Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot
– Perfeito – disse Marlos.
“Perfeito não... Perfeita!”, pensei,
encarando Anahí fixamente.
Ela não desviava os olhos, o que
deixava claro que alguma coisa estava
acontecendo entre nós. Afinal, ninguém livre
de intenções mantém um olhar sobre uma
pessoa por tanto tempo. Aquilo me animou
muito, em um nível que me encheu de
excitação. Meu plano tinha dado certo.
– Bom, senhoritas, continuaremos
com a festa! Rapazes... – Marlos fez um
sinal para que começássemos a trabalhar.
Sinceramente, não consegui me
mexer. Estava bastante ocupado mantendo
o olhar da Anahí sobre o meu. Os caras
se juntaram às meninas no sofá, guiando-as
de volta à área externa. Luís já tinha ligado o
som novamente, e uma balada divertida foi
iniciada.
Decidi me aproximar depois que
ficamos sozinhos na sala. Cheguei muito
perto e peguei sua mão. Segurei-a com
carinho e me curvei para beijá-la, mas sem
desviar os olhos. Demorei um pouco no
processo, sentindo sua pele macia
acariciando meus lábios.
– É uma honra para mim ser sua
companhia, senhorita Anahí – sussurrei.
Ela então pareceu ter acordado de um
sono hipnótico. Imediatamente retirou a mão
e se afastou um pouco, dando alguns passos
curtos para trás.
– Alfonso, não precisa de tudo isso –
falou. – Sejamos sinceros, vou me casar
daqui a uma semana e não pretendo viver
fortes emoções na minha despedida de
solteira, se é que me entende.
Hum.
Se ela estava falando sobre aquilo
logo de cara, certamente era porque tinha
pensado a respeito. Quero dizer, Anahí
realmente pensou na possibilidade de viver
fortes emoções. Talvez até tenha imaginado
coisas que achava que não devia.
Confesso, isso me instigou. Saber que
podia mexer com ela acordou em mim uma
fera que eu já conhecia. Conhecia tanto que
já sabia o que ia acontecer; não desistiria tão
fácil. Não me renderia ou aceitaria aquele
papo de “vou casar na semana que vem”.
Parece estúpido da minha parte, até porque
meu plano era ser escolhido pela Anahí
apenas para protegê-la, mas a quem estava
enganando? Eu a desejava. Já disse uma
vez, mas vou repetir: quando desejo alguma
coisa, costumo obter com facilidade.
– E o que pretende viver na sua
despedida de solteira, senhorita? – incitei.
– Só quero me divertir com as minhas
amigas – ela respondeu na defensiva.
– Suas amigas estão se divertindo. –
Apontei para a porta de vidro. De onde
estávamos, dava para ver os casais
dançando de modo divertido, curtindo um ao
outro. O clima lá fora estava bastante
descontraído, totalmente diferente do clima
dentro da sala de estar.
– Eu sou diferente. Tenho outras
concepções de diversão.
“Ah, é?”, pensei. Interessante. O que
será que Anahí gosta de fazer, afinal?
Dançar com certeza não é uma opção.
– Diga-me suas concepções e iremos
nos divertir. É para isso que estou aqui –
murmurei.
Ela permaneceu calada, oferecendome
mais doses de seu olhar enigmático.
Estava louco para desvendá-lo. Aliás, não
queria desvendar apenas o olhar, mas
também todo o restante. Queria conhecer
cada pedacinho da Anahí, começando por
aqueles lábios, que me chamava
quase aos berros. Pena que beijo na boca
estava proibido, do contrário tentaria lhe
roubar um.
– Neste momento quero apenas
sentar e beber mais um pouco – ela
respondeu.
– Como quiser. Vem comigo.
Segurei a mão dela novamente,
entrelaçando meus dedos nos seus. Saímos
da sala e caminhamos até o sofá mais
próximo do minibar. Fiz um movimento,
permitindo que se sentasse. Acompanhei-a
logo em seguida.
– O que vai querer beber? – perguntei.
– Alguma coisa forte. Bem forte
mesmo, com muito álcool.
– Trago em um minuto – falei,
sabendo que estava sendo o mais
profissional possível. A verdade é que não
queria que ela bebesse, podia ser perigoso.
Do jeito que eu estava louco para tê-la, não
conseguiria responder por mim. Se ela não
mantivesse o juízo, quem iria manter?
Marcelo não estava mais no bar,
desta vez ele estava sendo ocupado pelo
Gabriel, um dos auxiliares de cozinha. Decidi
fazer um drink eu mesmo. Sabia fazer
apenas os meus favoritos, pois a época em
que tive que dar duro de barman havia ficado
no passado. Preferi esquecer cada detalhe; é
difícil me imaginar todas as noites em um
boteco de meia tigela, sendo paquerado por
mulheres barra pesada, que me pagavam
cinquenta reais a hora. Sim, já fiz programa
por míseros cinquenta reais. Na verdade
tenho uma vaga lembrança de ter feito
alguns por trinta.
Ninguém começa de cima, certo? Tive
que ralar muito para chegar aonde cheguei.
Já passei por muitas humilhações e
momentos desconcertantes. Engoli tantos
sapos que às vezes me sinto entalado. Mas
tudo bem, não há nada na vida que não
possa ser superado.
Acabei errando um pouco na medida,
por isso o conteúdo somou dois copos.
Resolvi levar os dois, pois tinha a leve
impressão de que Anahí ia gostar deles;
apesar de forte, era doce e muito saboroso.
Entretanto, para minha surpresa, ela não
estava mais sentada no sofá. Procurei-a por
toda área externa e nada. Marlos percebeu a
minha confusão – ele estava observando a
festa, sentado em uma cadeira ao redor da
piscina – e apontou para a porta de vidro.
Entrei na sala, finalmente encontrando
Anahí. Ela parecia estar passando mal.
– Está se sentindo bem? – perguntei,
preocupado de verdade.
– Sim, só a música que está me
incomodando. Fecha a porta quando passar,
por favor?
– Claro. – Fiz o que ela pediu. Com a
porta fechada, o ambiente se tornou bem
mais silencioso. As luzes estavam acesas,
mas o fato de estar sozinho com Anahí no
mesmo lugar mexeu com a minha
imaginação.
Entreguei um dos copos para ela, que
nem perguntou do que se tratava o conteúdo
– tomou tudo de uma só vez, fazendo uma
careta.
“Não se embebede, Anahí...”
– É forte!
– Trouxe outro – avisei, depositando o
segundo copo em cima de uma mesa de
centro. Logo em seguida, sentei-me no sofá
ao seu lado.
– Pensei que fosse sua – ela disse,
referindo-se à outra bebida.
– Não bebo quando estou trabalhando.
– E nem gosto. Meu maior prazer é
permanecer sóbrio enquanto sei que posso
causar o mesmo efeito de dormência e
desinibição que causa uma taça de vinho.
– Ah... – Anahí soltou um suspiro.
Mais do que depressa, afastou-se de mim no
sofá, virando-se um pouco de frente.
Nossos olhares se cruzaram de novo.
Aquela mesma reação esquisita invadiu
meus sentidos; coração acelerado, sensação
de que o tempo podia parar... Uma doideira
que eu não conseguia entender. Acho que
meu desejo nunca havia atingido aquele
limite, por isso tais reações desconhecidas.
Atribuí aquilo tudo à minha vontade quase
absurda de puxar Anahí pelas pernas e lhe
arrancar o vestido ali mesmo.
– Então... Você trabalha com isso há
muito tempo? – ela perguntou. Parecia meio
sem assunto, mas eu definitivamente não
queria falar sobre aquilo.
– Um pouco. Suas amigas são
bastante animadas.
– São sim, bem diferentes de mim.
Franzi o cenho.
– Por quê?
– Não sei, sou anormal – admitiu,
pegando o outro copo na mesinha. Tomou
um gole e o devolveu. – Sei que devo estar
parecendo super antipática, desculpe-me por
isso. Só não gosto de certas loucuras. Prefiro
viver sem riscos, sabe?
Intrigante. Uma mulher que não
dorme com o noivo, não gosta de dançar,
não quer viver fortes emoções, não gosta de
loucuras e prefere viver sem riscos. Só me
restou pensar sobre a pergunta que não
queria calar: por quê? Será que Anahí era
uma daquelas mulheres corretinhas demais?
Uma santinha que não fazia nada de errado?
Sei lá... Talvez ela fosse apenas uma mulher
madura e responsável. Consciente.
– Compreendo, mas isso não faz de
você uma pessoa anormal – falei. – Apenas
uma mulher sensata.
– Acredite, se um dia chegar a me
conhecer o bastante, saberá. – O timbre de
sua voz veio carregado por uma dose de
tristeza que me deixou incomodado.
– Isso é um convite para que eu te
conheça o bastante? – soltei. Havia pensado
alto demais. Arrependi-me quase de imediato
por ter feito aquele comentário, apesar de ter
sido sincero.
Anahí apenas me encarou.
Permaneceu daquele modo durante muito
tempo, até que finalmente me deu uma
cortada:
– Acho que vou dormir. Estou
cansada... Meus pés doem.
“Não... Não vá...”
– Posso lhe fazer uma massagem –
propus, sem saber o que fazer para que
ficasse um pouco mais.
Ela me fitou de novo. Acho que não
se cansava de me perturbar com seus olhos
azuis. Se soubesse o quanto eu já estava
louco, não ficaria me incitando daquela
forma.
– Não... Não, Alfonso – murmurou. Sua
voz vacilou consideravelmente. Vacilou tanto
que definitivamente não me convenceu. Ela
queria a massagem, era um fato. Assim
como algumas clientes gostavam de gritar
“não” enquanto eu as fodia como um louco.
