Fanfic: Enfeitiçadas | Tema: Magia, Bruxa, colegial
Alina ficou paralisada por alguns instantes devido ao enorme susto. O que Edith Holmes poderia fazer aqui? Será que tinha descoberto sobre o roubo do grimório?
–Algum problema Alina? – perguntou Edith franzindo o cenho como se captasse os pensamentos da menina.
A jovem balançou a cabeça e se recompôs. De nada adiantaria se desesperar uma vez que aquela visita inesperada podia nada ter a ver com o grimório que ela pegara.
–Olá senhora Holmes. Eu só fiquei surpresa com sua visita. Algum problema na escola?
A mulher riu enquanto respondia
–Não se preocupe senhorita Ross, minha visita não tem nada a ver com suas notas. Eu quero apenas trocar umas poucas palavras com sua mãe. Posso entrar?
Fazendo um esforço para sorrir de volta, Alina afastou-se da porta para que a mulher entrasse enquanto pronunciava um comedido “por favor “.
Edith caminhou para dentro e sentou-se no sofá que a jovem indicou enquanto se afastava
–Vou chamar a minha mãe
–Não precisa Alina – disse Gina se aproximando – já estou aqui. Olá Edith.
Edith levantou-se para cumprimentar a mulher.
–Gina, já faz um tempo que não nos vemos.
–Somos mulheres atarefadas, isso é normal – disse Gina sorrindo de leve.
–Você tem razão – concordou a mulher mais velha.
Alina afastou-se rapidamente deixando as duas conversando e foi direto para o seu quarto. Uma parte dela queria ficar ouvindo a conversa, e a outra simplesmente sair correndo antes que a coisa ficasse preta. Bem que ela devia ter ouvido Leslie e deixado aquela porcaria de livro lá. Não que ela fosse admitir isso um dia, é claro.
Tudo que ela podia fazer agora era sentar e esperar.
***************************************************************************
O carro sacolejava bastante na estrada irregular que cercava a parte mais distante da cidade. Um silêncio constrangedor dentro daquele veículo fazia com que Leslie simplesmente quisesse voltar para casa. No que ela estava pensando quando concordou com aquilo?
Ted cortou o silêncio.
–Você parece chateada.
Leslie piscou.
–Eu? Não, não impressão sua.
Ele a olhou de lado.
–Você não disse nada desde que saímos da sua casa. Se você quer desistir não tem problema.
–O que! Não! Eu só estou pensando nas provas – disse a menina – acho que não fui muito bem.
–Sério? E eu que achava que você nunca tinha problemas com as provas.
–Pois é.
Depois disso, o silêncio retornou criando uma muralha invisível e incômoda entre os dois que só veio a desaparecer quando o garoto estacionou numa em frente a um casarão que parecia abandonado.
–É aqui – disse Ted pulando do carro para pegar os sacos de ração que estavam no porta-malas. Leslie desceu também e tratou de segui-lo.
–Nossa, que encontro incrível - zombou James aparecendo do lado dela – sabe, na minha época quando se queria cortejar uma garota, convidávamos ela para uma ópera ou uma exposição. Hoje os jovens levam as garotas para casas caindo aos pedaços para alimentar animais de rua. Já ouviu falar em raiva?
A morena arregalou os olhos e diminuis os passos para se distanciar e Ted. Ele não precisava ver ela conversando “sozinha”.
–O que você está fazendo aqui? – cochichou.
O garoto bufou divertido.
–Sabe, eu não tenho muitas opções de lazer, então achei que seria divertido assistir a uma digamos... comédia da vida real.
–Isso não é divertido – disse Leslie séria – vai embora.
–Claro, porque eu só sirvo quando é para responder as suas perguntas não é? – retrucou ele.
Leslie suspirou.
–Olha, eu estou ocupada e não preciso de você me zoando tá? Se quer ficar tudo bem, desde que não me provoque.
Os olhos dele brilharam.
–Eu vou me arrepender disso – disse Leslie enquanto corria para alcançar o amigo.
A casa estava repleta de cachorros e gatos de todos os tamanhos e cores. Um a um Ted disse o nome de todos eles e, com a ajuda de Leslie alimentaram todos.
–Minha mãe que teve a ideia de trazê-los para cá. Ela está pensando em reformar o lugar e transformá-lo num abrigo oficial- explicou Ted orgulhoso.
–É incrível Ted. Sua mãe é o máximo – afirmou Leslie sorrindo. Pelo canto do olho, ela pode ver James fazendo uma careta.
–Eu vou buscar água – disse Ted saindo rapidamente – volto já.
–Eu já conheci pessoas entediantes – começou James – mas esse aí...
–Deixe de ser chato. Não é entediante querer ajudar quem precisa – reclamou Leslie.
Um gato se aproximou de James e miou alto. Leslie franziu o cenho.
–Ele pode te ver?
–Minha nossa, o que ensinam as bruxas hoje em dia? É claro que ele pode, é um gato ora – respondeu James como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
–Você se esquece que eu não sou uma iniciada.
Ele gesticulou rapidamente.
–Besteira. Até um leigo sabe que animais são sensitivos e gatos mais que o resto. Sua ignorância é ofensiva.
–Você é muito grosso sabia? – falou a menina aborrecida.
–Grosseria é fazer deste lugar sagrado um lar para cães vadios – foi sua resposta ácida.
A confusão afastou a raiva de Leslie que perguntou intrigada.
–Lugar sagrado?
–É claro. Essa é a minha antiga casa.
*****************************************************************************
O celular de Ravena tocava insistentemente e, apesar da jovem ter decidido não falar com mais ninguém naquele dia ela não teve alternativa senão atendê-lo.
–O que é Alina? Eu estou tentando trabalhar! – disse irritada.
–Trabalhar? – indagou a ruiva – desde quando você trabalha?
–Estou trabalhando numa pesquisa importante – explicou Ravena – sobre os últimos eventos.
Alina nem se deu o trabalho de perguntar por quê. Sabia bem como Ravena era quando enfiava uma coisa na cabeça e ela não iria desistir até conseguir uma explicação para o grimório e o fantasma da Leslie.
–Esquece isso tá? Temos coisas mais importantes.
–Que coisas? – perguntou Ravena.
–Edith Holmes esteve aqui em casa.
O telefone ficou mudo.
–Rav, você está aí?- indagou Alina
–Sim, estou. O que ela queria? Não me diga que...
–Não –respondeu a ruiva antes que a amiga terminasse a pergunta – ela não sabe de nada, pelo menos não com certeza. Minha mãe disse que ela fez um monte de rodeios e depois disse que estava com saudade de conversar com ela.
–Ela está mentindo – afirmou Ravena.
–É claro – concordou a outra – ela só estava querendo sondar. Eu procurei me informar e soube que ela fez isso o dia todo visitando várias casas pela cidade.
–Isso é bom– concluiu Ravena – ela não tem ideia de quem pode ter sido.
–Eu não sei não – disse Alina – estou farejando problemas Rav.
Autor(a): Tynna
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Edith chegou cansada em casa. Depois de um dia demasiado exaustivo visitando casas de bruxos na tentativa de descobrir quem roubou o grimório. A princípio ela acreditava que Hernand estava apenas sendo paranoico como sempre e que ela devia ter guardado o livro em algum lugar e esquecido. Porém, ela tinha procurado por ele em todos os locais possív ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo