Fanfics Brasil - 31º Capítulo A ligação Despedida de Solteira. Ver. Alfonso

Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot


Capítulo: 31º Capítulo A ligação

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– Poncho?  – A voz da Júlia ao
telefone me deu conforto imediato. Ouvi-la
de novo foi tão bom que, pela primeira vez,
achei que as coisas podiam ficar bem.
– Ju? Está podendo falar?
– Claro, senão nem teria atendido.
Só tenho sessão daqui a uma hora. – Minha
irmã Júlia era modelo, e das melhores,
seguia uma carreira bem sucedida. A
agência para qual trabalhava era renomada.
Vez ou outra via o lindo rosto da minha
maninha estampado em revistas e outdoors.
– Você está bem, Poncho? Parece tristinho.
Nunca mais me ligou, não é? Ando tão
ocupada que nem tive tempo de raciocinar!
Devia ter ligado, alguma coisa dentro de mim
sabia que estava com problemas. Affe, devia
ter ligado mesmo e...
– Não estou muito bem, preciso de
você – confessei, interrompendo-a. Sabia
que, se deixasse, Júlia falaria sozinha para
sempre. É uma verdadeira tagarela.
– O que houve? – Sua voz ganhou
um timbre pesaroso. – O que aconteceu,
algo muito grave? Não me esconda nada!
– Não é muito grave, mas... preciso
conversar contigo, caso contrário acho que
vou enlouquecer. – Deitei no meu sofá,
suspirando profundamente. Desde que tinha
chegado à minha casa, não havia parado de
soltar longos suspiros de decepção.
– Poncho... O que aconteceu? Estou
preocupada, você nunca me liga. Muito
menos para falar algo assim.
– É que... É... Uma mulher, sabe?
– Problemas com alguma cliente?
– É... Mais ou menos. É que... Ah,
Ju, preciso te ver. É sério, vem jantar aqui
hoje. Preparo aquele creme de frango de que
você gosta. – Conferi o relógio, era quase
meio-dia. Dava tempo de fazer compras e
organizar o jantar.
– Sim, claro... – Júlia concordou
alegremente, mas sua alegria durou o
instante de mais um suspiro meu. – Aaah!
Não vai dar, tenho ensaio até tarde hoje,
quase me esqueci! Mas estou livre amanhã,
que tal?
– Certo, amanhã está ótimo – falei,
mas não confiei nas minhas próprias
palavras. Não sabia se sobreviveria intacto
até o dia seguinte, visto que eu estava quase
tendo um colapso nervoso. Nada conseguia
me distrair, e o fato de ter deixado uma
cliente na mão me irritava demais. Porém,
sabia que ia ficar pior se tivesse transado
com a Isabelle. Acho que não me perdoaria,
por mais absurdo que isso possa parecer.
– Até lá, Poncho. Ei, fique bem, ok?
Te amo, lindo!
– Também te amo, Ju – respondi e,
com os olhos marejados, desliguei o celular.
O silêncio do meu apartamento
retornou com força total. Não podia ficar ali
mancomunando com as minhas ideias
bizarras. Nem queria reler o e-mail da
Anahí pela milésima vez, só para não
descobrir a minha incapacidade de responder
com as palavras certas.
Anahí ia se casar no sábado.
Diga-me, para quê entrar em contato com
ela? Para quê providenciar o meu estúdio ao
lado de sua loja? Não podia vê-la todos os
dias. Eu sou um cara apaixonado – tenho
que aceitar minha atual condição –, ficaria a
observando com desejo até que ele
resolvesse ir embora. E se não fosse? E nos
dias em que o marido otário fosse pegá-la no
trabalho e lhe desse um beijo apaixonado?
Eu assistiria a tudo aquilo com que cara?
Não queria me magoar, não tenho sangue
de barata para suportar isso.
Eu podia procurá-la e tentar
convencê-la de que aquele casamento era
um erro. Mas, sinceramente, era mesmo um
erro? Talvez ela só quisesse segurança. Um
cara tranquilo e correto, justo e estável.
Quem sou eu para falar dele? Sou apenas
um garoto de programa. Sofro preconceitos
e olhares tortos todos os dias, pois nunca
pretendi me esconder. Nem se eu quisesse,
as mulheres fazem questão de “me espalhar”
por aí. A vizinhança sabe o que faço, mas
me respeitam pelo meu bom
comportamento. Sou discreto e nunca
arranjei problema, embora saiba que muita
gente implica comigo de graça. A vizinha de
cima, por exemplo, é uma velha chata que
acha que todos os problemas do mundo são
culpa minha, apesar de nunca termos
trocado meias palavras. Ela espalha coisas
de mim por aí, o clima fica chato, mas nunca
me altero. A fofoca morre e pronto.
Não é fácil conviver comigo, não é
fácil ser eu. Minha beleza não é sorte, é uma
maldição. Não sou o cara ideal para
ninguém, muito menos para uma mulher
como a Anahí. Não a mereço, isso é um
