Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot
Sempre há escolhas a serem feitas.
Embora a balança nunca esteja em equilíbrio
– algum lado sempre leva a vantagem, e
este lado pode não ser o certo –, gosto de
calcular todas as medidas. Faria isso com
certeza, mas não ali no banheiro do quarto
da Anahí. Ela esperava uma resposta, e a
única que eu podia dar naquele momento era
negativa. Seria melhor para todo mundo.
Posso estar exagerando, mas acredito
que, quando alcançamos nosso limite,
devemos recuar. Talvez lutar contra aquilo
fosse inútil, mas preferi ignorar a me juntar a
ele. Não sou um cara inconsequente. Tenho
prudência, sei definir o meu lugar. Conheço
minhas regras, meus limites, e tinha a
capacidade de compreender que não podia
prosseguir.
Decidido a ir embora logo de uma vez,
saí do banheiro sem olhar para Anahí.
Pelo canto dos olhos, percebi que ela ainda
estava nua – e quietinha – em cima da
cama. Precisava pegar as minhas roupas,
mas decidi fechar as cortinas primeiro. Uma
brisa congelante entrava no quarto, e eu não
queria que Anahí ficasse doente.
No entanto, assim que alcancei a
saída para a varanda, estaquei. O cenário
diante de mim estava simplesmente
magnífico. Nunca tinha visto mistura de
cores tão belas e naturais. Parecia um
quadro, que eu certamente penduraria na
parede da minha sala. A vista da sacada
mostrava um céu alaranjado – por causa dos
primeiros raios de sol –, contracenando
danças surreais com as nuvens. Abaixo, o
mar parecia um imenso tapete azul, brilhante
na parte em que o sol tocava e vários tons
mais escuros nas outras. Ele estava calmo,
como se estivesse ausente de ondas. Sabia
que isso não era possível, mas meus olhos
capturaram a imagem do jeito que ela quis
me mostrar.
– Você precisa ver isso, Anahí.
Vem aqui – chamei, percebendo que era um
desperdício não compartilhar aquilo com
alguém.
Não ousava desviar os meus olhos do
cenário à minha frente, mas senti quando
Anahí se aproximou. Sem raciocinar,
depositei meu braço direito nos seus ombros,
trazendo-a para mim. Ela não hesitou;
entrelaçou os braços na minha cintura e
apoiou a cabeça no meu peito. Passamos
um tempo incalculável admirando a
paisagem.
– Daria tudo para tirar uma foto disso
agora – murmurei, imaginando o ângulo
ideal. Acho que sairia um retrato perfeito se
Anahí fosse até a varanda e sorrisse para
mim, despida do jeito que estava. A cena
ficaria como pano de fundo e, com alguns
ajustes, sua pele dourada faria parte do
surrealismo de cores.
– A lembrança é mais eterna do que
uma fotografia – ela disse. Parecia admirar a
vista tanto quanto eu.
– Você acha? Nos esquecemos de
tudo muito rápido. A vida é tão corrida... É
difícil lembrar com tanta perfeição.
Fotografias servem para isso.
– Tem coisas que não dá para
esquecer – respondeu.
– O quê, por exemplo?
Anahí demorou um pouco para falar
alguma coisa.
– Talvez me esqueça de tudo o que
acabamos de fazer. Na verdade, será
preciso e o farei. Vai ser natural, como uma
ferida que sangra até cicatrizar. – O timbre
de sua voz soou triste, mas melodiosa como
um acorde de violino.
Suas palavras me fizeram soltar um
suspiro involuntário. Tudo porque eu estava
disposto a fazer o mesmo que ela: esquecer
aquela noite. Sabia que ia ser impossível, e
eu nem precisaria de uma fotografia para
lembrar.
– Porém duvido de que vá me
esquecer de você – completou. Um aperto
repentino quase reduziu o meu coração a
pó.
– Talvez precise também – confessei.
Afinal, eu não somente precisaria esquecer
aquela noite. Anahí estava incluída na
lista. Na verdade, era a primeira.
– Não... Não preciso – disse ela,
balançando a cabeça de leve.
– Por que não?
– Porque eu não quero.
Aquilo me desarmou completamente.
Cheguei a sentir a muralha que eu estava
construindo em volta de mim ruindo,
desabando no chão com um baque surdo.
Meu braço apertou seu ombro
involuntariamente.
– Não é assim que funciona? –
Anahí concluiu.
“Sim, é assim que funciona”, pensei.
“Mas nem sempre podemos fazer o que
queremos, foi você mesma quem disse isso.
Esqueça essa história de fazer o que sentir,
só te falei isso para te convencer a transar
comigo. A vida é dura, nada é fácil,
sentimentos são banais e perigosos.”
Blá-blá-blá.
Meu cérebro iniciou uma ladainha
infinita e constrangedora até para mim.
