Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

É incrível como as prioridades na vida mudam. Quando eu tinha cinco anos, minha maior prioridade era assistir os filmes infantis no sofá. Com dez, tinha que tentar descobrir porquê não tinha amigos. Com quinze, tinha que decorar falas e esconder cortes. Com vinte, tinha que cantar e tentar não me apaixonar tão rapidamente. Com vinte e um, casamento depois de uma tournée.

Agora, com vinte e três, eu tinha uma esposa grávida. E é impressionante como todo o resto se tornou uma pequena mosca comparada à importância da mulher que eu amo carregando nosso filho.

Impressionante mesmo. Foi impressionante perceber, de repente, que eu faria tudo pela minha família ainda iniciante.

Nunca pensei que me tornaria uma daquelas pessoas que planeja reformas na casa e que pede pizza toda sexta. Muito menos que iria comprar a por/ra de um carro ridículo, mas totalmente seguro para transporte de crianças.

Ninguém sabia ainda. Havíamos combinado de contar apenas quando o risco de perda fosse bem menor. Lá pelo terceiro ou quarto mês. Era difícil manter segredo quando eu queria gritar para todos ouvirem que, porra, eu ia ter um filho. Com Maddie era ainda pior, porque minha irmãzinha podia me ler melhor que ninguém e sabia que meu sorriso constante devia ter um bom motivo.

“Ok, desembucha.” Maddie falou pela quinta vez quando tiramos um dia apenas para nós.

Foi particularmente difícil sair do lado de Dulce aquele dia. Acordei com ela vomitando no banheiro e Dulce acabou enrolada na cama a manhã inteira. “Eu vou.” Suspirei. “Assim que puder.”

“Não está com nenhum problema, certo?”

“É algo bom, prometo.”

“É melhor ser mesmo.”

Depois daquele dia as coisas ficaram um pouco melhores. Com a minha triste experiência com vômito, consegui ajudar Dulce com o enjoo. Ficava melhor se tomasse chá de hortelã com mel antes de dormir, e chá de camomila sem açúcar depois de vomitar. Nada de comida apimentada depois das dez e era melhor evitar cafeína. Uma bolsa de água quente também seria de alguma ajuda.

No dia do primeiro ultrassom, foi uma correria. Acabei me atrasando no estúdio e quase perdi um dos momentos mais importantes da minha vida. Dulce já estava dentro do consultório e me deu um olhar aliviado que me deixou culpada. A médica entrou logo em seguida com um sorriso doce.

“Boa tarde, senhoras.” Cumprimentou. “Como estão hoje?”

“Os enjoos estão me matando.” Dulce reclamou.

“Perfeitamente normal. Posso te receitar um remédio, mas só o tempo vai ajudar.”

Depois de checar sinais vitais e afins, a doutora Herman passou um gel na barriga ainda plana de Dulce e apertou alguns botões, antes de apertar uma vara na pele.

“Isso pode doer um pouco.” Avisou enquanto olhava a tela confusa. “Tudo parece absolutamente normal. Ainda não podemos escutar os batimentos cardíacos, mas em poucas semanas será possível.” Um minuto torturante depois, foi como se minha vida ganhasse um novo significado. “E aqui está o seu bebê.” Ela apontou para um ponto na tela.

Minhas pernas quase cederam quando percebi que aquele ‘ponto’ era nosso bebê. Tudo se tornou real. E, porra, eu amo aquele ‘ponto’.

Fiquei em transe por todo o caminho até chegar em casa. Eu queria enquadrar a primeira foto do nosso filho, mas sabia que seria um exagero. Por isso, apenas coloquei minha cópia da imagem de ultrassom na carteira.

Os três primeiros meses foram tensos. O medo de, mais uma vez, não dar certo era presente diariamente. Dulce seguia todas as indicações à risca e fazia um acompanhamento semanal.

Depois do susto de quase perder o primeiro ultrassom, conversei com Mitchell e concordamos que todos os meus compromissos deveriam acabar duas horas antes de suas consultas e que o resto do dia seria minha folga para desfrutar.

Quando Dulce entrou no quarto mês, as coisas começaram a mudar. Os enjoos haviam parado e sua barriga estava começando a mostrar. Foi uma surpresa, na verdade.

Eu estava terminando de colocar um tênis para uma caminhada quando olhei para cima. Dulce estava de lado, olhando algumas folhas, ainda usando o calção largo de seu pijama e um sutiã.

Era uma diferença sutil, mas visível. Levantei-me e, meio em transe, ajoelhei ao seu lado. Segurei seu quadril e a virei suavemente para mim. Beijei as palmas de suas mãos então beijei sua barriga com carinho.

“Eu te amo.”

Foi quase duas semanas depois que decidimos contar a todos. Minha mãe parecia nos céus, Dallas parecia realmente animada, Maddie estava feliz e animada e meu pai tinha um sorriso imenso. Viajamos para o México para dar a notícia e foi um choque tremendo quando meu sogro chorou de emoção.

Quando voltamos, demos nossa primeira entrevista sobre o assunto. Não demos muitos detalhes, mas foi o suficiente para todos pirarem sobre isso.

Eu não podia me importar menos sobre o que especulavam. Minha família estava começando e era tudo que eu pensava e ansiava.