Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

Eu estava com todos os papéis necessários e o telefone do cara na minha mão. Eu só precisava entrar no apartamento e provar minha inocência. Eu poderia esquecer sobre o que aconteceu com Nick Jonas e esquecer sobre sua falta de confiança, eu só queria Demi de volta.

Como eu ainda tinha a chave, entrei sem bater, sabendo que jamais me deixariam entrar por livre e espontânea vontade. Minhas coisas ainda estavam jogadas para todo lado, mas os cacos já não estavam mais no chão, o que era um pequeno alívio.

Fui direto para o som de vozes e, de repente, me arrependi de ter entrado sem anunciar. Demi estava no sofá, aos prantos, com sua mãe sentada ao seu lado abraçando-a. Selena estava sentada na mesa de centro e, pasme, Simon Cowell estava em pé ao lado do sofá.

Eu nem tive tempo de perguntar o que ele estava fazendo ali, porque Simon atravessou a sala e me agarrou pela minha jaqueta, me jogando contra a parede e me prendendo lá. Caramba, aquilo doía pra caralho. Eu mal podia respirar mais e tenho certeza que vou sentir a dor nas minhas costelas por um longo tempo.

“O que está fazendo aqui?!” Ele exclamou praticamente no meu rosto.

“Eu vim aqui provar que estou falando a verdade.” Consegui falar sem aparentar estar com muito medo.

“Então acha que pode machucar minha garota e sair desfilando por aí?”

“Eu realmente não...”

Ele me puxou da parede, apenas para me empurrar contra ela de novo, ainda mais forte. Acabei batendo minha cabeça no material frio e duro e gemi de dor um pouco. “Você vai embora daqui com suas pernas ou quer que eu te jogue escadas a baixo?”

“Se você me deixar explicar...” Novamente empurrada com força contra a parede. “Agora, isso está começando a doer.” Já estava doendo muito antes.

“Que bom, era o meu objetivo.”

“Simon...” Nós olhamos por cima do ombro dele e vimos Selena. Graças a Deus, ela iria me deixar falar. O brutamontes me soltou e deu alguns passos para o lado, enquanto Selena se aproximava.

“Selena, eu trouxe um artigo sobre um programa de computador que...” Fui interrompida quando um soco muito, muito forte atingiu meu maxilar.

“Como pode aparecer aqui depois de tudo o que fez?!” Ela gritou.

Selena pode parecer pequena e indefesa, mas tem um ótimo gancho de direita, deixe-me dizer. Pelo menos não foi no meu lábio já machucado ou no meu olho, porque tenho certeza que teria sido bem pior o resultado pela manhã.

“Será que você pode manter a coleira neles enquanto eu tento explicar?” Murmurei, passando a mão pelo meu queixo ferido.

Em retrospectiva eu sei que não deveria ter dito aquilo. Outro soco de Selena, então Simon agarrou minha jaqueta de novo e me jogou em cima da mesa de centro, que parecia uma ótima ideia comprar antes, mas não agora que seus pedaços feriam minhas costas.

“ACHA ISSO ENGRAÇADO?!”

“Simon!”

Alguma boa alma puxou-o para longe de mim e eu fiquei encarando o teto bege por alguns segundos, tentando fazer as coisas na minha cabeça voltarem a fazer sentido. Quando eu consegui me levantar novamente, sentindo minhas costas protestarem contra o esforço, olhei para cada um deles com toda a raiva que eu sentia da situação.

“Eu vim explicar.” Falei lentamente, prendendo meu olhar em Simon por mais tempo, antes de olhar para Demi. “Eu achei a explicação do que aconteceu. Sandro ligou para um técnico, eu tenho o telefone dele aqui, se quiser falar pessoalmente com ele.” Joguei o envelope em cima do sofá. “Quando vocês quiserem me deixar falar sem tentar me matar... Apenas leia isso, por favor.”

Enquanto Demi abria o envelope como se algo fosse saltar dele, tentei recobrar minha compostura. Minhas costas nunca doeram tanto na minha vida e eu não tinha certeza que eu ainda tinha todos os dentes, sem contar que minha cabeça parecia prestes a explodir. Eu tenho certeza que aquilo poderia resultar em um longo processo de agressão física, ainda mais em cima de Simon, mas eu poderia tentar entender o lado deles antes de fazer algo idiota.

Cinco minutos depois, Demi tirou os olhos do papel e olhou para a mãe dela, que me encarava como se eu fosse Hitler. “Mãe, os papéis estão com você?”

“Estão na minha bolsa, mas, Demi, querida, você não pode ler aquelas coisas horríveis de novo. Não deixe nada que essa pilantra mentirosa disser entrar na cabeça.”

Demi não estava escutando, graças a Deus, e logo localizou a bolsa de Dianna em cima do sofá. Ela pegou a coisa horrível rapidamente e puxou o maço de papéis de dentro. Um por um, ela checou todas as folhas, provavelmente procurando o número 1 no final de cada e-mail. Então pegou as cópias do e-mails do computador de Christian e comparou-os rapidamente.

Depois de longos e torturantes minutos, ela olhou para mim, com os olhos arregalados e cheios de lágrimas. “Oh meu Deus.”

“Meu exato pensamento.” Resmunguei, tentando ignorar a dor lancinante nas minhas costelas.

“Demi...” Selena chamou delicadamente.

Ela não respondeu, no entanto. As folhas caíram de sua mão e atingiram o chão com um barulho chato. Suas mãos cobriram sua boca imediatamente e ela parecia horrorizada com algo. “Oh meu Deus.” Repetiu.

Simon atravessou a sala e, novamente, me agarrou pelo casaco, mas dessa vez só com uma mão, já que a outra se preparava para me dar outro soco. “Agora chega!”

“SIMON!” Demi correu até ele e o fez me soltar, por sorte, não acho que eu iria aguentar seu soco como aguentei o de Selena. “Para com isso!”

“O que?! Então sua mãe me liga e conta tudo que essa canalha fez e agora você vai defendê-la?!”

Nossa, obrigada, Dianna, você é o motivo pelas minhas costas destruídas e aniquiladas.

Demi não respondeu-o, ela se virou para mim e me olhou com aqueles grandes olhos úmidos. “Eu não sei o que dizer. Eu não acredito que...” Ela olhou em volta, parecendo notar pela primeira vez a bagunça que fez com as minhas coisas. “Meu Deus, o que eu fiz?”

“Demi, do que está falando?” Dianna, cala boca!

“Caramba.” Era Selena, que estava olhando os papéis que Demi deixou cair antes. Ela olhou para mim com os olhos arregalados. “Caramba, eu te dei um soco.”

“Dois, na verdade, e doeu pra caralh*.” Corrigi. “Mas acho que tudo bem, você estava apenas sendo uma boa melhor amiga.”

“Eu te dei um soco.” Ela repetiu. “Sem te dar a chance de falar.”

“Você não foi a única.” Péssima tentativa de humor, mas era o que tinha pro momento. “O brutamontes ali quase me deixou aleijada.”

“Do que me chamou?!”

“De um anjo caído do céu.” Zombei. “Você me jogou em cima da mesa de centro. Ela era de vidro e mogno. Tem ideia de como dói?”

“Dulce, eu sinto tanto.”

“Está tudo bem, eu posso entender o motivo da desconfiança. Parece muito real e, bom, se todo mundo acreditou deve parecer verdade.” Dei de ombros, me arrependendo logo depois pela dor que se seguiu. Deus, eu sinto como se nem pudesse respirar. “Você quase me matou.” Resmunguei para Simon, que estava de braços cruzados em um canto. “E é a simpatia em pessoa.”

“Eu não gosto de você.” Ele falou.

“Eu também não gostei de você.” Rebati. “Mas acho que me jogar em cima da mesa foi o motivo para isso.”

“Eu não sei da história toda, mas você machucou aquela garota e eu juro que...”

“Caramba, parece que você é louco por ela.” Revirei os olhos.

Simon se aproximou mais rápido do que eu podia reagir. “Acha que estou brincando aqui?”

“Eu meio que percebi que não quando você, sabe, me jogou em cima da mesa.”

“Você mereceu. Você mentiu!”

“Hey, hey, hey! Já provei minha inocência, vê se dá uns passos para trás, brutamontes.”

“Quer que eu te jogue da janela?”

“Simon, pare!” Demi entrou na frente dele e o fez se afastar. “Ela está falando a verdade.”

Bem, obrigada por perceber isso só agora.

“Pois eu duvido muito.”

“Já contou para ele quem foi que trouxe essas porcarias de e-mails?” Bufei.

“Que merda de desculpa vai usar agora?!”

“Foi o Wilmer, brutamontes.” Revirei os olhos e cruzei os braços. “Ele é quem tem a mente conturbada aqui, além de você, é claro.”

Simon olhou para Demi, provavelmente procurando a confirmação. Ela acenou em acordo, então ele voltou a olhar para mim. “Você pode estar certa, mas eu ainda não gosto de você.”

“E eu também não gosto de você, apesar de você admitir que está errado.”

“Eu nunca admiti isso.”

“Mas vai quando perceber que podia ter quebrado minha coluna.” Acenei para a mesa despedaçada em volta de mim.

“Foi desnecessário.” Selena concordou.

“Pois eu acho que foi muito necessário. Agora ela sabe com quem está se metendo. Se você, por qualquer motivo, voltar a fazer Demi chorar, você vai estar reclamando no chão da calçada lá embaixo e não aqui.”

“Não fui eu que a fiz chorar, brutamontes. Já disse que quem começou tudo foi o Wilmer.”

Um brilho estranho passou pelos seus olhos e, pela primeira vez, eu meio que gostei dele. “Você tem o endereço?”

“Fui tirar algumas satisfações ontem com o idiota.”

“O que acha de...”

“Nada de brigas mais.” Demi interrompeu-o rapidamente.

“Eu adoraria bater no idiota, mas você meio que, sabe, me destruiu. Não sei se vou poder andar por alguns dias.”

Ele me olhou de cima a baixo, antes de dar de ombros. “Eu apenas não consigo me arrepender do que fiz.”

“E eu acho que deveria estar muito feliz por Demi ter tantos protetores, mas da próxima vez vocês poderiam me deixar explicar primeiro, não é? Foram dois tapas, dois socos e um golpe de luta livre em menos de um dia. É um pouco demais para mim.”