Fanfics Brasil - 22 Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada

Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato


Capítulo: 22

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DemiPOV


Quando cheguei à sua casa, já era quase cinco da tarde. Eu estava um pouco cansada, mas só queria vê-la. Minha mãe e irmãs haviam ido embora pouco depois de eu sair e minha casa estava vazia de novo. Não sei por quê insisto em ficar naquele lugar enorme, vazio e frio. Eu poderia comprar um apartamento menor. Tenho certeza que me sentiria bem melhor em um.


Antes de bater na porta, já havia me decido que iria procurar algum apartamento. Quando ela abriu a porta, um cheiro maravilhoso de comida me atingiu e eu tive que me impedir de respirar mais fundo para sentir mais.


“Hey, linda.” Ela me cumprimentou com um sorriso enorme. “Como foi seu dia?”


Acabei sorrindo também. Minha mãe também sempre disse que são perguntas simples que mais valem em um relacionamento. Não é necessário elaborar nada para perguntar ou ter longas e cansativas conversas o tempo inteiro. Uma pergunta simples, como aquela sobre o dia, era o suficiente para deixar a outra pessoa saber que você realmente se importa.


“Cansativo, fiquei no estúdio até agora, nem tive tempo para almoçar.” Respondi, enquanto a seguia para dentro da casa. “E o seu?”


“Tedioso, novamente. Mas consegui terminar as músicas que me mantiveram acordada aquele dia. Só falta conseguir a aprovação para gravar. Fiquei praticamente o dia inteiro sentada no piano, apagando e refazendo notas.” Ela se aproximou e colocou as mãos na minha cintura, me puxando para perto.


Sorri e passei meus braços pelo seu pescoço. “Você poderia me mostrá-las depois?”


“Claro.” Ela se inclinou e me beijou suavemente. “Mas os tacos já estão prontos.”


“Mostre o caminho.” Falei, me afastando rapidamente.


Dulce riu e foi até a cozinha. A mesa de seis lugares parecia enorme com apenas uma das pontas preparada. Havia uma toalha dobrada repetidas vezes, dois pratos, talheres, copos, um prato cheio de tacos no meio e um potinho com guacamole. Simples e perfeito.


“Sua preferência de bebida?”


“Qualquer coisa está bom. Honestamente, acho que vou beber muito pouco.”


Ela riu novamente e puxou uma das cadeiras, acenando para eu sentar. Sorri quando senti um beijo no topo da minha cabeça depois que sentei. Ela se afastou para procurar algo na geladeira, então voltou com uma jarra de suco de laranja. Adoro suco de laranja.


Dulce sentou-se e bateu palmas uma vez. “Muito bem, vamos a parte boa.”


Comemos enquanto conversávamos sobre coisas constrangedoras que nossas irmãs nos faziam passar. Quase caí da cadeira rindo quando ela me contou que sua irmã do meio havia dito ao padre que Dulce sonhava em se tornar freira e o homem passou a persegui-la com uma bíblia para todo lado e ela nem sabia o motivo. Então, contei a história de quando Dallas estava me empurrando no balanço, tentou diminuir a velocidade puxando minha camisa, me fez virar e raspar minha testa por todo o chão, então saiu correndo e me deixou lá sozinha.


Ficamos sentadas lá mesmo depois de terminar de comer, rindo e contando outras histórias. Ela me contou de quando caiu em um show e puxou Christian com ela, e de quando Anahi escorregou e tentou se segurar nela, mas foram as duas para o chão. Bom, na verdade, ela foi pro chão e Anahi caiu em cima dela. Contou-me também de quando Christopher jogou um rato morto em Anahi, que saiu correndo para se esconder atrás dela, mas então as duas saíram correndo para Christian, que gritou e saiu correndo também. No fim, os três foram parar dentro de um banheiro duvidoso com Christopher rindo do lado de fora.


