Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato
DulcePOV
“Eu estarei em casa daqui a pouco, querida. Não posso esperar para vê-la!” Ela havia mandado a mensagem às 18:48. Suspirei. Meu cabelo estava um pouco armado por causa do vapor saindo da panela que eu mexia, mas eu sabia que Demi iria apreciar o jantar quando ela chegasse. Era por isso que eu estava fazendo aquilo. Nossa comunicação durante a tournée foi diminuindo na proporção que minha frustração estava crescendo.
“ps: eu te amo.”
Forcei-me a sorrir enquanto virava para o fogão novamente, Radiohead como música de fundo. “Ela vai estar em casa logo.” Sussurrei para mim mesma. “Ela te ama. Você a ama. Vai ficar tudo bem. Relaxe.”
Meu telefone zumbiu com outra mensagem de texto, enquanto tirava os peitos de frango da panela de pressão e começava a desossá-los. Joguei os pedaços em uma frigideira, depois em uma panela e joguei o máximo de molho de churrasco com pimenta que pude encontrar pela casa. Nunca parecia o suficiente para Demi, no entanto. A garota gosta de uma comida apimentada. Mandei-lhe uma resposta com a mão livre.
“Eu também te amo. Fiz seu jantar favorito.”
Senti-me intoxicada pela dor quando um buraco pareceu se abrir no meu estômago. Quase perdi o equilíbrio, então coloquei uma mão no balcão para me apoiar e a outra sobre meu estômago. “Estou apenas nervosa, só isso. Você não a viu em dois meses e meio, nem por Skype.” A cada sílaba que eu dizia, minha voz ficava mais alta. “É como ir ao primeiro encontro de novo. Com a diferença que vocês estão casadas e, bem, já tiveram o primeiro encontro.”
A sensação incômoda não ia embora, no entanto. Não saiu quando eu temperava a salada com o vinagre favorito de Demi, que eu particularmente acho uma droga. Não desapareceu quando eu tirei o pão de alho do forno. Não desapareceu quando eu coloquei a mesa e enchi os copos com água.
Demi entrou pela porta, com os óculos de sol, arrastando uma mala grande atrás de si.
E um sorriso.
Senti uma dor aguda em meu coração.
“Querida, cheguei!” Demi chamou com a voz fraca e cansada.
Coloquei uma mão no estômago, a jarra de água de volta na mesa e forcei um sorriso no rosto. Caminhei rapidamente para a porta da frente sem dizer nada. E, ainda em silêncio, agarrei seu rosto entre as mãos e beijei-a. Coloquei minha mão atrás de seu pescoço e tentei puxá-la para o mais perto possível, enquanto a empurrava para a porta novamente, pressionando minha língua em sua boca. Coloquei uma perna em volta de sua cintura, forçando-a a largar a mala.
Demi se contorceu para fora da nossa posição. “Ei, ei, ei.” Ela olhou para mim um pouco surpresa. “Eu acabei de chegar em casa. Vamos comer primeiro. Eu também estou animada por te ver, mas eu preciso relaxar.”
Apertei meus lábios em uma linha fina e caminhei de volta para a cozinha, onde terminei de encher meu copo, sem dizer uma única palavra. Coloquei os pratos na mesa. Os mesmos pratos de porcelana lindos que a mãe de Demi havia nos dado de casamento. Demi sorriu, mas a sensação ruim permaneceu em meu estômago.
“Então, como foi o seu voo?” Perguntei.
Demi engoliu um pedaço de frango. “Foi tudo bem.” Ela apontou com o garfo para o prato. “Você fez um ótimo trabalho, aliás.”
“Obrigada.”
“Então, o que você tem feito? Eu senti tanto a sua falta.”
“Sentiu mesmo?” Interrompi.
Demi arrastou a cadeira para trás quando engasgou com um pedaço de frango e tossiu em seu cotovelo até se recuperar, então me olhou como se outro olho tivesse aparecido na minha testa. “O que?! É claro que eu senti falta da minha esposa!”
Cruzei meus braços em forma de proteção. “Você não tem que mentir para mim.”
“Por que diabos eu estaria mentindo?”
Sem dizer nada, levantei-me e corri até nosso quarto, onde me joguei na cama e me enrolei em uma bola. Os soluços ecoavam pelas paredes e os malditos lençóis que Demi havia insistido em comprar pareciam queimar minha pele.
Segundos depois, senti uma mão em meu ombro, o que só me fez chorar mais. Demi deu um suspiro pesado e sentou ao meu lado na cama, e começou a esfregar minhas costas, antes de passar os dedos sobre meus cabelos.
“O que está errado, querida?” Sua voz estava cheia de preocupação. “Qual o problema?” Simplesmente balancei minha cabeça contra o edredom. “Fale comigo.”
Tomei uma respiração trêmula. “Eu não sei o que deu errado... Nós estávamos falando no Skype todos os dias, então você começou a ficar sem tempo para mim. Eu te mandava uma mensagem e você não me respondia. Nossas seções no Skype ficaram cada vez mais curtas até que um dia a gente não teve uma. E os pedidos de casamento? Eles sumiram.”
Vi-a morder o lábio com os olhos lagrimejando.
“Tive que ligar para Christian um dia, porque eu estava começando a ficar paranoica. Estava pensando que você me odiava, que queria se divorciar de mim, eu sei que não é a primeira vez que você sai em tournée depois que estamos juntas, mas esta era maior e eu perdi o contato com você.”
“Você sabe que eu te amo, Dulce.”
“Eu sei, mas na minha cabeça as coisas eram diferentes. Minha cabeça estava me dizendo que você não queria falar comigo. Christian me disse para ir a um psiquiatra e ela me diagnosticou com ansiedade temporária... Eu pensei que era porque, de repente, eu me sentia deprimida. Como se você fosse a única coisa na minha vida que pode me manter respirando e feliz.”
Demi cobriu a boca com a mão. “Oh, querida. Eu sei como você se sente. Eu costumava me sentir assim antes do tratamento.”
Sentei-me e abracei-a com força. “Eu só senti sua falta e eu precisava de você... Mas eu não queria ligar e incomodar.”
“Você nunca me incomoda, querida.” Ela me assegurou. “É só que... Às vezes eu estou fazendo a maquiagem, então não posso ficar com o telefone. Ou estou no show, ou aquecendo, ou ensaiando. Mas eu sempre estou pensando em você, Dulce. Sempre.”
“Eu sei.” Suspirei. “Foi apenas coisa da minha cabeça.”
“Eu te amo. Por favor, nunca duvide disso.” Ela segurou minhas mãos. “Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida e isso nunca vai mudar.”
Passei uma mão por trás de seu pescoço e a beijei suavemente, nosso lábios se moveram juntos em perfeita harmonia. Demi rapidamente devolveu o beijo e assumiu a liderança, começando a descer os beijos lentamente ao longo do meu pescoço.
Eu estava tremendo quando Demi beijou minha clavícula e tirou minha camiseta. Meu peito queimava enquanto ela beijava cada um dos meus seios com paixão. Quando tentei tirar sua camisa, ela segurou minhas mãos com delicadeza e sussurrou: “esta noite é sobre você”.
Coloquei minhas mãos em seu cabelo quando ela se situou entre minhas pernas, a boca em minhas partes mais intimas. Eu era uma bagunça trêmula ao apertar minhas pernas ao redor de sua cabeça quando o orgasmo me atingiu. Meu coração batia rápido.
“Eu te amo, eu te amo, eu te amo.” Demi sussurrou com a boca na minha barriga, antes de subir completamente e envolver seu corpo no meu. “Eu te amo, eu te amo, eu te amo.” As palavras não formavam apenas frases, mas sim uma melodia poética.
Inclinei-me mais perto de Demi, com as bochechas manchadas de lágrimas agora secas e beijei seu ombro antes de colocar meus braços em volta dela. “Eu te amo.”
DD-DD-DD
Demi manteve o celular desligado pelos próximos três dias e continuou ignorando as ligações para o telefone fixo. A única pessoa que havia recebido notícias foi Maddie, que ficou responsável de repassar a mensagem de não incomodar pelos próximos dias.
Continuei acordando com a sensação de vazio todos os dias, como se meu cérebro estivesse com dificuldades de entender que Demi estava de volta. Aquele vazio persistia até Demi me reunir em seus braços, beijar minha testa e confessar seu amor uma e outra vez. Me sentia fraca por agir daquele jeito tão dependente, mas eu não conseguia evitar.
Foi naqueles meses que ficamos sem nos falar que eu percebi o quanto tenho medo de perdê-la e o que iria acontecer comigo caso aquilo acontecesse. Ainda tenho inseguranças da época distante da nossa super briga e dela admitindo ter dormido com Nick. Ainda tenho questões sobre o seu motivo de estar comigo, não só uma mulher, mas uma mulher sete anos mais velha. Não só sete anos mais velha, mas como alguém que nunca vai poder lhe dar um futuro com uma casa cheia de crianças, um balanço no jardim e uma casa enfeitada para o Natal para as crianças manterem a magia.
Depois daquele tempo, eu ainda tinha medo que ela fosse acordar um dia e perceber que não me quer mais. E então ela vai me deixar e eu vou me tornar uma casca vazia.
Honestamente, não sei de onde tudo isso surgiu, mas estava lá, rondando meus pensamentos e me deixando insegura sobre mim mesma e sobre nosso relacionamento.
Por sorte, Demi era compreensiva – até porque ela já havia passado por aquilo – e mantinha-se constantemente reafirmando seu amor com pequenos gestos e palavras. Ela não mudou em nada seu comportamento, continua agindo como sempre, com abraços espontâneos, beijos carinhosos, sorrisos amorosos e pequenas demonstrações de afeto, mas estava fazendo maravilhas para mim que não sentia aquilo a meses.
Como uma forma de tirar minha cabeça dos pensamentos, organizamos uma viagem consideravelmente rápida para a França. Eu não entendia uma única palavra de francês, mas Demi conseguia falar quase fluentemente – não que eu entenda o fato de que ela consegue falar francês e não espanhol, mas que seja – e passamos maravilhosos dias apreciando as cidades mais lindas.
Depois dessa pequena estadia no país europeu, decidimos ir para o México. Iríamos matar dois coelhos com um golpe só. Eu veria meus pais novamente depois do casamento e iria ver Maite e seu filho. Ela me ligou quando o pequeno Alejandro nasceu, mas, como eu estava passando pela minha fase depressiva, não tive vontade de saber mais nada naquele momento. Porém, eu estava melhorando – a passos de bebê – e queria conhecer o pequeno que foi concebido no meu casamento e que nasceu em um triangulo amoroso muito, muito, estranho. E queria ver Anahi também, claro.
Maite estava morando no mesmo condomínio que Christopher, o que eu achava uma grande perda de tempo – ele quase nunca estava em casa mesmo. Eu não fiquei surpresa quando ela me contou que Christopher só aparecia ali algumas vezes por semana e que sua rotina de baladas noturnas havia retornado depois de duas semanas de sossego. Christopher não conseguia se comprometer com a mesma coisa por muito tempo e, infelizmente, nem com seu filho, aparentemente. Pelo menos, Maite não havia iniciado um relacionamento com ele ou então as coisas estariam bem feias.
Alejandro – toda vez que penso nele, lembro-me da música da Lady Gaga, obrigada, Maite, por fazer isso com o seu filho – estava dormindo da primeira vez que fomos lá, então marcamos um almoço para o dia seguinte. Maite me garantiu que Christopher não estaria por lá. Eu não podia suportar olhar pra cara daquele canalha naquele momento. É tão fácil ter filhos daquele jeito, você engravida a moça, aparece duas vezes por semana para dizer que está vivo, e a deixa criando o filho praticamente sozinha. Até eu poderia fazer isso – se tivesse um pênis, claro.
Apesar de Demi não estar muito feliz com o fato, fui para a casa de Anahi naquele mesmo dia a noite, sozinha. Eu queria ser capaz de conversar com ela sem restrições. O ciúme de Demi nunca foi embora e, na maioria das vezes, me irrita, mas, naquele momento, fez maravilhas para meu estado de total alerta em nosso relacionamento. Se ela estava com ciúmes, é porque se importava. Se ela se importava, é porque me queria. Se me queria, não iria embora. Lógica estranha, mas minha cabeça andava estranha mesmo.
Enfim, Demi ficou com meus pais – não tenho coragem de imaginar o que meu pai iria fazer – enquanto eu estava na casa de Anahi.
Deixe-me falar algo: Anahi não estava bem.
“Você parece lixo.”
“Obrigada, Dulce.” Anahi suspirou.
“Estou falando sério. Parece que você não levanta da cama a dias.”
“Eu tenho que levantar para ir ao banheiro.”
Revirei os olhos. “Você já falou com Maite?”
