Fanfics Brasil - 13º Capítulo Cai a máscara Despedida de Solteira. Ver. Alfonso

Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot


Capítulo: 13º Capítulo Cai a máscara

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Caminhamos silenciosos até o portão.
Mantive distância da Anahí, não queria
levar outro fora. Fiz um sinal para os dois
seguranças; eles indicaram que os cadeados
estavam abertos, portanto eu mesmo os
abri. Anahí saiu e, sem esperar por mim,
atravessou a pequena rua. Antes de pisar na
areia, no entanto, retirou as sandálias. Foi o
tempo exato para que me aproximasse.
– Posso segurá-las? – perguntei,
temendo nova represália.
– Ok.
Ela me ofereceu as sandálias, ainda
sem me encarar, e simplesmente saiu
correndo até a beira da praia. Seu
movimento brusco me assustou um
pouquinho, mas não perdi tempo
praguejando mentalmente. Fiquei a
observando enquanto seguia devagar;
Anahí parou quando sentiu a água do mar
em seus pés e abriu os braços, erguendo a
cabeça para o céu.
Estava tão... linda. Trajava apenas o
biquíni cor-de-rosa, deixando seu corpo tão
exposto quanto jamais tinha visto. Sua pele
naturalmente dourada parecia reluzir com o
brilho dos raios solares, e os cabelos
castanhos ficaram um pouco mais claros.
Daria tudo, qualquer coisa, para tocar sua
pele. Talvez até pagasse para isso se fosse
possível, mas sabia que Anahí não tinha
preço. Ela não era como eu.
– Espero que tenha colocado protetor
solar – falei assim que a alcancei. Não queria
que sua pele sofresse por causa do sol.
Também não queria que aquela cor
mudasse.
– Na verdade, não coloquei – ela
admitiu, ainda de braços abertos e o rosto
virado para o céu.
– Então não vamos demorar muito, o
sol está quente demais.
– O sol sempre está quente, Alfonso.
Ele é quente.
Não evitei um riso bobo.
– Tem razão, fui redundante.
De repente Anahí deixou os braços
caírem ao lado de seu corpo e me encarou.
Aleluia! Estava ficando louco com sua
indiferença. Quase tive um enfarto quando
ela finalmente decidiu quebrar o gelo,
oferecendo-me o mesmo olhar enigmático e
fixo pelo qual eu tinha me apaixonado.
“Tinha o quê, Alfonso? O quê? Hem?
Responda-me!”, pensei, sem desviar os
olhos dela. Sentia-me envergonhado.
“Para de pensar em merda, Alfonso”,
alertei a mim mesmo. Estava atingindo um
limite nunca ultrapassado de confusão e
tortura mental.
– O que está pensando, senhorita
Anahí? – perguntei e no fundo rezei para
que ela também estivesse pensando em
besteiras. Só assim eu não me sentiria tão
idiota por ser o único.
– Não sei... Acho que em nada e em
tudo – ela respondeu simplesmente.
– Isso é bom?
– Não defini ainda.
Sorri meio torto.
– Andei pensando no que você me
disse. Não muito, mas pensei – Anahí
completou, começando a caminhar
vagarosamente pela beira da praia.
Acompanhei-a no impulso.
– Pensou? Isso é bom então.
Cheguei realmente a pensar que tudo
o que eu tinha lhe dito sobre a gaiola interior
havia entrado em um ouvido e saído pelo
outro. Mas pelo visto Anahí era boa no
pôquer; escondia muito bem o que estava
sentindo, como se uma muralha a segurasse
ou uma máscara estivesse estampada em
seu rosto, impedindo qualquer pessoa de
reconhecê-la.
– Sim – sussurrou.
– Chegou a alguma conclusão? –
decidi perguntar.
– Mais ou menos. Sabe, você tem
razão sobre algumas coisas. Refleti bastante
e . . . acho que me engaiolo muito. Sou
escrava do meu raciocínio.
Este lado da Anahí já estava
deixando de ser um mistério; ela realmente
era uma mulher sensata demais. Pensava
tanto em estar certa ou errada que não
conseguia se permitir certos exageros. Podia
visualizá-la no seu cotidiano, seguindo um
milhão de regras impostas por si mesma.
Cansativo demais para qualquer ser
humano. Mas ela parecia presa nas próprias
concepções, na própria mania de se julgar.
– Hum... Continue – pedi.
– Há coisas que sempre quis fazer,
mas nunca tive coragem. Nunca parei para
pensar se estava sendo legal com as
pessoas... Sei lá, sempre ajo de acordo com
o que penso, que pode ser diferente do que
quero e diferente também daquilo que as
pessoas esperam de um indivíduo comum.
Interessante.
– Por exemplo?
– Bom, eu... não bebo, quero dizer,
ontem bebi não sei como. Não consigo fazer
nada sem ser planejado. Fico me julgando o
tempo todo, tenho mania de limpeza...
Também não danço.
“Bingo!”, pensei, vangloriando-me por
ter acertado tudo antes que Anahí
precisasse, de fato, dizer. Saber que eu
finalmente tinha um perfil de sua
personalidade era um conforto, mas, ao
mesmo tempo, eu me sentia meio estranho.
O motivo era meio óbvio; estava preocupado
com o que disse sobre si mesma. Quanto
mais eu descobria, mais percebia que ela
precisava de ajuda.
– Você dançou ontem – falei, por falta
de comentário melhor.
– Ontem fiz coisas que nunca havia
feito. Aquela não era eu.
Ótimo, fiquei confuso de novo. Afinal,
quem era aquela mulher? Até que ponto ela
se escondia, em que momento se
mostrava? Será que a máscara nunca iria
cair? E por que eu fazia tanta questão de
desvendá-la?
Acabei fazendo a pergunta que não
queria calar:
– Então, quem é você?
– Quando te ignoro estou sendo eu
mesma.
Não esperava por aquela resposta.
Fiquei absolutamente surpreso, até parei de
caminhar. Ela acabou fazendo o mesmo,
sem desviar os olhos de mim.
Quer dizer que Anahí era a versão
chata, que me ignorava e me dava foras?
Era a que achava normal não dormir com o
próprio noivo, não viver fortes emoções e
jamais se permitir? Se assim fosse, então
quem era a mulher incrível que me encarava
de maneira insinuante? Quem era a que
sorria inocentemente e abria os braços para
o sol? Impossível acreditar que eram a
mesma pessoa, portanto cheguei a mais
uma conclusão: ela estava se enganando.
Não conhecia a si mesma, porque jamais
havia seguido os próprios instintos. Por
incrível que possa parecer, sempre acreditei
que só conseguimos nos autorreconhecer
quando deixamos nossos desejos aflorarem
e não quando raciocinamos em demasia.
Não adianta pensar sobre o que somos,
temos que simplesmente ser.
– E quando não? – perguntei, ainda
transtornado. Anahí sequer sabia quem
era. Por isso tinha demorado tanto a
desvendá-la. Como conhecer alguém que
não se conhece?
– Quando não, estou sendo alguém
que desconheço.
“Bingo número dois!”
– Então, neste momento, você está
sendo alguém que desconhece? –
questionei, mas já sabia a resposta.
Anahí pareceu extremamente
confusa.
– Não sei direito.
– Posso responder por você? –
propus.
– Tente.
Refletindo um pouco mais, cheguei
àquela conclusão e a expus sem pensar
duas vezes:
– Quando você não me ignora, está
sendo o que sente. Quando me ignora, está
sendo o que pensa.
– Talvez... – Anahí balançou a
cabeça freneticamente. Estava visivelmente
confusa, embaraçada. – Talvez.
Eu sabia que tinha acertado. Anahí
me desejava, queria viver fortes emoções
comigo. Mas seu poder de discernimento a
impedia e me rejeitava automaticamente.
Ela ficava se julgando por me desejar, como
se fosse um erro sem tamanho.
Provavelmente aquela mulher nunca tinha
passado por uma situação parecida; em que
seu desejo estava prestes a ganhar a
batalha. Seu raciocínio calculado jamais
havia lhe deixado brechas, portanto as
justificativas eram baseadas inteiramente na
sensatez. E os instintos? E as vontades?
Tudo isso passava longe.
– Desculpe-me a indelicadeza,
senhorita, mas quantos anos você tem? –
Estava curioso.
– Vinte e sete.
– Nesses vinte e setes anos, em
algum momento, já foi unicamente o que
sentia?
Anahí pareceu refletir. Eu já sabia a
resposta, mas queria que admitisse a si
mesma. Ela, de repente, retomou a
caminhada. Deu alguns passos vagarosos e
falou alguma coisa ininteligível. Permaneci no
mesmo lugar.
Percebendo que eu tinha ficado para
trás, ela se virou e finalmente respondeu:
– Não me lembro!
“Bingo número três!”
– Foi o que pensei – falei.– Você quer,
de coração, fazer algo a respeito?
Mal sabia o que queria propondo
aquilo. Certo, eu sabia muito bem, mas não
queria assustá-la. Sinceramente, não sentia
mais aquela vontade de fodê-la como se
fosse qualquer uma de minhas clientes.
Queria fazê-la sentir... Despertar seus
instintos e vontades. Queria ajudá-la, apesar
de isso nunca ter feito o meu estilo. Nem
sabia por que ainda estava conversando,
nunca conversei tanto com uma cliente em
toda a minha vida.
Anahí balançou a cabeça, voltando
a enganar a si mesma.
– Não.
– Sente-se completamente satisfeita
com seu senso de racionalidade? –
perguntei.
– O que é isso? Teste dramático de
revista teen? Onde devo marcar um xis? –
Ela riu, mas permaneci muito sério. Não via
graça em nada daquilo, eu não estava
brincando.
– Apenas me responda se for
possível, senhorita Anahí.
Vi quando os olhos dela se encheram
de lágrimas, enquanto contracenava uma
expressão que fez meu estômago apertar.
“Oh, não... Não, não chore”, pensei,
começando a me desesperar. Já estava
arrependido por tudo – inclusive por ter
nascido –, querendo trazer qualquer palavra
que a tivesse magoado de volta para minha
boca. Mas era tarde demais. Além de
começar a chorar, Anahí também gritou:
– Quer saber, Alfonso? A verdade? Eu
me sinto um lixo a maior parte do tempo!
Sou certinha demais, perfeita demais...
Quero tudo no lugar exato, o tempo todo!
Odeio surpresas, odeio não saber o que
fazer, o que falar, como agir, para onde ir...
Eu quero ter controle sobre tudo!
Compreendo perfeitamente que a vida não
pode ser assim, por isso sofro demais! Mas,
por mais que sofra, nunca mudo! Esta sou
eu, Alfonso! Satisfeito?
Meu coração quase saiu pela boca.
Ele batia tão acelerado que achei que fosse
desmaiar. Foi difícil manter a compostura,
mas continuei encarando Anahí enquanto
lágrimas doloridas lhe molhavam a face.
Estava com vontade de sumir. Odiava
quando as clientes davam chilique, mas senti
muito mais do que ódio naquele momento.
Senti pena... Raiva, angústia... Era um misto
difícil de explicar.
Aproximei-me devagar, chegando
muito perto dela. Anahí me encarou, mas
seus olhos, sempre vivos, não brilhavam
mais. Estavam apagados, tristes, de modo
que minha vontade real foi de morrer. Ergui a
mão e lhe enxuguei uma lágrima. Nunca
tinha feito aquilo antes, nunquinha. Enxugar
lágrimas? Eu? Nem pensar...
– Vou repetir a pergunta: quer fazer
algo a respeito? – sussurrei. Minha voz saiu
vacilante, um murmúrio rouco indefinido.
Anahí olhou para o céu além de
mim.
– O que vai fazer comigo? –
perguntou com a voz tão vacilante quanto a
minha. Seu receio era visível.
“Oh, Anahí, podia começar por um
longo beijo, mas não posso.”
– Tudo o que você quiser e sentir,
mas nada daquilo que pensar – respondi.



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Autor(a): Nana

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 77



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  • brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52

    acabou? voce sumiu :(

  • pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35

    Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34

    tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk

  • dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59

    aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18

    foi muito emocionante :)

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49

    *-*

  • edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29

    Ate q fimmmmmmm ponchito feliz

  • acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22

    Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!

  • micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43

    chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo

  • edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04

    Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk


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