Fanfic: Duble de Noivo - Herroni {Adaptada} | Tema: Herroni

Instantaneamente, Mai perdoou seu segurança, pois não conseguia imaginar Poncho Herrera babando por mulheres.

Poncho era sempre discreto e competente, qualidades às quais ela atribuía especial valor. Mai ainda tinha lembranças horríveis do período anterior à chegada de Poncho em sua rotina.

Tivera que aguentar muitos comentários maliciosos e piadinhas a respeito da "alta rotatividade"  do serviço de segurança pessoal. Havia boatos de que era impossível trabalhar para ela e de que ela nunca conseguia manter um segurança por muito tempo. O pessoal do departamento de recursos humanos reclamava da política de mudança de funcionários de Maite.

Seu pai, o presidente da empresa, chegara a sugerir que Mai participasse de uma oficina de treinamento de sensibilidade para colocá-la em contato com os sentimentos daqueles funcionários que não conseguiam corresponder aos seus padrões de viciada em trabalho.

Mai ficara ofendidíssima com a agressão. Ela apenas queria um segurança com disponibilidade de horário e flexível para lhe atender conforme precisava nada mais. E não queria entrar em contato com os sentimentos de seus funcionários!

― Eu me inscrevo na tal oficina quando você se inscrever, papai ― dissera ela ao pai que, como Mai bem sabia, fazia uma excelente e maldosa imitação de um típico orientador de sessão de treinamento de sensibilidade.

Sentira um alívio considerável quando Poncho Herrera ― confiável e eficiente ― chegara, colocando um ponto final no interminável desfile de seguranças. O fato de eles trabalharem tão bem juntos ainda a deixava admirada quando pensava no assunto.

Poncho era discreto e despretensioso, não fazia o tipo espalhafatoso, e Mai lhe era grata por isto. Muitos dos antigos seguranças imaginaram estar apaixonados por ela e agiam de maneira provocadora para chamar sua atenção. Eles nunca duravam mais de algumas semanas. Irritada por não obter deles trabalhos produtivos, Mai acabava despedindo-os.

Seus olhos estreitaram-se enquanto continuava examinando Poncho Herrera. O terno cinza e o penteado que ele usava eram discretos e profissionais. Ele tinha uma pele morena que fazia um bonito contraste com seu cabelo castanho. E embora Poncho não fosse bonito no sentido clássico, sua mandíbula marcada, seu queixo forte e firme e seus pequenos olhos verdes e perspicazes conferiam-lhe uma atração peculiar.

Não para ela, é claro, apressou-se Mai em garantir a si mesma. Ela não estava interessada em iniciar um relacionamento com o melhor segurança que já tivera. Não estava interessada em iniciar um relacionamento que fosse além de um bom jantar a luz de velas e quem sabe sexo seguro de curto prazo sem qualquer compromisso mais sério. O trabalho era a principal força motriz de sua vida e ela não podia imaginar uma pessoa ocupando uma posição mais importante do que aquela.

― Dê uma olhada na revista, Mai ― ordenou Angel, arrancando-o de seu devaneio.

Mai franziu as sobrancelhas.

― Por que eu teria algum interesse em olhar as Barbies pelas quais vocês estavam babando?

― Barbies, hum? ― disse Mai, rindo por dentro. ― Não sei não, Mai, acho que você vai se interessar bastante por essas garotas. Uma em especial.

Poncho ficou tenso. Era como ver alguém prestes a passar na frente de um ônibus em alta velocidade. Ele queria avisá-la, mas sua voz parecia estar congelada na garganta. Ficou parado, observando enquanto Mai lançava um olhar de desdém para o artigo.