Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot
Como foi o acordado, passamos na loja da Anahí a fim de pegar o seu carro.
Guiei-a pelo trânsito caótico da cidade até o meu apartamento; ela dirigia um i30 da cor grafite, muito bonito. Eu não morava tão longe do Centro, mas chegamos cerca de
quarenta minutos depois. Já havia anoitecido, mas quem estava com pressa?
Apesar dos pesares, tinha uma chance única de fazer Anahí conhecer um pouco mais da minha vida. Nada melhor do que levá-la ao meu apê, afinal, ele dizia muito sobre
mim.
Deixei que Anahí estacionasse o veículo ao lado da minha vaga, dentro da garagem do próprio prédio. Aquela vaga era
da Júlia, fazia questão de mantê-la, mesmo sabendo que ela quase nunca a utilizava.
Estava me sentindo meio nervoso, jamais havia levado uma mulher até a minha casa.
Pode parecer loucura, mas é verdade. Meu apartamento é um lugar íntimo, um reduto só meu, de modo que jamais permiti que alguém o invadisse além de, claro, a minha irmã.
Entramos no elevador, absorvidos pelo mais puro silêncio. Apertei o botão de número dezessete, que era o andar do meu
apartamento. Só do meu mesmo, pois naquele andar havia apenas um – na verdade eu comprei dois apartamentos ainda
na planta e os projetei do jeito que queria, ocupando todo o espaço.
Sorri para a Anahí, ela me encarava de volta com um sorrisinho meio bobo. Estava visivelmente nervosa, pois sua pele se manteve um pouco corada durante todo o percurso. Isso não a impediu de manter os seus olhos em mim; eles invadiam o meu mundo numa velocidade difícil de acompanhar. Em segundos, já me sentia perdido com a sua presença, um adolescente inexperiente e muito tolo.
– Sabia que somos quase vizinhos? Moro neste bairro – ela comentou, deixando-me bastante surpreso.
– Sério? Onde você mora?
– Na rua do Subway. Uns três apartamentos depois.
Balancei a cabeça, demonstrando toda a minha incredulidade. Havia um Subway a apenas algumas ruas, talvez umas quatro ou cinco, antes da minha. O bairro inteiro a chamava de rua do Subway desde que o estabelecimento se tornou um dos pontos
mais visitados pelos moradores. Até eu já tinha ido lá algumas vezes.
– Que mundo pequeno! – exclamei, e Anahí respondeu com um largo sorriso.
O elevador parou repentinamente. O painel indicava o andar dezessete, e as portas se abriram logo em seguida.
Guiei Anahí pelo pequeno hall de entrada, retirando as chaves do meu bolso. Quase não consegui abrir a porta que abri todos os dias durante uns seis anos. Minhas mãos tremiam demais. Agradeci aos céus por estar tudo bem organizado e limpo, do contrário acho que sofreria um enfarto.
Anahí entrou no meu apartamento e observou cada detalhe como se estivesse em algum tipo de museu. Seu olhar curioso
se intensificava a cada quadro pendurado na parede, cada vaso ou móvel, e até mesmo as luzes, que acendi de prontidão, pois já tinha escurecido há algum tempo. Cada pedacinho do lugar foi analisado por ela.
Seus olhos quase não continham a surpresa. Chegou até a murmurar um “uau”, do qual me orgulhei bastante.
Depois de alguns minutos, Anahí reparou na minha parede personalizada.
Aproximou-se dela como se estivesse sob o efeito de um ímã; com os olhos grandes esbugalhados e a boca gostosa semiaberta.
Foi bem divertido de observar. Analisou cada fotografia contida no papel de parede, chegou até a tocar em uma. Nem sei dizer
qual foi, visto que não desviei os olhos dela.
Vê-la observando qualquer coisa com curiosidade acendia em mim um desejo diferente, um sentimento quente e confortável. Eu vislumbrava o seu vislumbre e, naquele momento, achei que nada me traria mais prazer do que aquilo.
– Você sai com homens? – ela me
perguntou do nada. Não pude conter um riso divertido.
Anahí não era a única que tinha dúvidas sobre a minha sexualidade. Não sei por que, mas algumas mulheres insistiam em me fazer aquela pergunta.
– O quê? Não sou gay, Anahí.
– É sério... Não achei que fosse gay,
mas o seu trabalho exige certos sacrifícios, não?
– Alguns colegas fazem isso, mas eu não. Só faço acordo com mulheres – respondi. Nunca foi a minha praia ter
qualquer coisa com homens. Embora já tenha dançado em boates GLS e feito tomadas de fotografias para revistas
masculinas, sou um heterossexual de carteirinha.
– Já tentou? – Anahí perguntou. Ela não olhava para mim, ainda encarava a parede na sua frente.
Pensei um pouco. Precisava ser sincero ao máximo e, se eu dissesse que nunca havia tentado, estaria mentindo. É por
isso que tenho tanta certeza quanto à minha sexualidade, justamente por saber que jamais daria certo me relacionando com homens.
– Já, mas não rolou nada.
– Hum... – Ela tocou em uma das fotos. Decidi ver qual era: aquela eu havia tirado há alguns anos em um ensaio. Meu
cabelo estava bem comprido, quase batia nos ombros. As mulheres gostavam, mas o
trabalho para mantê-lo era tanto que acabei cortando. – Estou tentada a levar sua parede para o meu apê – disse seriamente.
Eita! Anahí soltando cantadas?
Adorei! Na verdade meu dia pareceu se iluminar com o que falou, afinal, havia deixado evidente o seu desejo por mim.
– Mesmo? Por quê? – falei, fazendo-me de desentendido.
– Estou brincando – desconversou. –
Então, sua secretária é uma mulher muito rigorosa com a organização. Gostei de ver. Sua casa está impecável!
– Não tenho secretária. – Ri, achando divertido o seu machismo. Só porque sou homem não significa que não posso fazer faxina, certo? – Eu mesmo arrumo minhas
coisas. Não gosto de ninguém arrumando nada por mim.
Anahí ficou muito quieta. Seus olhos se abriram como se tivessem visto um fantasma. A pele naturalmente dourada
ganhou um tom pálido esquisito. Pensei que estivesse prestes a passar mal, mas ela
apenas desviou o olhar da parede e me encarou como se o tal fantasma fosse eu.
– O que foi? – perguntei, preocupado de verdade.
– Nada e tudo. Quando eu me decidir, respondo. – Anahí riu de leve, e então fiquei mais aliviado.
De repente, ela colocou os dedos nos meus lábios, pressionando-os com delicadeza.
– Não faça isso... – murmurou.
– Isso o quê?
– Essa cara de boca entortada. Pelo amor de Deus, não a faça! Isso é um perigo.
Você sabe que é uma arma e usa sem pudor algum. Que coisa feia, Alfonso!
Comecei a gargalhar, sendo acompanhado por ela. Não sabia que meu riso torto a seduzia. Aquilo era uma novidade
para mim, e certamente utilizaria este novo conhecimento ao meu favor. Entretanto, o que me deixou mais animado foi o fato de Anahí estar falante, divertida e espontânea. Não havia resquícios de confusão ou de qualquer coisa negativa.
Aquela era a Anahí sendo ela mesma, sem receios ou reflexões exacerbadas. Eu estava apaixonado por aquela mulher, mas também estava pelas outras. Pela Anahí
certinha demais, pela medrosa, chata, irritante... Pela bem humorada, risonha e pela que me soltava cantadas. Pela
inteligente, profissional, amiga, organizada... Pela safadinha que só se soltava entre quatro paredes...
