Fanfics Brasil - 46º Capítulo O amargo sabor da desilusão Despedida de Solteira. Ver. Alfonso

Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot


Capítulo: 46º Capítulo O amargo sabor da desilusão

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Cheguei à minha casa super bem


humorado. Havia traçado alguns planos no caminho de volta para casa; eu não tinha o telefone da Anahí – incrivelmente me


esqueci de pedir –, mas tinha o de sua loja.


Esperaria o horário do almoço para ligar, pois não queria atrapalhá-la, e então a convidaria para um novo encontro. Pouco me importava que o casamento estivesse


próximo, só precisava arriscar e torcer para dar certo.


Pode parecer muito egoísta da minha parte – sei que Anahí sofria com aquela situação complicada e sei também


que podia trazer problemas pra sua vida –, mas eu precisava impedir que se casasse com um idiota. Não queria que as coisas fossem daquele jeito, mas também não


podia ficar parado vendo tudo acontecer sem que nada fizesse.


Tirei a camisa que estava vestindo e desabotoei a calça. Vi Lulu deitada no sofá,


por isso sentei ao seu lado e puxei-a para mim, colocando-a em meu colo. Foi quando vi um papel em cima da mesa de centro, não havia reparado nele antes. Peguei-o com


bastante curiosidade e li instintivamente, sem fazer ideia do que me aguardava:


“Espero que seja o suficiente. Se for


menos, fique com o troco. Se for mais,


gostaria de que me ligasse para que eu


possa fazer outro cheque. Aliás, queria muito


que fizesse umas fotos no meu casamento,


mas tive uma ideia... Sabe as fotografias


que tirou da sua irmã? Quero algumas


daquelas. Vou estar no hotel, já maquiada e


penteada, às dezessete horas. Esteja lá,


pago qualquer preço por elas, pois meu


noivo irá adorá-las. Se não puder ir, mande me


um e-mail avisando.”


Anahí não havia assinado aquele bilhete – feito de papel arrancado de uma agenda –, mas era óbvio que o havia


deixado pela manhã. Sinceramente, eu fiquei muito confuso com ele. A ficha simplesmente não tinha caído, até que


encontrei o maldito cheque. Exato, havia um cheque de quatro mil reais, em meu nome,


junto com o bilhete. Balancei a cabeça, ainda sem entender. Para quê raios Anahí havia deixado um cheque? Estaria pagando pelas fotografias que eu nem havia tirado ainda?


Certamente não cobraria tão caro, aliás, sequer sabia se conseguiria vê-la prestes a se casar.


...


“Meu noivo irá adorá-las”. Hunft. Fala


sério...


...


...


Anahí posando sensualmente para mim antes do casamento? Quem ela pensava que eu era?


...


“Um garoto de programa, Alfonso”, fiz o


favor de responder a minha própria pergunta.


...


Acho que li o recado umas cinco vezes para que a porcaria da ficha caísse – e devo acrescentar que caiu bem em cima do


meu coração. O estrago foi grande. Enorme. Absoluto. Nem sei dizer se perdi o controle, se gritei, se chorei ou se parei de respirar. Só sei que doeu. Muito. De um jeito que não


pude suportar.


A filha de uma mãe me pagou pela noite que passei com ela.


Pela nossa noite de amor.


Anahí pagou para transar comigo, como se eu fosse um... um. . . garoto de programa.


– Puta... que... pariu... – murmurei, jogando-me com tudo no sofá. Minhas pernas se mostraram incapazes de manter meu corpo de pé. Todo o sangue do meu corpo pareceu ter se esvaído. Permaneci em um estado catatônico.


Simplesmente parei no tempo; não conseguia me mover, tinha dificuldade até


para respirar. Uma parte de mim não queria acreditar naquele absurdo, mas a outra estava jogando coisas na minha cara. Coisas do tipo:


“Como você pôde ser tão idiota?”


“Por que se deixou envolver desse jeito?”


“É claro que ela só queria sexo contigo, você só serve para isso, Alfonso.”


“Ela te usou, e você caiu feito um otário.”


“Jamais será digno dela, você não presta, não tem moral, não tem valor algum... Ela sabe disso mais do que você.”


“Aceite o que você é e sempre será: um objeto sexual.”


Senti meus olhos se esquentarem até quase pegar fogo. Um peso enorme foi colocado nas minhas costas, como se o


mundo inteiro estivesse em cima de mim, rindo da minha cara e me julgando deliberadamente. Uma lágrima sorrateira


escorreu pelo meu rosto, porém minha mão saiu do transe depressa e a enxugou como se ela fosse feita de um ácido corrosivo. A raiva veio logo em seguida. Surgiu


como um clarão, na velocidade da luz, deixando todo o meu corpo rígido. Meus dentes se contraíram, meu maxilar parecia


feito de pedra. Minhas mãos amassaram o papel com aquele bilhete deprimente. Guiei o cheque entre os meus dedos, pronto para fazê-lo em pedaços. Era óbvio que eu não ia


ficar com aquele dinheiro. Eu não precisava do dinheiro dela, não queria mais nada, nada, NADA vindo dela.


A ideia me fez parar. Não... Não podia rasgar aquele maldito cheque. Iria devolvê-lo. Sim... Pessoalmente. Ela


precisava saber que eu não estava à venda.


Anahí não podia me comprar daquele jeito, não sou um produto, não sou um objeto, não sou um brinquedinho...


“É claro que é, Alfonso.”


Não sou mais.


“Sempre foi. Acha que é fácil deixar de ser? As mulheres só querem isso de você, nada mais.”


– Não pode ser... – sussurrei, encarando o cheque. Não conseguia desviar meus olhos dele. Não estranharia se ele


começasse a pegar fogo do nada, pois meu olhar soltava faíscas em sua direção. – Não pode ser... Não pode!


Meu mundo já havia desabado inúmeras vezes. Não posso negar: minha vida foi cheia de dissabores, de modo que


estava acostumado a sentir aquela velha sensação de desmoronamento. Mas nada se comparava àquilo. Era mais do que uma derrota, mais do que tristeza ou fracasso.


Era o fim da esperança. Sabe quando dizem que a esperança é a última que morre? Pois bem, quando acontece, significa que tudo o mais já morreu. A sensação era exatamente


essa: eu havia morrido e era apenas uma sombra vagando sem rumo através de um vale escuro e frio.


Minha vontade real, meu maior desejo, era sumir. Evaporar. Quem se importaria, afinal? Apenas a Júlia. Mas ela


tinha a própria vida para viver, certamente ficaria bem. Ju tinha amigos, marido, pais...


Uma penca de gente que se importava com sua felicidade. Quem se importava com a minha? Nem eu mesmo o fazia. Não mais. Não faço ideia de quanto tempo passei sentado no sofá, com os olhos fixos para o nada. Não me permiti chorar ou me


lamentar. Apenas sentia o amargo sabor da desilusão me corroendo por dentro, e eu suportava a dor como se nem ela chegasse realmente a me importar.


Depois de um tempão vendo tudo o que eu havia construído nos últimos dias se transformar em ódio, decidi me mover.


Larguei o bilhete e o cheque em cima da mesa de centro, tornei a vestir minha camisa e peguei as chaves. Uma frieza sem limites acompanhou meus movimentos. Eu não


sabia para onde ir, só entendia que não podia ficar no meu apartamento. A porcaria do cheiro dela estava por toda parte, deixando me ainda mais irritado.


Dirigi a Charlotte numa velocidade extremamente alta. Devo ter ganhado pelo menos umas três multas de trânsito, por não


ter diminuído em alguns radares. Foda-se.


Eu tinha dinheiro, muito dinheiro. Podia até nadar nele, e cada centavo representava uma mulher. A analogia era correta; eu


nadava em dinheiro e nadava em mulher. É isso que sou, é isso que faço. Idiota eu fui


por querer mudar o imutável.


Estava meio sem rumo, mas parei em um bar que eu costumava frequentar aos dezoito anos, quando não tinha um centavo furado. Pelo menos eu tinha amigos naquela época, o que fazia do meu eu atual um verdadeiro fracassado. E pensar que eu me achava um fracasso naqueles tempos... Se o adolescente idiota de anos atrás me visse agora, riria da minha cara.


Sentei na beira do balcão, em uma das cadeiras de perna alta. Ainda me lembrava do que costumava tomar: uma


dose de vodca barata. Era a única coisa que meu dinheiro conseguia pagar, e eu fazia o conteúdo durar horas para não ter que gastar com muitas doses em uma noitada.


Lamentável. Aquele Alfonso havia morrido há


muito tempo, mas o meu pedido foi exatamente o mesmo, como se os anos que se passaram não tivessem significado nada.


De fato, o que significou? O que uma vida solitária, baseada em muito sexo, significa?


Porra nenhuma. Ou melhor, muita, muita porra. Porra para dar e vender, e eu vendia.


Depois da quinta dose de vodca – e horas olhando fixamente para algum ponto inexistente do bar –, uma mulher que eu


nunca tinha visto na minha vida resolveu se sentar ao meu lado. Olhei para a criatura: negra, alta, cabelos crespos estilo Vanessa da Mata e um sorriso faceiro estampado nos


lábios carnudos. O que uma mulher como ela estava fazendo em um bar às – olhei meu relógio – cinco horas da tarde, eu não fazia ideia.


Como assim já eram cinco horas da


tarde?


– Oi – ela disse, e seu sorriso se ampliou ainda mais. Os olhos redondos e escuros se curvaram um pouco, enquanto


seus cílios com excesso de rímel se


moveram com graciosidade.


– Não estou a fim de papo – recuei, empurrando a sexta dose de vodca goela abaixo.


– Nossa... Não precisava ser mal educado.


– Não me arrependo de ter sido. O que quer de mim, afinal? Sou bem bonito,


não é? Acho que nos daríamos bem, você não faz ideia do que posso fazer contigo na cama. É isso o que quer, certo?


A mulher desconhecida pareceu muito surpresa. Balançou a cabeça como sinal de reprovação, depois riu de leve. O garçom me serviu a sétima dose.


– Você é chocante. Bufei, demonstrando muita irritação.


– É só isso que consegue dizer? Você é decepcionante. Todas vocês são.


– Não tenho culpa se alguma vadia quebrou o seu coraçãozinho – ela disse, tocando-me no braço de propósito. Seu olhar malicioso havia retornado. – Agora está aí, bebendo feito um louco e maldizendo todas as mulheres como se você não gostasse delas. Mas a verdade é que nos adora.


– Adoro. Adoro fodê-las. Incansavelmente.


Ela riu. Na verdade chegou a gargalhar. Meu olhar desceu para o seu decote acentuado. Suas curvas se


sobressaíam em um microvestido com estampa de onça. Continuei a observando, desta vez guiando meus olhos pelas suas pernas torneadas de academia. Os músculos


rígidos estavam sobressalentes no vestido. A pele achocolatada chegava a brilhar por ali. Virei o rosto instintivamente.


– São demônios – prossegui. – Ou sereias... Atraem apenas para nos matar. Não caio mais nessa.


– Na verdade você que é o demônio. Tem noção do quanto é atraente? Consegue ser sexy até mesmo estando bêbado.


Quando te vi do outro lado, cheguei a pensar que beleza assim devia ser proibida.


Sorri torto, mas de uma maneira meio débil.


– Devia mesmo. Fariam um favor para mim se proibissem.


– Prefere ser feio? – Ela gargalhou.


Era claro que estava se divertindo com aquela conversa sem sentido. Eu não conseguia raciocinar direito. As coisas


estavam começando a girar ao meu redor, deixando-me tonto.


– Preferiria. Se eu fosse feio, eu seria um cara normal. Teria amigos, faria faculdade de Direito e seria um ótimo


advogado, como meu pai sempre quis. Seria rejeitado pelas mulheres até encontrar uma que me amasse pelo que tem dentro de mim – respondi em tom de desabafo, mas a


frieza das palavras chegava a deixar minha


vodca quase uma ice.


Cansado de ser questionado por aquela mulher louca, saquei minha carteira e retirei uma nota de cem. Minha conta devia


ter dado uns trinta e poucos, mas quem se importa? Levantei-me da cadeira bem devagar, pois sabia que, se fosse depressa demais, era capaz de cair no chão.


– Aonde vai? – a mulher perguntou.


– Não te interessa. Aproximei-me dela lentamente. Vi sua


boca entreabrindo quando cheguei perigosamente perto. Deixei nossos rostos quase colados, enquanto meus olhos prendiam os seus do jeito como eu estava acostumado a fazer. Nunca falhava.


– Se quer que eu te foda como ninguém nunca te fodeu na vida, vai ter que me pagar. Não faço de graça – falei de


modo sussurrante e rígido, observando seu braço direito arrepiar. A ponta dos seus seios ficou visível debaixo do vestido, então percebi que ela não usava sutiã. – Da última


vez que fiz de graça foi tão bom que acabaram me pagando.


Puxei um cartão de visitas do bolso e


entreguei a ela, enquanto assistia seu rosto


contracenar uma careta que misturava confusão e desejo. A mulher resfolegou com minha aproximação e inspirou fundo quando eu finalmente me afastei.


De uma coisa eu tinha certeza: a vadia ia me ligar mais cedo do que os meus reflexos – agora lentos como uma mula


manca – podiam acompanhar.



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Autor(a): Nana

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Charlotte estava parada em uma rua pouco movimentada, visto que o bar sequer tinha estacionamento. Afundei no banco de couro, observando o planeta girar de um jeito meio engraçado. Liguei o motor e olhei para o banco do carona. Não pude evitar me lembrar de que Anahí havia sido a última a se sentar ali. Parecia que fazia anos que tinha acontecido ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 77



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  • brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52

    acabou? voce sumiu :(

  • pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35

    Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34

    tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk

  • dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59

    aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18

    foi muito emocionante :)

  • franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49

    *-*

  • edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29

    Ate q fimmmmmmm ponchito feliz

  • acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22

    Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!

  • micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43

    chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo

  • edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04

    Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk


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