Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot
É complicado fazer o que eu faço.
Cansativo também. Pode parecer divertido,
sei que muitos caras sonham em estar no
meu lugar. Afinal, sexo é uma coisa que não
sai da cabeça de noventa por cento dos
homens. A ideia de poder transar sem
compromisso algum pode ser considerada
um sonho no universo masculino. Ganhar
muito dinheiro para transar então... é uma
conveniência tão grande que chego a
agradecer todos os dias.
Eu gosto de sexo e acredito que isso
não seja incomum. Não é errado gostar de
sexo; todo mundo gosta, claro, desde que
seja bem feito. Entrei nesse tipo de vida
sabendo bem o que queria: transar por
dinheiro. Um sonho. Pois é, um sonho que
pode se transformar em pesadelo de um
minuto para o outro.
Sim, de um simples minutinho...
Estava extremamente feliz há um
minuto, quando deixei a casa de uma das
minhas clientes mais gostosas. A mulher é
um espetáculo: morena, cabelos longos,
olhos felinos, corpo escultural. Às vezes fico
até envergonhado de cobrar alguma coisa
dela, mas infelizmente – ou felizmente – este
é o meu trabalho. A coitada não tem a
mínima ideia do quanto é bonita. Ela não
precisa contratar meus serviços, qualquer
cara dormiria com ela sem pensar duas
vezes, mas a tal da crise de inferioridade é
uma tristeza mesmo.
Sei disso porque a maioria das
mulheres com quem saio tem a autoestima
lá embaixo. Meu dever é reerguê-la por meio
de sexo prazeroso. Trato a infeliz com o
maior carinho do mundo, faço ela se sentir
especial, dou carícias, pego de jeito, empurro
na parede, fodo a criatura... e pego o meu
dinheiro.
Esta é a minha vida. Este sou eu.
Trinta e um anos experientes.
Pode ser assustador. Muitos o
consideram assim. “Como você consegue
fazer isso, Alfonso?”, é o que me perguntam.
A resposta é simples: conseguindo. Como
dizia antes, as coisas podem ser muito
prazerosas, principalmente quando a cliente
é uma gostosa mal amada.
Tudo fica complicado mesmo quando
tenho que encarar pessoas como a que
estou prestes a encontrar. Podia
simplesmente desmarcar o compromisso,
mas é muito tentador ganhar o meu
máximo: três mil reais a hora. Nem todo
mundo tem esse dinheiro para gastar com
um garoto de programa, tenho consciência
disso. Nem eu mesmo me pagaria tal valor,
mas bem... Há quem pague. É também um
desafio, pois tenho que manter a calma – e a
ereção, principalmente a ereção – diante de
uma mulher que não me atrai de forma
alguma.
Depois de quase dez anos fazendo
isso, devo confessar que sou ótimo. Parece
até que estou realmente excitado por causa
da cliente. Mal sabe ela que meu
pensamento está longe, imaginando que
estou fodendo loucamente alguma
celebridade tipo a Angelina Jolie ou a Julia
Roberts. Às vezes penso até em outra
cliente, apesar de ser estranho quando
acontece. Não gosto de pensar, lembrar,
imaginar ou ter qualquer outro tipo de relação
mais íntima com ninguém. Isso pode ser
perigoso, apesar de, depois de tantos anos,
achar impossível algum envolvimento da
minha parte.
Simplesmente não me apaixono. É
um fato. Porém não significa que eu não
tenha sentimentos, nem que não tenha
vontade de me envolver, principalmente
quando percebo que uma cliente que
considero legal se apaixonou por mim.
Acontece mais do que gostaria de admitir, e
a minha única saída é inventar desculpas
dizendo que a minha agenda está lotada.
Cheguei até a dizer a uma louca que ficava
me ligando de um em um segundo que não
trabalhava mais no ramo e tinha me mudado
para outro país. A coitada esperneou ao
telefone, fiquei com dó. Mas o que posso
fazer? Nada. É o meu trabalho. Ponto final.
Cheguei ao apartamento luxuoso da
cliente – uma cobertura que valia, no
mínimo, cinco milhões de reais –, sendo
atendido por uma funcionária. Ela pediu para
que eu aguardasse na sala. Aquele lugar era
incrível, não posso negar. Tudo inspirava
requinte e elegância; os quadros bem
colocados, a iluminação embutida no teto...
O ambiente era moderno, amplo, arejado e
discreto, todo em tons pastéis. Parecia
pertencer a alguém de muito bom gosto,
mas aposto minha BMW, a Charlotte, que
não havia sido ela quem decorou o espaço.
Era noite de quinta-feira, portanto sabia bem
o que ela queria.
Estava vestido com o meu terno mais
elegante, gravata cinza – como o exigido – e
tinha as mãos no bolso. Acredito que estava
muito bem apresentado, ela não se
decepcionaria. Estava completamente
saciado por causa da outra cliente, mas tinha
que encontrar alguma fonte de desejo, sabese
lá de onde. Ainda bem que eu sempre a
encontrava. É por isso que me dou bem
fazendo o que faço, minhas vontades
parecem não ter fim.
– Christian – ouvi a sua voz. Precisei
tomar fôlego. Odeio quando me chamam de
um nome que não é o meu. Mas ela estava
pagando caro para me chamar do que
quisesse. Tenho culpa se a maldita acha que
sou o Christian Grey, do livro “Cinquenta tons
de cinza”?
– Anastasia – falei, sorrindo. Ok, o
nome dela não era Anastasia, mas a filha da
mãe estava pagando para que eu a
chamasse de qualquer coisa. Minha vontade,
naquele momento, era chamá-la de louca,
desprezível, ridícula, masoquista dos infernos
ou qualquer outra coisa que não fosse a
coitada da Anastasia Steele, que sequer
existia. A maldita me fez ler o livro inteiro só
para ter o prazer de ser dominada por mim
em um sexo selvagem e sem sentido,
repleto de chicotadas e demais coisas que
não me passavam pela garganta.
Só porque sou um garoto de programa
não significa que goste de todo o tipo de
sexo. Não me entenda mal, curto dominar.
Gosto quando fico no controle, sinto prazer
em comandar o sexo. Porém, não sou a
favor de qualquer tipo de agressão. Não sinto
prazer em chicotear ninguém, embora faça
isso mais vezes do que gostaria. Essa
mulher não era a primeira, e certamente não
seria a última, a querer ser agredida
deliberadamente e ainda gozar muito
gostoso enquanto levava uma surra.
Estranho. Enfim...
Prefiro sexo “normal”, se é que me
entende. Também gosto de ser dominado,
mas não daquela forma. Adoro mulheres
decididas, que sabem o que querem e o que
pretendem. Gosto de ser conduzido e fico
impressionado com a capacidade que
algumas mulheres têm de comandar até
mesmo o momento certo do clímax. Deixome
levar completamente por clientes com
este dom.
Contudo, odeio quando algumas
inventam de me amarrar ou algemar. Não
vejo necessidade para isso, se querem que
eu fique parado e quieto, simplesmente fico.
Custa pedir? Bom, pelo menos, naquele
caso, Christian Grey jamais se deixaria
algemar, nem pela própria Ana Steele. Sorte
a minha, não precisaria passar por aquele
tormento. Meu tormento seria outro; ter que
manter uma ereção e transar com aquela
mulher como se estivesse muito a fim de
fazer isso.
Depois de ter passado uma hora
perfeita com uma cliente gata... Aquilo.
Ótimo, que seja. Bem-vindo ao meu mundo.
A mulher se aproximou de mim.
Encarei-a, contracenando minha expressão
mais sensual. Olha, ela não era feia, só
velha demais. Acredito que tinha quase
sessenta anos, mas acho que fazia tanta
plástica que o rosto já estava todo esticado.
Contudo, ela tinha cabelos legais, loiros e
compridos. Bom, não loiros, aquilo com
certeza era tintura. Sua pele estava
amarrotada de tanto creme hidratante que,
claro, não funcionava tanto assim. A flacidez
era visível, mas eu nada enxergava naquele
momento. Estava concentrado imaginando
os olhos azuis da Ana Steele. Ela seria a
vítima dos meus pensamentos daquela
noite.
Transar loucamente com uma ministra
não é tão ruim, tirando o fato de ela ser
velha e ter gostos incomuns. Entretanto,
permaneci aéreo enquanto a penetrava de
todas as formas e a amarrava em
braçadeiras, até que finalmente se cansou e
dispensou os meus serviços. Um encontro
de apenas uma hora acabou durando duas,
mas a maldita não se importou em me pagar
o dobro. Seis mil reais. O bom de tudo isso é
que ela jamais se apegou a mim, apesar de
ser uma cliente antiga – e muito importante
no cenário político. Sempre me pagou bem,
de forma que só o que ganhei com ela foi o
bastante para comprar a minha BMW.
Sei que você deve estar aí se
perguntando: “valeu a pena, Alfonso?”. Minha
resposta é muito simples: ganhei seis mil
reais em apenas duas horas fazendo o que
não queria. Tem gente que trabalha o mês
inteiro sem querer, oito horas por dia, às
vezes até nos fins de semana, e ganha bem
menos do que isso.
O que você acha? É claro que vale a
pena.
Naquele fim de semana começaria um
novo trabalho junto com alguns colegas. Era
um empreendimento novo, mas tinha uma
ideia muito interessante envolvendo
despedidas de solteiras. Sempre adorei
despedidas, as mulheres ficam ensandecidas
e fazem coisas que jamais fariam no
cotidiano. Gosto de observá-las; gosto tanto
que nem pensei duas vezes antes de aceitar
o serviço. Nem foi pelo dinheiro, apesar de
ter gostado bastante da questão financeira.
Estava ansioso para começar, tinha certeza
de que seria divertido. Precisava me lembrar
de ligar para o Edu pela manhã, a fim de
ficar atento aos últimos preparativos.
Cheguei ao meu apartamento. Estava
cansado. Saldo do dia: três clientes
devidamente satisfeitas, sete mil e
seiscentos reais no bolso e um braço doendo
de tanto chicotear uma vadia. Eu fazia com
força mesmo, na esperança de que ela
achasse ruim e quisesse algo mais light.
Infelizmente aquilo só surtia o efeito
contrário.
Praticamente me atirei no sofá branco
da minha sala, ouvindo o silêncio como se
ele quisesse me dizer alguma coisa. Admito
que aquele era o pior momento dos meus
dias; quando anoitecia e me via sozinho,
sem uma companhia agradável ou alguém
para me perguntar se eu estava bem.
Bom, isso nunca me importou. A
solidão pode ser reconfortante às vezes. Ela
me faz companhia como ninguém, de modo
que me sinto em casa. Sentia-me mais
seguro daquela forma.
De quê mais eu podia precisar?
Autor(a): Nana
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Acordei no meu sofá, todo quebrado.Parecia ter levado uma surra, como se aministra tivesse me chicoteado, e não ocontrário. O despertador do celular estavatocando freneticamente. Peguei-o e abri aagenda virtual. Tinha duas clientes marcadasdali a uma hora. Estava todo dolorido, suadoe morrendo de fome. Odiava dormir no sofá.Isso era cada vez mais ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 77
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brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52
acabou? voce sumiu :(
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pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35
Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34
tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk
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dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59
aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18
foi muito emocionante :)
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49
*-*
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edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29
Ate q fimmmmmmm ponchito feliz
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acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22
Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!
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micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43
chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo
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edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04
Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk