Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

“Isso está com um cheiro maravilhoso.” Comentei, olhando por cima do ombro de Maite, que estava mexendo uma panela.

Ela sorriu. “Obrigada. É o seu favorito, pelo que me lembro.”

“Ótima memória.” Beijei sua bochecha. “Obrigada.”

“Obrigada por estar aqui.” Ela murmurou. “Você é a primeira que veio, sabia? Christian e Poncho estão com medo de vir e acabar se enrolando na história também e ter que escolher um lado. E Anahi...” Ela se interrompeu. “Eu não a vejo desde o seu casamento.”

“Tenho certeza que eles vão aparecer. Christian virá assim que souber que eu estive aqui. E Poncho vai esperar uma ligação antes de aparecer. Você sabe que ele nunca teve muito jeito com crianças, então ele não vai arriscar aparecer antes de Alejandro começar a andar.”

Ela riu um pouco. “E Anahi?”

Suspirei. “Ela virá, não se preocupe. E agradeça por ele ser um menino, ou ela viria com uns vinte tons de rosa diferentes pra enfeitar o lugar.”

Maite sorriu tristemente e desligou o fogão. “Está pronto. Vamos comer?”

Segurei Alejandro enquanto Maite comia. Ele era o bebê mais fofo do mundo – tirando o fato de agarrar o meu cabelo duas vezes. Fiquei sussurrando coisas bobas em uma voz de bebê irritante que eu costumava usar para provocar Anahi. Demi não entendia uma única palavra que eu estava dizendo, mas estava me olhando com os olhos brilhando com algum sentimento não identificado.

Isso me fez questionar nosso futuro. Teríamos filhos? Demi queria ter filhos comigo? Se sim, quando e quantos? Se não, eu poderia lidar com este fato? Nunca planejei ter filhos, mas nunca neguei a ideia completamente. A ideia de ter alguém que eu vá amar incondicionalmente é tentadora, ter alguém que vá ser gerado por mim é ainda mais. Não sei como, mas acabei de almoçar com o sentimento de que queria ter filhos no futuro.

Depois de lavar a louça – sobre protestos de Maite – juntei-me à Demi e ela na sala. Demi estava com Alejandro, segurando-o em pé em seus joelhos, e sorrindo largamente. Ele também estava sorrindo e balançando os braços alegremente. Olhei a cena por alguns segundos, imaginando-a interagindo com os nossos filhos hipotéticos. Maite me viu observando e levantou uma sobrancelha questionadora. Dei de ombros e sentei-me ao lado delas no sofá.

“Ele é o bebê mais lindo do mundo.” Comentei. Ele parecia entender, porque olhou para mim e sorriu. Um sorriso gostoso, sem dentes e feliz. Ah, as alegrias de ser um bebê e não ter responsabilidades.

É em momentos como aquele que a pergunta “vocês planejam ter filhos?” surge, mas Maite havia entendido minha contemplação anterior e optou por outra pergunta. Fiquei grata por isso. “Como vão as suas irmãs, Demi?”

“Estão ótimas. Maddie está louca para visitar o México. Ela só veio uma vez e faz tempo. Eu iria trazê-la desta vez se a viagem não fosse muito longa. E Dallas conheceu um cara no trabalho e está saindo com ele.”

“É mesmo?” Perguntei. “Não sabia disso.”

“É recente. Ela só falou para Maddie e eu. Mamãe vai pirar de descobrir.” Demi deu de ombros.

Naquele momento, houve uma batida na porta e Alejandro parecia bem interessado em quem poderia estar do outro lado. Maite pediu licença e foi até a porta da frente. Tentei distrair Alejandro com um ursinho que estava no sofá e pareceu funcionar, porque ele riu e tentou segurar o brinquedo com as mãozinhas. Meu olhar encontrou o de Demi e, depois de alguns segundos, parecíamos chegar a um acordo silencioso de falar sobre algo mais tarde. Sorri e voltei minha atenção para Alejandro, que examinava o cabelo meio verde meio azul de Demi com curiosidade.

