Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

Eu tinha dois dias de folga depois do meu aniversário e queria aproveitá-los para comprar os presentes de Natal da minha família, que eu iria mandar por correio, além dos presentes dos amigos mais próximos e da minha prima favorita. Convidei Demi para ir comigo no dia 07 e ela decidiu que poderíamos comprar enfeites de Natal já que iríamos sair.

Honestamente, nunca fui uma pessoa do Natal. Minha família tinha a tradição de se reunir e trocar presentes, mas nunca fizemos uma ceia especial ou montamos uma mega árvore espetacular. Sempre fomos religiosos, comemorávamos o nascimento de Cristo, mas sem um grande alarde, cores, enfeites e banquetes.

Mas eu já podia imaginar que Demi era uma pessoa do Natal. Mais do que isso, ela era o Natal. Seus olhos brilharam como luzes de neon quando ela falou sobre os enfeites e uma imagem da casa enfeitada com as cores vermelho e verde, com meias penduradas na lareira e uma árvore gigante no canto da sala, surgiu em minha mente.

De qualquer forma, saímos cedo, planejando comprar os enfeites de manhã e os presentes de tarde, parando para almoçar no restaurante mexicano perto do apartamento. Paramos em duas lojas de bugigangas de enfeite, antes de Demi decidir começar a comprar as coisas em uma loja especializada nos principais feriados.

Eu juro que ela parecia uma criança na loja de doces. Além de uma árvore de dois metros, ela comprou sete conjuntos de pisca-piscas, bolas, pinhas e outros objetos para enfeitar a árvore, meias enormes com desenhos estranho, uma guirlanda para a porta, um pequeno presépio, e vários objetos pequenos, parecidos com chaveiros, feitos de pano (bonecos de neve, papais-noéis, bengalas doces, árvores de Natal, renas e biscoitos parecendo bonecos). Parecia um pouco exagerado para mim, mas seu sorriso era tão feliz que não podia impedi-la de comprar todas aquelas coisas que usaríamos uma vez por ano.

Isso sem falar de um livro de receita especial para doces, bolachas, sobremesas, tortas de Natal, pequenas forminhas com formato de bonecos ou árvores, e quatro papais-noéis de pelúcia.

Eu nem queria imaginar como ela ficaria no Halloween...

Depois de fazermos a parada no restaurante, fomos para o shopping, onde eu planejava encontrar todos os presentes para poder ir para casa e descansar da longa jornada de compras, talvez aconchegar na cama e dormir um pouco. Encontrei o presente para minhas irmãs rapidamente, assim como o de Marina, minha prima. Tive que andar um pouco mais para encontrar o de Christian, Anahi, Poncho, Maite e Christopher. Foi meio difícil achar algo legal para meus pais, já que não conversávamos tanto quanto antigamente. Deixei para comprar os presentes da minha sobrinha por último, entrando na única loja de brinquedos do shopping. Encontrei algumas bonecas que Blanca comentou sobre ela querer, então comprei um microfone de brinquedo rosa e com alguns botões para reproduzir algumas músicas infantis. O que se pode dizer? É minha única sobrinha...

Demi acabou comprando algo para suas irmãs também, afirmando que já tinha presente para outras pessoas. Comemos no McDonald da praça de alimentação, dividindo um pacote extra de batata frita e um refrigerante extra-grande. Como ainda era relativamente cedo, decidimos assistir um filme, mesmo que nunca nem ouvimos falar dele.

Estávamos passando na frente de uma joalheria, olhando os produtos em exposição, quando alguém nos reconheceu. E, claro, não podia ser discreto. Tinha que gritar e avisar todo mundo. Ficamos meio que presas entre o mar de gente pedindo para tirar fotos ou autógrafos, fazendo perguntas ou confessando seu “amor” por nós. Foi uma confusão, tentávamos atender a todos os pedidos da melhor forma possível, mas era meio impossível atender todo mundo que estava ao nosso redor. Até que os seguranças chegaram e nos escoltaram até o carro de Demi para parar com a confusão no meio do shopping.

“Bom, isso foi emocionante.” Deixei meu tom sarcástico enquanto olhava pela janela e via as pessoas passarem.

Demi riu um pouco com os olhos presos na rua. “Pelo menos já havíamos feito tudo que era necessário.”

Suspirei. “Eu gostaria de poder sair com você sem ficarmos cercadas por pessoas gritando. Queria poder te levar para uma volta romântica no parque, em um restaurante, para assistir um filme, caminhar na rua depois de um encontro.”

Senti sua mão apertar a minha no banco e dei graças a Deus pelos carros automáticos. “Você pode fazer tudo isso.”

“Sem ser atacada no meio disso.” Completei.

Virei-me a tempo de vê-la fazer uma careta. “Ok, não pode mais. Mas não é incrível que tantas pessoas nos reconheçam? Reconheçam nosso trabalho, nos admiram?”

“Isso não compensa o fato que eu não posso fazer tudo aquilo. Temos que ficar trancadas em casa, nos vestirmos como assaltantes ou levar seguranças junto.” Suspirei de novo e balancei a cabeça, olhando nossas mãos unidas. “Só não acho justo.”

“O que?”

“Não termos um tempo só para nós. Sem trabalho, estúdio, gravação, fotos, fãs, gritaria, viagens. Eu quero... Apenas você e eu, sentadas no banco de um parque, conversando ou apenas olhando os pássaros, indo em um show e ficando no meio de todo mundo pulando e suando, indo a um jogo e não termos câmeras apontadas para nós. Mas sei que nunca vou ter isso. É isso que acho injusto.”

Demi não falou nada por alguns minutos, deixando a música do rádio preencher o silêncio. Olhei para seu rosto para ter certeza que não estava brava ou com raiva, mas ela parecia pensativa. Voltei a olhar pela janela depois de dois minutos de silêncio e tentei prestar atenção nas ruas, mas meus pensamentos sempre voltava para a impossibilidade de sairmos para um encontro normalmente.

Foi por isso que não percebi que não estávamos indo para o apartamento. Só voltei a mim quando Demi estacionou o carro e saiu, indo abrir a minha porta mais rápido do que eu tivera tempo de entender o que estava acontecendo.

“O que...” Sussurrei, saindo do carro e olhando em volta. “Onde estamos?”

“No zoológico.”

Franzi a testa e me escorei no carro, cruzando os braços. “O que estamos fazendo aqui?”

“Tendo um dia normal.”

Balancei a cabeça. “Está cheio de gente aqui.”

“Na verdade, não. Deve ter uns dois grupos escolares e alguns turistas. É quinta-feira. Quem vem ao zoológico na quinta-feira? Vamos lá, vou comprar os ingressos e paramos na lanchonete para comprar salgadinhos e água.”

“Você bebeu?”

“Por incrível que pareça, não. Estou falando sério. Você quer um dia normal, eu quero um dia normal. Quero agir como uma turista animada, entrar no zoológico e começar a gritar ao ver os animais e coisas idiotas assim. Quero fingir por duas horas que sou uma garçonete que todo mundo despreza e ninguém sabe o nome. E sei que você também quer isso. Se alguém nos reconhecer, podemos fingir que não ouvimos ou algo desse tipo. Não me importo. Quero entrar naquele zoológico com você e ser idiota.”

Pensei em suas palavras por alguns segundos, tentando fazê-las ter sentido em meu cérebro, antes de sorrir. “Podemos comprar aquelas camisetas com os animais?”

“Quantas quiser. Uma de cada? O que acha? Mas eu quero duas do leão. E prefere amendoim ou salgadinho, água ou refrigerante? Vamos, por que estamos perdendo tempo aqui fora?”

DD-DD-DD

Aquele dia podia ser classificado como um dos melhores dias da minha vida. Agimos exatamente como ela falou. Como turistas muito animadas e idiotas. Compramos coisas da lojinha de lembranças, compramos sorvete em cada barraquinha que aparecia, fazíamos um escândalo ao ver os animais e provocávamos uma a outra comparando com os animais.

Eu estava verdadeiramente exausta quando cheguei em casa, mas havia um sorriso persistente no meu rosto que não havia saído de lá desde que entrei no zoológico. Não havia palavras capazes de dizer o quanto eu estava grata por Demi ser meio impulsiva naquele momento e entrar no zoológico sem se preocupar com as outras pessoas por lá. Por isso fiz o possível para demonstrar o quanto estava grata.

Era quase dez horas da noite, estávamos deitadas na cama, Demi, sem surpresa alguma, estava mexendo no Twitter pelo laptop, enquanto eu mandava mensagens para minha irmã, para dizer que ela deveria avisar mamãe e papai que eu não estaria voltando para casa no Ano Novo. Meus músculos estavam doendo de toda a caminhada no zoológico e de ajudar Demi a colocar os enfeites depois do jantar. A sala estava agora com uma árvore de Natal cheia de coisas penduradas nela, inclusive dois pisca-piscas. Por todo o rodapé do teto, havíamos prendido com fita adesiva mais pisca-piscas, e os outros diversos bonecos estavam espalhados pela casa, além da guirlanda estar firmemente presa à porta graças a James, que nos ajudou a furar a porta com uma furadeira.

O apartamento poderia ser a própria casa do Papai-Noel. Mas não posso negar que não gostei. Até que dava uma emoção diferente.

“O que vai fazer ano que vem?” Demi perguntou de repente, me tirando de meu devaneio.

Franzi a testa e balancei a cabeça. “Não sei, não recebo minha agenda até dia primeiro. Por que?”

Demi suspirou e fechou o laptop, colocando-o nos “pés” da cama. “Eu tenho uma tournée planejada.”

“É, estou sabendo. The Neon Light Tour, certo? Por causa da música que você vai lançar na metade de janeiro?”

“É. A coisa é que... Ela está programada para começar em março e durar seis meses.”

“Ah.” Eu posso ser meio lenta, às vezes, mas não demorou muito para fazer as contas. Seis meses. Seriam seis meses longe dela. Deus, isso seria uma tortura. Na verdade, era preferível ser cortada e ter álcool jogado nas feridas abertas diariamente. “Bom... Vou sentir sua falta.”

“Minha mãe e Maddie sempre vão comigo nas tournées, e, bem, pensei que... você também poderia vir, se quiser.” Ela parecia mais vermelha que um tomate de repente, dando um contraste muito grande com seu cabelo azul bagunçado.

“Eu não sei se posso, não sei se tenho compromissos, mas... Eu adoraria.” Admiti. Não havia nem o que discutir. Seriam seis meses. Era mais fácil eu ficar deprimida nesse apartamento e não sair nesse tempo, do que superar facilmente sua ausência por tanto tempo.

Eu sei, eu sei. Estamos progredindo muito rápido. São seis meses de namoro, praticamente, e já estamos grudadas uma na outra como super cola ou algo assim. Mas é... É impossível não querer estar perto de Demi. Ela simplesmente tem esse efeito nas pessoas. Ela é alegre, divertida e meio louca, e tudo isso acaba nos afetando da melhor forma possível, porque sua presença acaba sendo viciante. Demi consegue nos deixar confortável ao seu lado com sua mente suja e piadas com duplo sentido. E as pequenas coisas que ela faz, como me deixar roubar a comida de seu prato, sorrir quando me escuta roncando (apesar que eu ainda quero negar esse fato, é meio impossível, porque meu nariz é meio fudido mesmo), como seus braços sempre encontram seu caminho para me abraçar, como ela abre seu casaco e deixa eu me esquentar em seu corpo nos dias mais frios, como ela sempre conta algo quando tenho que voar em um avião e não tira sarro do meu medo bobo... São os pequenos detalhes que dizem que ela me ama, sim, apesar de ser difícil acreditar que alguém como ela poderia gostar de mim.

E eu também sei que não deveria estar pensando no futuro ainda, que estou pensando muito para frente, que posso não estar na mesma página que ela, que posso estar sonhando alto, mas... Eu imagino nós duas, juntas, daqui a alguns anos, talvez casadas ou apenas dividindo a mesma casa ainda, lembrando de como tudo começou.

Então, sim, eu gostaria de ir com ela em sua tournée, porque ficar longe é quase impossível. Nos três meses que tive que cumprir minha agenda, juro que quase desisti de tudo. Eram tantas coisas ao mesmo tempo que não dava tempo para conversarmos direito e meu coração parecia cada vez mais angustiado, até que decidi voltar um dia antes do planejado e surpreendê-la. Pode parecer brega, mas vê-la novamente, depois de três meses, pode ter sido um dos momentos mais felizes da minha vida.

“Quer saber?” Falei depois de todo meu monólogo interior. Demi me olhou um pouco confusa, claramente alheia aos meus pensamentos correndo. “Que se foda.” Ela franziu a testa. “Eu vou com você, nem que tenha que matar Sandro ou fingir minha morte.”

Seu sorriso aumentou lentamente, mas foi tão lindo que quase fiquei tonta por um momento. “É sério?”

“Como se eu fosse te deixar. Por favor, alguém tem que manter um olho na sua bunda. Sem contar que eu morreria sem ver seu sorriso por tanto tempo.” Me inclinei para traçar a ponta do meu indicador sobre a linha de sua mandíbula, com a certeza que estava lhe dando o maior sorriso bobo e apaixonado de sempre. “Esse sorriso...” Fiz uma pausa, tentando reunir meus pensamentos nublados por causa do objeto em questão. “Ele faz meu coração bater mais rápido e minha barriga se enche de borboletas quando me lembro dele. É tão... lindo. É impressionante, na verdade.”

Ela desviou o olhar e tentou virar a cabeça, mas a mantive virada para mim. “Você precisa de óculos.” Murmurou, tentando se esconder por trás do cabelo.

Suspirei. “Me dê licença por alguns segundos, ok?”

Levantei-me antes que ela pudesse protestar e segui direto para o quarto de música, como o chamamos agora. Fui direto para o violão que meu avô me deu, então peguei uma das palhetas do pote, sem realmente me importar em qual pegava, e voltei para o quarto rapidamente.

“Vai cantar outra música para mim? Vou começar a me sentir horrível por ter um bloqueio criativo para músicas românticas.”

Sorri e sentei-me na cama, segurando o violão com cuidado. “Apenas escute isso, certo?”

Respirei fundo e tentei puxar as notas da minha mente, porque não queria levantar para achar os papeis de anotação no meio da bagunça que estava minha pasta de composições.

Little Things

Your hand fits in mine

Like it`s made just for me

But bear this in mind

It was meant to be

And I`m joining up the dots

With the freckles on your cheeks

And it all makes sense to me

I know you`ve never loved

The crinkles by your eyes

When you smile

You`ve never loved

Your stomach or your thighs

The dimples in your back

At the bottom of your spine

But I`ll love them endlessly

I won`t let these little things

Slip out of my mouth

But if I do

It`s you

Oh it`s you

They add up to

I`m in love with you

And all these little things

You can`t go to bed

Without a cup of tea

And maybe that`s the reason

That you talk in your sleep

And all those conversations

Are the secrets that I keep

Though, it makes no sense to me

I know you`ve never loved

The sound of your voice on tape

You never want to know how much you weigh

You still love to squeeze into your jeans

But you`re perfect to me

I won`t let these little things

Slip out of my mouth

But if it`s true

It`s you

It`s you

They add up to

I`m in love with you

And all these little things

You`ll never love yourself

Half as much as I love you

You`ll never treat yourself right darlin`

But I want you to

If I let you know

I`m here for you

Maybe you`ll love yourself like I love you

Oh…

I`ve just let these little things

Slip out of my mouth

`Cause it`s you

Oh it`s you

It`s you

They add up to

And I`m in love with you

And all these little things

I won`t let these little things

Slip out of my mouth

But if it`s true

It`s you

It`s you

They add up to

I`m in love with you

And all your little things

(One Direction)

“Se você for chorar toda vez que eu cantar algo para você, vou acabar desistindo disso.” Comentei quando a última nota acabou.

Demi tentou secar o rosto das lágrimas, mas elas eram insistentes e continuavam a cair, mas um sorriso verdadeiro enfeitava seu belo rosto corado. “Você realmente prestou atenção em todos esses detalhes?”

“Sim.” Concordei, colocando o violão com cuidado ao lado da cama. “Em todos eles. Eu acordei um dia com você resmungando coisas aleatórias, eu tentei entender o que você estava falando, mas eram apenas murmúrios, talvez algo que estava sonhando. E as covinhas na sua espinha são muito sexy, só para constar.”

Ela suspirou e deitou-se na cama, colocando sua cabeça no meu colo. Imediatamente, meus dedos encontraram seu caminho para seus cabelos azuis e acariciei os fios coloridos suavemente. “Você acha que estamos indo muito rápido?”

“Eu creio que o amor não tem tempo. Cada relação é diferente, não se pode comparar relacionamentos.” Dei de ombros e me inclinei para beijar sua testa.

“Bom.” Ela sussurrou, olhando nos meus olhos e me deixando praticamente presa no lugar. “Porque você é perfeita e eu te amo muito.”

Sorri e beijei seus lábios. “Eu posso dizer o mesmo.”

Só para que conste, as músicas que estou colocando aqui no meio eu escolho porque são fofas ou estão falando sobre o que eu quero mostrar da fic no momento, e, sim, finjam que é Dulce/Demi que escreveram kkkkkk