Fanfic: Meu Insuportável Colega - laliter | Tema: Laliter

    Sentei lá e fiquei vendo as horas passarem, lembrando de cada detalhe, desde o inicio, desde que a vi pela primeira vez acordando e dando boa dia ao dia, ao lembrar disso eu sorri, o jeito dela agradecer, o jeito de ficar braba, cada palavra, cada carinho, cada sorriso, cada beijo, cada noite de amor.

    Ela é a mulher da minha vida, como esquecer?  Vi o sol se por sozinho. Voltei para casa, dormi rápido, eu não tinha força pra nada. Os dias foram passando, eu já não sabia mais o que fazer, não tinha uma noticia dela.

  Eu falei com a Emi e com o Nicolas todos os dias, ela ligou uma vez e disse que tinha chegado bem, Emi tentou falar de mim, mas Lali não quis ouvir. Euge também falou com ela uma vez, Lali também não a ouviu. Uma semana se passou, duas semanas se passaram, um mês se passou.

    Noticias dela? A mesma coisa, que está bem, que a faculdade é legal, ela mora com a família da Mery e está trabalhando meio turno com crianças, ela ensina eles a pintar. 

  Eu estou fazendo um cursinho para fazer a faculdade, mas não tenho interesse nenhum, também arrumei um emprego.  Três meses depois dela ter ido e eu estou cada dia mais sem vida.

    A saudade dentro do meu peito está insuportável.  Depois de sair do serviço, fui até a casa da Euge , como eu fazia todos os dias.

Peter: ela ligou? - falei quando Euge chegou no portão. Já estava pronto para ouvir outro ``não``, ela raramente ligava.

Euge: Sim. - meu coração disparou.

Peter: como ela está? Ela falou de mim? 

Euge: eu tenho uma noticia, mas não é boa. - Euge me olhou séria.

Peter: fala logo. 

Euge: A Lali esta gravida. 

  Meu coração parecia ter parado de bater.

Peter: como assim... -falei transtornado.

Euge: ela conheceu um cara, ele ajudou ela...

Peter: eu não quero ouvir mais nada. -falei duramente. 

Euge: Peter... -ela falou como se pedisse desculpas.

Peter: esquece. - falei, virei as costas e saí dali.

      Como ela pode ter me esquecido tão rápido? Eu aqui chorando por ela, fazendo cursinho, me preparando pra vestibular.. tudo pra ela voltar um dia e eu poder dar uma vida a ela.... e ela... ela me esqueceu tão rápido.

    Comecei a andar rápido, fui parar naquela rua estreita que eu não via há muito tempo. O beco. Me acabei lá, eu queria morrer. Devo ter dormido uns três dias na rua, só sei que acordei na casa do Vico , com minha mãe sentada ao lado da cama.

Peter: onde eu to?

Vico: na minha casa.

Peter: o que …

Gime: desde quando você usa drogas Peter ? - minha mãe me olhou chorando.

Peter: mãe... 

Gime: desde quando? 

Peter: quando o pai morreu.. eu.. mas eu tinha parado.. a Mariana..

Gime : tudo bem. Eu sei. Vico já me explicou tudo na verdade. - ela disse compreensiva.

 Peter: eu perdi meu pai.. perdi a Mariana .. eu não quero mais viver mãe. - falei e deixei uma lágrima cair.

 Gime: eu estou aqui, eu preciso de você Peter. Você é a única coisa que eu tenho ainda.

Peter: desculpa mãe, eu só queria ela perto de mim... mas ela me esqueceu tão rápido...

Vico: nós vamos te ajudar cara, eu to aqui, sua mãe, a galera tá lá em baixo, todo mundo estava preocupado. 

Peter: eu preciso dela.

  Depois desse incidente, e de ver que todo mundo realmente estava lá preocupado comigo, resolvi esquecê-la, ela estava com outro, ia ter um filho de outro.

   Novamente o tempo foi passando. Hoje faz um ano que ela foi embora. Seu filho já deve ter nascido, Euge sabe, mas eu não quis mais ouvir nada sobre ela. Comecei a namorar uma menina que conheci na praia, mas ela não se comparava a Mariana, nenhuma mulher me fazia esquecê-la.

   Depois de dois meses, terminei o namoro, não adiantava iludir ninguém, muito menos tentar me iludir. Fazia exatamente um ano que eu não a via mais, um ano sem ela do meu lado, um ano sem seu beijo, seu abraço, seu sorriso. Minha mãe, Vico e todo o resto da galera me ajudou pra caramba, eles inclusive me apresentaram a Ana, que era a menina com quem eu namorei os dois meses, fui a algumas baladas, fiquei com algumas mulheres, mas não adiantou nada.

    Hoje a galera me convidou para ir a praia, eu não estava afim, mas como sempre, eles foram até lá em casa e eu acabei indo.

Vico: vem, vai ser legal, bora lá surfar.

Peter: to sem animo..

Euge: você sempre está sem animo, anda logo, vamos. - Euge disse me pegando pelo braço.

Peter: tá, tá.. eu vou.

   Fomos para a praia.

   Estavámos eu, Euge , Nico , Vico e Cande, Gáston e Rochi chegariam depois.

Nico: vamos fazer o que na virada de ano? 

Euge: eu queria passar na praia, vamos vir todos pra cá?

Peter: tá longe ainda..

Cande: longe? Mais duas semanas e tá ai..

Vico: é, tá perto já.

Peter: Acho que vou ficar em casa mesmo.

Euge: nada disso, você vem com a gente pra cá! 

   Nessa hora o celular da Euge tocou, ela recebeu uma mensagem.

Euge: gente é a ... - ela gritou eufórica mas parou antes de acabar a frase, só podia ser a Lali.

Peter: A Mariana? - falei com o olho brilhando, eu sentia tanta saudade dela e apesar de ter pedido para a Euge nunca mais me falar dela, eu queria saber como ela estava, como estava seu filho, se ela vivia bem, a facul como ia... eu queria saber dela. Mas ainda me sentia magoado, traido.

Euge: é.. a Lali Pitt... 

Peter: e como ela está? - fingi não dar importância.

Euge: ela diz que esta bem e me mandou uma foto do filho. - Euge disse meio sem jeito.

Cande: deixa eu ver! - Cande pegou o celular. - como é lindo! 

Euge: eu também achei, muito fofo. - apesar das meninas não terem se tocado, aquilo doía em mim, mas eu queria conhecer o filho dela, ou filha... mesmo sendo de outro cara. Vico e Nico também olharam.

Peter: posso ver? - falei sem jeito.

Euge: claro, pega. - ela me estendeu o celular.

     Olhei para a foto e senti uma dor no peito, na foto a minha menina, a menina que eu fiz mulher, segurava um bebe tão lindo quanto ela, ele estava vestido de azul, devia ser menino e tinha um sorriso realmente fofo, aquela criança me encantou.      Continuei baixando, pra ver o que dizia a mensagem.  ``Estou bem, com muitas saudades, de todos.

   Esse é o Luan, meu menino. A facul está legal, dois anos pela frente ainda... sinto sua falta amiga. Beijos, Lali.``

Peter: Luan. - sorri falando o nome do menino.

Euge: ele é tão lindinho.

 Cande: puxou a mãe.

 Euge: aos dois eu acho. - Euge disse, olhei para ela sem entender.

Peter: como assim aos dois?

Euge: é que.. o pai.. é.. eu conheço... - ela disse e meu coração sentiu ser apunhalado pelas costas.

Peter: então.. ela já conhecia o cara? 

Euge: ela? é, eu não sei.. é que eu conhecia, mas ela não sei... 

Peter: ah, tá bom... é, eu tenho que ir embora gente.. até mais. - falei levantando da areia e indo para casa. 

   O filho dela é muito bonitinho, tão pequeno, tão inocente... não tem culpa de nada, na verdade, a culpa de tudo é minha. Se eu não tivesse bebido tanto... Cheguei em casa e fui para o chuveiro, fiquei parado enquanto a água levava minhas lágrimas, era difícil aceitar que a mulher da minha vida estava com outro, tinha um filho e uma vida feliz, eu não conseguia acreditar que tudo tinha se perdido. Fui levando assim os dias.

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