Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

Melissa parecia um pouco surpresa ao abrir a porta, enrolada em um roupão, esfregando os olhos. “Demi? O que está fazendo aqui?”

“Dulce me expulsou de casa.” Expliquei rapidamente, passando as mãos pelos meus braços por causa do frio.

“Você está me dizendo que sua esposa grávida de sete meses te expulsou de casa?” Ao receber um aceno de confirmação, Melissa caiu na gargalhada.

Bufei. “Obrigada pela ajuda.”

“Me desculpa.” Ela respirou fundo. “Entre e me conte a história toda.”

Depois de sentar em seu sofá confortável, respirei fundo e contei que merda tinha acontecido. “Eu comi o último pedaço da pizza de amendoim e chocolate. Honestamente, eu pensei que estava fazendo um favor. Dulce vomitou só de olhar para ele hoje de manhã. Dulce ficou com raiva quando foi procurá-lo e não achou. Eu disse que ela deveria se acalmar para não estressar o bebê, mas ela interpretou isso como se eu tivesse dito que ela é uma péssima mãe. Dulce me xingou de traidora comedora de pizza e me expulsou de casa.”

“E aqui está você.”

“E aqui estou eu.”

“Você tem que concordar que é hilário.”

“É assustador! E se...”

O celular de Melissa tocou, interrompendo minhas divagações. Ela atendeu com uma sobrancelha levantada. Em menos de cinco segundos, ela passou o celular para mim.

“É pra você.”

“Alô?”

“Você deixou o celular em casa.” Não sei se o mais assustador era ela saber exatamente onde eu estava ou seu tom de voz. “Que tipo de pessoa deixa o celular em casa quando a esposa está grávida?”

“Bom, você não me deixou pegar nada quando me jogou para fora.” Rebati.

“Que tipo de pessoa sai de casa quando a esposa está grávida?!”

“Foi você que...”

“Talvez eu não estivesse falando sério.”

“Você parecia bastante séria para mim.”

“É melhor você voltar para casa.”

“Você está chorando?” Sua voz embargada me deixou meio em pânico.

Um soluço veio do outro lado. “Eu sinto muito. Eu sou uma péssima pessoa.”

“Não, você não é, nunca diga isso. Olha, eu vou voltar para casa e vamos apenas esquecer tudo.”

“Quer que eu esqueça que você comeu a minha pizza?!” Suas mudanças de humor ainda eram bastante surpreendentes. “Se você não estiver aqui em meia hora, é melhor nem ir para o quarto.”

“Estamos em Los Angeles. É um caminho de duas horas e...”

“Você tem mais alguma casa para parar no caminho, Demetria?! Mais alguma esposa grávida?! Ou é só uma pira/nha qualquer?!”

Melissa estava se dobrando de tanto rir do meu lado, claramente ouvindo os gritos. “Não tem...”

“É uma hora e quinze minutos para chegar aqui!”

“Você sabe que eu dirijo devagar de noite.” Tentei me defender rapidamente.

“Quem é a pu/ta?”

“Querida, não tem...”

“É por quê estou gorda?!”

Tive que me afastar de Melissa para ouvir algo. “Você não está...”

Outro soluço me interrompeu. “Estou gorda e feia, e você está dormindo com uma pira/nha mais nova, bonita, magra, loira e peituda. Ou, vai ver, é um cara todo malhado, moreno dos olhos verdes e barba por fazer.”

“Já chega, estou voltando.”

DD-DD-DD

Dulce estava chorando no sofá quando cheguei em casa, uma hora e meia depois. Ajoelhei-me na sua frente imediatamente e beijei suas mãos.

“Sinto muito por comer o último pedaço, por deixar o celular e por sair.”

Ela sorriu um pouco. “Meus hormônios estão me matando. Me desculpa.”

“Está tudo bem. Eu te amo. Mas eu gostaria de saber de onde veio aquilo tudo.”

“É estúpido, na verdade.” Dulce assumiu um tom vermelho em suas bochechas.

“Tenho certeza que não é.” Balancei a cabeça e, mais uma vez, beijei suas mãos.

Ela suspirou e hesitou por um segundo. “É só... Faz tempo que você... sabe... não diz que me acha bonita, e, somando com os hormônios... me deu ideias.”

Com uma rápida vasculhada pelas minhas lembranças, percebi que ela estava certa. “Eu realmente sinto muito, darling. Você é linda, nunca duvide disso. E está ainda mais linda grávida, com todo esse brilho, e é realmente difícil manter minhas mãos longe de você.”

Graças a baixa libido e a sensibilidade extrema de seus seios ainda maiores, nos últimos três meses eu mal havia tocado nela. Era complicado, mas eu entendia completamente a situação.

Dulce suspirou profundamente. “Só estou com medo de que aquilo aconteça de novo.”

“Aquilo o que?”

“Você sabe... Toda a história com o engomadinho.”

Fazia realmente muito tempo que não tocávamos neste assunto e, honestamente, nem havia motivo. Respeitei sua vontade de nunca mais voltar a falar sobre isso, não que eu quisesse falar sobre isso. Dulce ficava triste ao se lembrar disso e eu me consumia em culpa e arrependimento. Eu jamais poderia mudar o que aconteceu, mas, caramba, eu gostaria. O que mais me dava motivos para nunca fazer aquilo novamente é o olhar de dor no rosto de Dulce quando soube. Eu não queria fazê-la sentir dor nunca mais. E, além disso, eu a amo demais.

“Nunca mais vai acontecer.” Prometi-lhe suavemente. “Eu juro. Eu te amo tanto e não se passa um único dia na minha vida onde eu não me arrependa do que fiz. Mas eu juro que nunca vou sequer pensar em outra pessoa desse jeito.”

“Por favor, não vamos falar sobre isso.” Dulce passou as mãos pelo rosto e respirou fundo. “Vamos para a cama e acabar com este dia.”

“Tudo o que você quiser.”

DD-DD-DD

Os dias seguintes foram estranhos, mas impressionantes. A libido de Dulce voltou com força total e tive que cancelar alguns compromissos porque não podia, e nem queria, sair de casa. Foi complicado no começo, mas logo encontramos um jeito de contornar a barriga.

Quando Dulce entrou no oitavo mês, as coisas ficaram malucas. A mãe de Dulce se mudou para um dos quartos de hóspedes, onde ficaria por um tempo para nos ajudar com tudo. Tenho certeza de que minha mãe queria ser a única a fazer isso, porém, por mais cruel que seja, eu estava feliz com a disposição da minha sogra para se oferecer antes. Eu amo minha mãe, mas ela pode ser meio louca às vezes.

Os hormônios de Dulce estavam enlouquecendo todo mundo. Até Christian diminuiu suas visitas e telefonemas, preferindo mandar e-mails. Eu havia tirado uma licença sem data para voltar e dedicava meus dias tentando fazer qualquer coisa para ajudar Dulce, desde massagens em seus pés e esfregar óleos para evitar estriar até reunir todos os travesseiros da casa para ela.

Nunca a vi tão cansada. Dulce mal conseguia dormir duas horas por noite por causa do bebê, que não parava de chutar. Uma noite, acordei e não vi minha esposa do seu lado da cama escorada no monte de travesseiros.

Meio em pânico, saí em busca dela pela casa. Achei-a no quarto de hóspedes mais distante, sentada com as costas na cabeceira da cama, com lágrimas silenciosas descendo por suas bochechas, fazendo seus olhos cansados brilharem na escuridão.

Sentei-me ao seu lado rapidamente e segurei seu rosto entre minhas mãos, secando suas lágrimas com os polegares. “O que foi, querida?”

“Eu não queria te acordar e não conseguia dormir, então vim aqui. Eu estou tão cansada.” Dulce admitiu baixinho, parecendo extremamente frágil. “Não consigo dormir, ela não para de se mexer, não existe uma posição confortável... Eu só quero descansar um pouco.”

Meu coração se apertou quando ouvi a angustia em sua voz. “Me deixe tentar algo, ok? Se não der certo, podemos fazer outra coisa.” Ela apenas acenou em acordo. “Aqui, deite.” Ajeitei os travesseiros em suas costas para ela ficar um pouco inclinada, então me arrumei para ficar frente a frente com sua barriga. “Hey, pequena. Eu sei que o espaço aí dentro deve estar apertado e você deve estar ansiosa para ver sua mãe.”

Beijei o local com carinho. “Ela é linda, você vai ver, e é uma mulher impressionante. E é por isso que você deve dar um tempo para ela. Só por algumas horas, sei que você quer se esticar, mas tua madre precisa descansar.”

“Eu te amo.” Olhei para cima e vi Dulce me olhando com um grande sorriso.

Sorri também. “Eu também te amo, querida. E eu amo você também, minha pequena.”

Depois daquele dia, as coisas ficaram melhores. Dulce conseguia dormir um pouco mais e parecia menos cansada. Foram quatro noites depois que, finalmente, demos um nome à nossa princesinha.

Estávamos discutindo nomes a horas quando, de repente, o bebê chutou ao ouvir um deles. Sabíamos que, provavelmente, era uma coincidência, mas chamou nossa atenção. Quase ri do nome, mas não se discute com o chute de um bebê.

Danielle. Danielle Nichols Lovato.

Danielle, nome do meu personagem em Glee. Uma pequena ironia. Uma perfeita ironia.