– Sabe, você é engraçada – falei,
sabendo que todas aquelas Anah[i faziam parte dela. Eu não era capaz de querer que alguma de suas faces desaparecesse. O conjunto só era perfeito daquele modo. Afinal, perfeição não é feita apenas de qualidades. Existem imperfeições perfeitas e
perfeições imperfeitas. Meu celular começou a tocar repentinamente. Pelo toque sabia muito bem quem era, por isso resolvi atender.
– É a minha irmã – murmurei para a
Anahí, atendendo logo em seguida. – Oi,
Ju! Tudo bem?
– Poncho! E aí? Conseguiu? Falou com a
“escolhida”? Você me prometeu! – Júlia dizia
tudo muito rápido, era difícil acompanhá-la às
vezes.
– Sim, eu sei disso! Fiz exatamente
aquilo que te falei – respondi, encarando a Anahí. Ela sorria de leve.
– Você confessou que está apaixonado? Ela precisa saber, Ponchito!
– Eu sei, Ju! Relaxa! Depois te ligo, prometo. Beijo, te amo. – Desliguei o telefone antes que ela fizesse mais
perguntas. Certamente Ju havia entendido, pela minha pressa, que eu estava meio ocupado.
Anahí continuou sorrindo, mostrando seus dentes brancos e o contorno perfeito dos seus lábios carnudos. Quase a tomei nos meus braços – tinha certeza de que não recuaria –, mas antes precisava fazer com que me conhecesse um pouco mais. Isso incluía os meus gatos, que ainda não tinham dado as caras. Se ela não gostasse de animais nós íamos ter problemas meio sérios, pois jamais iria me desfazer da Lulu ou do Don. Eu podia fazer qualquer coisa por ela, menos aquilo.
Olhei ao redor, procurando por eles. Caminhei até um espaço que havia entre o sofá e a varanda, Lulu adorava ficar naquele
cantinho, mas daquela vez ela não estava lá.
Anahí ficou me observando, porém nada perguntou. Puxei suas mãos e passamos por um corredor largo até chegarmos à cozinha.
Soltei Anahí e verifiquei embaixo da mesa ,segunda melhor opção de encontrá-los. Dito e feito; lá estava a Lulu.
– Ah, achei! – Segurei a minha gatinha nos braços. – Anahí, conheça a rainha desta casa. Esta é a Lulu. Não ria do nome, estava sem imaginação. – Peguei a pata dela e contracenei um “tchau”. – Oi, Anahí, sou a Lulu. Dou tanto trabalho! Papai já
trocou o sofá três vezes por minha causa!
Mas ele me ama mesmo assim! – falei tudo com uma voz bem tosca.
Anahí gargalhou. Prendi a respiração. Um segundo depois, ela ergueu as mãos e pegou a Lulu com bastante
cautela.
– Gosta de animais? – perguntei meio
temeroso.
Lulu recebeu um abraço bem forte dado pela Anahí, o qual me deixou aliviado. Se não gostava de bichos, pelo
menos não odiava. Também não pude
deixar de perceber
deixar de perceber o quanto as duas ficavam lindas juntas. Era difícil definir qual era a mais gata entre elas.
– Gosto, mas não crio. Tenho pena.
– Pena?
– Sim, sempre acho que estão sofrendo por alguma coisa. Fico deprimida...
Enfim, eu me apego fácil e morro de medo de que algo ruim aconteça. Sorri. Todo mundo já teve algum trauma de infância envolvendo bichinhos de estimação. No meu caso, aconteceu com o Pulg, umhusky siberiano que papai deu à Júlia, mas era eu quem cuidava dele. Era o meu melhor amigo. Bom, até que ele simplesmente fugiu. Pulg nunca mais voltou para casa, provavelmente alguém o pegou para criar ou vender, visto que era um cão muito bonito, parecia um lobo. Depois daquilo pensei que não conseguiria ter outro bichinho, mas minha mãe acabou me presenteando com um gato. Desde então, fiquei completamente apaixonado por felinos.
