Fanfic: Enfeitiçadas | Tema: Magia, Bruxa, colegial
–E então, funcionou? – perguntou Alina ansiosa – eu estou invisível?
Ravena e Leslie arregalaram os olhos estupefatas. Sua amiga simplesmente havia desaparecido bem ali como se nunca tivesse existido . A única coisa que indicava a presença de Alina era a sua suave voz.
–Bom, pela cara que vocês estão fazendo eu suponho que tenha funcionado – disse a menina olhando para as sua mãos sem conseguir vê-las.
–Não acredito que isso funcionou mesmo – comentou Leslie esfregando os olhos – devemos estar quebrando uma cinquenta regras do grupo.
–Deixa de ser medrosa Less – resmungou Alina levantando-se – agora é tarde demais para voltar atrás. Me esperem aqui, eu volto em dez minutos.
–E se não voltar? – indagou Ravena.
–Credo criatura! – disse Alina – eu volto já ok? Esperem por mim.
Dito isso Alina Ross saiu correndo pela trilha da floresta que saia no fundo do colégio.
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O Armand Hammer College era o maior e mais renomado de toda a cidade de Berkshire no norte de Minneapolis, região mais fria dos EUA. Berkshire fora fundada a mais de 300 anos quando um grupo de mulheres solteiras e viúvas, seguidoras da grande mãe que vieram fugidas das regiões próximas a Salem, onde a perseguição às bruxas se fez muito mais forte e violenta. Aqui, elas se estabeleceram cultivando as poucas plantas que conseguiam sobreviver no rigoroso clima da região e tecendo para as cidades vizinhas onde, ficaram muito conhecidas pelos seus primorosos trabalhos.
Hoje, três séculos mais tarde uma jovem de cabelos ruivos se esgueirava pela mais antiga construção da cidade e tentava entrar sorrateiramente na sala dos professores onde, as provas do segundo bimestre estavam guardadas.
–Droga! – resmungou Alina baixinho constatando que a porta estava trancada. A aquela hora, quase seis da tarde o colégio já estava praticamente vazia e provavelmente apenas funcionários estariam circulando pelo local.
A menina não teve muito tempo para lamentar sua falha. Edith Holmes cruzou o corredor em passos calmos e incertos na direção da sala e destrancou a porta.
Edith Holmes era uma mulher muito idosa que trabalhava na biblioteca da escola e só não estava aposentada porque era avó da diretora do colégio. Não enxergava muito bem e usava estranhos aparelhos de ouvidos que Alina julgava estarem sempre quebrados, pois, sempre que chamavam a mulher, ela nunca ouvia. Apesar disso, a senhora Holmes era uma pessoa muito importante no Coven, onde seus conselhos eram sempre ouvidos.
Alina se apressou para entrar na sala antes que a mulher fechasse a porta e ficou observando para saber o que a mulher iria fazer.
Como sabendo que está sendo observada, a mulher deu uma olhada em volta de maneira intrigada fazendo com que a jovem prendesse a respiração. Depois, balançou a cabeça como quem espanta pensamentos ruins e voltou-se para procurar algo em uma prateleira.
–Ora, aí esta você sua malandrinha! – disse a idosa fazendo com que o coração de Alina desse um salto.
Porém, Edith não havia dito isso para Alina, mas sim para um pacote de amendoins escondido atrás de antigos livros.
Alina observou pasma a senhora Holmes sair da sala sacudindo o pacote de amendoins como se fosse um grande achado e trancando a porta atrás de si, deixando a jovem presa.
–Eu penso num modo de sair daqui quando achar as provas – disse Alina tranquilizando a si mesma e começando a procurar.
Depois de vários minutos de busca sem encontrar nem mesmo uma pista do paradeiro das provas a ruiva já estava se dando por vencida. Estava cada vez mais escuro e ela não poderia acender a luz para procurar sem chamar a atenção do zelador. Mesmo invisível não deveria correr certos riscos. Alguns dos funcionários da escola eram bruxos e pior, tinham os cinco sentidos funcionando corretamente, o eu poderia complicar e muito a vida da garota.
–Pensa Alina, pensa – repetia – hum... talvez não sejam apenas os amendoins que ficam escondidos naquela prateleira.
E dizendo isso correu remexeu nos livros, procurando por algo mas, só havia alguns livros antigos.
Um deles chamou a atenção de Alina que curiosa, o pegou.
–Mas isso é... – disse a menina maravilhada.
De repente soaram passos no corredor, assustando a jovem que olhou ao redor procurando uma saída. A janela da sala estava entreaberta e Alina, ágil como um gato pulou, aterrissando no gramado e correndo para encontrar suas amigas.
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–Você conseguiu? – foi a primeira coisa que Leslie perguntou ouviu a voz ofegante de Alina.
–Espera – foi tudo que a ruiva disse enquanto se ajoelhava novamente no círculo e desfazia o feitiço.
–Você resolveu fazer suspense agora? - indagou Ravena levemente irritada – pegou ou não as malditas provas?!
Quando o feitiço fora desfeito e as cores retornaram ao seu corpo, a menina sorriu triunfante.
–Não, não encontrei.
–Isso era para ser uma boa notícia? – disse Ravena.
–As provas não importam meninas, eu achei algo bem melhor – respondeu Alina mostrando o livro.
–O que é isso? – perguntou Leslie confusa.
–Por favor, Less, vai me dizer que não sabe o que é isso – bufou Alina.
–Isso parece um grimório – disse a menina preocupada – mas não pode ser.
–Claro que pode – retrucou Alina – porque é um grimório.
–Onde conseguiu isso? – indagou Ravena.
–Na sala dos professores, entre os livros da senhora Holmes.
–Você roubou o grimório de uma Anciã?! – gritou Leslie alarmada.
–Ela nem enxerga – se defendeu Alina – não precisa dele.
–Você sabe que nós não temos idade para utilizar feitiços mais complexos – continuou Leslie – já foi errado você copiar o pergaminho do seu pai para ficar invisível. Isso que fez não tem perdão!
–Não banque a santinha agora Leslie Donovan – retrucou Alina enfurecida – você sempre participou de tudo.
–Tenho que concordar com a Less, Alina – assinalou Ravena – isso que fez é muito sério.
–Dane-se – disse Alina – nós nunca podemos fazer nada com nossas habilidades! Porque não podemos usar magia? Só porque algumas velhas chatas e ranzinzas dizem que não podemos?
–Elas são as sacerdotisas do coven Alina, - explicou Leslie – sabem o que é melhor. Quando formos maiores, teremos liberdade para usar a magia.
–Não me venha com essa Leslie, a Ravena é a loira aqui ela é quem deveria ser burra.
–Como?! – disse Ravena.
–Desculpe Rav – disse Alina - o que eu quero dizer é que vivemos num lugar cheio de hipócritas! Se menores não podem fazer feitiços completos porque Sophie e suas “amiguinhas” estão sempre usando magia para se dar bem?
–Porque ela é a filha do prefeito? – disse Ravena sarcasticamente – E o prefeito é o líder do Coven?
Leslie não disse nada. Alina ergueu uma sobrancelha.
–Exato. Todo mundo tem que fazer o que eles dizem só porque eles estão no comando. Ou pelo menos acham que estão.
–Bom, - interveio Ravena - eu sei que está muito feliz com o fato de encontrar o seu próprio grimório mas, ainda temos o problema as provas esqueceu?
–Pois é – disse Leslie – o tempo que gastamos roubar o feitiço e vir até aqui podíamos ter gastado estudando.
–Não se preocupem – disse Alina olhando o livro – até amanhã resolveremos este problema.
Autor(a): Tynna
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