Fanfic: A SELEÇÃO - POR ALICE ZAHYR | Tema: A Seleção
Eu estava em estado de choque quando soube da notícia. May estava doente. Não doente do tipo que pegou um resfriado. Doente mesmo. Quando Anne me deu a notícia, eu mal acreditei. Não entendi bem, como assim?
– Doente como? - perguntei, já pálida. Só em pensar que minha May, minha querida May, tão alegre e otimista, estivesse doente, eu já me sentia mal.
Anne hesitou por um instante.
– Senhorita, sua mãe me informou que ela havia machucado a perna enquanto brincava com Gerad. - Anne olhou para baixo, mexendo na barrinha do vestido. - Então o machucado começou a ficar roxo e verde, e aumentava de tamanho conforme o tempo passava...
Eu gelei. Temia ouvir o que achava que iria ouvir.
– Os médicos disseram que ela pode ter pego uma doença rara, da época da nação norte-americana, chama-se... tétano.
Então era isso. Ouvi sobre a doença numa das conversas com Maxon e um médico da ala hospitalar sobre a morte de muitos nortistas. Eles viviam em condições precárias e por isso vinham morrendo em massa ultimamente por contato com a bactéria.
– Então ela está no hospital? - indaguei, nervosa.
– S-sim, senhorita - Anne respondeu-me agitada - mas não se preocupe, o pŕincipe Maxon já cuidou para que os melhores médicos tomassem conta da garota. - Anne apressou-se em dizer com um leve sorriso no rosto.
Maxon... era incrível como ele vinha sendo tão generoso comigo. Mesmo depois de tantas confusões, ele sempre me protegeu e agora fazia jus de sua generosidade á minha família - em especial May. Ele sabia o quanto eu amava aquela ruivinha animada.
Dei um suspiro de alívio, mas ainda me sentia mal. Anne viu me desespero e em uma troca de olhares Mary e Lucy entenderam o recado. Rapidamente pegaram minha bolsa e me envolveram num casaco de lã bege, calçaram-me com botas para o inverno e logo eu estava dentro do carro. Aspen não estava no castelo quando saí, então disse á Anne que se o visse avisasse o motivo de minha súbita saída.
Ah, Aspen...
Cheguei no hospital real mais próximo que tinha o nome de Illéa e logo percebi. May estava mesmo em uma ruim situação. Maxon pedira que a trouxessem de Carolina para cá. Isso não era bom. Adentrei o lugar com pressa e logo encontrei minha garotinha. Ali, deitada naquela maca entre paredes cor de gelo que sugavam sua felicidade. Entrei no quarto.
– May, meu amor! - eu a abracei sem nem pensar.
Ela tinha um semblante meio caído. Senti as lágrimas pesarem, mas resisti.
– Vim assim que soube! Que saudade, May! - eu acariciei seus cabelos. - Mal acredito que tive de reencontrá-la nessa situação, ah May, sinto muito. - novamente quis chorar.
Quando pensei que fosse cair em prantos, uma mãozinha gelada segurou minha mão.
May sorria.
– Obrigada por vir, mana! - ela agradeceu. - Eu acho que já estou melhor. O seu namorado que cuidou de mim assim que soube que eu estava dodói.
Eu senti uma onda calor invadir involuntariamente meu corpo pálido e rígido. Olhei para o lado e lá estava Maxon, cochilando por cima da escrivaninha da sala hospitalar. Quando o vi naquele estado, vários pensamentos e sensações percorreram meus nervos. Depois do que ele fizera por May, se me pedisse em casamento eu aceitaria sem hesitar. Ele não tinha como ser um cara mais perfeito. Um verdadeiro príncipe, sem dúvida, e se não fosse por Aspen, por todas essas confusões, esses amores adormecidos acordados de repente... Interrompi a mim mesma rapidamente. Agora não era hora de pensar nessas coisas. May estava ali. E Maxon cuidara dela. Maxon, o apenas príncipe e futuro rei de Illéa. O homem que eu havia xingado e gritado na primeira chance que tive.
– Ah, May - eu ri - ele não é meu namorado. - Eu a olhei com compaixão. - Que bom que ele cuidou de você. Maxon é um príncipe de verdade. Não é só uma coroa acima de sua cabeça. - não pude conter as palavras. Ele se remexeu.
– Shhh! - pediu ela. - Ele ficou tão preocupado, deixei-o descansar. - Percebi que May, apesar de doente, ainda continha aquela alegria magnética que me atraía e a todos ao seu redor. Como eu amo a May!
– Eu vou ficar aqui, com você, até você ir para casa. - prometi aos sussurros.
Mas May balançou a cabeça em desaprovação.
– De jeito nenhum! - ela disse. - Você nem deveria ter saído do palácio! Eu estou quase curada, o médico que disse. - olhei para a cabine ao lado e percebi um médico examinando umas coisas. - Você e o seu namorado devem voltar.
Eu não conseguia entender porque May não me queria ali! O que deu nela? Não sentira saudades?
– Mas, May...- ela me interrompeu.
– Eu senti saudades, claro que senti! - ela me abraçou forte. - E nunca duvide que eu te amo! Mas você tem que voltar para o palácio! Acha que eu não sei dos ataques e tudo o mais? Eu estou segura aqui, mas você, não.
Me recusei a acreditar no que ela dizia. Quem era aquela May, afinal? Sempre soube de sua doçura e alegria, mas nunca vi esse lado madura...
– Façamos um trato. - eu propus. - Deixe eu ficar aqui até de noite, então vou embora.
May sorriu e seu semblante ficou alegre.
– Tudo bem! Mas e quanto ao príncipe? - ela perguntou, preocupada. AH, May! Sempre tão dócil!
Vi que Maxon levantara subitamente da escrivaninha e estava com a cara toda amassada. May e eu contemos um risinho, e ele nos olhou. Quando me viu, despertou na hora.
– O que você está... mas e os ataqu... como te deixaram...? - ele perguntava, confuso.
– Olá, Maxon. - eu me sentei a seu lado. Sabia que ele devia estar morto de cansado, deixado todas as suas obrigações para cuidar de May, e queria poder colocá-lo em minhas mãos. - Eu vim com um motorista. A rainha já sabia e permitiu que eu viesse. Mesmo estando na Seleção. É a May.
Maxon deu um leve sorriso, brincando com os meus olhos. May percebeu e riu. Nós todos achávamos graça do seu romantismo.
– May, eu e Maxon vamos te comprar uns doces. Você espera alguns minutos?
Ela aprovou, feliz.
Levei Maxon para fora, e ele ainda estava meio grogue,tonto. Eu o segurei pelo braço e me certifiquei de que já estava acordado o suficiente para conversarmos.
– Maxon, muito obrigada, mesmo, - eu senti as lágrimas começarem a surgir - e-eu...
Ele me interrompeu e segurou minhas mãos bem forte.
– America, sei o quanto sua família é importante para você, em especial May. E agora que passei certo tempo com ela, posso perceber porquê. - ele sorriu. - Quando disse que a protegeria, prometi muito mais que aos muros do palácio. Cuidaria de você até os fins dos tempos. E se May é uma parte de você, manterei minha promessa.
EU olhei para Maxon e algumas lágrimas rolaram. Ele pareceu aflito.
– Espero que já tenha superado o pavor de lágrimas. - eu falei, e ambos rimos aliviados. Não sei como, mas me prendi ao olhar de Maxon, ele me olhando e eu o olhando. Porém aquilo não me constrangeu, muito pelo contrário - ficar ali, com ele, era como um porto seguro para mim, um refúgio dos meus problemas.
– Obrigada, Maxon. - eu agradeci sincera. - Sou uma garota de sorte.
Ele deu um leve sorriso de ladinho, eu o abracei. Bem forte. Para ter certeza de que ele, pelo menos, nunca escaparia de minhas mãos. Eu não sabia o que nutria por ele, mas sabia que nutria algo, e esse sentimento crescia vorazmente cada vez mais.
Autor(a): Alice Zahyr
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