Fanfics Brasil - 30º Capítulo Frustração Despedida de Solteira. Ver. Alfonso

Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot


Capítulo: 30º Capítulo Frustração

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O que não tem solução solucionado está,
já dizia o ditado – e devo concordar com ele.
Estar de mãos atadas não era tão ruim
assim, pois podia deixar de me preocupar,
curtindo o conforto que só a indiferença pode
trazer. Tudo bem que não estava totalmente
indiferente, mas foi bom sentar no meu sofá
depois de um banho e passar horas jogando
videogame. Lulu e Don Juan estavam
dormindo no meu colo, ambos fazia bem o
papel de companhia. Um pacote de pipoca
de micro-ondas jazia na mesa de centro,
junto com uma garrafa de Gatorade. Eu não
precisava de mais nada.
Quando me senti sonolento o
bastante – não queria arriscar ficar pensando
em besteira enquanto revirava na cama –,
fui ao meu quarto e me aconcheguei entre
os travesseiros, trazendo meus gatos
comigo. Dormi em menos de um minuto,
um sono incrivelmente pesado e relaxante.
Sem sonhos ou pesadelos.
Acordei com o barulho frenético do
meu celular. Pelo toque, sabia que tinha
cliente marcada. Eram nove horas da
manhã, muito cedo para um encontro
sexual, portanto já sabia de quem se tratava:
Isabelle. Era uma mulher jovem e muito
inteligente. Também tinha bastante dinheiro;
era PhD e trabalhava na área científica,
ganhando horrores com projetos que
envolviam inteligência artificial. Só sei disso
porque um dia assisti a uma entrevista no
noticiário local, visto que ela é muito discreta
e nunca fala sobre nada referente à sua vida
pessoal.
Nossos encontros são sempre em
dias de segunda pela manhã, acho que é
seu horário de folga. Não importa, eu gosto
de transar com ela. Meio esquisito, afinal,
Isabelle não possui muitos atributos físicos. É
magra demais, seu rosto tem traços meio
grosseiros e o cabelo assanhado é de uma
cor ferrugem esquisita. Entretanto, por ser
quietinha e tímida, quase não solta gemidos
durante a relação, e isso só me desafia a
fazê-la gritar. Quando acontece, sinto um
prazer imenso. Acredito que é por causa da
sua ausência de beleza que precisa dos
meus serviços – se bem que os caras
devem se sentir intimidados com a sua
inteligência exacerbada.
Levantei-me da cama e abri as
cortinas que davam para a pequena
varanda. O dia estava bonito. Meu corpo
agradecia o descanso prolongado. Tomei um
banho e vesti as roupas que Isabelle exigia:
calça, sapatos e camisa brancos. Ela tinha
um tipo de fetiche por médicos. Eu achava
engraçado, ficava me sentindo importante
com aqueles trajes.
O café da manhã foi na minha
padaria preferida, bem em frente ao meu
apartamento. Precisava fazer compras mais
tarde, a despensa estava meio vazia. Podia
ligar para Júlia e marcar algum jantar, tinha
muitas saudades dela. Também precisava
conversar com alguém confiável sobre o fim
de semana. Ela certamente riria de mim,
mas sei que faria eu me sentir melhor.
Estava sentado em uma das mesas
da padaria, sendo paquerado
descaradamente por três mulheres – uma
delas acompanhada pelo namorado –,
bebericando uma xícara de café e mordendo
um sanduíche natural delicioso, quando meu
celular deu outro alerta. Aquele era diferente.
Puxei-o do bolso e vi que tinha um novo email
na minha caixa de entrada. Abri-o
achando que era spam, mas o que li me
surpreendeu bastante:
“Bom dia, Alfonso.
Aqui está o número da loja de
sapatos da qual te falei. Eles estão mesmo
vendendo o espaço. Espero que consiga
realizar o seu maior desejo.
Anahí Puente.”
Tive que me controlar para não
cuspir o café. Consegui engolir o líquido
quente, mas acabou entrando pelo lugar
errado. Comecei a tossir feito um louco,
pegando um guardanapo para me ajudar.
Reli o e-mail, ainda muito surpreso. Meus
olhos estavam bem abertos, mas meu
cérebro meio que tinha parado de funcionar.
Li o e-mail de novo. E de novo. E de novo.
Não dava para acreditar naquilo.
Não sei dizer o que mais me deixou
surpreso: o fato de ter recebido um e-mail da
Anahí logo pela manhã, o de que ela se
preocupou o bastante comigo para se dar o
trabalho de conseguir o telefone da sapataria
ou a ideia de montar meu estúdio ao lado da
loja dela. Ah, não posso me esquecer do
“espero que consiga realizar o seu maior
desejo”. Se ela soubesse qual era o meu
maior desejo naquele momento, talvez não
tivesse me mandando aquele e-mail.
Tudo era esquisito e surreal demais,
parecia ser possível apenas em um sonho
muito bom. Não esperava que Anahí
chegasse a entrar em contato, apesar de ter
pedido o meu cartão de visitas. Pensei que
ela iria ignorá-lo, deixar aquela história toda
para lá. Estava enganado.
Li a mensagem mais uma vez,
sorrindo amplamente. Era bom demais para
ser verdade. Anahí não somente tinha
deixado o telefone, como também o
endereço do estabelecimento. Isso significa
que eu sabia exatamente onde encontrá-la, e
apenas alguns minutos de tráfego me
distanciavam dela.
Cliquei em “responder”. Pensei em
trinta milhões de respostas para dar, mas
simplesmente não saía nada. Terminei o
desjejum ainda com o celular em mãos.
Parecia um idiota; meus dedos tremiam
como se o dia não estivesse ensolarado.
Conferi o relógio mais uma vez. Tinha
vinte minutos para chegar à casa da cliente.
Acabei guardando o meu celular,
prometendo que a responderia quando
estivesse de volta. Tentei manter a calma e
a concentração, mas meu coração insistia
em bater acelerado. Estava nervoso,
apreensivo, angustiado ao nível máximo.
– Oi. – Ergui a cabeça e dei de cara
com uma mulher loira. Estava saindo da
padaria, mas pelo visto ela não havia notado
a minha pressa.
– Oi – respondi por educação,
sorrindo torto. Não estava a fim de flertes,
precisava trabalhar.
– Acho que nos conhecemos –
continuou, encarando-me como se fosse me
comer com os olhos. – Você malha na
mesma academia que eu, chega sempre às
quatro da tarde.
Franzi o cenho. Ótimo. Outra louca
que seguia os meus passos. Não era
incomum, metade das mulheres daquele
bairro sabia os meus horários mais do que eu
mesmo. Várias eram minhas clientes, e o
restante não tinha dinheiro ou coragem para
me “alugar”. A outra metade era composta
por mulheres recalcadas que me olhavam
torto, mas no fundo queriam ser fodidas
tanto quanto as demais.
– Pois é, legal. Bom, estou com
pressa. Prazer em conhecê-la – falei rápido,
abrindo a porta de vidro da padaria.
– Meu nome é Ana Clara – disse
como se eu tivesse perguntado.
– Alfonso. Até mais – respondi e, com
passos largos, atravessei a rua, voltando ao
meu prédio.
Fui direito ao estacionamento.
Precisava correr, Isabelle gostava de
pontualidade. Quero dizer, nem sabia se ela
gostava, mas eu gosto de ser pontual. Odeio
me atrasar, detesto deixar alguém me
esperando. Dei a mim mesmo o direito de ir
mais rápido com a Charlotte. Ela corria bem
que era uma beleza, mas nunca gostei de
exagerar no trânsito. Considero-me um cara
prudente.
Parei na frente do condomínio
fechado da Isabelle. Identifiquei-me na
portaria, meu nome já estava na lista de
visitantes, bem como a placa do meu carro.
Entrei sem maiores problemas, estacionando
na frente da casa de número doze. O local
era amplo e arborizado, só o serviço de
jardinagem devia custar uma fortuna. As
casas enormes mantinham o mesmo padrão
rústico; a organização era tanta que aquele
lugar parecia pertencer a outro país.
Conferi o relógio mais uma vez. Dez
horas em ponto, havia chegado na hora
certa. Desci da Charlotte e, enquanto seguia
pelo jardim até a porta de madeira da casa
de Isabelle, fui me sentindo mal. Uma coisa
ruim dominou o meu peito, deixando-me
sufocado. Toquei a campainha e suspirei
profundamente, buscando tranquilidade. A
verdade era única: embora não quisesse
aceitar, estava pensando na Anahí,
perguntando-me se eu seria capaz de tirar
seu sabor dos meus lábios beijando outra
mulher. Aquilo me perturbava. Era como se
eu ganhasse uma camisa autografada do
Pelé, certamente não a lavaria com receio de
que o autógrafo saísse.
Anahí havia me marcado,
autografado o meu corpo com o seu,
deixando rastros de paixão e um perfume
enlouquecedor que se enraizara na minha
pele, oferecendo a sensação contínua de
que ela ainda estava por perto.
– Oi, Alfonso!
Acordei do transe. Isabelle me olhava
de cima a baixo, trajando um vestidinho
florido bem simples. Seu cabelo não estava
tão assanhado devido a uma trança lateral
que chegava até a altura de seus seios
pequeninos. Estava sorridente e parecia
animada, apesar de estar corada de
vergonha. Bom, ela sempre corava quando
nossos olhos se cruzavam. Eu gostava
disso.
No impulso, entrei em sua casa e lhe
puxei a trança, agarrando-a. Sabia que
Isabelle não gostava de nenhuma
agressividade, era uma romântica assumida,
mas não pestanejou quando beijei sua boca
com vontade forçada. Ela se desvencilhou
depois de longos minutos, totalmente sem
fôlego.
– Uau! O que deu em você hoje? –
perguntou sorrindo, fechando a porta atrás
de si.
– Não faço ideia – menti. Sabia bem o
que tinha me dado; eu estava apenas
lavando a camisa autografada pelo Pelé.
Sem dó nem piedade, sem culpa ou
ressentimentos.
Puxei Isabelle novamente, só que,
desta vez, o beijo ganhou ainda mais
intensidade. Sua boca era pequena, os lábios
fininhos me fizeram estranhar bastante, mas
não ousei parar. A cada investida o meu
coração doía, martelava até me causar dor
