Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

Obrigada pelos comentários, fico feliz que estejam gostando ainda :)

DemiPOV

Os últimos meses foram uma loucura completa. Por dois meses procuramos uma casa para evitarmos a mudança com Dulce grávida. Demorou um bom tempo até acharmos a casa perfeita. Nunca pensei que iria gastar tanto dinheiro em uma casa, mas valeu totalmente a pena.

Era meio afastada da cidade, por isso, silenciosa. Havia um quintal enorme, com jardim e árvores que cercavam a varanda que saía da sala de estar. Na parte de trás, uma piscina ocupava metade do espaço de uma área de lazer. As paredes externas eram, em sua maioria, de pedra trabalhada e os cômodos eram pintados em bege com detalhes em marrom. Eram sete quartos no andar de cima e um ao lado do banheiro no primeiro andar. Dois quartos eram suítes e outros dois eram ligados por um banheiro partilhado. Os móveis da cozinha eram em mármore com uma geladeira de aço. A sala de jantar tinha uma mesa de mogno com dez lugares. Saindo da suíte principal havia um caminho em pedras que levava a minha parte favorita da casa: uma espécie de varanda, com uma mesa redonda de quatro lugares e uma vista privilegiada do jardim.

Usamos o dinheiro da venda da antiga casa de Dulce para mobiliar toda a casa. Uma cama king-size foi a primeira aquisição. Na nossa suíte, o banheiro tinha pias individuais, um chuveiro enorme e uma banheira com mais funções que me dei ao trabalho de aprender no manual. A TV também tinha um tamanho maior que o realmente necessário. Aliás, todas elas eram maiores que o necessário.

A cozinha era bem equipada com coisas que eu nem sabia para que servia, mas Dulce parecia bem animada para usar tudo que comprou. A parte mais divertida, no entanto, foi montar a sala dos instrumentos. Usamos o lugar que, anteriormente, era um escritório e colocamos isolamento acústico. O quarto de baixo foi transformado em um escritório para nós duas, mas Dulce seria a que mais usaria, com certeza.

Ainda construímos uma casa a poucos metros da nossa e contratamos uma empregada. Dulce não estava feliz, mas o argumento de que, só a casa, era três vezes maior que o antigo apartamento foi o suficiente para fazê-la concordar. A mulher, que minha mãe encontrou, era casada e tinha um filho na faculdade e, alegremente, aceitou os termos de confidencialidade ao saber que poderia comprar os livros que o filho precisava. Ela era uma mulher adorável e até contratamos seu marido para manter a propriedade em bom estado.

Depois que nos instalamos, começamos as consultas no médico. A saúde de Dulce estava perfeita, sem nenhuma complicação médica ou algo do tipo. Passamos por testes em busca de alguma possível doença genética, o que não havia. Então vieram alguns remédios antes da coleta dos óvulos. Dulce havia, de uma forma sorrateira, me convencer a usarmos os meus óvulos com o esperma de algum doador. Honestamente, sua lógica era romântica e tudo, mas complicada.

Escolher um doador do banco de esperma foi o mais difícil. Obviamente, não saberíamos quem era o homem, por isso, escolher alguém que se encaixasse nos nossos ideais era complicado. Ficamos uma semana debatendo os candidatos mais fortes, até conseguirmos optar pelo que julgamos melhor.

Depois disso, a espera era a última barreira. Os embriões seriam feitos no laboratório e depois implantados no útero de Dulce. Assustador. O primeiro teste de gravidez deveria ser feito dez dias após a implantação, mas, normalmente, o primeiro não costumava dar positivo, por isso, durante cinco dias o teste deveria ser feito caso os primeiros acusassem negativo.

A primeira tentativa, feito um mês e meio depois do início do processo, falhou. Não foi muita surpresa, afinal, a primeira quase nunca dá certa, mas isso não significa que tenha sido menos doloroso.

Realizamos a segunda tentativa um mês depois. Dulce estava verdadeiramente esperançosa durante os dez dias de espera para o teste de farmácia. No terceiro dia de testes, deu positivo. Um falso positivo. Quando realizamos o teste de laboratório, mil vezes mais preciso, ele negou a primeira resposta. O procedimento falhou mais uma vez.

Dizer que Dulce estava arrasada é quase uma piada. Ela teve dois dias para acreditar que estava grávida, para então um pedaço de papel quebrar sua bolha de felicidade. Eu também estava triste, com certeza, mas segurei as lágrimas e passei uma semana secando as dela.

Tivemos que esperar mais tempo para a terceira tentativa. Dois meses de dúvidas e muita esperança. Dulce se submeteu a mais um procedimento a quinze dias. Os quatro primeiros testes deram negativos e Dulce já tinha certeza de que, mais uma vez, havia dado errado. Havíamos conversado e decidido que, se novamente ela não tivesse grávida, daríamos um tempo nesta coisa toda. Alguns meses ou anos, iríamos precisar de tempo para nos recuperar de três tentativas falhas.

Acordei relativamente cedo e fiquei um tempo admirando a vista pela varanda, antes de descer para a cozinha. Com os anos, acabei aprendendo a cozinhar algumas coisas, mas minha especialidade, sem dúvida, sempre será omelete. Por isso, preparei dois pratos e enchi duas xícaras de café, então voltei para o quarto. A única função da empregada era limpar, porque Dulce fazia questão de cozinhar sempre que estava em casa.

Dulce estava indo em direção ao banheiro quando entrei. Ela estava olhando para baixo e não se deu ao trabalho de colocar o chinelo.

“Bom dia.” Falei ao beijar sua bochecha. Seu sorriso não era nem ¼ do usual. Ela, com certeza, teria um tempo difícil em lidar com a não-gravidez. “Vou colocar o café na varanda. Faça o teste e me encontre lá, ok?”

“Eu não quero fazer.” Dulce murmurou.

“Só sobrou um, darling.”

“Sabemos o que ele vai dizer. Eu não posso mais fazer isso...”

“Eu sei, mas... É o último.”

Dulce acenou um pouco e entrou no banheiro. Tentando apagar sua decepção da minha mente, levei os pratos para a mesa da varanda. Virou meio que ‘nossa coisa’ tomar café da manhã ali. Até arranquei uma flores e montei um buquê desajeitado para lhe entregar depois.

Quando voltei para o quarto, estava tudo silencioso e já podia imaginar o resultado do teste. Foi assim das outras vezes.

Abri a porta do banheiro e, esperadamente, lá estavam as lágrimas. “Querida...”

“Deu positivo.” Sua voz era pequena.

“Desculpa, o que?” Perguntei enquanto me aproximava.

Dulce virou o pauzinho para mim e vi uma carinha feliz ao lado das letras ‘GRÁVIDA’. Abracei-a com força depois de um momento de surpresa.

“Por favor, não.”

Afastei-me com a testa franzida. “O que foi?”

“Não vamos comemorar antes de... Não vou conseguir lidar com isso de novo.”

Segurei seu rosto com cuidado, então beijei sua testa. “Vamos fazer o exame, ok?”

“E se der errado?”

“Não use essa voz comigo.” Reclamei. “Quebra meu coração. Se der negativo, vamos seguir com o plano.”

Dulce suspirou e acenou em acordo. “Posso fazer o exame hoje?”

“Bom, você vai perder o café, mas claro.” Beijei-a. “Vai se arrumar e eu vou ligar para a clínica.”

DD-DD-DD

O resultado demorou um dia inteiro para sair e eu já estava sem unhas quando a espera acabou. Ninguém sabia de nossas tentativas, mas havíamos anunciado nossa vontade de começar uma família. Eu estava bem surpresa quando minha mãe não pediu detalhes.

Quando cheguei em casa com o envelope (fui sozinha porque ia passar no estúdio), a tensão era palpável. Dulce estava na cozinha com Margo, conversando enquanto fazia o almoço. Coloquei a bolsa na mesa e beijei sua bochecha antes de acenar para Margo.

“Depois do almoço?” Pedi casualmente.

O movimento de Dulce com a faca vacilou um pouco, mas balançou a cabeça em negação. “Aqui vai demorar. Margo, você pode terminar de cortar aqui? Eu já volto.”

“É claro.”

Dulce tirou seu avental de ‘Jessie’s girl my ass’, que eu achava mesmo muito fofo, e saiu da cozinha pela porta de trás, que dava acesso a uma área praticamente vazia. Peguei o envelope e a segui rapidamente.

“Isso está me matando.” Dulce murmurou. “Eu realmente estou me controlando para não começar a fazer planos.”

“Então... Devo abrir ou enrolar mais um pouco?”

Dulce sorriu um pouco e cruzou os braços. “Se você gosta de viver, já teria aberto.”

Revirei os olhos, mas logo comecei a rasgar o lacre do laboratório. Minhas mãos tremiam levemente quando desdobrei a folha. “Você...”

“Fala logo, por favor.”

Controlei a vontade de revirar os olhos para o tom indeciso. E as pessoas dizem que EU sou bipolar. “Positivo. Você está grávida.”

Meu cérebro demorou alguns segundos para entender o que havia acabado de ler, mas, assim que compreendi o significado, só podia pensar em uma coisa.

“Ah. Meu. Deus.”