Quase me autoproclamei um idiota de
carteirinha. Olha, eu sempre acreditei nos
meus desejos. Meus sonhos são tudo o que
tenho. Embora possua um emprego
incomum, costumo fazer tudo o que quero
nos outros aspectos da minha vida. O que
falei para Anahí foi sincero; a questão das
algemas, da gaiola interior e de tudo o mais
que envolvia a ideia de realizar nossos
maiores desejos. É isso o que realmente
importa. É isso o que sempre me importou.
Infelizmente, meu mais recente desejo
precisaria ser descartado, mas não porque
eu queria, e sim porque seria injusto
prosseguir.
Porém, se Anahí queria se lembrar
de mim, eu gostaria de que fosse da melhor
forma possível, afinal, era apenas aquilo que
íamos ter um do outro: lembrança. Foi por
isso que segurei seu queixo com delicadeza,
virando seu lindo rosto na minha direção.
Fitei aqueles lábios carnudos por um
segundo e finalmente nos uni de novo,
beijando-a com tanta suavidade que chegava
a comover.
O beijo foi leve, com movimentos
curtos que mais pareciam uma brincadeira
entre lábios. Senti Anahí se derretendo em
meus braços; suas pernas vacilaram um
pouco e precisei segurá-la para que não
caísse. A coitada devia estar mesmo muito
sonolenta.
– Você está com sono – eu disse,
findando o nosso beijo contra a vontade. -
Vamos dormir.
– Vai ficar? – perguntou,
contracenando uma expressão que quase
anulava as possibilidades de uma negativa.
Dei-lhe um selinho casto.
– Vou.
Ela sorriu. Um sorriso amplo e
maravilhoso, que encheu meu peito de
alegria. Acabei sorrindo como resposta, pois
me sentia contente com a presença dela.
Tentei não pensar na loucura que era aquilo.
A ideia de ir embora já tinha feito exatamente
isso: ido embora. Se eu queria ficar, então
por que não ficar?
Não é assim que funciona?
Terminei de fechar as cortinas,
deixando o quarto numa penumbra
confortável. O clima estava meio frio, mas
não ia demorar muito para começar a
esquentar. Achei melhor deixar o edredom
dobrado no fim da cama, pegando um lençol
de casal grosso e limpo dentro de um dos
armários. Tinha o visto ali quando organizei
as roupas da Anahí.
Fizemos uma arrumação rápida;
Anahí dobrou nossas roupas e as colocou
juntas em cima do pequeno sofá que jazia no
canto. Organizamos os travesseiros e nos
deitamos, cobrindo-nos com o lençol. Puxei
Anahí para mim, envolvendo-a em um
abraço aconchegante. Ela apoiou a cabeça
nos meus ombros, entrelaçando as pernas
nas minhas. Perfeito.
– Boa noite, Anahí – murmurei,
alisando-lhe os cabelos. Eu gostava de fazer
aquilo, eles eram tão lisos e macios.
– Boa noite, Alfonso – ela disse bem
baixinho, puxando meu rosto com a mão que
se apoiava no meu peitoral.
Encaramo-nos por um breve
instante, até que Anahí grudou nossos
lábios novamente. Deu-me um beijo curto,
mas muito intenso. Nossas línguas
dançaram na boca um do outro, mas o
momento não se prolongou. Se demorasse
um segundo a mais, talvez eu desistisse de
dormir e resolvesse partir para o quarto
round.
Anahí tornou a se acomodar em
mim e, em alguns minutos, já dormia
profundamente. Passei um tempo
incalculável olhando para o teto, sentindo o
cheiro daquela mulher se impregnar na
minha memória. Lembro de ter murmurado
a música da princesinha umas duas vezes,
mas ela não se moveu. Tinha um sono
pesado, diferentemente do meu. Às vezes
sentia que não conseguia descansar direito,
mesmo dormindo durante mais de oito
horas.
Nem me lembro de qual foi o
momento em que peguei no sono. Só
recordo de ter encostando meus lábios nos
da Anahí e permanecido assim durante
muito tempo.
Autor(a): Nana
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Acordei ouvindo a voz da Anahí. Ascortinas ainda permaneciam fechadas, maso quarto estava iluminado, indicando que jáera dia. Não fazia ideia da hora, mas estavadescansado e incrivelmente não haviaacordado nenhuma vez. Sou muito inquietoquando o assunto é dormir.– Que horas são? – ouvi a voz delade novo. Sentia-me um pouc ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 77
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brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52
acabou? voce sumiu :(
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pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35
Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34
tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk
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dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59
aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18
foi muito emocionante :)
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49
*-*
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edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29
Ate q fimmmmmmm ponchito feliz
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acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22
Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!
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micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43
chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo
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edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04
Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk