Fanfic: Enfeitiçadas | Tema: Magia, Bruxa, colegial
O grimório estava aberto em cima da cama de Leslie desde que ela chegara de sua ida furtiva à floresta. A menina lia com afinco cada linha, observava atentamente cada desenho, a fim de descobrir os segredos ali contidos. E, quanto mais ela lia percebia que aquele livro não era nada do jeito que ela imaginasse que fosse um grimório. Nele, não havia instruções para rituais e nem ingredientes para feitiços. Era como se fosse um monte de palavras espalhadas ao redor de imagens que a menina não compreendia. Leslie bufou irritada. De nada adiantou conseguir ver o que havia nas páginas, pensava a menina.
Foi então que Leslie viu um símbolo que reconhecera logo de cara: era o mesmo símbolo do pingente que ficava guardado em meios às tralhas de sua avó jogadas no quarto. Leslie lembrava bem a última vez que havia visto aquele pingente.
Há uns cinco anos atrás Leslie brincava de exploradora no quintal da casa enquanto sua avó conversava aos sussurros com o seu pai. Depois de dar algumas voltas pelo quintal ela resolveu entrar no pequeno quartinho dos fundos e procurar algum artefato precioso. Cutucando aqui e ali Leslie viu um pequeno cordão pendurado num prego. Era um cordão bonito com um pingente em formato de pentagrama. Leslie já vira muitos símbolos como aquele em vários lugares. Mas aquele pingente era diferente de todos os outros: envolvendo o pentagrama havia uma serpente e no centro uma faca de dois gumes. Durante todo o tempo que segurou aquele objeto Leslie sentiu uma sensação estranha, um conforto que nunca pudera imaginar.
Ela levara o objeto até a sua avó perguntando de quem era. Leslie nunca tinha visto a sua avó tão irritada. Ela arrebatou o cordão de sua mão dizendo para que nunca mais mexesse nas suas coisas sem permissão.
Leslie passou a mão pelo símbolo. Como podia o símbolo do colar de sua avó estar naquele grimório se ele nem mesmo pertencia a aquela família?
A morena resolveu ir dormir e pensar no assunto depois. Talvez aquele cordão ainda estivesse no mesmo lugar. Se estivesse talvez ela pudesse desvendar aquele mistério.
Ela colocou o livro embaixo da cama e dormiu um sono sem sonhos.
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O som irritante do despertador só irritou ainda mais Alina Ross. A jovem tinha rolado na cama por horas antes de conciliar o sono e agora que já estava conseguindo o despertador tocava fazendo um barulho impossível de ignorar. Jogou um travesseiro no despertador que caiu num baque surdo e sentou-se na cama esfregando os olhos.
Sua mãe Gina Ross bateu na porta e colocou o rosto para dentro.
–Vamos Alina vai acabar se atrasando. De novo.
Alina resmungou indistinguível e levantou-se indo em direção ao banheiro. Estava na cara que aquele não ia ser um dia fácil.
Durante o café da manhã Alina imaginava se Leslie havia conseguido encontrar algum feitiço que as ajudasse. Mal podia aguentar de ansiedade para saber dos progressos de sua amiga. Absorta nesses pensamentos ela não viu quando um pedaço de torrada voou até o seu rosto.
–Amélia!! Isso não teve graça! – gritou ela irritada.
Amélia era a irmã mais nova de Alina. Aos sete anos tinha os mesmos cabelos ruivos de sua irmã e o rosto repleto de sardas. Ao notar o aborrecimento da irmã, amenina sorriu mostrando que faltava um dente incisivo.
–Vocês duas, sem brigas na mesa – reclamou Gina.
–Foi ela quem começou! – retrucou Alina.
–Alina, não discuta com a sua mãe – disse Roger pai das duas.
Alina suspirou desistindo de responder. Seus pais eram um casal em perfeita sincronia. Eles nunca brigavam entre si. Era irritante. Eles combinavam em tudo como se a Barbie e o Ken. Até mesmo na aparência eles lembravam o famoso casal de bonecos. Sua mãe, uma mulher alta esbelta e loira enquanto seu pai tinha os cabelos ruivos e olhos azuis e um porte elegante.
–Eu já vou andando, tá? – disse Alina pegando sua bolsa caminhando em direção à porta .
–Juízo – disse Roger abaixando pela primeira vez o jornal e olhando para a filha.
–Já sei pai – respondeu a jovem fazendo um esforço para não revirar os olhos.
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–Eu vou até o mercado – disse Moira – se apresse ou vai ter que ir a pé.
Leslie balançou a cabeça.
–Não se preocupe vovó, Alina vai me dar uma carona.
Moira fez uma careta. Era muito óbvio que ela desaprovava completamente aquela atitude. Mas acabo não dizendo nada.
–Só não vá se atrasar para o colégio. Eu não quero saber de ouvir reclamações dos professores.
–Não se preocupe vovó – disse Leslie sorrindo de leve.
Moira observou a menina por um tempo.
–Algum problema?
–Problema? Eu? – disse Leslie sobressaltada – não, não mesmo. Estou ótima.
A mulher franziu o cenho mais por fim virou-se e saiu sem dizer mais nada.
Quando ouviu o barulho da velha caminhonete de sua avó se distanciando Leslie por fim liberou o ar que estava segurando. Mal tinha conseguido disfarçar o seu nervosismo e por pouco sua avó não tinha descoberto que ela estava escondendo coisas. Ainda mais coisas a respeito de um certo grimório roubado.
Sem perder mais tempo a menina correu para os fundos da casa e entrou no pequeno quarto. Depois de revirar o lugar por alguns minutos, Leslie encontrou o que queria. O cordão ainda estava lá, exatamente do mesmo jeito que se lembrava. Ela segurou o objeto por alguns instantes, sentindo o calor confortável. Depois o colocou no bolsa e saiu dali rapidamente, pois Alina já havia chegado e buzinava do lado de fora.
Mal Leslie entrou no carro Alina já foi perguntando.
–E aí, conseguiu algo?
Leslie colocou uma mão no bolso onde estava o pingente.
–Vamos descobrir.
Alina arqueou uma sobrancelha.
–Fazendo mistério? Tá falando sério?
–Eu conto o que eu descobri assim que encontrarmos a Ravena – respondeu a morena.
Alina não insistiu.
–Ok, ok, se você prefere assim, vamos encontrar a Rav.
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Ravena caminhava de um lado para o outro em frente à porta do colégio. Ela já não aguentava mais esperar por suas amigas. Era normal que Alina se atrasasse, mas Leslie? Não mesmo, pensava a loira.
Passados uns bons minutos,Ravena avistou o Audi azul de Alina se aproximando e suspirou aliviada.
Esfregando as mãos a Ravena correu na direção das duas jovens. A conversa que elas teriam a seguir traria muitas novidades.
Autor(a): Tynna
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O resto da manhã foi tão enfadonho quanto poderia ser. Leslie não conseguia pensar em nada além do garoto misterioso. Quando será que ele iria aparecer de novo? Pensava ela. Já estavam indo embora quando ouviram uma voz conhecida chamar: –Ei, Leslie! Alina deu um risinho ao notar quem era. –Ora, ora meninas aí ...
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