Pelo jeito que ela contava, como seus olhos brilhavam e sua voz mudava de tom, pude ver que todos eles significavam muito para ela. E não me impressiono, ela passou quase todos os dias durante cinco anos com eles, e eles parecem incríveis por suas histórias. Gostaria de poder ter estado lá para vê-la rindo e brincando com eles sem preocupações.


“Ah, você vai ter uma chance. Sempre que nos reunimos nossa mentalidade regressa para todos esses anos atrás e nos tornamos adolescentes de novo.” Dulce comentou quando falei aquilo para ela. “Eu vejo mais Christian, porque ele mora aqui na cidade e eu passo mais tempo aqui que na minha casa no México, mas, quando vou para lá, sempre dou um jeito de ver Anahi. Faz algum tempo que eu não vejo Poncho, mas trocamos mensagens direto. Você deveria ter visto quando todos nós conseguimos nos reunir de novo uma vez. Acho que faz um ano. Fomos para uma boate e quase quebramos o lugar.” Ela riu para a lembrança. “Christian fez strip tease, Christopher ficava se pendurando nas janelas, Poncho roubou o lugar do bar man, Maite ficava correndo atrás da gente tentando nos controlar, Anahi e eu estávamos vendo quem conseguia tomar mais tequila. Estamos proibidos de voltar lá.”


Eu ri. “Acho que retiro o que eu disse.”


Ela sorriu. “Deve parecer que somos loucos, não?”


“Não. Apenas alegres.”


Dulce riu e concordou. “Pois é.”


“Qual foi a coisa mais louca que você fez com eles?”


Ela pensou por alguns segundos. “Uma vez Christopher e eu colocamos o nome de Christian em site de relacionamentos. Colocamos que ele queria conhecer travestis. Então conversamos com os ‘candidatos’ como se fossemos ele e marcamos um encontro com um deles. Depois convencemos Christian a ir para o parque e ficamos gravando tudo de trás de uma árvore. Nunca ri tanto quanto naquele dia quando o travesti tentou agarrar Christian do nada.”


“Se vocês fazem isso com os amigos, não quero nem saber o que fazem com os inimigos.” Brinquei.


“Christian nem ficou chateado, na verdade, ele riu mais que a gente.”


Depois de alguns minutos, decidimos ir para a sala. Dulce puxou a parte debaixo do sofá, transformando-o em uma cama, fez pipoca e mais suco de laranja. Quando deixei escapar que brigadeiro era minha sobremesa favorita, ela o fez também. Levamos tudo para lá.


“Escolhe alguns filmes enquanto busco alguns cobertores. A caixa está ali no canto.”


Peguei a caixa que ela indicou e me sentei no chão para escolher algo. Eram muitos filmes, muitos mesmo. Alguns que eu nem sabia que existia, outros que eu amava, e de todos os gêneros. Mas sua coleção maior era de filme de terror e comédia. Separei alguns enquanto olhava pela sua coleção, até que achei um que me chamou a atenção. Identifiquei Dulce automaticamente entre aqueles seis rostos e sorri quando percebi o que era. Não sei o que era mais fofo: ela comprar um DVD da sua banda, ou ainda guardá-lo depois de tanto tempo.


“Achou?” Ela perguntou, descendo as escadas.


Acenei em acordo e me levantei, pegando os escolhidos. Dulce colocou duas cobertas em cima do sofá e se aproximou para ver o que eu havia separado. “Realmente gosta de filmes de terror, não?... Esse é clássico... Adoro esse...” Ela fez uma pausa quando viu o último DVD e, por um momento, achei que era uma péssima ideia, mas então um sorriso iluminou seu rosto. “Esse dia foi incrível.” Comentou. “Gravamos três DVDs no Brasil, mas esse tem um lugar especial. Foi a primeira vez que fomos para lá e tinha tanta gente...” Ela sorriu novamente.


“Podemos ver?”


Ela hesitou por um segundo, mas acenou em acordo. “Tudo bem. Com licença.” Ela ligou o DVD e veio sentar ao meu lado no sofá.


Fiquei longe por apenas uns segundos, até decidir jogar tudo ao vento e me aconchegar nela. Dulce sorriu quando me aproximei e deitei-me com a cabeça em seu ombro. Ela passou o braço sobre meus ombros e puxou minha coberta para cima, ajeitando-a com cuidado, então descansou sua mão no meu braço, onde acariciou suavemente.


Acho que fiquei o tempo inteiro sorrindo para uma Dulce tão animada na tela, dançando e cantando com tanta energia e felicidade que eu quase podia sentir isso. Não sei por quê nunca escutei algo deles, porque era incrível. Em poucos minutos eu estava viciada e sabia que teria que ter as músicas no meu celular para escutar ou ficariam para sempre na minha cabeça interrompendo pensamentos. Seu figurino também era simplesmente tentador, principalmente o segundo, com as roupas com estilo meio rasgado, o top vermelho e a saia branca, que se encaixavam perfeitamente em seu corpo. Seu belo corpo. Ela contou que fora Anahi quem desenhara as roupas das duas.


Quase chorei com Anahi na música “Sálvame”. Era possível sentir sua emoção e se emocionar com ela, como se a música fora feita apenas para si e para seus problemas, falando diretamente pra você. E eu podia sentir a importância daquela música para ela e tenho certeza que escrevera durante sua recuperação.


“É linda.” Murmurei.


“Eu sei. Anahi chorava toda vez que a cantava, e ela pode negar, mas eu sei que chora toda vez que a escuta. Nesse show, no Rio, ela chorou tanto que tivemos que parar um pouco para ela se recuperar.”


“Foi ela que escreveu?”


“Sim, quando estava no hospital. Me pediu para ajudar, mas fez quase tudo.”


Terminamos de assistir com alguns comentários aleatórios. “Vocês eram impressionantes.” Falei em admiração.


Ela corou. “Não é pra tanto.”


“Eram sim. Se eu não estivesse tão ocupada tentando ignorar o que me diziam, com certeza teria gastado cada centavo da minha mãe seguindo vocês por onde fossem.”


“Sinto falta dessa época.” Ela comentou, se levantando para colocar outro filme. “Eu ainda não tinha começado com as drogas aí e era tudo perfeito. Via meus melhores amigos todos os dias, realizava meu sonho, fazia o que amava.”


“Por que se separaram?”


“As coisas mudaram.” Ela suspirou, agachada na frente do DVD. “Nossos sonhos mudaram. Christian e Anahi sempre sonharam com uma carreira solo. Poncho sempre gostou mais de atuar do que cantar. Maite quase não aguentava mais a rotina de shows e queria voltar a atuar também. Christopher e eu éramos os únicos que não pensávamos em parar com aquilo. Mas então os rumores que nos separaríamos começou e um contrato para uma carreira solo caiu em mim, e um contrato para uma série apareceu para ele... As coisas mudaram.” Repetiu, voltando para o sofá.


“Já pensou em retornarem?”


“Constantemente. Eu toparei em um segundo. Christian também. Mas Anahi e Maite estão arrasando com os CDs, Poncho já disse que não quer voltar a cantar, e Christopher está feliz como está.” Ela deu de ombros. “As coisas vão ficar assim, por enquanto.”


O filme era “O resgate do soldado Ryan”, que eu apenas adoro, apesar de não ser de terror. Comemos fazendo comentários sobre as cenas grotescas de corpos ou parte de corpos, comendo pipoca e o brigadeiro, que, eu tenho que falar, estava incrível.


Não sei como, mas acabamos deitadas no sofá. Eu estava na sua frente, um pouco mais para baixo no travesseiro, com ela atrás de mim com um braço na minha cintura. Estávamos dividindo as cobertas já e tão próximas quanto poderíamos ficar. Assistimos mais um filme depois, de terror, que acabou nos deixando ainda mais perto, se possível.


Já eram quase onze da noite quando o filme terminou e nos esticamos um pouco depois de ficar tanto tempo naquela posição. Eu rolei um pouco e vi o canto do piano, o que me fez lembrar de suas músicas.


“Não vai me mostrar seu incrível talento?” Brinquei, apontando para o piano por cima do ombro.


Dulce sorriu, apesar de ter corado um pouco e levantou. “Certo. Apenas lembrando que eu ainda não estou 100% certa de que está pronta.”


“Tenho certeza que está ótima.” Falei, sentando ao seu lado no banco do piano.


Ela organizou os papéis, respirou fundo e começou a tocar as notas com suavidade e precisão. Sua voz seguiu após alguns segundos e fiquei impressionada pela letra ser em inglês. Imaginei que seria em espanhol e eu demoraria dois dias para traduzi-la. Mas, logo que escutei o primeiro verso, sabia que, de alguma forma, a música falava comigo, para mim.


Wanted


(Hunter Hayes)


You know I`d fall apart without you


I don`t know how you do what you do


`Cause everything that don`t make sense about me


Makes sense when I`m with you


Like everything that`s green, girl, I need you


But it`s more than one and one makes two


Put aside the math and the logic of it


You gotta know you`re wanted too


Sua voz soava como uma melodia suave, mas firme, transbordando de emoção e sinceridade. Seus olhos estavam fechados e sua testa franzida em concentração. Suas mãos se moviam com perfeição pelo piano, tocando exatamente o que as notas indicavam no papel preso no suporte.


`Cause I wanna wrap you up


Wanna kiss your lips, I


I wanna make you feel wanted


And I wanna call you mine


Wanna hold your hand forever


And never let you forget it


Yeah, I, I wanna make you feel wanted


Meu coração parecia dez vezes mais pesado e meus olhos lagrimejavam pela emoção que atravessou meu corpo. Suas palavras eram sinceras, eram verdadeiras, e me deixavam tão emocionada por isso.


Anyone can tell you you`re pretty (yeah)


And you get that all the time, I know you do


But your beauty`s deeper than the makeup


And I wanna show you what I see tonight


Podia sentir uma lágrima solitária escorrendo pelo meu rosto e parando na minha mandíbula, oscilando. Minhas mãos apertavam minha calça firmemente, como se isso fosse me impedir de quebrar completamente. Ela me fez sentir como nunca antes.


Anyone can tell you you`re pretty (yeah)


And you get that all the time, I know you do


But your beauty`s deeper than the makeup


And I wanna show you what I see tonight


Novamente uma lágrima escorreu silenciosamente e se perdeu na minha camiseta. Mordi meu lábio inferior, me impedindo de fazer algum barulho e atrapalhar aquele momento perfeito.


As good as you make me feel (make me feel)


I wanna make you feel better


Better than your fairy tales (your fairy tales)


Better than your best dreams (your best dreams)


You`re more than everything I need


You`re all I ever wanted


All I ever wanted


And I just wanna wrap you up


Wanna kiss your lips, I


I wanna make you feel wanted


And I wanna call you mine


Wanna hold your hand forever


And never let you forget it


Yeah, I, I wanna make you feel wanted


Yeah, baby I, I wanna make you feel wanted


`Cause you`ll always be wanted


A última nota durou alguns segundos, então ela suspirou e colocou suas mãos no colo, abrindo os olhos lentamente. Tenho certeza que eu deveria estar parecendo uma bagunça. Minha maquiagem devia estar borrada, meu cabelo estava parecendo um ninho e minhas roupas estavam amassadas. Mas seus olhos brilhavam de uma forma que parecia que eu era a coisa mais bonita que ela já tinha visto. Ainda era difícil para eu acreditar que alguém me desejaria, mas ela conseguiu me transmitir isso naqueles versos, naquele olhar.


Meu rosto estava quente, um claro sinal de que eu estava muito vermelha. As lágrimas ainda brilhavam em meus olhos e minha calça estava prestes a rasgar com a força que minhas mãos a seguravam.


A primeira coisa que ela fez foi suspirar e coçar a nuca, parecendo tão envergonhada quanto eu. Seus dedos batiam ritmicamente no topo do piano enquanto esperava eu falar algo.


Esforcei meu cérebro, muito mesmo, para pensar em algo, qualquer coisa mesmo, para falar. Posso até comentar sobre como tinha esfriado um pouco mais ou falar do Iraque, qualquer coisa. Mas meu cérebro estava paralisado, minha boca presa.


Acho que deveria estar entrando em pânico. Mas estava mais calma do que nunca, quase em paz. Apenas meu cérebro que não queria funcionar direito, nada anormal.


Fiquei muito tempo em silêncio, ao que parece, porque ela limpou a garganta e sentou-se mais ereta no banco, parecendo muito desconfortável agora. “Eu sint...”


“Não.” Interrompi-a com a voz frágil. “Não faça isso.”


“Não faça o que?”


“Não faça isso comigo.”


“Do que você está falando?”


“Não quebre meu coração.” Ela franziu a testa, confusa. Eu também estaria, até meu cérebro travado percebia que eu não estava fazendo sentido nenhum no que falava. “Não faça com que eu me apaixone e depois quebre meu coração. Não faça isso... Não peça desculpas... Você não tem o direito de...” Não percebi que estava chorando até que minha voz falhou.


Ela ainda parecia muito confusa, mas estendeu as mãos e colocou-as no meu rosto delicadamente, secando as lágrimas que caiam. Dulce encostou sua testa na minha e me olhou com uma intensidade avassaladora, que fez meu choro aumentar.


“Eu nunca faria isso.” Sussurrou, tão baixo que eu quase não podia ouvir. “Eu tenho muitos defeitos, mas eu jamais iria te machucar. Eu...” Ela se interrompeu rapidamente e eu apenas podia imaginar o que ela quase disse.


Nunca pensei que me tornaria uma daquelas pessoas que chega ao patético ponto de implorar para que não quebrem seu coração. E o pior é que eu sei que ela jamais faria isso, mesmo assim tinha medo. Medo de beijá-la agora e deixá-la fazer exatamente o que a música dizia. Medo de me entregar dessa forma, porque o resultado disso nas outras vezes foi desastroso para mim. Medo de abaixar os muros, deixá-la entrar e então ela querer sair ao ver quem eu sou realmente. Medo de deixá-la ver todas as minhas cicatrizes, porque ela iria saber exatamente o quão quebrada eu sou.


Apenas desejo que as coisas fossem mais fáceis. Desejo que tudo aquilo que tento impedir realmente não aconteça, mesmo sabendo que já não tenho mais escolhas.


Eu me apaixonei...


E quero me bater por isso, me cortar, me castigar, porque fiz exatamente aquilo que disse que nunca faria de novo. Prometi que iria me proteger contra tudo que pudesse me machucar ainda mais e isso inclui o amor.


E agora lá estava eu. Doente de amores por ela. Por alguém que eu mal conhecia.


Ah, a quem quero enganar? Eu a conheço mais do que conheço minhas irmãs, provavelmente. Trocamos tantas histórias nos últimos meses, tantas emoções. Sei que ela tira a parte de alumínio da embalagem de bombom depois que come um e depois faz bolinhas de vários tamanhos e as arruma em ordem crescente, apenas para juntar tudo e jogar fora depois, porque já a vi fazer isso. Sei que ela sempre tem chiclete no bolso, porque teme ficar com mau hálito a qualquer segundo. Sei que não entende nada de moda, por isso pede para alguém ajudá-la quando tem algo importante para fazer e tem que se vestir bem. Sei que adora cozinhar e testar novas receitas mais do que gosta de comê-las depois. Sei que só consegue assistir TV se tiver com o controle na mão. Sei que prefere filme de terror, mas seus filmes favoritos são “Um sonho possível” e “Wall-e”.


Sei mais coisas dela do que sei sobre mim. Sei suas manias bobas, de sempre girar a chave duas vezes na porta, não uma nem três, sempre duas. Sei que quando seu rosto fica muito pensativo é porque ela está criando uma música na própria cabeça.


Passei mais tempo com ela nos últimos meses do que passei com minha família. Sei que ela é gentil, educada, altruísta, extrovertida, honesta, tem senso de humor, leal, inteligente, determinada, humilde, mas ao mesmo tempo sensível, confiável, protetora, lutadora, desorganizada e também frágil.


Sei que seus olhos brilham quando está feliz, e sua expressão fica mais relaxada quando está brincando, ela levanta uma sobrancelha quando está sendo irônica.


Percebi mais detalhes sobre ela do que já me dei ao trabalho de perceber sobre qualquer outra pessoa. E a cada dia descubro algo novo.


Como agora, onde descobri que ela é uma romântica nata. Sei que ela negaria até a morte esse fato e que jamais seria assim se tivesse mais alguém conosco, mas ela é. Nos pequenos gestos, nas mensagens, nas perguntas simples, nos jantares preparados com carinho, em uma flor que ela pegou de algum lugar e deu para minha irmã apenas porque ela estava triste. E foi aí que percebi que não deveria ter medo do que estava sentindo.


Porque Dulce era tão incrível ao ponto de sentar com minha irmã e ficar trocando piadas que não tinham graça nenhuma apenas para tentar melhorar seu humor, capaz de fazer um café da manhã que ela nem comeu e desistir de uma flor que ela daria para mim, só para ver minha irmã sorrir. Porque ela sabe o quanto Maddie é importante para mim e que eu jamais iria sorrir enquanto ela não fizesse isso também. Mas ela não fez aquilo por mim, para ter uma imagem melhor entre minha família, para ganhar pontos. Ela fez porque também se importa com Maddie.


E foi quando cheguei a essa conclusão que arranquei todo o medo do meu peito e pensei em um sonoro “FODA-SE ESSA MERDA!” e me soltei. Completamente. Abaixei todos os muros, até as pequenas cercas frágeis, que eu colocara como proteção. Deixei-a me ver de verdade. Quebrada, devastada, faltando pedaços. Mas continuando.


Ela deve ter percebido que não havia mais nada entre nós, que todos meus muros estavam destruídos, porque ela sorriu largamente e começou a chorar também. Dulce acenou com a cabeça, não sei se estava concordando com algo ou foi um movimento involuntário, mas não me importei.


Estávamos as duas com a maquiagem borrada, com o cabelo desarrumado e as roupas em desordem, chorando silenciosamente. Parecia a cena de um daqueles filmes românticos antigos e depressivos. Mas era a gente naquele momento.


Depois de vários minutos, ela desviou o olhar do meu e respirou fundo algumas vezes, acenando novamente distraidamente. Mas seu sorriso não vacilou. Nunca.


“Você sabe, não planejei bem essa reação quando escrevi a música.” Ela disse, em uma tentativa fraca de piada.


Mas eu ri, porque não importa o quão sem graça suas piadas eram, eu iria sempre rir. “É linda.” Comentei finalmente.


Seu olhar voltou a encontrar o meu. “Como você.” Ela fingiu não notar o quanto eu corei e a agradeci mentalmente por isso. “Tem um elefante enorme na sala agora. Nós duas sabemos sobre ele.”


“Quer falar sobre isso?”


Ela respirou fundo. “Eu acho que você sabe. Ele é todo vermelho. Isso é um belo indicativo.”


Sorri de sua piada sem graça e pensei por alguns segundos. Eu poderia falar e ela não poderia falar aquilo para mim também. Ou ela poderia falar e eu não teria coragem de responder. Ou poderíamos as duas falar e partir para outra fase, a qual eu nem sei se estou pronta ainda.


Mas quando minha boca se abriu, prestes a dizer que talvez devêssemos deixar o elefante ali por um tempo, as palavras fluíram por vontade própria. “Verdade ou desafio?”


Ela franziu a testa. Acho que, assim como eu, não esperava aquilo, mas respondeu de qualquer forma. “Verdade.”


“Você me ama?”


Pude ver e ouvir quando ela engoliu em seco, mas seus olhos ainda não haviam se desviado dos meus. Foi por causa disso que vi toda a sinceridade brilhando neles quando ela respondeu com certeza e convicção. “Sim.”



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Autor(a): chavinonyportinon

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Dannyk: juro que não queria te fazer chorar, moça. E como assim só diz verdades??? Vc disse que sua vida ficou um pouco mais alegre com a minha pessoa nela, mas, por favor, deve ter ficado dez vezes mais incrível kkkkkkkk. E sua presença pode ser impactante, mas não vou admitir isso tão facilmente kkkkkk Miihportinon: eu real ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 166



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  • dulvatoforever Postado em 23/08/2015 - 02:50:17

    Eu anei do começo até o fim ja li ums 15 vezes e vou ler muito mais😍😍. Por favor 🙏faz mais fanficfa Dulvato

  • dannylove Postado em 07/08/2015 - 16:55:46

    eu ainda não havia visto uma fic com Dulce e Demi como casal, mas deu muito certo. É uma história muito boa, que fala do amor entre duas pessoas, amor pela família, pelos amigos e claro superação. Parabéns!!!

  • dannylove Postado em 18/05/2015 - 11:29:03

    A fic está bem interessante. Pobre Dulce como está sofrendo:(

  • caiocoelho22 Postado em 15/04/2015 - 05:41:36

    Mano, eu acabo de ler e já tenho vontade de começar tudo outra vez... É viciante! <3

  • caiocoelho22 Postado em 10/04/2015 - 10:29:37

    E vamos ler pela 5° vez <3

  • Miihzinhx Postado em 08/04/2015 - 02:07:37

    Sobre essa familia ? PERFEIIIITA <3 Assim como a sua fic,ok..ainda vai demorar um pouco pra mim superar esse fim...Ameei demais essa fic.Graças a você eu shippo em Dulvato agora,suas fics são sem sombra de duvida,as melhores ... Obg por lembrar de mim nos agradecimentos kkkkk .. Cara,já falei que essa fic é perfeita? Pois é,ela é perfeita e essa familia é tão cuuut <3 <3 Realmente me apaixonei por essa fic.. vou esperar mais fic suas ok ? .. Obrigada por criar essa fic e me fazer shippar nesse casal mais que perfeito.. Parabéns *------* Você merece aplausos de pé heuheu .. Bjooos,espero comentar outra fic Dulvato em breve u.u

  • portinonj Postado em 05/04/2015 - 23:43:29

    Tá legal que eu amei a web do começo ao fim! Cara, você me fez ler a web desde o começo umas 4 vezes enquanto eu aguardava por mais capítulos. kk. Eu devo saber cada detalhe da web de cor! Eu realmente amei essa fic! Parabéns, de verdade! Eu aguardo por mais webs Dulvato! <3

  • Dannyk Postado em 05/04/2015 - 14:39:40

    Você sabe como eu fico quando como bolachas ... eu simplesmente engasgo e desapareço kkkkkkkkkkkkkk - AAAAAAH DE NADA, EU SEI QUE A MINHA PRESENÇA TE INSPIROU MUITO !!!!!!!!!!!! - Ok, vamos ficar sérias (nem tanto pq eu sou eu) A D O R E essa fic ! Tipo, de verdade mesmo, eu achei que eu era a única louca que shippava Demi e Dul mas você me provou mais uma vez que eu não estou sozinha no mundo ! Parabéns por essa fic ! Ficou demais e muuuuito diva (quase tanto quanto eu) PS : ESPERANDO OS ONE SHOT'S DULCE X NIKKI PSS : Até a próxima moça !

  • anadulcetes2 Postado em 04/04/2015 - 17:12:32

    Tututu eu to ficando loca, minha fanfic predileta ta acabando e eu já tou chorando

  • portinonj Postado em 04/04/2015 - 10:43:05

    Mais uma pequena pra família! Own *-*' Continua!


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