Fanfic: Despedida de Solteira. Ver. Alfonso | Tema: Ponny - Hot
Eu não tinha mais o que fazer. Sabia
perfeitamente onde aconteceria o casamento
da Anahí – tinha o convite e tudo –, mas
achei que seria ridículo e doloroso demais
comparecer, além de que meu objetivo não
era forçá-la ou deixá-la confusa. Sabia muito
bem que ficar comigo exigiria sacrifícios.
Anahí passaria por coisas que preferiria
que não passasse, embora a quisesse tanto
que chegava a doer.
Sem saídas e sem ter para onde ir,
decidi voltar para casa. Júlia estava me
esperando no hall de entrada do prédio –
insisti para que tivesse uma chave, mas ela
se negou, alegando que não queria invadir a
minha privacidade – e me abraçou assim
que me viu. Tentei não chorar. Fiz uma força
absurda, porém as lágrimas vieram muito
depressa.
– Foi melhor assim – sussurrei aos
prantos, enquanto minha querida irmã
alisava meus cabelos para trás e me puxava
para si com ainda mais força.
– Vamos subir, daí você me conta
tudo o que aconteceu.
– Ok – expirei todo o ar dos pulmões,
enxugando as lágrimas com as costas dos
dedos. – Eu faço aquele café cheiroso de
que você gosta.
Ju apenas sorriu e me acompanhou
até o elevador. Permanecemos abraçados
até chegarmos ao décimo sétimo andar.
Como prometido, fui diretamente para a
cozinha, tirando apenas a minha camisa
durante o percurso. Coloquei a água para
ferver e separei alguns grãos de café moído.
– Poncho... Conta pra mim o que houve...
Por favor – Júlia falou baixinho, meio
temerosa.
– Tiramos as fotos... Ficaram lindas. –
Abri um armário e peguei duas xícaras.
– Não estou falando sobre isso. Vocês
conversaram?
– Não foi bem uma conversa. Eu meio
que gritei com ela depois que tirou o sutiã e
me pediu para fotografá-la. Ah, e depois que
veio para cima de mim.
Júlia abafou sua surpresa com as
mãos. Puxou uma cadeira da mesa redonda
da cozinha, a mesma onde tinha jantado
com a Anahí na quarta-feira.
– Sério? Não acredito! Que loucura!
– Um absurdo... Mas pelo menos
descobri que ela estava mais perdida do que
eu. Agora creio que não está mais. Deve
estar seguindo para a igreja agora.
– Como assim? Se ela te quer, por
que se casaria?
– Porque ela é a Anahí. Aquela
mulher tem uma cabeça tão dura que acho
que, se eu lhe desse um cascudo, minha
mão quebraria.
Júlia riu de verdade, e aquilo ajudou a
manter o ambiente um pouco menos
afetado.
– Olha, ela pode ser teimosa o que
for... Duvido de que se case. Quem em sã
consciência dá em cima de alguém antes de
casar? Só se ela for uma, desculpe-me a
expressão, vagabunda.
Aquilo estava definitivamente fora de
questão. Anahí era uma mulher valorosa,
cheia de moral e ética. Eu sabia, tinha
certeza de que ela não era uma qualquer.
– Ela não é, acredite – respondi
prontamente. – Só está perdida. A cerimônia
vai ser enorme, sabe? Daquelas que tem
muitos convidados, recepção cheia de luxo e
cada detalhe pensado com maestria.
Resumindo, um casamento caro pra cacete.
Ju balançou a cabeça, meio incrédula.
– Deve estar sendo difícil demais para
ela... É sério, Ponchito.
– Eu sei... – murmurei. A imagem da
Anahí entrando na igreja e subindo no altar
me deu vontade de gritar.
Peguei uma cafeteira térmica e
coloquei um filtro em cima. Logo, estava
jorrando a água quente – que se misturava
com os grãos de café e incensava o
ambiente inteiro. Eu podia achar aquilo uma
delícia se não estivesse me sentindo tão
arrasado.
– Pelo menos agora ela sabe que o
que fizemos não foi apenas sexo. Deixei isso
muito claro.
– E o cheque? – perguntou Ju.
Soltei um longo suspiro.
– Rasguei na frente dela, dizendo-lhe
que não podia me pegar pelo que fizemos.
– E ela?
– Ficou lá com cara de bocó. Olha, Ju,
eu disse tudo o que precisava dizer.
Servi nossas xícaras e me sentei ao
lado dela na mesa. De repente, estava muito
cansado. Tomei um bom gole do café.
Delicioso. Júlia também bebericou sua
xícara, sorrindo logo quando voltou a coloca la
em cima da mesa.
– Disse que a amava? – ela
perguntou.
– Isso não.
– Devia ter dito.
– Não ia ajudar muito se eu dissesse –
afirmei. – Até porque, vamos ser realistas,
nos conhecemos há apenas uma semana.
Mesmo assim deixei meu interesse por ela
muito claro e, no fim, fizemos aquele nosso
diálogo feito. Só que dessa vez foi ela quem
perguntou o que eu queria.
Ju assoprou o café, fazendo um
biquinho de lábios rosados antes de beber
um pouco mais.
– Aquele lance de surpreender? –
questionou.
– É. Eu implorei para que ela me
surpreendesse. Foi bem embaraçoso...
Comecei a chorar e ela também. Depois,
apenas fui embora. Anahí não me impediu
de ir...
Ju me encarou por longos segundos.
Coçou um pouco a cabeça, o que acabou
fazendo uma madeixa escura escorrer para
frente. Fiquei apenas a observando,
tomando o meu café como se fosse fácil
demais engolir alguma coisa. A verdade é
que eu estava quase transbordando, como
uma grande represa que ultrapassa o seu
limite.
– O que você queria que ela fizesse,
Alfonso? Simplesmente fugisse? Não é assim
que as coisas são. Sei que você está
ansioso, mas tenha paciência. Duvido de que
Anahí vá se casar desse jeito.
Apoiei minha cabeça entre os dedos.
– Não tenho tanta certeza assim –
disse baixinho, em tom de desabafo.
– Ela vai te surpreender. Acredite.
Ju olhou para o lado, mirando o relógio
da cozinha. Eram quase sete e meia da
noite, e o casamento se realizaria às oito. Se
Anahí tivesse desistido, já teria me ligado
ou algo assim. Pelo que a conhecia, jamais
largaria a cerimônia em andamento. Essas
coisas só acontecem em filmes.
Sentia que a minha própria existência
estava em jogo; como se o relógio fosse o
carrasco, aquele que decidiria se eu
permaneceria vivo ou não. Era ruim demais
não ter controle sobre as coisas, naquele
instante consegui entender por que Anahí
gostava tanto de manter tudo em ordem.
Larguei a xícara de café pela metade
e perguntei à Júlia se estaria tudo bem se eu
fosse tomar um banho rápido. Estava me
sentindo sujo, cansado e estressado. Achei
que depois de um bom banho estaria mais
relaxado para suportar a dor de ver as horas
passarem, porém não adiantou. Quando me
vi limpo e vestido com trajes de casa –
bermuda cinza simples e camiseta branca de
algodão –, percebi que não fazia diferença.
Viver era um terror.
Encontrei Ju sentada no sofá de um
jeito confortável. Sua expressão não negava
o nervosismo; com uma olhadinha básica no
relógio, confirmei que já passava das oito
horas. Era óbvio que minha irmã estava
errada com relação à Anahí, embora
desejasse acreditar nela.
Deitei-me no sofá, apoiando minha
cabeça nas pernas da Júlia. Ela me aninhou
em seus braços, consolando-me como se
fosse um garotinho indefeso. Suas mãos
leves começaram a alisar os meus cabelos,
e me senti tão seguro que simplesmente
comecei a chorar baixinho. Ju não disse
nada; chegou até a evitar olhar para mim,
apenas fixou seus lindos olhos azuis em
algum ponto inexistente da sala e continuou
me puxando para si. Eu nada fui capaz de
dizer. Meu sofrimento era silencioso,
nenhuma palavra seria capaz de trazer alívio.
Foi quando a campainha tocou
inúmeras vezes seguidas, sem pausas. O
barulho era alto e irritante, de modo que Ju e
eu tomamos um susto.
– Você pediu pizza? – perguntei,
franzindo o cenho. Claro que a minha
pergunta não teve lógica, pois certamente o
porteiro me interfonaria antes de permitir que
o entregador entrasse no prédio.
– Não... – Júlia também parecia meio
confusa.
A campainha não parou de tocar,
portanto achei que fosse uma emergência.
Podia ser problemas com algum vizinho, sei
lá, um acidente ou algo assim.
Levantei do sofá com bastante pressa
e, mais rápido do que pude acompanhar,
destranquei a porta e a abri sem conferir o
olho mágico antes.
O que vi me deixou...
Surpreendido.
Anahí estava rente à minha porta,
trajando um vestido de noiva imenso.
Parecia esbaforida, como se tivesse corrido
muito. Seus olhos me prenderam no mesmo
instante, e fui obrigado a prender a
respiração. Cada nervo do meu corpo
pareceu se contrair. O coração diminuiu, o
cérebro congelou. Meu mundo parou por um
segundo. O segundo em que busquei
entender que aquela mulher tinha largado o
casamento. O segundo em que percebi que
ela havia feito aquilo por mim. O segundo
em que compreendi que Anahí, nos
próximos segundos e até que eu deixasse de
respirar, seria apenas minha.
Autor(a): Nana
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 77
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brunaponny Postado em 20/05/2014 - 13:27:52
acabou? voce sumiu :(
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pradonaty Postado em 09/05/2014 - 04:15:35
Aiiiiiiiiiiii que lindooo, amei, adorei, me emocioneiii, confesso q me emocionei mais cm versão, sofri junto cm o poncho..ansiosa para a parte 3
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 13:27:34
tive que ler de novo :) de tão feliz que eu to kkkkkkkkkk
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dessita Postado em 08/05/2014 - 13:08:59
aaai... que lindo o final... Posta logo a proxina Nana... Aguardando anciosamente
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:24:18
foi muito emocionante :)
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franmarmentini Postado em 08/05/2014 - 07:02:49
*-*
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edlacamila Postado em 07/05/2014 - 23:46:29
Ate q fimmmmmmm ponchito feliz
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acarol Postado em 07/05/2014 - 02:49:22
Aaain Naninha que triste! To sem palavras, chorei, li outra vez, mas fiquei sem palavras! Continua!
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micheleponny Postado em 06/05/2014 - 18:03:43
chorei amiga :( poxa to muito trise coitado..ponchinho amor vem pra mim que nao te faço sofrer asim nao :(,mas ainda tenho esperança que nao casa,nao casa e pronto to com o coração na mão espero de vdd q ela nao case bj posta logo
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edlacamila Postado em 06/05/2014 - 00:26:04
Ain gnt ele sofre dms por ela poxa :/ .. Poncho esquece ela e fica cmg U.u kkkkk