Quando percebi que estava demorando para Maite voltar – ou para eu ouvir qualquer coisa que estava acontecendo na porta – me virei e vi Anahi parada com os braços cruzados e os olhos presos no chão. Que belo momento para agir, Anahi, quando a casa está cheia. Ótimo mesmo.

Levantei-me e fui até Maite, que parecia dividida entre felicidade e desconfiança. Limpei a garganta para chamar sua atenção. “Se você não se importa, eu vou levar Alejandro para dar uma volta enquanto vocês conversam.”

Maite hesitou. Ou ela não queria falar com Anahi ou queria um motivo para não ter que olhá-la durante a conversa. Mas ela acabou concordando. “O carrinho está na dispensa.” Ela murmurou.

Acenei em acordo e voltei para a sala. Demi estava me olhando com uma sobrancelha levantada. “Vamos dar uma volta, garanhão? O que acha?”

“Você sabe cuidar de um bebê?” Demi murmurou.

“Não, mas eu sempre posso aprender mais coisas.” Sussurrei urgentemente. “Mas temos que sair daqui ou vamos ouvir uma possível gritaria.”

Levamos Alejandro para a casa dos meus pais. Ok, eu estava um pouco em pânico de como cuidar de um bebê e apelei para a pessoa que havia criado três filhos. Minha mãe estava babando em cima dele no momento em que o viu. Meu pai fez um comentário do tipo “vocês saem por duas horas e voltam com um bebê? Lésbicas e suas manias”, mas eu o vi sorrindo quando Alejandro riu.

Foi horas depois que Maite ligou e perguntou onde estávamos. Respondi que estaríamos voltando para a casa dela em poucos minutos. Como Demi estava tomando banho – depois de um desastre na tentativa de trocar uma fralda – decidi ir sozinha. Anahi ainda estava lá, o que eu considerei um bom sinal.

Maite pegou Alejandro, que estava dormindo durante todo o passeio de carro, e levou-o até o berço. Olhei para Anahi com um sorriso. “E aí?”

“Nós discutimos as coisas e gritamos um pouco, mas está tudo resolvido. Estamos ambas machucadas com toda a história, mas...” Ela sorriu. “Vamos tentar. Maite quer ir devagar, ela acabou de ter um filho e Christopher mora, literalmente, a duas casas daqui.”

“Mas vocês vão tentar?”

“Sim.” Anahi sorriu novamente. “Obrigada, Dulce.”

Sorri também. “Eu só quero te ver feliz, Barbie.”

DD-DD-DD

“Não foi um completo desastre.” Minha mãe comentou durante o jantar. Era em momentos como aquele que eu questionava se meu sotaque era tão forte quanto o deles. “Vocês até se saíram bem.”

“Exceto pelo xixi na cara, claro.” Meu pai falou, apesar de estar com a boca cheia de carne.

“Não foi na cara.” Demi corrigiu timidamente.

“Perto o suficiente.” Ele deu de ombros.

Sorri e me inclinei para beijar a bochecha de Demi. “Eu acho que nos saímos bem. Só precisamos treinar a troca de fraldas e manter em mente que o cabelo solto não é uma opção muito boa.”

Demi corou – por causa da presença dos meus pais e do beijo – e sorriu. Suspirei feliz e voltei a comer. Minhas inseguranças estavam indo embora. Eu estava voltando ao normal.

Acho que Demi também percebeu aquilo naquele momento, porque apertou meu joelho e me deu um sorriso encorajador. De repente, senti a necessidade de afirmar para mim mesma de que tudo estava bem, como sempre esteve.

“Eu te amo.” Murmurei.

Seu sorriso se tornou ainda maior e a bifurcação em seu queixo, que eu amo tanto, apareceu com mais clareza. “Eu também te amo.”