Fanfic: I still Believe | Tema: Rebelde, Anahi

"Definitivamente odeio acordar cedo!”  Dizia a garota que estava a ponto de completar seus quinze anos de vida.

“Essa é a primeira vez que escrevo sobre mim e exponho o que sinto em uma página na internet e devo advertir que não sou o tipo de pessoa que pode reclamar da vida, porém acordar cedo nunca foi meu forte, e mesmo acreditando que já deveria estar acostumada, cada dia que passa sinto mais dificuldade em me adaptar ao horário que me obrigam a levantar.

Antes de tudo, acho que devo me apresentar verdade? Chamo-me Anahí, um nome bem interessante. Dizem que foi de uma princesa mas também é de uma flor, não que eu realmente me importe com a origem dele. Enfim, tenho 15 anos, ou melhor, 14 anos e 10 meses, sempre sou corrigida quando falo que tenho 15 completos então acabo corrigindo sem pensar toda vez que solto essa idade. Nesse momento acho que estou no limite de uma fase que não necessariamente deveria fazer parte de uma vida perfeita.

Desde que eu lembre, sempre tive tudo o que quis, sempre paguei com meu próprio dinheiro meus luxos e desejos e talvez isso tenha me trazido pra esse lugar que estou agora. Meus pais sempre me contam de como tudo começou. Eles dizem que eu fui uma criança simpática e animada, que sorria até pra quem não sorria pra mim.

Os sábados eram meus melhores dias, minha irmã me acordava a base cócegas e enquanto eu não saia da cama a pulos ela não me deixava em paz. Ela tem seis anos a mais que eu então sempre fui sua bonequinha o que me fez ser mais mimada do que o necessário, mas não me queixo disso, ou não me queixava até hoje...

E foi assim naquele sábado chuvoso, lembro-me que mamãe me arrumou como uma princesinha, saia e blusinha em dois tons de laranja que combinavam facilmente com os sapatinhos pretos de sapateado. Saímos em direção ao prédio onde minha irmã encontrava a felicidade nos finais de semana. Naquele dia não sei muito bem o que aconteceu, não lembro de muita coisa, apenas do que todos comentam e claro, daquilo que tenho gravado em fitas que ficam espalhadas por toda a casa.

Enquanto as crianças maiores que eu se divertiam naquela coisa que até então parecia uma festa infantil, eu ficava no colo de meu pai, me balançando o suficiente pra que ele cansasse e me largasse um pouco no chão, tempo necessário pra que eu pudesse correr e me juntar ao grupo que brincava. Comecei a  cantar e a dançar, coisas que sempre me chamaram atenção.

 Daquele momento em diante, não sei bem o que passou, mas me vi fazendo aquilo todos os sábados em que me comportava bem durante a semana, parecia tudo um sonho, uma diversão a parte da vida de criança feliz que sempre levei...

Lembro-me muito bem de uma ou outra lembrança daquela época sem precisar recorrer a vídeos ou fotos que tem por aí, definitivamente foi uma das melhores épocas que vivi, posso garantir que qualquer criança em meu lugar faria o mesmo.

Conforme os anos foram passando fui aprendendo a dar valor àquilo que via como brincadeira e comecei a encará-lo como um trabalho de verdade. Aos dez anos já havia participado de programas infantis famosos, feito novelas e gravado um cd com 11 faixas que falavam desde o horário em que eu acordava, coisa que de fato sempre me incomodou e até mesmo uma que soava como uma canção de boa noite a todos aqueles que ouvissem meu disco.

Agora me vejo aqui, já passa das 6:30 da manhã  e em alguns minutos vou ser chamada com um leve toque na porta pra descer e tomar café antes de ter que sair correndo pra mais um dia de gravação.

[Ouve-se um pequeno ruído soando do lado de fora do quarto]

Tisha: Any querida o café está quase pronto, se apresse antes que perca a hora você não pode chegar atrasada outra vez!

 [Pela primeira vez Anahi conseguia dizer o que sentia e ainda que pensasse que escrevia apenas por tédio, seu subconsciente ansiava por aquilo- um pouco de conforto e paz em um mundo conturbado e movimento por pessoas que muitas vezes desconheciam sua verdadeira face. Anahí se afasta do computador, deixando a página de seu blog aberta a espera de uma continuação sobre aquilo que parecia ser sua história de vida e em um rápido movimentar dos dedos escreve suas duas últimas palavras antes de retirar] 

"Be continue..."