fato. Então para quê procurá-la, para quê
tentar lutar por ela se, no fim, eu só estaria
lhe fazendo mal? Isso tudo, claro, contando
com a hipótese de que tenha realmente
gostado de mim, o que eu duvido. Desejo é
diferente de paixão. Talvez ela seja apenas
mais uma mulher que me acha atraente.
Talvez eu tenha significado alguma coisa,
mas talvez eu não tenha significado nada.
Talvez... Talvez... As incertezas me
matavam.
Liguei para todas as clientes que
estavam marcadas. Havia uma à noite, mais
duas no dia seguinte. Não queria fazer
programa até conversar com a Júlia. Usaria
aquele tempo para me recuperar do fim de
semana. Com muita sorte, voltaria a ser o
que sempre fui. Se bem que... Bom, nem
sei direito se eu gosto do cara que fui. Só sei
que detesto quem sou agora.
Ótimo. Crise de identidade aos trinte
e um anos. Mais uma vez, agindo como um
adolescente. Ainda me lembro dos tempos
em que tudo era estranho; não conhecia a
mim mesmo. Era esquisito, mas eu podia
contar com a presença da minha mãe. Ela
me dava tanto carinho, diferentemente do
meu pai. Mamãe era sempre um doce,
parecia um anjo. Infelizmente a vida havia
me separado dela. Meu pai não permite que
nos encontremos e, obediente, mamãe
aceita com a cabeça baixa. Não a via há
muitos anos. Ela ligava, perguntava se eu
estava bem e desligava o telefone. Nada
além disso.
Foi no impulso que digitei aquele
número. Ainda era o mesmo da minha
infância e adolescência. Muita coisa mudou,
mas o maldito número se deu o direito de
permanecer intacto como se o tempo fosse
irrelevante.
Esperei apenas dois toques, até que
ouvi a voz dela:
– Alô?
Meu coração deu um sobressalto, e
lágrimas se formaram nos meus olhos.
Mamãe tinha a voz mais cansada do que
antes. Sempre foi dona de casa, obedecia ao
meu pai como se ele fosse um rei, mas eu a
perdoo. Como não perdoar alguém que o
ama incondicionalmente? Alguém que
enxugava as suas lágrimas e lhe dava um
beijo antes de dormir? Alguém que contava
histórias, que sempre sabia quando surgia
uma namoradinha nova? Como odiar a
minha própria mãe por seguir as ordens do
meu pai? Sentia-me abandonado, mas a
escolha havia sido minha. Não podia
responsabilizá-la por fazer algo que sua
criação extremamente machista havia lhe
ensinado.
– Mãe – murmurei. Minha voz saiu
vacilante.
– Poncho?
– Sim.
– Meu filho... – Sua voz se animou
consideravelmente. – Você está bem?
Aconteceu alguma coisa?
Aquilo era estranho demais. Nunca
liguei para casa em toda a minha vida desde
que saí de lá. Quando eu trocava de
telefone, a própria Júlia era quem ligava
avisando o meu novo número.
– Estou bem. – Uma lágrima acabou
escorrendo. Limpei-a com as mãos, mas não
adiantou muito. Outras surgiram depressa.
– Você nunca liga, meu filho. Tem
certeza de que está bem? Precisa de alguma
coisa?
– Só... Só precisava te ouvir, mãe –
solucei, começando a chorar de verdade.
Deprimente. Emocional demais para
o meu gosto.
– Oh, Poncho... Sinto tantas
saudades...
– Preciso desligar. Fica bem, mãe.
– Tu... Tudo bem. Filho, se cuida.
Mamãe te ama, tá?
– Tá – murmurei e desliguei o
telefone.
Enxuguei as lágrimas e peguei as
chaves do carro. Ficar em casa era um
verdadeiro perigo.



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Autor(a): Nana

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 77



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  • brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52

    acabou? voce sumiu :(

  • pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35

    Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34

    tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk

  • dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59

    aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18

    foi muito emocionante :)

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49

    *-*

  • edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29

    Ate q fimmmmmmm ponchito feliz

  • acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22

    Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!

  • micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43

    chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo

  • edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04

    Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk


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