Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot
Dormi perfeitamente bem.
Acredito que não descansava daquele jeito desde que dormi com a Anahí no fim de semana.
Era óbvio; a presença dela me confortava e me trazia uma calma impressionante.
Meu corpo respondia bem, sentia-se aconchegado
e livre de preocupações. Até me permiti sonhar com ela. Foi um sonho meio louco – com cenários vagos e indefinidos –, mas muito bom.
Não me lembro de muita coisa, só de tê-la beijado docemente e sussurrado em seu ouvido o quanto a amava.
Assim que abri os olhos, estava deitado na cama todo embrulhado com o edredom. O ar-condicionado ainda trabalhava a toda velocidade, deixando o ambiente
bastante frio. Nem sinal da Anahí.
Cheguei a pensar que estava sonhando, por um momento não tive certeza de que ela realmente esteve ali. Entretanto, o
travesseiro ao meu lado não negou; o seu cheiro – não do perfume, o dela mesmo – estava impregnado.
Meu primeiro instinto foi procurá-la, mas depois de conferir cada ambiente do apartamento, cheguei à conclusão de que já
tinha ido embora. Pudera, eram quase dez horas da manhã. Decidi me arrumar para ir à reunião com o Marlos e os garotos. Não pretendia ficar muito tempo, na verdade só compareceria para resolver a minha situação; romperia o contrato sem dó. Chega de programas, chega de despedidas de solteira e sexo casual. Simplesmente não podia prosseguir com aquilo, havia prometido jamais me vender de novo. Costumo cumprir
cada uma das minhas promessas, mesmo as mais pessoais.
Cheguei ao escritório meia hora antes do combinado para a reunião. Tinha ligado para o Marlos antes, e ele avisou que já
estaria lá e que poderia me receber para conversarmos. Não cheguei a mencionar minha desistência por telefone, faria isso
pessoalmente. Não fazia ideia de como seria a sua reação, mas a certeza na minha decisão era o bastante para me deixar
tranquilo.
– Hum... – Marlos não parecia surpreso com o que eu havia acabado de dizer. Claro que não falei que tinha me
apaixonado pela cliente, apenas expliquei que estava parando com a vida de garoto de programa.
– Tem certeza disso, Alfonso? Você não pode voltar atrás depois que rompermos o contrato...
– Certeza absoluta – respondi convicto. – Eu estou parando de vez.
Pretendia esperar o contrato ter fim, mas eu não posso prosseguir.
Vou dedicar este tempo para organizar as coisas do meu estúdio.
Mas não se preocupe, irei pagar todas as multas e farei tudo o que for necessário. Ninguém sairá no prejuízo.
– Você sabe que foi escolhido a dedo, não é? – disse Marlos, com sua voz grave marcante e o velho sorriso estampado nos lábios.
Acho que ele jamais deixava de sorrir, era impressionante.
– Claro que sim, e agradeço as recomendações, mas infelizmente não posso prosseguir. Não quero prejudicar o
empreendimento, mas seria pior se eu continuasse.
Marlos balançou a cabeça, aquiescendo. Parecia entender alguma coisa que talvez eu não entendesse. Ele ficou
reflexivo por longos minutos, apenas mirando seus olhos negros em mim. Era quase uma análise, de modo que fiquei um pouco constrangido.
– Olha... Não há necessidade de rompermos o contrato desta forma – disse por fim. – Podemos fazer isso de modo amigável, ou seja, posso conversar com os sócios e fazê-los concordar com o rompimento. Deste modo você não precisará pagar a multa estabelecida.
– Você decide, estará ótimo para mim de qualquer forma. – Dei de ombros.
– Mas... Estou curioso. Não deixei de notar seu envolvimento diferenciado com a cliente.
Fiz uma careta enorme, enquanto
Marlos apenas sorriu ainda mais amplamente.
– Só queria saber se a sua mudança tem a ver com isso –concluiu.
– Não, claro que não...
– Alfonso, eu preciso saber quais são os riscos que corremos. Você é um veterano, conhece as regras e a importância de seguilas.
– Uma coisa é muito clara para mim, vocês organizaram tudo perfeitamente. As regras são claras até demais, e acho que
não terão problemas – respondi, sem saber direito se estava sendo sincero. De verdade, qualquer coisa podia acontecer dentro dos muros daquela casa, inclusive um garoto de programa se apaixonar por uma cliente, e vice-versa. – Só acredito que as clientes devem ser avisadas do que vai acontecer, todas elas. A surpresa, neste caso, pode ser algo meio perigoso.
É bom que saibam no quê exatamente estão se metendo.
– Compreendo... – Marlos pegou uma caneta e começou a pressionar a parte superior diversas vezes, abrindo e fechando
a ponta.
Ele estava usando um terno muito elegante, o que era bem engraçado se contarmos com o fato de que ele era um ex garoto de programa que se transformara em produtor de eventos. Não qualquer tipo de evento, Marlos vendia sexo como se fosse água, sempre esperto e ligado nas “tendências”. Seus eventos eram sempre bem sucedidos, e os melhores profissionais eram contratados. Já havia participado de
algumas festas muito loucas proporcionadas por ele. São noites compostas de muito exagero e, claro, muito sexo.
– No geral, a ideia é muito boa – concluí, querendo acabar logo com aquilo. Incrivelmente as lembranças do passado não
mais me faziam bem. Pela primeira vez, senti-me envergonhado pelas coisas que já fiz.
A sala foi tomada por um silêncio meio perturbador.
– Bom... Tudo bem, Alfonso – Marlos se levantou, erguendo sua mão num cumprimento formal. – Irei conversar com os
sócios e ligo para você. Vamos resolver isso da melhor forma possível.
– Obrigado, Marlos. – Cumprimentei-o e sorri torto.
Achei que aquela era a minha deixa para dar o fora dali. Precisava ligar para o meu advogado, Sr. Phillips certamente
resolveria tudo bem depressa.
Contudo, antes que eu chegasse até a porta, Marlos soltou:
– Ela vai mesmo se casar?
– Quem? – perguntei, fazendo uma careta. Meu coração deu um salto, e nem me pergunte por quê.
– A senhorita Anahí – disse ele,sorrindo de um jeito meio cúmplice.
– Não faço a menor ideia – murmurei e saí da sala, entendendo bulhufas.
Não sabia até que ponto Marlos sabia da história
entre Anahí e eu, mas tive certeza de que era mais do que podia imaginar.
Na saída do escritório, encontrei com o Fernando, que aguardava de pé em frente
a uma grande janela de vidro e metal.
Ele estava bem diferente; tinha os cabelos longos presos em um rabo de cavalo e vestia um traje esportivo composto por jeans, tênis, camisa e jaqueta. Não havia sinal dos outros rapazes, visto que ainda era cedo. Meu encontro com Marlos havia sido mais rápido do que imaginei.
– E aí, irmão! Chegou cedo, hein? – Fernando apertou a minha mão e me deu um abraço lateral.
– Pois é, cara, estou dando adeus ao projeto. Não vou mais participar.
– Sério? – Ele pareceu bastante surpreso.
– Sim, pra mim já deu o que tinha de dar. Vou parar.
Fernando apertou os olhos claros, analisando-me do mesmo modo como Marlos havia feito. Perguntei-me se tinha alguma coisa escrita na minha testa, era a única explicação para aquilo. Por que todos estavam me olhando daquele jeito, como se eu fosse o culpado de um crime hediondo?
– O quê? – perguntei, ficando irritado com suas expressões.
– A noiva tem alguma coisa a ver com isso? – Fernando foi direto.
– Por que todo mundo acha que Anahí tem algo a ver com o fato de eu querer parar de fazer programa?
– Sei lá, eu não te conheço o bastante, mas sei que se envolveu. Você mesmo me disse, lembra?
Encarei-o fixamente, meio contrariado.
– Se quer saber, é isso aí – confessei.
– Ela tem tudo a ver. Eu me apaixonei.
Fernando sorriu amplamente, como se eu tivesse acabado de dizer que ele tinha ganhado na Mega-Sena ou algo do tipo.
– Eu sabia! Podia até jurar!
– Bom, mas isso não significa muita coisa. Ela tem um casório marcado, esqueceu? Minhas chances de me dar bem
nessa história são diminutas.
– Ah, cara... Eu não apenas reparei em você, como também reparei nela. Não deixe ela se casar, será um erro. O modo
como te olhava era diferente.
– Não sei de mais nada... – murmurei,
e era verdade. Nem sabia se devia procurála novamente. Não fazia ideia se tinha que ligar ou deixá-la em paz. Anahí me
deixava confuso. Saber que ela ia se casar
dali a dois dias me causava uma dor tão grande que chegava a ser física. – Dormimos juntos ontem. Passamos o dia inteiro juntos, na verdade. Mesmo assim, ainda não consigo te dizer se ela largará o maldito casamento – desabafei.
Fernando bufou.
– Ela dormiu contigo três dias antes do casamento? Cara... Em despedidas de solteiras acontece de tudo um pouco, eu não
estranhei o fato de ela ter ficado contigo na casa de praia. Mas... Durante a semana, assim, sem mais nem menos? É óbvio, Alfonso. Ela gosta de você.
Olhei meu relógio de pulso, achando que já havia falado demais.
De alguma forma, eu me sentia confortável conversando
com o Fernando. Mesmo sem conhecê-lo, confiava nele. Era esquisito, mas depois do fim de semana, havíamos criado um tipo de amizade razoável, tanto que decidi pegar o número do seu telefone antes de ir embora.
Acho que essa nova etapa da minha vida permitia algumas amizades. Pelo menos eu tentaria deixar de ser tão fechado e parar de afastar as pessoas de mim.
Era isso. Começaria a modificar alguns pontos da minha existência, não apenas a questão profissional. Minha vida pessoal havia se transformado numa grande porcaria, e fazia tempo que não sabia o que era sair com os amigos, nem me divertir – pelo menos não com alguma coisa que não fosse relacionado a farras e grandes festas seguidas por sessões exaustivas de sexo promíscuo.
Afastei-me da família e me prendi em uma redoma que só me fez ser uma pessoa ainda mais solitária. Eu também tinha gaiolas, afinal. Talvez as algemas que
amarravam a Anahí fossem outras, mas, no fim, éramos todos escravos de nós mesmos. Naquele momento percebi que
mudar de profissão implicaria transformar a minha vida inteira. Estava disposto a fazê-lo, pois agora tinha objetivos e, principalmente, um bom motivo.
Eu precisava fazer por merecer o amor da Anahí. Não era questão de mudar por ela, e sim de melhorar por ela.
Por mim mesmo. Por nós dois. Via um futuro só nosso passando diante dos meus olhos. Temia que tudo aquilo jamais
chegasse a ser real, porém eu não gostaria
de ser o culpado caso as coisas dessem errado.
Meu passado teria de ficar para trás, eu estava disposto a dar adeus a ele. Seriam apenas lembranças vagas de alguns anos
em que nada fazia sentido – embora continuasse sem me arrepender das minhas escolhas, afinal, foi necessário que tudo o que vivi acontecesse para que aquele
momento chegasse.
Meu novo futuro me aguardava de braços abertos, e eu estava rezando para que aqueles braços fossem os da Anahí.
Autor(a): Nana
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Cheguei à minha casa super bem humorado. Havia traçado alguns planos no caminho de volta para casa; eu não tinha o telefone da Anahí – incrivelmente me esqueci de pedir –, mas tinha o de sua loja. Esperaria o horário do almoço para ligar, pois não queria atrapalhá-la, e então a convidaria para um n ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 77
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brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52
acabou? voce sumiu :(
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pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35
Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34
tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk
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dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59
aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18
foi muito emocionante :)
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49
*-*
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edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29
Ate q fimmmmmmm ponchito feliz
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acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22
Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!
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micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43
chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo
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edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04
Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk