Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

“Ela parecia um saco de batata.” Dallas falou pela terceira vez, gargalhando logo em seguida.

Revirei os olhos. “Podemos mudar de assunto?”

“Não existe outra coisa para falar que não seja você caindo como um saco de batata no chão.” Dallas deu de ombros e cortou outro pedaço de carne em seu prato.

“Mas aprendi, não foi?” Retruquei, começando a ficar com raiva de suas piadas.

“Verdade, mas ainda parece que tem três pernas, três braços e só meio cérebro. Pelo menos consegue andar agora. Não sei como Dulce teve paciência.”

Dulce sorriu. “Valeu a pena no final.” Olhei para ela com uma sobrancelha levantada. Como diabos andar de bicicleta iria mudar a vida de qualquer pessoa?! “Seu sorriso.” Dulce falou, como se soubesse exatamente o que eu estava pensando. “Valeu a pena porque você sorriu.” Explicou, dando de ombros e voltando a atenção para seu prato.

“Acho que vou vomitar.” Dallas murmurou por trás do guardanapo.

Chutei-a por baixo da mesa. “Obrigada por arruinar tudo.” Fiz beicinho de novo.

Dulce riu e se inclinou para beijar minha bochecha. Sorri para ela e desejei poder retornar seu comentário romântico com outra coisa romântica, mas não pude pensar em nada naquele momento.

“Então, o que vai fazer para seu aniversário?” Minha mãe perguntou, me lançando um olhar discreto que parecia dizer ‘estou feliz por você’. Não sei se estava feliz por eu finalmente saber andar de bicicleta ou por estar fazendo 21 anos em três dias.

“Nada.” Dei de ombros. “Na verdade, estou comemorando meu aniversário agora.”

Dallas, Maddie e mamãe reviraram os olhos, sabendo que eu diria exatamente aquilo. “Você é tão chata.” Dallas comentou. “Aposto que Dulce faz coisas bem melhores em seu aniversário.”

“Quando você faz aniversário, D?” Olhei para Maddie com surpresa. Eu sei que era um apelido meio fácil, mas ela nunca havia apelidado nenhum dos meus namorados antes, bom, meus dois namorados, mas que seja.

“6 de dezembro.”

“E o que você faz no seu aniversário?”

“Bom, quando não posso estar com a minha família, chamo alguns amigos para celebrar, só os mais próximos. Faço uma janta ou uma festa, dependendo do clima do ano.” Ela deu de ombros.

“Eu disse.” Dallas me lançou um olhar rápido, que me fez revirar os olhos.

“Qual o seu problema com aniversários?” Dulce perguntou.

Suspirei. “Só não gosto de celebrá-los.”

“Nosso pai foi embora perto do aniversario dela.” Dallas disse.

“Dallas!” Reclamei imediatamente.

“Se você me der a chance, posso mudar sua opinião sobre comemorar seu aniversário.”

“Não quero uma festa.” Falei rapidamente para Dulce, interrompendo qualquer ideia que ela pudesse ter.

“Não estou falando de festas.” Dulce sorriu.

Estreitei os olhos, começando a suspeitar. “O que quer dizer?”

“O que acha de sair comigo na quarta?”

“Um encontro?”

“Se você quiser...” Ela deu de ombros e tomou um gole de água. “Podemos fazer algo divertido... Sem comemorar seu aniversário.” Ela acrescentou quando viu meu olhar de desconfiança.

Pensei por alguns segundos, mas não podia jogar fora a oportunidade de passar mais tempo com ela. “Tudo bem. Para onde vamos?”

“Surpresa.” Dulce sorriu.

Revirei os olhos, mas não insisti, sabendo que seria inútil. “Certo. Mas saiba que nossa entrevista na Ellen foi marcada para sexta, temos que estar no estúdio cedo.”

“Sim, senhorita.”

“E nosso ensaio para aquela revista vai ser mês que vem.”

“Sim, senhorita.”

“E eu não vou celebrar meu aniversário de qualquer forma.”

“Sim, senhorita.”

Olhei-a, pronta para mandá-la parar de me responder com aquilo, mas seu sorriso era grande e divertido. Suspirei. “Você tem sorte que eu gosto de você.”

Seu sorriso aumentou e seus olhos brilharam. “É.” Ela acenou em acordo. “Eu tenho muita sorte disso.”

DD-DD-DD

A volta para sua casa foi feita em silêncio confortável, onde apenas curtimos as músicas que tocavam na rádio LA. Gostei daquele momento, de saber que poderíamos ficar juntas, sem dizer absolutamente nada, mas ainda nos sentirmos bem com isso.

“Obrigada por me levar almoçar com sua família hoje.” Ela falou quando a levei até a porta de sua casa, garantindo que iria chegar em segurança... mesmo que meu carro estava parado a apenas cinco metros.

“Eu agradeço por você ter ido.” Sorri. “E por me ensinar a andar de bicicleta.”

Ela riu baixinho. “Você continua sendo uma aluna preguiçosa, mas gosto de ter você como aluna.”

“Acho que está na hora que eu te ensine algo.”

“Você já ensinou.” Seu sorriso se tornou misterioso e eu levantei uma sobrancelha para isso, questionando. “Segredo.” Falou logo depois.

Revirei os olhos. “Certo. Sabe, minhas irmãs parecem gostar de você, principalmente Maddie.”

“Madison é uma boa garota.” Dulce sorriu.

“Tenho certeza que é por causa das piadas horríveis.”

Ela riu abertamente e balançou a cabeça. Nem percebi que estava sorrindo para o som incrível. “São mesmo horríveis, não?”

Franzi a testa. “Por que você ri então?”

Dulce balançou a cabeça de novo. “Ela é sua irmã, é uma boa garota, e eu gosto muito dela. Sem contar que as piadas horríveis são as que mais nos fazem rir.”

“Não sei como consegue.” Ela apenas deu de ombros. “Te vejo na quarta?”

“A menos que queira entrar.” Ela apontou para a porta por cima do ombro.

Eu poderia, com certeza. Mas 1) eu tinha que trabalhar cedo amanhã e 2) não tenho certeza que as coisas ficariam apenas na conversa.

“Obrigada, mas eu tenho que acordar cedo.”

Dulce acenou em compreensão. “Tudo bem. Eu te busco na quarta, então. Espero que tenha o dia livre, porque vou ocupá-lo inteiramente.” Eu não tinha, mas podia dar um jeito nisso. “Te pego às 11, assim podemos almoçar em um restaurante mexicano que eu adoro.”

“Não vai mesmo me contar o que está planejando?”

“Não.”

Suspirei. “Tudo bem, tudo bem, vou apenas rezar para que não tente me sequestrar, então.”

Ela riu. “Boa noite, linda.”

Foi só quando parei para pensar um pouco que percebi que ela estava me chamando de ‘linda’ a dias agora. Era um apelido carinhoso. Aqueles de casais apaixonados, que geralmente são constrangedores e nos fazem querer ir muito quando eles usam aquilo na nossa frente. Mas aquele era simples e conseguia me fazer crer em suas palavras.

“Boa noite... querida (Darling, se alguém quiser imaginar ela falando isso em inglês).”

Seu sorriso quase dividiu seu rosto no meio. Dulce me puxou para um beijo apaixonado, que eu retribuí com igual fervor.

Pela primeira vez em anos, eu mal podia esperar por meu aniversário.