Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

O estádio estava vazio quando Demi estacionou o carro – só houve um incidente no meio do caminho quando ela ‘esqueceu’ que deveria parar no sinal vermelho. Ela soltou o cinto, tirou a chave da ignição e se virou para mim. Eu não podia ver seus olhos por causa dos óculos de sol, mas seu sorriso era ao mesmo tempo feliz e suspeito.

“Por que tivemos que vir tão cedo mesmo?” Questionei. “As pessoas não vão começar a chegar por, pelo menos, mais meia hora.”

“Eu sei. E é aí que fica divertido.”

“Não vamos transar aqui.” Avisei-a rapidamente.

Demi riu. “Não era o meu plano, mas é bom saber o que você acha da ideia. Estamos aqui porque eu quero te mostrar uma coisa. Você está com o figurino completo.” Ela sorriu ao arrumar meu boné dos Cowboys. Eu ainda usava uma de suas camisetas – que já havia se tornado mais minha do que dela, mas isso é apenas um detalhe. “Vem.”

Ela saiu do carro, correndo para abrir a porta para mim, e, depois de ligar o alarme, me arrastou até o estádio grande. Mesmo que eu não fosse uma grande fã de futebol americano, era impossível não achar o imenso gramado verde lindo e majestoso. Demi me levou para o meio do campo, ignorando os trabalhadores que tentavam manter tudo em ordem para o jogo que ocorreria em um par de horas.

“Você não vai me pedir em casamento no telão, vai? Porque isso é muito brega.”

“Errada de novo e, de novo, é bom saber sua opinião sobre o assunto.” Demi se abaixou para pegar algo que eu ainda não havia notado. Ela se virou com um sorriso imenso e uma bola de futebol na mão.

“O que é isso?” Perguntei com desconfiança, dando um passo para trás como se o objeto fosse uma faca.

Demi levantou uma sobrancelha para a minha reação. “Não morde, eu juro.” Ela brincou. “Pensei em te ensinar algumas coisas. Sei que você preferiria estar em outro lugar esta noite, mas agradeço por vir comigo.”

Meu olhar se suavizou e eu segurei seu rosto com as mãos. “Eu prefiro estar em qualquer lugar que você esteja.”

“Você é tão brega.” Ela revirou os olhos, apesar de estar corando um pouco.

“É, não deixe ninguém descobrir isso.”

Demi beijou a palma da minha mão direita e se afastou um pouco. “Vamos nos divertir, ok? Eu prometo.”

Eu era um completo desastre no começo, eu nem conseguia segurar a bola depois de jogá-la um metro acima da minha cabeça. Mas Demi foi paciente e, entre risadas, foi me ensinando algumas regras básicas e até algumas jogadas. Não estava prestes a me tornar uma jogadora profissional ou, até mesmo, de final de semana no quintal, mas também não parecia alguém correndo de um enxame de abelhas enquanto tentava pegar a colmeia lançada por alguém.

E eu não podia negar que estava me divertindo. Bastante. Demi estava rindo, estava feliz, estava relaxada, e era tudo que importava para mim – dane-se o suor e o cansaço. O tempo passou tão rápido que nem percebi quando as primeiras pessoas começaram a chegar, mas notei quando uma família, com uns 15 membros, ocupou os bancos mais próximos do campo. Eles pareciam surpresos por ver alguém no campo já e ainda mais surpresos ao perceberem quem estava lá. Mas eu não interrompi nossa brincadeira e Demi também não.

Foi só depois que eu consegui fazer um lançamento mais ou menos perfeito pela primeira vez que decidimos, silenciosamente com uma troca de olhares, que era hora de parar. Ela se aproximou, jogando a bola de uma mão à outra.

“Nada mal para a primeira vez.” Ela mexeu as sobrancelhas sugestivamente.

Revirei os olhos e peguei a bola de suas mãos. “Sim, bem, eu assisto aos jogos com você, não sou uma completa ignorante sobre o assunto.”

“Não disse que você era, estava mais preocupada com a sua coordenação.”

Fiz um som de surpresa. “Olha quem fala! A senhorita Não-Sei-Andar-De-Bicicleta.”

“Hey, eu sei, só não ando.”

“Porque sabe que vai cair.” Rebati.

Demi bufou. “Sinto muito, senhorita Eu-Sei-Surfar-Andar-De-Bicicleta-E-De-Skate.”

“E pegar um lançamento.” Mostrei-lhe a bola como lembrança. Sorri. “Obrigada, eu me diverti bastante.”

“Eu também.” Ela deu de ombros. “Acho que devemos ir para o camarote, está começando a encher por aqui.”

“Mais uma coisa antes.”

“O que?” Joguei a bola em sua testa e saí correndo após ouvir seu grito. “Você está morta!” Ela gritou antes de começar a me perseguir.

Não pude deixar de rir enquanto tentava escapar dela pelo campo enorme. Por fim, ela conseguiu se aproveitar de um pequeno escorregão meu e colocou os braços em volta da minha cintura.

“O que foi?” Perguntei inocentemente por cima do ombro.

Demi revirou os olhos. “Eu faço uma boa ação e é isso que eu recebo?”

Dei de ombros. “Não sei do que está falando.”

Demi beijou meu ombro e se afastou. “Você tem sorte que tem muitas testemunhas aqui agora.”

“É mesmo? E o que você iria fazer se não houvessem testemunhas?”

“Bom, eu nunca fui fã de agressão física, mas às vezes é preciso recorrer a isso.”

“Wow!” Ri alegremente. “Que tipo de agressão física?”

“Tipo essa aqui.” Demi arrastou seus dedos sobre minhas costelas, fazendo com que uma risada escapasse pelos meus lábios.

“Ok, ok, desculpa, sinto muito.” Afastei-me rapidamente, mas entrelacei nossos dedos. “Mostre-me o caminho.”

“Fugindo do assunto, han?”

Abri-lhe um sorriso, o que fez com que ela sorrisse de volta. Senti meu peito se encher com um calor já conhecido. Deus, o tanto que eu amo deve ser considerado loucura.

DD-DD-DD

Seu aniversário de 30 anos foi gasto em nossa casa, com um jantar romântico – que eu havia comprado em seu restaurante japonês favorito – em frente à lareira. Dei-lhe uma nova câmera fotográfica e seu próprio moletom do Dallas Cowboy. Eu sabia que ela iria esperar eu usá-lo primeiro. Passamos o resto da noite fazendo amor – na frente da lareira e em nosso quarto também.

Passamos o Natal com a sua família e foi absolutamente adorável ver Dulce se fantasiar de Papai Noel para sua sobrinha, Clara. Seu pai parecia bem mais amigável comigo, ele havia diminuído os comentários sobre meu cabelo e não parecia propenso a tantos comentários sarcásticos.

No Ano Novo, fomos convidadas para passar a virada na casa dos meus pais em Dallas, fomos a outro jogo de futebol e nos divertimos com os fogos. Bom, tecnicamente, não passamos a virada com a minha família. Tecnicamente, apenas tecnicamente, nós estávamos escondidas no jardim, abraçadas, e olhando os fogos de artifício sozinhas, mas não estávamos a mais de 50 metros dos meus pais, Maddie, Dallas e seu noivo.

Foi no primeiro dia do novo ano que começamos nossa contagem regressiva para o inicio de nossa família. Havíamos discutido se deveríamos ou não contar para nossas famílias quando passássemos aqueles feriados com eles, mas decidimos não contar. Queríamos fazer uma surpresa, mas, mais do que tudo, queríamos manter as loucuras de minha mãe o mais longe possível.

Foi de noite que tivemos a última conversa oficial. Estávamos deitadas na cama do meu antigo quarto, enquanto trocávamos breves beijos. Quando a casa ficou completamente silenciosa, nos separamos um pouco, como se fosse um acordo para começar a conversa.

“Nós poderíamos adotar.” Comentei em um sussurro. “Dar entrada nos documentos e tudo. Iria demorar mais do que planejamos, mas é algo que venho pensando.”

“Se não se importa...” Dulce continuou a fazer pequenos padrões com a ponta de seus dedos no meu antebraço. “Eu gostaria de carregar nosso primeiro filho.” Admitiu. “Quero ter essa emoção, sabe? Carregar nosso filho e tudo.”

Sorri. “Tem certeza? Não parece ser algo muito agradável no final dos nove meses.”

Ela riu suavemente. “O parto não é um pensamento agradável, mas o resto sim. O que você acha?”

“Eu ficaria imensamente feliz se você carregasse nosso filho.”

“Continuamos usando o masculino, mas e se for uma menina?”

“Vou amá-la do mesmo jeito. Mas admito que tenho certo receio quanto à isso.” Suspirei.

“Por que?”

“Bom, minha mãe me jogou uma praga. Disse que eu teria uma filha como eu.” Balancei a cabeça. “Se isso acontecer, uma de nós vai parar na cadeia.”

Dulce beliscou meu antebraço levemente. “Quero usar os seus óvulos.”

“O que?” Como passamos da cadeia para óvulos em dois segundos?

“Quero os seus óvulos e o esperma de um completo desconhecido dentro do meu útero.”

Revirei os olhos apesar da gravidade da situação. “Não acho que seja uma boa ideia.”

“Ok, vou ter tempo para te convencer.”

Sorri. “Não vai desistir, não é?”

“E perder a chance de ter um bebê com o queixo de bumbum como o seu? Jamais.”