física. Ignorei. Simplesmente ignorei.
Empurrei a cliente para o sofá mais
próximo; a sala era toda composta de
móveis rústicos e muito luxuosos. Havia
quadros espetaculares majestosamente
pendurados nas paredes. Era um ambiente
admirável, mas eu estava concentrado no
meu trabalho. Só queria acabar logo com
aquilo.
Isabelle arqueou as costas e abriu as
pernas ao redor da minha cintura, deixando o
vestido deslizar e fazendo sua calcinha ficar à
mostra. Continuei a beijando, enquanto
descia meus dedos e alisava o tecido fino de
renda. Meus lábios formaram uma trilha de
beijos até o seu pescoço. Inspirei
profundamente, sentindo um cheiro bom,
mas totalmente distinto daquele que eu
queria sentir.
Isso me fez parar. Simplesmente
parei. Travei mesmo, de verdade.
Ergui o meu corpo e me sentei no
sofá, enquanto ouvia Isabelle buscar o fôlego
que eu havia lhe roubado. Encarei-a
seriamente, engolindo em seco. Ela me
devolveu o olhar, corando como sempre.
– Você está bem? – murmurou.
– Estou – respondi, mantendo uma
firmeza que não possuía.
Isabelle se levantou e sentou em cima
de mim de frente. Começou a me oferecer
beijos cautelosos, que passavam pela minha
bochecha, boca, olhos, nariz... Enfim, eu
podia achar gostoso se não estivesse me
sentindo tão desesperado. Tão perdido e
infeliz.
Não consegui conter um longo suspiro.
– Alfonso... Você não está bem. –
Isabelle se afastou muito depressa,
sentando-se ao lado. – Aconteceu alguma
coisa? Posso te ajudar, é sério.
– Não se preocupe, eu... Só estou... –
Balancei a cabeça, tentando arranjar alguma
boa desculpa. Não me passou nada pela
cabeça além do rosto da Anahí me
encarando com ar de desprezo.
Isabelle se aproximou, olhando-me de
perto.
– Acho melhor desmarcarmos, Alfonso.
– Não! – falei rápido demais. – Não, é
sério. Não precisa.
– Olha, posso não saber nada sobre a
sua vida, mas te conheço o bastante para
saber que não está normal. Aconteceu
alguma coisa, e acho melhor você resolver.
Continuei balançando a cabeça, sem
acreditar que aquilo estava acontecendo.
Frustração era pouco para me definir;
naquele momento, eu era um pedaço
diminuto de decepção e raiva. Ódio de mim
mesmo por ser tão estúpido.
– Tudo bem – falei, sentindo-me
vencido. – Tudo bem, mas nos vemos na
próxima segunda, ok?
– Com certeza. – Isabelle riu de leve.
Não parecia decepcionada. Sua preocupação
era sincera, e isso me comoveu um pouco.
Dei-lhe um selinho casto e me
levantei, caminhando até a sua porta. Ela
me acompanhou. Antes de ir, abraçou-me
fortemente.
– Fica bem, Alfonso. Qualquer
problema, conte comigo. Farei o possível
para ajudá-lo.
– Obrigado, Isabelle. Não se preocupe,
vou resolver os meus problemas depressa. –
Era o que eu esperava, embora a solução
estivesse cada vez mais distante.
Entrei na Charlotte e dei partida.
Sinceramente, nem sei direito como cheguei
à minha casa. Só me lembro de ter ligado o
som no último volume, tentando espantar os
fantasmas que me assombravam. Bom, não
eram tantos assim. Era só um. Um
fantasma com lábios carnudos e olhos
hipnotizantes. Tinha nome e – agora eu
sabia – sobrenome: Anahí Puente.



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Autor(a): Nana

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– Poncho?  – A voz da Júlia aotelefone me deu conforto imediato. Ouvi-lade novo foi tão bom que, pela primeira vez,achei que as coisas podiam ficar bem.– Ju? Está podendo falar?– Claro, senão nem teria atendido.Só tenho sessão daqui a uma hora. – Minhairmã Júlia era modelo, e das melho ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 77



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  • brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52

    acabou? voce sumiu :(

  • pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35

    Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34

    tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk

  • dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59

    aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18

    foi muito emocionante :)

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49

    *-*

  • edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29

    Ate q fimmmmmmm ponchito feliz

  • acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22

    Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!

  • micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43

    chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo

  • edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04

    Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk


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