Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

O aniversário de um ano de Danielle foi, na melhor das hipóteses, cansativo. Havia crianças hiperativas, adultos estressados e animadores de festas insatisfeitos com o emprego. Havia doces e salgados e brinquedos potencialmente assassinos. Fiquei o tempo inteiro de olho em Danielle, correndo atrás dela e tendo certeza que ela estava segura.

No final do dia, eu estava exausta, Danielle estava exausta e Dulce estava exausta. Inclusive Buddy estava exausto, havia passado o dia, assim como eu, correndo atrás de Danielle.

Eles haviam criado um vinculo muito grande. Buddy dormia ao lado de sua cama todas as noites e, assim que ouvia seus movimentos, corria para nosso quarto para nos acordar. Ele também se enrolava contra seu estômago quando estava muito frio e parecia sempre pronto para impedi-la de fazer algo potencialmente perigoso. Nunca imaginei que fosse dizer isso, mas estava feliz por termos Buddy.

Foi ele que socorreu Danielle primeiro que todo mundo.

Nós já estávamos nos preparando para a cama, havíamos decidido deixar para arrumar os presentes no dia seguinte, e eu estava no quarto pegando pijamas para tomar banho quando ouvi Buddy latindo e o choro de Danielle logo em seguida. Corri até as escadas e a vi caída no último degrau. Dulce já estava agachada ao seu lado tentando acalmá-la e Buddy estava tentando lhe dar o mesmo conforto de sempre ao seu enrolar em sua perna, mas não estava adiantando.

Foi assim que paramos na Emergência às nove da noite no primeiro aniversário da nossa filha. Eu estava andando de um lado para outro na sala sentindo uma angustia avassaladora. Dulce apareceu depois do que pareciam horas.

“Está tudo bem. Ela não teve nenhuma concussão. O braço quebrou, mas foi só isso. Afinal, ela estava no último degrau.”

Eu estava meio aliviada com a notícia, mas ainda me sentia culpada. Danielle estava deitada na cama do hospital com um beicinho e as bochechas manchadas de lágrimas, com um gesso amarelo em seu braço direito.

“Agora podemos descartar uma carreira no beisebol.” Tentei brincar, mas minha voz saiu falha e quebrada.

Dulce se aproximou de mim e segurou meu olhar com determinação. “Não foi sua culpa.”

“Fui eu que deixei a porta protetora aberta.”

“Podia ter acontecido com qualquer um.” Dulce beijou minha mão. “Por favor, pare de se culpar. Podia ter acontecido com qualquer um a qualquer hora. Sim, é triste que tenha que ter sido no aniversário dela, mas aconteceu. Você é uma ótima mãe, tem sido desde que decidimos ter filhos, não duvide disso. Eu nunca teria passado pelo último ano sem você.”

“Mas... Nós nos questionamos se Dallas seria uma boa babá, mas ela tem sido ótima desde o começo! Fui eu que estraguei tudo! Quer dizer, ela tem um ano e já está com o braço quebrado. O que vem depois? Um olho arrancado?”

“Você está sendo muito dura consigo mesma.” Dulce segurou meu rosto entre suas mãos. “Alejandro quebrou o pulso mês passado no parque. Acontece. São crianças, são hiperativas, são curiosas, coisas assim acontecem. Você é muito cuidadosa, mas não podemos trancá-la em um plástico bolha.”

“Eu mandei nossa filha para o hospital, Dulce.” Argumentei com um nó apertando minha garganta.

Dulce gargalhou e balançou a cabeça. “Dani parecia bem animada em ter um gesso amarelo. Os remédios estão impedindo que ela sinta dor e, assim que o susto passar, ela terá um dia maravilhoso com os adesivos que vamos colar nele. E ela te ama.”

Fiz um beicinho semelhante ao que Danielle usava e Dulce soube que tinha ganhado a discussão. “Vamos levá-la para o ortopedista amanhã.” Não me importo se Mitchell tinha outros planos para mim ou não, era uma emergência familiar.

Dulce sorriu. “Eu te amo.”

DD-DD-DD

Seis meses depois, eu estava viajando pela primeira vez sem nenhuma das mulheres da minha vida. A viagem não era muito longa, seria apenas quatro dias, mas meu coração estava pesado com a perspectiva de não vê-las por dias.

No segundo dia, depois de um longo dia dando entrevistas e uma noite cheia depois de ser avisada de última hora que teria que fazer um show no último dia. Eu estava no quarto do hotel, rezando para estar na hora certa. No dia anterior, acabei perdendo a hora e quando liguei Danielle já estava dormindo.

A tela do computador encheu com a imagem de Dulce sentada em seu escritório com Danielle em seu colo e eu suspirei de alívio.

“Olá...” Fiz uma pausa quando vi Danielle usando o que parecia um vestido. “Você conseguiu convencê-la a usar um vestido?”

Dulce riu. “É uma camiseta do México. Hoje é dia de jogo, lembra?”

“E ela está usando uma bandana? Ela não me deixa nem chegar perto do seu cabelo.” Eu estava muito surpresa. Eu saio por dois dias e minha filha é trocada por alienígenas.

“Ela agarrou isso depois que saiu do banho. Depois que a ensinei que deveria ir na cabeça ela deu uma pausa.” Dulce passou a mão sobre a bochecha de Danielle e sorriu.

“Ah, ótimo, o problema é comigo, então.” Eu não estava com raiva. Segundo o que minha mãe conta, eu também odiava que mexessem no meu cabelo quando era criança. Grande ironia, porque fui ao cabeleireiro sete vezes só no mês passado. Eu havia considerado deixar meu cabelo crescer novamente agora que Danielle estava maior e não tinha a necessidade de agarrar tudo, mas gostei dele curto e decidi mantê-lo curto por mais um tempo.

“Como está sendo a viagem?” Dulce perguntou enquanto tentava impedir Danielle de apertar alguma tecla do computador.

“O ponto alto até agora foi ver vocês duas usando roupas iguais. É muito fofo.”

“Então você vai se divertir esta noite? Uma boate, talvez?”

“Estou bem perto de pedir um chá e ir dormir.” Respondi. “Tenho um dia cheio amanhã. Vou ter que acordar cedo e já tenho que estar em uma rádio mais cedo do que eu gostaria. Acabamos de jantar, na verdade. Max perguntou de você.”

“Você disse que eu continuo sexy, espero.”

Eu ri e acenei em acordo. “Mais ou menos isso.” Ficamos em silêncio por alguns segundos. Danielle estava em pé nos joelhos de Dulce e estava se esticando para tentar pegar alguma coisa. Dulce estava segurando-a pelo quadril e afastava os objetos mais perigosos. “Eu quero ter outro bebê com você.” Dulce olhou para a tela novamente. Seus olhos estavam arregalados e sua boca abria e fechava enquanto tentava achar algo para falar. “Nós já falamos sobre isso e eu andei pensando... Eu quero aumentar nossa família, Dulce.”

Dulce acenou com a cabeça distraidamente por quase um minuto. “Eu também quero, mi amor.”

“Pode não funcionar.” Minha voz havia se tornado baixa.

Já tínhamos conversado sobre aquilo. Decidimos que eu deveria carregar nosso próximo filho, não por Dulce não querer ou algo assim, só achamos que seria uma ótima ideia. Mas não importa quanta lógica tenha por trás da nossa decisão, porque eu estava com medo. Com medo de dar errado, com medo de afetar a vida do nosso filho de alguma forma, porque, caramba, com tantos problemas que eu tinha não seria surpresa se ele tivesse pelo menos um também. Dulce não estava convencida. Usou o argumento que os óvulos usados para gerar Danielle eram meus e, se eu estivesse certa, ela também teria problemas futuros. Ela estava certa, o que significava que eu detonaria a vida de dois dos nossos filhos, o que não era muito divertido, deixe-me dizer.

“Eu sei.” Dulce sussurrou de volta. Parecíamos contar um segredo profundo, até Dani estava mais calma, apenas apoiada na mesa. “Mas eu acho que devemos tentar.”

Balancei a cabeça sem realmente saber se estava concordando ou não. “Ok.”

“Ok.”

“Quando eu voltar podemos... falar com seus médicos.”

Dulce sorriu. “Ok.”

Suspirei. “Cupcake pegou uma caneta.” Dulce voltou sua atenção para nossa filha, que estava riscando uma folha com um sorriso divertido. Parecia saber estar fazendo algo errado e estava se divertindo com aquilo. “Espero que não seja algo importante.”

“Depende. Você considera a fatura do cartão de crédito muito importante?” Dulce pegou a folha e lhe entregou outra que eu vi brevemente ser um rascunho de alguma letra.

“Está escrevendo uma música?”

“Foi só algo que eu pensei. Você está lançando mais um livro e acho que sua inspiração passou para mim.” Ela brincou.

“E agora Cupcake está riscando.”

Dulce deu de ombros. “Não foi meu melhor trabalho. Além disso, melhor a folha que a mesa.”

“Já estou com saudade.” Murmurei. “Está sendo bem difícil ficar longe e só faz dois dias. Não tenho ideia de como vou divulgar meu livro desse jeito.”

“Hey, vai dar tudo certo. Nós também estamos com saudade, mas vai ficar tudo bem. Vamos aproveitar estes dias para assistir Harry Potter, não é, querida?”

“Ela tem dezoito meses, não vai prestar atenção por mais que cinco minutos.”

“Obrigada por furar minha bolha, querida.” Dulce revirou os olhos.

Sorri. “Desculpe.”

Danielle bocejou de repente. “Acho que está na hora de dormir.” Dulce suspirou. “Nos falamos amanhã.”

“Vou ligar assim que acordar.” Prometi.

Dulce acenou. “É uma pena você não estar aqui. Amanhã vou fazer panquecas de chocolate e vamos comer com sorvete.” Informou, obviamente, mais para Dani do que para mim.

“Vão comer sorvete no café da manhã?”

“Existem dias onde quebrar as regras é permitido.”

“Por que nunca quebramos as regras quando eu estou junto?” Reclamei com um beicinho.

Ela riu. “Nos vemos em dois dias, querida. Vou esperar ansiosa.”

“Isso, desvie de assunto.” Revirei os olhos. “Boa noite. Eu te amo.”

“Também te amo, mi amor.”

“E eu amo você também, Cupcake.”

Danielle sorriu largamente mostrando seus dentes que cresciam. Isso vinha incomodando-a nos últimos meses e foi motivo de muita manha. “Mamãe.” Suas palavras também tinham melhorado muito.

“Vou voltar em dois dias, querida, então vamos passar o dia abraçadas na cama comendo porcaria, o que acha?”

“Não se eu puder impedir.” Dulce interrompeu.

“Sua mãe não é divertida.”

“Hey! Eu vou quebrar uma regra amanhã.”

“Exatamente a mesma coisa, querida, com certeza.”