadany kkkkk já já vou poder comentar Posta mais
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franmarmentini Postado em 16/10/2014 - 10:22:15
ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii poncho é um fofo e any ta taradona kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem que podia ser gemeos assim tem um menino e menina kkkkkkkkkkkkkk