Ela mordeu o lábio inferior, parecendo muito frágil de repente. “Eu não consigo. Não consigo olhá-la depois daquilo. Ela dormiu com Christopher, de todas as pessoas.”
Respirei fundo e segurei sua mão entre as minhas. “Eu vou te contar um segredo, ok?”
“Isso não é uma daquelas suas palhaçadas onde você diz que tem um segredo e, quando eu pergunto o que é, você diz que sou bonita, é? Porque, se for, pode parar por aí. Se eu ouvir uma de suas cantadas patéticas hoje, vou te dar um peteleco.”
“Quanta consideração.” Balancei a cabeça. “Não é isso, muito obrigada.”
“O que é?”
Hesitei brevemente. Era um assunto pessoal, que me machucava e também me envergonhava. Mas era Anahi, que eu conhecia a décadas. Suspirei. “Demi me traiu.”
“O que?!” Ela gritou em uma voz aguda – por um momento, ela me lembrou de Mia Colucci e do motivo dela ter sido escolhida para o papel.
“Antes que você comece com os nomes, você deve saber que já faz tempo.”
“Não importa se dez anos ou dez horas. Ela te traiu, aquela vagabunda mesquinha e...”
Ergui minha mão para silenciá-la. Claro que, sendo Anahi, não adiantou de nada, então tive que esperar ela falar tudo que queria, antes de começar a explicar. “Foi alguns meses depois que começamos a namorar. É uma longa história e eu não quero contar tudo porque os detalhes são muito pessoais, mas estávamos no meio de uma briga enorme, que envolveu mesas quebradas e seus amigos me batendo e coisas do tipo.”
“Seus amigos te...”
“Demi estava machucada.” Interrompi-a rapidamente. “Ela estava sentindo dor por causa de tudo que estava acontecendo e ela foi atrás de algum tipo de alivio.”
“Isso não é uma desculpa para traição.”
“Eu a perdoei, Anahi.” Falei suavemente. “Dói como o inferno quando eu toco no assunto ou quando me lembro, mas eu a perdoei. Eu entendi que, o que ela estava passando naquele momento, era demais para suportar sozinha. Ela precisava de alguém e, como eu não podia estar lá, ela foi atrás de outra pessoa. Eu nunca vou entender todos os motivos que a levaram até aquela pessoa em específico ou todos os motivos dela ter ido atrás de outra pessoa, mas eu surgi com teorias. Eu não gosto de falar sobre isso, então eu nunca vou ter total certeza.”
“Você deveria perguntar.” Ela sugeriu em um sussurro.
“Eu não posso, Any.” Balancei a cabeça com um sorriso triste. “Você não faz ideia do quanto está doendo só de falar isso pra você. Sabe quantas vezes eu me questionei depois daquilo? E se ela trair de novo? E se eu não for boa o suficiente? E se ela achar alguém que pode lhe dar o que eu não posso? O que vai acontecer, então? Ela vai me deixar ou vai fazer as coisas pelas minhas costas? Está tudo aqui, Anahi.” Apontei para a minha cabeça. “Rondando meus pensamentos, me mantendo acordada, preocupada, com medo.”
“Quais são as suas teorias?”
“Ela estava atrás de algum sentimento bom. Qualquer um. Ela estava querendo me fazer sofrer. Ela precisava de apoio. Ela precisava fugir da situação. Ela ficou com medo e fugiu.” Eu sabia décor e salteado todas estas possíveis desculpas. Passei incontáveis horas pensando nelas, tentando contornar o problema.
“Isso não é desculpa.” Anahi finalmente percebeu que eu estava tentando conectar o assunto até sua situação com Maite. “Você também deve ter sentido medo, antes ou depois, mas você não foi atrás de outra pessoa. Eu não fui atrás de outra pessoa.”
“Aí é que a questão entra, Any.” Sorri levemente e beijei sua mão. “Nós duas somos muito parecidas.”
“Isso é mentira. Nós não poderíamos ser mais diferentes uma da outra. Como o Sol e a Lua.” Anahi negou com uma risada zombeteira. “Você gosta de cachorro e eu, de gato. Você prefere comédia e eu, romance. Você gosta de café e eu, chá.”
“Não é dessas coisas simples que eu estou falando, Anahi.” Balancei a cabeça. “E até isso eu posso contornar. Comédias românticas, por exemplo.” Brinquei. “Estou falando da nossa ideia do amor, estou falando das nossas personalidades.”
“Também somos diferentes aí.”
“Não tanto assim. Somos bem mais parecidas do que você pensa.”
“Como?”
Sorri. “Você acredita em alma gêmea, mas não que vamos, necessariamente, passar nossa vida com esta pessoa e sermos livres de qualquer desconforto. Pessoas têm defeitos.” Ela acenou em acordo. “Eu posso não crer totalmente em alma gêmea, mas acredito que Demi foi feita pra mim. Eu não a acho perfeita, longe disso, eu sei de seus defeitos. Como o fato irritante dela colocar o modo soneca umas cinco vezes antes de acordar. Isso me irrita e eu tenho vontade de jogar seu celular longe todas as manhãs. Mas isso não me faz amá-la menos.”
“O que você está tentando dizer?” Anahi olhou para o teto, impaciente. “Que seu relacionamento é uma droga, porém, você ama sua esposa? Muito inspirador.”
Revirei os olhos. “Ok, vamos pegar outra linha aqui. Você acha os programas musicais na TV uma merda, porque é tudo enganação, e eu concordo. Mesmo assim, o que a gente assistia nas noites livres?”
“De novo, isso não prova nada. Se bem me lembro, você acabou de falar que perdoou Demi de uma traição. Eu não consigo fazer isso, eu não posso perdoar uma traição.”
Correndo o risco de soar um pouco cruel, disse: “Mas você e Maite estavam em um relacionamento quando ela dormiu com Christopher?” Anahi abriu e fechou a boca algumas vezes, então balançou a cabeça, negando o fato. “Então não foi uma traição.”
“Eu a amo, Dulce.”
“O amor não é uma garantia de relacionamento ou de monogamia, por Cristo, se é garantia de alguma coisa é que você vai se machucar em algum momento.”
“Mas eu não deveria ter me machucado.” Uma lágrima rolou pelo rosto de Anahi. “Eu sou horrível, Dulce?”
“É claro que não, Barbie. Você é uma das melhores pessoas que já conheci.”
“Então por que ela não quis ficar comigo? Por que ela correu para outra pessoa quando eu estava aqui, disposta a lhe dar tudo?”
Eu não podia responder, porque eu não tenho essas respostas nem para mim mesma. Por que Maite correu para Christopher ao invés de apenas ficar com Anahi? Por que Demi correu para Nick ao invés de me ouvir? Por que tivemos que ver a mulher que amamos com outra pessoa?
“Porque ela estava com medo.” Respondi, apesar de minhas dúvidas internas. É isso que as pessoas fazem quando estão com medo. Elas correm. Christopher representava a segurança no momento e era tudo que Maite precisava. Ele não queria um relacionamento, ele é um homem, ninguém daria importância para eles. Você representa o completo oposto, Anahi. Você representa o abismo.”
“O abismo?” Ela repetiu sem muita certeza.
Sorri suavemente. “Quando se descobre que é gay, é como se jogar de um abismo. Você não sabe o que tem lá embaixo, mas espera que seja uma cama de flores para impedir a sua queda. Eu tive essa cama de flores. Eu tive meus amigos e tive minha família, que não me abandonou, mesmo não concordando com minha sexualidade. Eu ando na rua de mãos dadas com a minha esposa e estou me jogando de um abismo ao mesmo tempo. Lá embaixo pode haver alguém pronto para me dar uma surra por ser lésbica ou pode haver alguém que vai sorrir e comentar o quanto somos fofas juntas. Eu vivo me jogando de abismos todos os dias, Anahi. E você também sempre se jogou deles, apesar de ser por motivos diferentes. Você superou um problema grave e deu a volta por cima. Tinha flores no seu abismo.”
“Não eram assim tantas flores.” Ela murmurou.
Ri. “Isso é verdade, mas elas ainda estavam lá. Eu, você e Demi nos jogamos de abismos a vida inteira. Mas Maite não. Ela nunca teve que se preocupar com o que iria acontecer se ela saísse de casa, porque ela sempre namorou caras. Ninguém iria lhes dar um segundo olhar se ela não fosse famosa. Seria só mais um casal na multidão. Ela nunca enfrentou vícios, doenças graves ou nada do tipo. Então, de repente, você se tornou seu abismo. Se ela concordasse em ter um relacionamento com você, seriam flores ou adagas lá embaixo? Ela não está acostumada com essa dúvida, então ela foi para longe do abismo. E acabou caindo em outro.”
“O que tinha no outro?” Anahi estava agindo como se eu estivesse contando uma história de algum livro encantado, mas eu podia ver pelos seus olhos que ela estava entendo e absorvendo tudo.
“Adagas. E também flores. Ela ficou grávida, flores, mas de alguém que ainda não amadureceu o suficiente para se tornar pai, adagas. Ela está sozinha, adagas. Ela está perdida e triste, adagas. Mas ela tem o apoio de quem sempre esteve ao seu lado, flores.” Fiz uma pausa. “Você tem que falar com ela, Anahi. Você tem que tentar mais uma vez. E se não der certo? Você tentou e lutou pelo que queria. Você diz que a ama, mas eu não estou vendo você lutar aqui.”
Autor(a): chavinonyportinon
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DulcePOV “Isso está com um cheiro maravilhoso.” Comentei, olhando por cima do ombro de Maite, que estava mexendo uma panela. Ela sorriu. “Obrigada. É o seu favorito, pelo que me lembro.” “Ótima memória.” Beijei sua bochecha. “Obrigada.” “Obrigada por estar aqui.” Ela murmurou. “ ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 166
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dulvatoforever Postado em 23/08/2015 - 02:50:17
Eu anei do começo até o fim ja li ums 15 vezes e vou ler muito mais😍😍. Por favor 🙏faz mais fanficfa Dulvato
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dannylove Postado em 07/08/2015 - 16:55:46
eu ainda não havia visto uma fic com Dulce e Demi como casal, mas deu muito certo. É uma história muito boa, que fala do amor entre duas pessoas, amor pela família, pelos amigos e claro superação. Parabéns!!!
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dannylove Postado em 18/05/2015 - 11:29:03
A fic está bem interessante. Pobre Dulce como está sofrendo:(
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caiocoelho22 Postado em 15/04/2015 - 05:41:36
Mano, eu acabo de ler e já tenho vontade de começar tudo outra vez... É viciante! <3
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caiocoelho22 Postado em 10/04/2015 - 10:29:37
E vamos ler pela 5° vez <3
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Miihzinhx Postado em 08/04/2015 - 02:07:37
Sobre essa familia ? PERFEIIIITA <3 Assim como a sua fic,ok..ainda vai demorar um pouco pra mim superar esse fim...Ameei demais essa fic.Graças a você eu shippo em Dulvato agora,suas fics são sem sombra de duvida,as melhores ... Obg por lembrar de mim nos agradecimentos kkkkk .. Cara,já falei que essa fic é perfeita? Pois é,ela é perfeita e essa familia é tão cuuut <3 <3 Realmente me apaixonei por essa fic.. vou esperar mais fic suas ok ? .. Obrigada por criar essa fic e me fazer shippar nesse casal mais que perfeito.. Parabéns *------* Você merece aplausos de pé heuheu .. Bjooos,espero comentar outra fic Dulvato em breve u.u
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portinonj Postado em 05/04/2015 - 23:43:29
Tá legal que eu amei a web do começo ao fim! Cara, você me fez ler a web desde o começo umas 4 vezes enquanto eu aguardava por mais capítulos. kk. Eu devo saber cada detalhe da web de cor! Eu realmente amei essa fic! Parabéns, de verdade! Eu aguardo por mais webs Dulvato! <3
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Dannyk Postado em 05/04/2015 - 14:39:40
Você sabe como eu fico quando como bolachas ... eu simplesmente engasgo e desapareço kkkkkkkkkkkkkk - AAAAAAH DE NADA, EU SEI QUE A MINHA PRESENÇA TE INSPIROU MUITO !!!!!!!!!!!! - Ok, vamos ficar sérias (nem tanto pq eu sou eu) A D O R E essa fic ! Tipo, de verdade mesmo, eu achei que eu era a única louca que shippava Demi e Dul mas você me provou mais uma vez que eu não estou sozinha no mundo ! Parabéns por essa fic ! Ficou demais e muuuuito diva (quase tanto quanto eu) PS : ESPERANDO OS ONE SHOT'S DULCE X NIKKI PSS : Até a próxima moça !
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anadulcetes2 Postado em 04/04/2015 - 17:12:32
Tututu eu to ficando loca, minha fanfic predileta ta acabando e eu já tou chorando
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portinonj Postado em 04/04/2015 - 10:43:05
Mais uma pequena pra família! Own *-*' Continua!