Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

“Acho que você deveria ir ao médico.” Sugeri novamente. “Suas costas estão roxas.”

E era absolutamente verdade. Eram círculos enormes por toda sua pele, roxos e de aparência muito, muito dolorida. Seu maxilar também estava bem roxo, de onde Selena havia lhe dado dois socos. Eu ainda não podia acreditar que a atacaram desse jeito. Parecia que tinha participado de uma luta de MMA.

“Devem estar.” Ela murmurou. “Eu não tenho certeza, não estou sentindo ela.”

“Consegue deitar?”

“Conseguir até consigo, mas eu poderia ter um sério problema de dor.”

“Os comprimidos ainda não fizeram efeito?”

“Acho que nem vão fazer. Eu fui jogada em cima de uma mesa, é mais que uma dor de cabeça.” Dulce deitou com cuidado na cama e fez uma careta quando encostou as costas no colchão. Ela tentou virar para seu lado esquerdo, mas estava dolorido por causa do maxilar e de algumas costelas que também sofreram com a queda. Com todo o cuidado, ela se virou para seu lado direito e, calmamente, abaixou seu corpo no colchão, relaxando depois de alguns segundos. “Ok, acho que consegui.”

“Eu vou dormir no sofá.”

“O que? Por que?”

“Eu não quero te machucar mais.”

“Ah, por favor. Eu já dormi um dia sem você e foi quase uma tortura. E eu estou com frio.”

“Dulce...”

“Pare de se sentir culpada pelo que aconteceu. Eu já disse que entendo e que não estou com raiva pela falta de confiança. Agora deita sua bunda na cama e vamos fingir que nada aconteceu.”

DD-DD-DD

“Aonde você vai?” Perguntei quando a vi colocando seu tênis. Apesar da dificuldade em se inclinar, ela conseguiu colocá-lo.

“Acertar as contas.”

“O que vai fazer?”

“O brutamontes e eu vamos fazer uma visitinha para o idiota que começou tudo.”

“Não, você não vai! Ficou maluca?!” Levantei rapidamente do sofá e segurei a porta quando ela tentou abrir. “Está machucada e, principalmente, ele vai dar queixa na polícia se você fizer qualquer coisa.”

Ela revirou os olhos. “Só vamos conversar. Temos tudo planejado... Bom, eu tenho tudo planejado, já não sei o brutamontes. Ontem ele agiu com os músculos e não com o cérebro. Ele é bem forte para a idade.”

“Dulce, eu não vou deixar você sair desse apartamento.”

Ela me olhou por um longo minuto. “E o que poderia, possivelmente, me impedir de sair?”

“Está falando sério?”

“Eu só quero bater no idiota que tentou fuder com a minha vida.”

“Você falou que só ia conversar.”

“Meu plano era conversar, fazê-lo perder a paciência. Então seria legítima defesa quando Simon desse uma surra nele... Quer dizer, o brutamontes.”

“Não.”

Ela franziu a testa. “Por que está defendendo ele?”

“Porque eu não quero que vá para a cadeia. Não quero que bata nele.”

“Você não era contra a violência ontem quando o brutamontes quase me jogou pela janela.”

“Eu só não quero que você se meta em encrenca. Ele não vale a pena.”

“Mesmo assim você escutou ele.”

Outch, essa doeu. Mas ela estava certa. “Você disse que me desculpava.”

“Isso não apaga o fato que você acreditou no seu ex vingativo e não em mim. Posso ter te perdoado, mas o fato machuca. E você quer seriamente discutir isso agora?”

“É melhor agora do que jogar isso na minha cara daqui alguns anos.”

Dulce suspirou e balançou a cabeça. “Tudo bem. Quem começa? Que tal eu? Ok. Você não me escutou, não deixou que eu me defendesse, não me deixou sequer saber exatamente do que estava sendo acusada. Preferiu acreditar no babaca que já havia provado ser inconfiável do que em mim. Duvidou de tudo que tivemos e, principalmente, dormiu com outra pessoa durante uma briga. Sua vez.”

“Eu sabia que você não tinha me desculpado.”

“Você dormiu com Nick, um idiota engomadinho. E eu tenho que acertar as contas com ele também. Eu não sei o que estava se passando pela sua cabeça e não sei se algum dia vou entender.”

“Continue, coloque tudo pra fora agora.”

Dulce me olhou, parecendo irritada. “O que mais quer que eu diga?”

“Tudo que te incomoda sobre mim e nosso relacionamento.”

“Nada me incomoda.”

“É claro que incomoda.”

“Me diz você o que te incomoda.”

“Eu pedi pra você.” Agora parecemos duas crianças discutindo.

Dulce respirou fundo. “Não vamos discutir isso. É dia 30 de dezembro.”

“Temos que marcar um horário agora?”

“Agora você está agindo como uma idiota.”

“Você também!”

Foi naquele momento que percebi que posso ter destruído nosso relacionamento. Com toda a briga dos últimos dias, por não ter confiado nela, e agora por continuar com uma briga que ela, claramente, não queria ter.

“Ok, me diga o que te incomoda sobre mim então.” Dulce cruzou os braços e fez um gesto para eu começar.

O fato era que nada me incomodava. Claro, pequenas coisas, mas nada muito extraordinário. “Você não consegue manter as roupas organizadas, eu tenho que arrumar o closet todos os dias porque você o faz parecer uma loja de fantasias.” Isso foi bastante patético.

“Ok. O seu carro parece um lixão e eu nem sei como você conseguiu sua carteira.”

“Você está sempre com o controle da TV na mão, como se eu não tivesse escolha no que vamos assistir.”

“Você conversa com estranhos no sinal, sabe o quão estranho isso é?”

“Você acredita em alienígenas.”

“Você é obcecada por eles!”

Não sei como acabamos naquela troca de coisas, mas tudo parecia tão idiota que era surreal continuarmos brigando por aquilo. Mas claro que eu não poderia parar.

“Você fica me encarando durante minutos, isso que é muito estranho.”

“Você rouba as cobertas e ocupa a cama inteira. Eu acordo no espaço mínimo entre seu corpo e a beirada da cama, tremendo de frio.”

“Você sempre deixa a pasta de dentes destampada.”

“E você deixa a toalha molhada em cima da cama.”

“Os seus hidratantes ocupam metade do banheiro. Tem um dedo em cada frasco, jogue fora!”

“Você manda suas roupas pra lavanderia e depois me faz buscá-las, mesmo estando 0º lá fora ou eu estar quase morrendo de cansaço.” Nos encaramos por vários minutos, sem ter mais nada para falar. Honestamente, eu sabia que era uma briga boba. “Você realmente quer estar comigo?” A pergunta me pegou meio que de surpresa. Eu que deveria perguntar aquilo, depois de tudo que aconteceu. “Você me expulsa da sua vida na primeira oportunidade e quando a gente consegue se acertar você fica inventando motivos para a gente brigar. Se você não me quer mais, apenas fale.”

“Não é isso e você sabe.” Falei rapidamente, cruzando o braço também.

“É mesmo? Então quer se casar comigo.”

“Não.” Foi a porra da pior resposta que eu podia dar naquela merda de momento. Eu falei no impulso, porque tinha certeza que ela iria me acusar de algo, mas o que ela falou foi totalmente diferente.

“Ok, então.” Ela balançou a cabeça, mas, mesmo assim, eu podia ver as lágrimas ameaçando escorrer a qualquer momento. “Busco minhas coisas assim que possível.”

E com isso, ela desviou de mim, abriu a porta e foi embora.