Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

A dor persistente nos meus músculos podia ser descrita como a única dor boa no mundo. Eu mal havia tido tempo de ver o novo apartamento de Demi. Quer dizer, eu sabia onde era a sala, e o quarto de música e o seu quarto, mas apenas isso. Por isso, tive que me localizar na manhã seguinte. Por sorte, seu quarto tinha um banheiro, e enorme, por sinal.

Ver Demi ocupando quase toda a cama, nua, com seus cabelos espalhados para todo lado, era a melhor visão do mundo. Um ótimo jeito de começar o dia.

Consegui localizar a cozinha com facilidade, afinal, era o espaço grande com uma geladeira imensa. Joguei fora toda sua bagunça de copos e caixas de comida descartáveis e lavei os talheres jogados na pia. Eu devia estar irritada por toda a bagunça, mas ela não sabia que eu voltaria e, principalmente, ela, assim como eu, não é organizada. A diferença é que não sou organizada com minhas roupas, ela não é organizada com a casa.

Olhei pelos armários até achar uma frigideira e quase fiz uma caçada pela geladeira para achar os ovos, queijo e presunto. Fiz dois omeletes com tudo que havia direito e chocolate quente com alguns marshmallows pequenos. Arrumei a mesa, tomando cuidado para dar um ar meio romântico. Afinal, tínhamos um bom motivo para aquilo.

Ainda era difícil acreditar que ela havia me chamado para morar com ela e, principalmente, que eu aceitei. Mas eu não estava realmente reclamando, porque não queria deixá-la.

Como havia deixado minhas coisas em casa, tive que procurar algo de Demi para usar. Achei um moletom do Capitão América e um calção. Sou meio estranha, gosto de sentir um pouco de frio nas pernas, mas nunca no torso. De qualquer forma, procurei mais um pouco atrás de xícaras para o chocolate quente, e achei uma pequena coleção de xícaras. Tinha uma de cada super-herói, uma de cada filme do Atividade Paranormal, uma do Halloween e várias de bandas diversas.

Apenas balancei a cabeça e sorri, sabendo que não podia falar nada sobre sua coleção de xícaras. E até achava meio fofo. Peguei uma xícara do Super-Homem e outra da Mulher-Maravilha e servi o chocolate, colocando-as na mesa depois.

Estava prestes a ir acordá-la (pode parecer cruel, mas já era dez da manhã), quando ouvi o barulho de passos pelo corredor. Demi apareceu com seus óculos, com o cabelo despenteado, e usando seu moletom de ontem. Era daquela forma, natural, que eu a achava mais linda.

“Bom dia, amor.” Cumprimentei suavemente.

“Bom dia.” Ela murmurou, andando até mim e me puxando para um abraço. “Por que saiu da cama?”

“Não consegui comer nada ontem, estava com fome.”

Demi beijou meu pescoço e se afastou. “Certo, comida.” Ela sentou-se no lugar onde havia a xícara do Super-Homem e tive que controlar uma risada. “Isso parece incrível, cheira incrível e...” Cortou um pedaço do omelete e colocou-o na boca, gemendo logo em seguida. O que aquele som me fazia imaginar provavelmente é proibido na Tailândia. “Tem um gosto incrível.” Ela completou. “Deus, como eu senti falta da sua comida.”

Sorri e beijei o topo de sua cabeça, antes de sentar ao seu lado e começar a comer também. “Então, o que vai fazer esse final de semana? E, mais importante, você não deveria estar trabalhando agora?”

Demi me olhou imediatamente, parecendo um pouco em pânico. “Que dia é hoje?”

“Dia 4.”

“Não, de dia da semana.”

Ri baixinho. “Sexta feira.”

Ela ficou perdida em pensamentos por um momento, então suspirou de alívio. “Dia de folga.” Anunciou simplesmente. “E, respondendo sua pergunta, pretendo comemorar o aniversário da mulher mais linda desse mundo. Já até liguei para Beyoncé e marquei tudo.”

Dei meu melhor olhar de ofendida e coloquei a mão no meu peito. “Outch, direto pro meu ego. Obrigada.”

Demi riu. “Estou brincando... Mas Amber Heard me espera em Las Vegas amanhã a noite, então...”

“Não precisa ir até lá. Eu volto para minha casa grande, fria e solitária, para você se divertir aqui enquanto fico chorando lá.”

Ela riu novamente e pegou sua xícara, tomando um gole, então colocando-a na mesa de novo. “Isso me faz lembrar... Quando vai se mudar?”

“Mas você não quer Amber Heard aqui?”

“Por favor, ela nem chega aos seus pés.”

Sorri e beijei sua mão. “Acho que temos que começar aos poucos. Posso trazer o mais essencial. Vou deixar os móveis, obviamente, e eu tenho muitas coisas inúteis que eu tenho que me desfazer. E desde que eu vou ter um lugar fixo agora, eu deveria dar uma olhada na minha casa no México e pegar o que quero.”

“Não tinha local fixo antes?”

“Pode parecer que eu ficava em LA o tempo inteiro, mas só fiquei aqui nos últimos meses por sua causa.” Dei de ombros. “Entre uma pausa e outra, eu pulava de casa em casa. Tenho minhas coisas espalhadas por aí.”

“O que vai trazer primeiro?”

“Escova de dente, com certeza.” Acenei com a cabeça com veemência. “Meu xampu favorito é o próximo. E roupas.”

“Gosto de você usando as minhas roupas.” Ela comentou com um sorriso. “Fica ainda mais linda.”

Corei levemente. “Espero que não se importe. Estava ficando com um pouco de frio usando só minha camiseta.”

“Fique a vontade. Minhas coisas, são suas.”

“Nos casamos e ninguém me avisou?” Brinquei.

Seus olhos se estreitaram um pouco e sua testa formou um vinco confuso. Eu achava extremamente fofo que ela era meio lenta para entender as coisas as vezes. Demi acabou por dar um sorriso, mas podia ver pelos seus olhos e seu silêncio que ela ainda não tinha entendido o que estava tentando falar. Cerca de quinze segundos depois, foi como se uma lâmpada brilhasse em sua cabeça e ela olhou para cima de novo, dessa vez com um sorriso verdadeiro.

“Nunca sabemos o futuro.”

“Então isso quer dizer que vai me pedir em casamento?”

“Não tenho certeza se sou o homem da relação.”

“Não existe um homem nessa relação. É a mesma coisa que tentar achar a carne no meio de uma salada. Ou uma vagem no meio de um X-Burguer.”

“Isso me deu vontade de comer um x-burguer. Sem vagem, claro. Odeio vagem.”

Nota mental: não colocar vagem em nenhuma comida. “O que acha de fazer algo muito infantil?”

Demi franziu a testa. “Você quer ficar bêbada e fazer uma tatuagem com o rosto de Christian?”

Balancei a cabeça. “Não. Jamais conseguiria viver 24 horas com ele.”

“Então, o que?”

“Verdade ou desafio?”

Demi riu e acenou em acordo. “Isso não é infantil.”

“Não pra você. Você terminou o ensino médio ontem.”

“Tudo bem, vovó. Verdade.”

Revirei os olhos. “Por favor, sou seis anos mais velha que você.”

“Seis anos e três meses e pouco.”

Zombei. “Vai deixar eu fazer minha pergunta ou não?”

“Vá em frente. Não quis te incomodar, senhora.”

Isso era o que eu mais amava sobre nosso relacionamento. As brincadeiras idiotas e sem sentido. O fato de poder brincar com ela e deixá-la brincar comigo e não nos sentirmos ofendidas com o que a outra fala.

“Qual é o som que você mais gosta e mais odeia no mundo?”

Seu rosto ficou pensativo por um longo minuto. “Eu adoro o som de bacon sendo frito.” Tive que rir disso. “E odeio o som da porta se fechando com você indo embora.”

Meu rosto se suavizou e segurei sua mão com força, entrelaçando nossos dedos. “Eu também odeio isso.”

“Não consigo suportar isso. Ainda mais se você for passar mais de uma noite longe.”

“Alguém já te disse que você é extremamente fofa?”

“Algumas vezes.” Ela deu de ombros. “Verdade ou desafio?”

“Verdade.”

“Que dúvida.” Demi brincou. “E pra você? Qual é o pior e o melhor som do mundo?”

“O melhor som do mundo... é a sua voz. Eu adoro ela. Consegue me acalmar imediatamente, faz meu coração bater mais rápido.” Sorri e dei de ombros. “Você tem esse efeito em mim. Mas sua voz também é o pior som do mundo.” Seu rosto se contorceu em uma careta confusa e eu completei rapidamente. “Eu odeio quando você usa sua bela voz para se denegrir. É o pior som do mundo ouvir você falando que não é linda. Porque você é. A mulher mais linda, sexy e incrível do mundo.”

Vi seu queixo tremer levemente, como se estivesse prestes a chorar, mas Demi conseguiu impedir isso. “Desafio.”

“Ok, vou te dar algo realmente difícil para decidir.”

“Não me faça decidir se eu prefiro te foder ou deixar você me foder.”

E olá, mente suja! Senti sua falta. “Algo mais difícil.”

“Mais difícil que isso? Vai pedir se prefiro a paz mundial ou te beijar? Essa é meio complicada.”

Balancei a cabeça. “Se nós fossemos casadas e tivéssemos um filho biológico... Estou em um prédio em chamas e nosso bebê está no mesmo prédio. Você só tem tempo de salvar um de nós. Iria salvar nosso passado ou nosso futuro?”

“É um tipo de teste?” Ela brincou. “Eu tenho um cobertor ante-chamas?”

“Não.”

“Algum super poder?”

“Não.”

“Uma coruja treinada?”

Estou curiosa com o que ela faria com a coruja. “Sim.”

“Ótimo. Então eu iria correr até você, por causa do fator sexo. E a coruja iria voar até Taylor e agarrar ela com as garras.”

“Ele.” Corrigi rapidamente quando a imagem de Demi segurando um pequeno garotinho nos braços invadiu minha mente.

“Tanto faz. Não acho que me importo mais nesse ponto. Estou muito distraída pensando no sexo.”

Um sorriso malicioso surgiu em meus lábios. “Vamos jogar outro jogo.”

“Qual?”

“Um onde você tira todas as roupas e fica toda suada e molhada.”

“Eu gosto desse jogo.”