O não, neste caso, queria dizer sim, com
certeza, sem dúvida, agora mesmo, vai mais
rápido, está gostoso... Enfim. Tudo, menos
um não.
– É sério, você vai gostar. Vem aqui.
Apenas relaxe – respondi, tentando controlar
meus próprios pensamentos.
Antes que ela pudesse negar, puxei
suas pernas para mim. Anahí não
mostrou reação contraditória, apenas se
esgueirou no sofá, depositando a cabeça nas
almofadas. Retirei suas sandálias com
paciência, tocando-a com mãos leves.
Adorei sentir seus pés. Eram belos,
embora não fossem pequenos, afinal, ela era
alta. Mesmo assim, suas unhas estavam
bem feitas, pintadas com um esmalte rosa
bem clarinho. Comecei a estimular alguns
pontos cruciais, sabendo que Anahí
relaxaria num instante. Usei toda a técnica
que conhecia para lhe causar o maior prazer
possível.
Sempre gostei de fazer aquilo, mas o
curso realmente me abriu um leque de
informações e possibilidades. Nunca cobrei à
parte por uma massagem, pois sempre
achei que ela precisava estar inclusa nos
meus serviços. Um bom momento de
relaxamento é o mínimo que um homem
preocupado com o prazer da parceira pode
proporcionar a ela.
Nem sei dizer quanto tempo passei
massageando os pés da Anahí. Estava
muito concentrado no que fazia, sentindo sua
pele entre meus dedos. Todavia, quando
menos esperei, fui surpreendido pela Jéssica,
que entrou na sala acompanhada pelo Manuel.
– Ela dormiu?
Só então percebi que Anahí estava
completamente apagada no sofá.
– Acho que sim... – falei.
– Hum... Nós vamos subir – avisou
Jéssica.
“Vocês vão transar”, pensei.
– Vou levá-la daqui a pouco, fique
tranquila – afirmei, sem largar os pés da
Anahí.
– Tudo bem. Cuide dela, Alfonso.
Anahí é especial.
“Percebi.”
Jéssica piscou um olho e segurou as
mãos do Manuel, arrastando-o para as
escadas. É... A noite seria ótima para eles.
Que seja. Estava sendo para mim também.
Observei Anahí com cautela.
Parecia muito relaxada, cada músculo do seu
corpo estava entregue ao sofá. Os cabelos
escorreram ao redor da almofada, e a boca
pequena e bem desenhada permanecia
intacta. Os olhos fechados mostravam cílios
longos e pretos. Lembrou-me uma princesa,
a Bela Adormecida.
Meus pensamentos voaram longe.
Longe mesmo, mais precisamente para a
minha infância. Júlia, minha irmã mais nova,
costumava dormir daquele modo: barriga
para cima, braços ao redor do corpo. Ela
ficava tão calma e natural que às vezes
pensava que tinha morrido enquanto dormia.
Sempre conferia sua respiração quando isso
acontecia.
Sendo assim, involuntariamente decidi
fazer o mesmo. Ajoelhei-me no chão e me
aproximei da Anahí, colocando meus
dedos no seu pescoço. Sim, ela ainda
respirava. Tão bela... Tão... Sei lá.
Uma música soou nos meus ouvidos.
Recordar-me da infância e da minha irmã
sempre me remetia àquela canção. Quem
cantava era o meu pai. Ele sempre cantou
para Júlia, não para mim. Bom, ele nunca
me suportou, eu acho. Sou meio velho para
questionar os seus motivos e não o vejo há
mais de sete anos. Meu relacionamento com
ele nunca foi bom e piorou quando descobriu
qual era o meu “emprego”. Depois disso,
jamais me direcionou uma palavra.
Baixinho, comecei a cantar:
Dorme princesinha
No bercinho de cristal
Dorme princesinha
Pois ninguém te fará mal
Dorme princesinha
Meu destino é te proteger
Dorme princesinha
Estarei aqui até amanhecer
Anahí não se mexeu. Claro, sentime
um completo idiota. O que eu estava
fazendo, afinal?
Balançando a cabeça freneticamente,
resolvi me levantar. Apoiei Anahí em
meus braços e fui subindo as escadas. Ela
se mexeu um pouco, mas não abriu os
olhos. Talvez a princesa estivesse precisando
de um beijo para que, enfim, pudesse
acordar.
O problema era que eu estava longe
de ser um príncipe.
Autor(a): Nana
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Tinha acabado de subir as escadas eatravessar a porta do maior quarto damansão – o que tinha a sacada maravilhosa– quando Anahí começou a se remexerem meus braços. Ficou inquieta por algunssegundos, até que finalmente abriu os olhos.– O que está fazendo? – murmuroucom sua linda voz.Observei-a com atenç& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 77
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brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52
acabou? voce sumiu :(
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pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35
Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34
tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk
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dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59
aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18
foi muito emocionante :)
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49
*-*
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edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29
Ate q fimmmmmmm ponchito feliz
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acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22
Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!
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micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43
chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo
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edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04
Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk