Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

Seu boné ganhou um local especial em uma das divisões do meu closet. Eu passei quase meia hora sorrindo para aquilo como se tivesse acabado de descobrir a cura do câncer.

Eu ainda não conseguia acreditar que ela havia mesmo me beijado no meio de um estádio lotado. E depois teve aquela foto no Twitter e... Jesus, o que ela está fazendo comigo?

Suspirei e voltei para meu quarto, onde meu notbook anunciava atualizações no meu Twitter, mas eu não queria responder nada agora, não sem antes falar com Demi.

Eu planejava ter um terceiro encontro com ela e nesse pedi-la em namoro. Eu sei, para alguns é muito tempo, para outros é muito rápido. Mas não vou comparar o que temos com relacionamentos passados ou com outras pessoas. Até porque isso nunca aconteceu comigo antes para que eu pudesse comparar com nada.

Esse desejo de estar perto e de fazê-la sorrir como se minha vida dependesse disso nunca havia acontecido comigo antes. Essa vontade de fazê-la rir apenas para ouvir o som maravilhoso, para ver a divisão em seu queixo com mais clareza, para ver as ruguinhas em seus olhos... É, nunca tinha acontecido antes.

Do nada uma ideia me bateu. Olhando para as marcas em meus braços, lembrando do meu passado... Ok, vamos colocar isso em prática.

Peguei meu celular enquanto procurava uma roupa. Não sei por quê, mas acabei pegando seu boné comigo.

“Christian, se vista, vou passar na sua casa.”

“O que? Você sabe que horas são? São quase sete da noite. Por que está me ligando a essa hora para fazer alguma coisa?”

“Eu tive uma ideia maluca e preciso da sua ajuda.”

“Vamos quebrar alguma lei?”

“Não.”

Ele suspirou. “Tudo bem, mas é melhor ser bom.”

DD-DD-DD

“Isso poderia ser bom se não fosse tão maluco. Você tem mesmo certeza disso?”

“Christian, você está aqui para me apoiar, ou seja, me arrastar lá pra dentro até se eu mudar de ideia, porque eu quero fazer isso. Então, tira a foto logo e vamos lá dentro.”

Christian suspirou pela quarta vez em quinze minutos e tirou a foto, se aproximando de mim logo depois. “Não sei como me sentir sobre isso. Não sei se ela está fazendo sua cabeça ou não.”

Revirei os olhos e mexi um pouco na foto, antes de postar no Twitter com a legenda: #mudanças. “Ninguém está fazendo minha cabeça. Ela nem sabe que vou fazer isso. E pare de falar ‘ela’. Use seu nome, você já sabe, você arrancou o celular da minha mão e perguntou!”

“Eu estava curioso sobre a situação. Tudo bem, já que Demi não está fazendo sua cabeça, o que te fez mudar de ideia?”

“Nunca fui contra tatuagens, sempre achei legal, só nunca fiz uma. Agora eu quero fazer. Qual o problema?”

“Além de estar sendo impulsiva e maluca? Você está chapada de novo, Dul?”

“Claro que não, idiota.” Suspirei e arregacei as mangas do casaco. “Quero escondê-las.” Murmurei, mostrando as marcas para ele.

Christian engoliu em seco ao vê-las, mas tentou agir normalmente. “Mas por que agora? Já faz três anos.”

“Eu tive uma recaída algumas semanas atrás.” Admiti. Levantei a mão para detê-lo de começar a gritar comigo. “Nunca tinha usado de novo até aquele dia e eu sinto muito, ok. E eu não te contei antes porque estava culpada e me sentindo um lixo. E estou te contando agora porque já não me sinto um lixo e quero te contar a verdade, porque é meu melhor amigo. Demi me ajudou a superar meu momento de querer me matar. E eu quero esconder essas marcas para dar um fim no meu passado.” Falei, imaginando todas as perguntas que ele iria fazer.

Christian balançou a cabeça. “Você devia ter me dito, mas entendo porque não quis. Estou chateado, mas não te culpo por isso. Não sei como é, mas pelo que se ouve é muito difícil resistir. Mas você aguentou três anos e... Ainda estou orgulhoso de você por ter superado o vício.”

Sorri. “Chega dessa baboseira melosa e vamos logo com isso. O cara já concordou em me atender de noite e vai assinar um contrato para não contar à ninguém sobre o que acontecer, ver ou ouvir lá dentro, não vamos fazê-lo ficar esperando também.”

“Já decidiu o que vai fazer?”

“Tenho uma ideia.”

Sandro me perguntou sobre aquilo umas cem vezes, até que o mandei ficar esperando no carro depois que o cara assinasse o termo de “ficar de boca fechada”, como eu passaria a chamar, porque, bem, era isso que aquilo significava. Christian avaliou minhas escolhas e, apesar de ainda ter dúvidas sobre aquilo, me deu o apoio que eu precisava.

Acabei desligando meu celular, porque eram muitas mensagens e ligações chegando, então tive que usar o celular de Christian para ouvir músicas e me distrair da dor. E, deixe-me dizer, era muita dor. E muito tempo.

Já devia ser quase meia noite quando saí de lá e tenho certeza que o tatuador não estava muito feliz de trabalhar até tarde, mas eu estava pagando dez vezes mais do que o valor que ele cobrava, então ele não podia reclamar.

No meu carro, que Christian estava dirigindo porque eu havia tomado um analgésico para dor, ele olhou para meus braços de novo. “Eu achei que você ia fazer... Algo pequeno. Só para esconder as marcas.”

“Eu disse que queria escondê-las, não que ia fazer só isso.” Revirei os olhos. “Agora liga o rádio e me deixa dormir um pouco.”

DD-DD-DD

Acordei com Christian abrindo a porta onde eu estava escorada. Não tive tempo para me segurar e estava prestes a atingir o chão, mas o cinto de segurança me manteve presa. Graças a Deus por essas belezinhas.

“Muito delicado, obrigado.” Murmurei.

Ele deu de ombros. “Você dirige de volta para casa.”

“Eu estou com sono. Você devia ter me levado e vindo de táxi para a sua casa.”

“Tá achando que sou seu escravo?” Ele revirou os olhos e deu às costas. “Se você morrer, vou ficar com sua coleção de DVDs!”

Me contorci para ir para o banco do motorista sem ter que sair do carro e peguei meu caminho para casa, xingando Christian em voz alta durante todo o percurso. Ainda não acredito que comprei uma casa só meia hora longe da dele pensando que era uma excelente ideia. Eu devia estar bêbada na hora.

Quando cheguei em casa, notei que haviam alguns fotógrafos do outro lado da rua, tentando passar despercebidos. É, claro, com aquela jaqueta verde ninguém vai te ver. Entrei rapidamente, não dando tempo para eles nem se mexerem, e suspirei em alívio quando fechei a porta.

Decidi ligar meu celular e ver com quem eu teria que lidar no dia seguinte. Minhas irmãs, Anahi e mandar uma mensagem para Maite. Ignorar os números desconhecidos, porque são pessoas tentando me entrevistar e estou me dando férias deles amanhã. Havia uma mensagem de Demi, que foi a primeira que eu vi.

“Mudanças, ãn? Será que você pode vir até o estúdio do ‘X-Factor’ para almoçar comigo amanhã?”

Sorri. Sim, definitivamente. Eu poderia lidar com as outras pessoas depois de falar com ela.

“Vou levar tacos.” Foi minha resposta.

Como já era incrivelmente tarde, decidi apenas ir dormir para evitar o latejar em meus braços. Aposto que isso seria o ponto final para meu pai. Ou ele me desertava agora ou ele apenas desistia de mim mesmo. De qualquer forma, sou mais da filosofia de Johnny Depp sobre tatuagens, além disso, iam ficar no meu corpo, não no dele, eu que decido. E já passei da maior idade a muito tempo, sou eu que cuido da minha vida agora.

Não era novidade, mas meus sonhos apenas me mostravam Demi Lovato.