– Sempre acontece alguma coisa, mas adoro animais. São minhas companhias, na verdade. A Lulu é a minha melhor amiga, né, Lulu? – brinquei ,inclinando-me para segurar suas patinhas. – O Don deve estar em algum lugar. É o filho da Lulu, ele adora se esconder nos lugares mais inusitados. Tive que reorganizar a casa para não machucá-los, está tudo seguro para ambos circularem como desejarem.
– Muito bom, você é um ótimo pai –disse Anahí, deixando seu rosto corar de leve.
Não sabia direito o que pensar sobre o que ela falou, mas não deu muito tempo para refletir. Ouvi o meu celular tocar; era a Júlia de novo. Atendi-o prontamente.
– Ju, você está me enlouquecendo! Já te disse! – reclamei, mas em um tom divertido.
– Está com ela, não é? Poncho, não se esqueça de ser você mesmo! Nada de jogar charminho, seja direto! – A voz da Ju não negava sua euforia. Acho que pensou que eu não seria capaz de fazer o que tinha prometido.
– Eu sei, garota! Que coisa! Não se preocupe. Vai lá, vê se me erra na próxima!
Anahí me observava com curiosidade. Não fazia ideia de que
estávamos falando sobre ela.
– Tá, eu vou. Te amo muito, maninho...Vai dar certo! Estou tão feliz por você!
– Também te amo, maninha. Tchau!
Desliguei o telefone e o guardei no bolso. Sorri para a Anahí, e ela sorriu de volta. Uma coisa linda de se ver.
– Desculpa, ela está me ajudando a resolver uma coisa – expliquei.
– Tudo bem. Fiquei curiosa... Ela sabe o que você faz?
Aquela pergunta me fez perder o bom humor quase de imediato. Não gostava mais de falar do meu trabalho – ou melhor, do meu ex -trabalho –, ainda mais quando o assunto envolve a minha família. Entretanto, precisava ser sincero com a Anahí até o fim.
– Sabe. Toda a minha família sabe, e é por isso que sou um homem sozinho. A Júlia é a única que mantém contato comigo, mas ela mora um pouco longe. Só nos vemos às vezes.
Anahí aquiesceu, mas percebi o seu desconcerto. Ela olhou para o chão e soltou um suspiro enorme. Sua expressão se transformou muito rápido, deixando óbvio que minhas palavras a tinham entristecido. Aproximei-me, erguendo minhas mãos para lhe tocar o rosto.
– Não tenha pena de mim – foi o que consegui falar. Ela então balançou a cabeça e se distanciou depressa, evitando o contato.
– Vamos... Mostre-me seu portfólio – murmurou, ainda perturbada.
Tentei não pensar no que tinha acabado de acontecer. Sei lá, estava tudo tão esquisito! Não queria que a Anahí sentisse pena de mim, mas não consegui evitar sentir pena de mim mesmo. Só queria que aquele encontro terminasse bem.
Será que era pedir muito?
Haaaaa esqueci de agradecer na outra fic, mas nunca é tarde hahahaha. Michele obrigada pelas capas novas , jaja vou mudar essa aqui *-* e obrigadissimaaaaa, por ter me falado do word, nem me passou pela cabeça,olha como ficou lindoooo *0*, da próxima vez tentarei ser mais inteligente hahahahaha. Bjuuus
Autor(a): Nana
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Antes de mostrar o meu portfólio à Anahí, decidi levá-la ao quarto onde guardo todas as coisas do estúdio. O espaço era bem amplo e estava cheio de móveis empacotados – alguns eu tentei montar, mas não tive saco de concluir –, além de caixas e mais caixas com equipamentos de primeira geraç&a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 77
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brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52
acabou? voce sumiu :(
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pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35
Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34
tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk
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dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59
aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18
foi muito emocionante :)
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49
*-*
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edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29
Ate q fimmmmmmm ponchito feliz
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acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22
Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!
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micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43
chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo
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edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04
Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk