Fanfic: Enfeitiçadas | Tema: Magia, Bruxa, colegial
–Minha nossa Leslie! – gritou Alina –como você fez isso?
Leslie não conseguia parar de olhar o livro. A menina estava tão surpresa quanto suas amigas. Como se fosse um livro comum o enorme grimório se abrira para ela revelando seus ocultos segredos.
Passada a surpresa inicial, Ravena puxou o livro da mão da amiga com o cenho franzido.
–Mas o que? – disse ela passando as páginas sem entender nada – esta em branco!
Alina se aproximou da loira constatando a mesma coisa.
–Isso não é possível! Não pode estar em branco.
Leslie não entendia o que as amigas estavam dizendo. O livro não estava em branco, mas sim repleto de inscrições, desenhos. Como era possível que elas não pudessem ver?
–Do que vocês estão falando? – indagou Leslie.
–Do que estamos falando? – disse Alina confusa com a pergunta – você não vê o livro está em branco! Não tem nada nele.
Para enfatizar, a ruiva balançou o livro na frente da amiga.
–Não, não é verdade – disse Leslie – olha só os símbolos os rituais. Não é possível que vocês não estejam enxergando.
Ravena e Alina trocaram olhares atônitos.
–Você está vendo mesmo alguma coisa? – insistiu a loira
–Sim – foi a resposta – não só alguma coisa, tudo.
–Porque nós não podemos – disse Alina.
–Só pode ser um encantamento – afirmou Ravena – um poderoso que permite que apenas alguns poucos os leiam.
–É o grimório dos Holmes – argumentou Alina – porque a Leslie teria acesso permitido ao grimório de outra família?
–Isso não faz nenhum sentido – falou Leslie.
–Bom, talvez o livro só se revele aos puros de coração – disse Ravena dando de ombros.
–Isso sim, faria sentido – concordou Alina rindo.
–E agora? – indagou Leslie – o que vamos fazer?
Alina encarou a amiga.
–O que você vai fazer Less. Você é a única de nós que pode ler o livro. Você vai ficar com o grimório.
–O que?! – gritou Leslie perplexa – não, não você enlouqueceu? E se descobrem?
Alina suspirou.
–Ninguém vai descobrir nada criatura. Além do mais se o livro se revelou para você e isso só prova que não tem nada de errado em você ficar com ele.
–Que linha de raciocínio interessante – brincou Ravena.
–Uma linha de raciocínio de alguém com a mente bem torta – rebateu Leslie – não vai dar eu não tenho onde esconder isso. Minha avó é como um cão perdigueiro, vai acabar encontrando.
–Anda Leslie – insistiu Ravena – você não quer saber o que esse livro tem? O que ele pode oferecer?
A morena olhou para o livro indecisa. Era tentador, isso com certeza. Mas por outro lado ela sentia que se decidisse ficar com o grimório sua vida nunca mais seria a mesma.
–Eu vou ficar com ele por alguns dias – decidiu Leslie para a alegria das outras duas – alguns dias entendeu? Depois vamos devolvê-lo.
–Tudo o que você disser amiga – disse Alina com um sorriso.
Leslie revirou os olhos. Ela sabia que nunca ganharia uma guerra com Alina Ross. Tudo era como ela queria. A morena apenas fingia ganhar algumas batalhas.
–Sem querer atrapalhar o momento feliz – interrompeu Ravena – mas ainda temos o problema das provas. O que faremos?
Dessa vez foi Leslie quem respondeu.
–Eu vou procurar algo no livro. Se eu não achar nada que ajude vamos ter que fazer a moda antiga.
–Por mim tudo bem – disse Ravena – é melhor nós irmos. Demoramos demais.
–Boa sorte Less – disse Alina se despedindo.
Leslie observou as suas amigas irem embora num misto de preocupação e alegria. Segurando o livro com força próximo ao peito ela correu para casa sentindo a leve brisa noturna no seu rosto.
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Alina caminhava pensativa. As ruas frias e úmidas da cidade não incomodavam a menina acostumada com o clima hostil da cidade. Alina nascera e crescera ali, assim como seus pais e os pais deles servindo ao coven e mantendo a tradição. A família Ross era uma das famílias mais importantes da cidade, perdendo apenas para os Daywood e para família do líder, os arrogantes Lavesque.
–Está perdida ruivinha? – disse uma voz
Alina fez uma careta ao ouvir a voz de Sophie. Sem dúvida não havia pessoa no mundo que a garota detestasse mais. Ela se virou e viu o carro rosa estacionado.
–Não, eu estou ótima – respondeu Alina – e você porque não vai se perder em um outro lugar? Quem sabe, com um pouco de sorte você acaba sendo devorada sei lá, por um urso.
Sophie riu divertida e suas amigas Alisson, Sam e Faith , irmã mais nova de Sophie a acompanharam num coro pateticamente ensaiado.
–Bom, torça para que isso aconteça Ross, porque é a única maneira de você se tornar visível nessa cidade – disse Sophie com um sorriso zombeteiro nos lábios – eu não culpo você por se sentir ofuscada.
–A única coisa ofuscando a minha visão é esse seu carro brega Lavaca – rebateu Alina se afastando.
A riso de Faith ainda pode ser ouvido pela jovem da mesma forma que a voz irritada de Sophie.
–Faith, o que acha que está fazendo?
Faith deu de ombros.
–Ué, foi engraçado.
Enquanto Alina se distanciava uma Sophie muito irritada a observava de longe.
–Você ainda me paga, nojentinha.
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Ravena chegou em casa rapidamente. Estava muito intrigada com o fato de não ter conseguido ler o grimório enquanto uma bruxa mais fraca conseguira. Não que tivesse se sentido mal por isso mas era realmente algo muito estranho e merecia ser investigado com muito cuidado.
Caminhou até o escritório de seu pai decidida a pegar sutilmente algumas informações que ele pudesse deixar escapar.
Timothy Daywood era um renomado advogado e um poderoso bruxo, respeitado em toda a cidade. Graças a ele a família Daywood ganhara bem mais reconhecimento chegando a ser comparada em poder, liderança e astúcia aos grandes Lavesque. Apesar disso, Timothy não tinha grande apreço pelas artes e importava se apenas em criar a sua única filha Ravena de maneira correta para que ela pudesse ser uma advogada competente e uma pessoa honesta para herdar o seu legado.
Ravena abriu a porta com cuidado. Seu pai estava debruçado sobre a mesa repleta de papéis, os cabelos loiros já um pouco acinzentados caídos de forma bagunçado sobre seu rosto pálido.
–Pai? – chamou a moça.
Como quem levara um susto Timothy ergue-se num salto, derrubando papéis por toda a parte.
–Ravena – disse ele esfregando os olhos – que susto!
–Desculpe – disse Ravena abaixando-se para ajudá-lo a pegar os papéis – eu queria fazer uma pergunta.
–Hum – disse ele pegando seus óculos e pondo no rosto – pois faça.
–Quando eu vou poder ver o grimório da nossa família?
–Você já me perguntou isso lembra? - disse ele sentando-se – eu respondi que quando você for iniciada poderá ter acesso ao livro.
–Como assim acesso? – insistiu a menina.
Timothy franziu o cenho como se não tivesse entendido a pergunta.
–Como?
–O que você quer dizer com “acesso” – indagou a loira.
–Bom, quero dizer que eu irei retirá-lo de onde está guardado e dá-lo a você – respondeu ele confuso.
–E se uma outra pessoa pegá-lo? Alguém que não seja da nossa família? O que acontece?
–Isso seria um crime horrível sem dúvida. Um roubo, além de uma perda enorme para nós. Os secretos feitiços de uma família são coisas muito importantes para manter o legado e se um outro os lesse deixaria de ser nosso.
–Entendo – disse Ravena.
–Porque está perguntando isso? – falou Timothy.
–É que eu fiquei preocupada sabe. Um dia eu terei a responsabilidade de cuidar do nosso grimório.
Timothy sorriu.
–Não se preocupe com isso. Eu sei que você irá cuidar muito bem de tudo.
Ravena sorriu.
–Obrigada pai.
E quando deixou o escritório e foi para o seu quarto a menina estava mais intrigada que nunca. Mas aquela não era a hora de se preocupar com aquelas coisas, estava na hora de descansar e aguardar o amanhã na esperança de que Leslie tivesse boas notícias.
Autor(a): Tynna
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O grimório estava aberto em cima da cama de Leslie desde que ela chegara de sua ida furtiva à floresta. A menina lia com afinco cada linha, observava atentamente cada desenho, a fim de descobrir os segredos ali contidos. E, quanto mais ela lia percebia que aquele livro não era nada do jeito que ela imaginasse que fosse um grimório. Nele, nã ...
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